Agora sobre o 5º estado da matéria, chamado Condensado de Bose-Einstein:
Bem...
O Condensado de Bose-Einstein não só é possível de ser alcançado como ele já o foi!
Este estado da matéria não acontece quando se atinge o 0K e sim quando se chega bem próximo a ele.
Eu estudei um pouco sobre este estado da matéria numa "viagem" que eu e uns amigos tivemos e que culminou num post sob o título de Teoria do Funcionamento dO Um Anel na área de J.R.R. Tolkien e suas Obras.
http://forum.valinor.com.br/viewtopic.php?t=9658 (lembrando que, apesar das informações desse post serem verdadeiras, essa Teoria do Funcionamento dO Um Anel não é um texto científico sério e sim, humorístico)
Parte do texto que transcrevi abaixo foi retirado daquele post, mas deixei aqui uma explicação mais completa sobre o Condensado de Bose-Einstein.
Então vamos lá:
A Condensação de Bose-Einstein é um fenômeno no qual os bósons que formam uma substância (um gás de bósons) convergem para o menor estado de energia, em um estado quântico comum.
Os bósons - nome dado à partir de Bose - são quaisquer partículas que possuem spin (I) diferente de 1/2 (esses são os fermions, como o elétron, por exemplo). O núcleo de um átomo possui spin, que é a combinação dos spins de seus prótons e neutrons. Assim, muitos átomos são bosons: exemplos inportantes para o presente ensaio são o 4He (I=0), 7Li (I=3/2), 85Rb (I=5/2) e 23Na (I=3/5).
Uma característica fundamental dos bósons: como eles tem um spin diferente de 1/2, eles não estão sujeitos ao Princípio da Exclusão de Pauli, e portanto, pelos princípios da quântica, podem sim ocuparem o mesmo lugar do espaço uns com os outros. Esse efeito pertinente aos bósons já vem sendo conhecido a muito tempo, em estudos envolvendo hélio líquido (em torno de -270º C)
A característica crucial dos condensados Bose-Einstein é que as muitas partes que compõe o sistema ordenado não só se comportam como um todo, mas se tornam o todo. Suas identidades se fundem, ou se entrelaçam de tal forma a perder completamente a sua individualidade. Uma boa analogia seriam as muitas vozes de um coro, que se fundem para se tornar "uma voz" a certos níveis da harmonia, ou o cindir de muitas cordas de muitos violinos para se tornarem "o som de violinos... (Danah Zohar).
Recentemente, físicos de Boulder, Colorado, EUA, atingiram pela primeira vez uma temperatura muito menor do que havia sido produzida antes, e assim conseguiram criar um novo estado da matéria, algo que havia sido predito pelo cientista indiano Satyendra Nath Bose e cujas idéias haviam sido alicerçadas por Albert Einstein.
Após pelo menos 15 anos de pesquisas internacionais nessa área, a 5 de junho de 1995 Eric Cornell e Carl Wieman resfriaram átomos de rubídio abaixo de 170 bilionésimos de grau acima do zero absoluto, o que causou os átomos a condensarem em um "super átomo": todos os átomos de rubídio no condensado começaram a comportar-se como se fossem uma única entidade. O resultado dessa experiência foi publicado na edição de julho de 1995 da revista Science.
Para fotografar o "super átomo", os cientistas tiveram de resfriar os átomos ainda mais: a 20 bilionésimos de grau acima do zero absoluto: na época, a temperatura mais baixa que já havia sido atingida.
Em sua euforia pela confirmação da experiência, Wieman e Cornell afirmaram na época que "esse estado não poderia ser encontrado naturalmente em nenhum lugar do universo", "de formas a que a amostra em nosso laboratório é o único pedaço dessa coisa no universo, a menos que exista outra em outro laboratório em outro sistema solar", e "é realmente um novo estado da matéria, ele tem propriedades completamente diferentes de quaisquer outros tipos de matéria".
Esse novo estado só se configura quando os átomos são resfriados a uma temperatura muito próxima do zero absoluto, ou seja, cerca de -273,15 graus Celsius, o frio máximo que se pode atingir no Universo. Nessa situação, os elementos químicos podem fazer coisas inimagináveis, como, por exemplo, se transformar em um tipo inédito de raio laser, que em vez de luz concentra átomos, convertendo-os em um feixe cortante de energia. Outras propriedades deste estado da matéria são a superfluidez e a supercondutividade. Mas a característica essencial deste condensado reside no fato de que as diversas partes do sistema ordenado, não só se comportam como um todo, mas também se tornam um todo: suas identidades se fundem de tal forma, que cada uma das partes perde a própria individualidade.
Sabe-se que o volume de um átomo aumenta quando sua velocidade diminui - esse é um efeito quântico. Na temperatura do Condensado de Bose-Einstein, os átomos ficam tão grandes que uns se surperpõem aos outros e o conjunto todo vira uma coisa só, indistinguível, neste estado, a matéria fica tão condensada que pode tornar-se uma espécie de superátomo. Com a matéria nesse nível de densidade é possível criar o efeito de transparência eletromagnética induzida. É exatamente este efeito que permite a interferência que altera a velocidade da luz em um ambiente de nível atômico e opaco no qual os pulsos de luz são comprimidos e imobilizados. Mas, não é só isso: o condensado também pode mudar a cara da luz. É capaz de fazê-la virar raios infravermelhos, que representam calor, ou ao contrário, transforma esses raios em claridade visível.