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Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Nussa... Sabe-se lá como apareceu dinheiro para uma intervenção direta. o_O

Não é surpresa que os de serviços fiquem concentrados. É tipo aquele bairro que não tem nenhuma clínica enquanto aquele outro bairro possui ruas e mais ruas de clínicas (com concorrentes quase amontoados uns em cima dos outros). Um problema da saúde brasileira é que o desbravamento do território congelou e se transformou em invasão, inapropriada para a janela do desenvolvimento (tem até prazo para ela fechar).

Não há espaço no sistema de saúde nacional para a cultura da dignidade e valor próprios e isso é pré-requisito para diminuir a injustiça. O antigo colono da América só vinha para cá depois de avaliar o próprio valor com seriedade (era uma passagem só de ida).

Como dizem por aí... Vai vendo... Já deve estar no forno algum comercial de TV com a imagem do médico aventureiro e bem-pago, completamente separada da realidade dos médicos. Um cenário de novela ou propaganda de margarina enquanto o governo nega o poder e autoridade que diz depositar. Por isso que digo que o médico estrangeiro tem que avaliar com muito cuidado essas promessas do governo e colocar as barbas de molho.
 
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Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Nope. Coitado do estudante que era o mais qualificado mas foi preterido por não ser da raça certa.

Historicamente o branco sempre teve a raça certa. Isso explica em boa parte o "estudante mais qualificado". Quando aparecem políticas para "equilibrar" a balança, a classe média abre o berreiro porque não quer perder privilégios já arraigados.

No mais, falando sobre o tema, não dá pra negar que a formação é deficiente. Principalmente depois que o mercado - e é triste associar educação e mercado - foi inundado por uma porção de faculdades particulares que cobram até R$ 5.000,00 por um diploma. Porque a maioria dos formandos, é bom que se diga, quer que se foda o juramento de Hipócrates, quer que se dane o lado social e os escambau. Querem, sim, o prestígio da profissão. Então, tanto faz uma USP, UNICAMP, Federais - e mesmo um boa quantidade de particulares - quanto outra UNIBOTECO da vida. O sujeito quer virar doutor, ter o seu canudo pra comprovar. Assim, ninguém vai questioná-lo, dizer que é um médico meia boca, daquele tipo que se tirar o raio-X acabou-se o diagnóstico. Ele é médico, pertence à outra camada do extrato social. Daí, ir pro fim do mundo? Nada, a formação é mercadológica, não social. Vá lá que também existam os pontos que a Pim comentou, sobre falta de estrutura hospitalar e até urbana. Porém, a autocrítica tem que ser exercício de todos, do governo e da classe, cujos membros, em grande maioria, estão de olho apenas no status e no contra-cheque. Então, na minha opinião, medidas como a importação de médicos e os dois anos de SUS são de bom tamanho. A primeira pode suprir a população de municípios distantes que não podem pagar de vítimas entre politicagens e vaidades, e a segunda pode melhorar o atendimento da rede pública, bem como a formação deficiente, até o governo ter peito de encarar os empresários da educação.
 
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Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Cantona, achei seu post generalista e preconceituoso.

Não é todo (sequer a maioria) médico que entra na profissão pensando em dinheiro, como também é balela dizer que "Medicina é um sacerdócio". Acredito piamente que as intenções estejam equilibradas; cerca de 60% dos meus colegas de turma (estou neste grupo) exercem a Medicina com prazer/cuidado, mas também se preocupam com remuneração adequada, 20% são mais administradores financeiros que médicos e os outros 20% são só coração e doação em detrimento deles próprios e suas famílias. Vejo este padrão se repetindo em turmas abaixo e acima da minha, pelo menos na UFF. Nas faculdades particulares essas porcentagens mudam, mas não fica tão diferente assim não. Ao taxar os estudantes de Medicina como "tanto faz USP ou Unip, eu quero é ser médico" você mostrou completa ignorância do que realmente acontece e do perfil dos ingressos nas faculdades públicas e particulares.

Sobre cotas, estava conversando domingo com um professor da Uerj que me disse que lá o nível do pessoal caiu muito com a implantação das cotas, e não era por serem negros ou pardos e sim por não conseguirem de fato acompanhar a quantidade avassaladora de informações novas e complexas ministradas. Lá existem cotas há 10 anos e ele disse que, no começo, via a galera mais fraca, achava que era preconceito e forçava um up regulation, mas que as outras turmas vieram pra confirmar suas impressões. Uma amiga passou este ano para a residência de Clínica Médica lá e disse que tem muita gente muito boa ao lado de aluno que tá no último período da faculdade e não sabe interpretar exames complementares básicos. A culpa disso é gente entrando com 50% da prova de vestibular enquanto pessoas com 80% ficam de fora, só pro governo pagar uma 'dívida social'. Hellow, né, dá bônus pra escola pública, tem gente boa ali subaproveitada, mas cor de pele é sacanagem.

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Para Cremesp e OAB a atuação obrigatória no SUS por dois anos é inconstitucional




Segundo matéria divulgada no canal de notícias Uol, as medidas anunciadas na tarde desta segunda-feira (08/07), em Brasília, pelo Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em relação às mudanças no curso de medicina, especialmente a obrigatoriedade de o aluno ter de atuar numa região escolhida pelo governo, causaram surpresa.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Renato Azevedo Jr, "o Brasil é um país democrático, a Constituição permite ao individuo escolher sua profissão e onde atuar. Isso de exigir que o profissional atue numa localidade escolhida poderá gerar uma controvérsia jurídica".

Renato frisou que as medidas deveriam ter sido mais bem discutidas e ponderadas e que essa possibilidade nunca foi debatida com as entidades médicas nem com as de ensino.

Para Anis Kfouri Junior, conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), obrigar o estudante a trabalhar na área pública pode violar o livre exercício profissional. "A depender do texto aprovado, esse estágio no SUS pode ser anticonstitucional", afirma Kfouri.

O presidente do Cremesp também não acredita que aumentar o tempo de graduação ajudará a resolver algo, pois há um déficit na qualidade de ensino. Quando lembrado que o modelo escolhido foi inspirado na Inglaterra, Renato comenta: "A Inglaterra tem um sistema de saúde exclusivo e investe 10% de seu PIB nele. Aqui no Brasil, são investidos apenas 3,5% do PIB". Ele questiona se o efeito destas mudanças não vai demorar muito, pois o estudante que ingressar na faculdade de medicina em 2015, só sairá graduado em 2022.

Por outro lado, Renato afirmou que as entidades já demonstraram ao governo que não faltam médicos no país, mas sim condições dignas de trabalho. "O que fixa médicos em regiões difíceis são três coisas: condições de trabalho, incluindo uma equipe de outros profissionais de saúde trabalhando simultaneamente; acesso a exames, laboratórios, material e medicamento e, por último, a remuneração".

O presidente do Cremesp lembra que o médico deve ver sua profissão como um modo de vida e não um emprego. "Para ele ter dedicação exclusiva ao serviço público, não adianta só o salário, porque o médico não vai só por isso. Se não encontrar condições, ficará angustiado".

Quanto à imigração de médicos estrangeiros para vir atuar no Brasil, Renato foi claro: "Podem vir, desde que façam o exame de revalidação. Não somos contra", afirmou.


Fonte: http://www.cremesp.com.br/?siteAcao=NoticiasC&id=2930
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Nope. Coitado do estudante que era o mais qualificado mas foi preterido por não ser da raça certa.

Quantos médicos negros você conhece? E quantos brancos? Sério que os negros estão "roubando" vagas dos brancos?

Historicamente o branco sempre teve a raça certa. Isso explica em boa parte o "estudante mais qualificado". Quando aparecem políticas para "equilibrar" a balança, a classe média abre o berreiro porque não quer perder privilégios já arraigados.

É exatamente isso.

Sobre cotas, estava conversando domingo com um professor da Uerj que me disse que lá o nível do pessoal caiu muito com a implantação das cotas, e não era por serem negros ou pardos e sim por não conseguirem de fato acompanhar a quantidade avassaladora de informações novas e complexas ministradas. Lá existem cotas há 10 anos e ele disse que, no começo, via a galera mais fraca, achava que era preconceito e forçava um up regulation, mas que as outras turmas vieram pra confirmar suas impressões. Uma amiga passou este ano para a residência de Clínica Médica lá e disse que tem muita gente muito boa ao lado de aluno que tá no último período da faculdade e não sabe interpretar exames complementares básicos. A culpa disso é gente entrando com 50% da prova de vestibular enquanto pessoas com 80% ficam de fora, só pro governo pagar uma 'dívida social'. Hellow, né, dá bônus pra escola pública, tem gente boa ali subaproveitada, mas cor de pele é sacanagem.

Prefiro dados estatísticos, não a opinião de uma só pessoa.

"Desempenho do cotista é superior ao do não-cotista”
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

só fica difícil entender a natureza do problema. estamos falando dos possíveis erros médicos que serão cometidos com atendimento não supervisionado (e que possivelmente comprometeriam o CRM dos profissionais)? Neste caso, o grande risco é exercer a profissão para a qual eles estão tecnicamente aptos a exercer?

Como a Pim falou, esses médicos são estudantes ainda. O que significa que precisam ser supervisionado por médicos nessas regiões carentes de médicos. Logo, a medida não vai no cerne do problema, já que serão necessários mais médicos formados e credenciados para supervisionar os estudantes. É isso, ou entendi errado?

Pelo que entendi, o único argumento contrário, até agora, é o suposto ataque ao direito de escolha dos médicos. argumentos sobre benefícios sociais, sobre a questão da saúde no Brasil, pra q, né?

É isso aí.

It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker, that we expect our dinner, but from their regard to their own interest. We address ourselves, not to their humanity but to their self-love, and never talk to them of our own necessities but of their advantages.

Você pode achar essa frase de Adam Smith ridícula. Só que eu acho que ela se aplica perfeitamente nesse caso. Um médico formado só vai para o interior se essa decisão for a melhor pra ele. Atender a população carente é um dos critérios de decisão do médico? Com certeza. Só que não é o único. Acho errado esperar que o médico ignore as suas próprias necessidades.

financeiramente, este valor não compete com o mercado. e não deveria competir. primeiro pq o mercado não vive em função de causas sociais, e é até por isso que determinadas regiões do país estão simplesmente abandonadas. o problema, até então, está envolvido no fato do médico em formação não ganhar tanto dinheiro quanto ele poderia ganhar, certo? esse ponto específico acho que nem precisa ser discutido, ou precisa?

Na verdade eu não entendi o trecho destacado. O problema é que o salário teoricamente maior no interior não compensa as desvantagens para o médico (além do risco de calote, já comentado). Entendi errado?

sobre a questão da deslocação, temos inúmeras profissões que envolvem este problema. um exemplo é o engenheiro naval, que para poder atuar no mercado, às vezes, deve ficar em alto-mar por longos períodos, com remuneração de 1~2 salários mínimos. outros casos são biólogos, geógrafos, etc, que chegam a ganhar ainda menos.

Não sei se entendi. A questão aqui é se essas profissões que você citou tem alguma alternativa à necessidade de deslocamento. Se não tiver (ou seja, se o mercado de trabalho local for mínimo), então é óbvio que o prêmio salarial será menor. Não entendi o argumento.

Historicamente o branco sempre teve a raça certa. Isso explica em boa parte o "estudante mais qualificado". Quando aparecem políticas para "equilibrar" a balança, a classe média abre o berreiro porque não quer perder privilégios já arraigados.

Na boa, vejam os videos abaixo. Não dá para vivermos eternamente de argumento históricos.


No mais, falando sobre o tema, não dá pra negar que a formação é deficiente. Principalmente depois que o mercado - e é triste associar educação e mercado - foi inundado por uma porção de faculdades particulares que cobram até R$ 5.000,00 por um diploma.

Já eu digo o contrário: É triste imaginar um mundo em que o ensino superior é monopolizado pelo Estado. O que não quer dizer, obviamente, que o ensino superior privado não seja regulado, com o objetivo de garantir a qualidade e evitar a criação de vendedores de diplomas.

Porém, a autocrítica tem que ser exercício de todos, do governo e da classe, cujos membros, em grande maioria, estão de olho apenas no status e no contra-cheque. Então, na minha opinião, medidas como a importação de médicos e os dois anos de SUS são de bom tamanho. A primeira pode suprir a população de municípios distantes que não podem pagar de vítimas entre politicagens e vaidades, e a segunda pode melhorar o atendimento da rede pública, bem como a formação deficiente, até o governo ter peito de encarar os empresários da educação.

Em qual parte do Juramento de Hipócrates é dito que o médico deverá sacrificar as suas próprias necessidades para salvar o mundo? No mais, a Pim falou tudo.

--

@Morfs

Não vou ver uma hora e meia de Roda Viva. O artigo em si, ignorando o video, não mostra dado estatístico algum.
 
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Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Não vi dado estatístico nenhum ali, só a declaração "O cotista tem bom rendimento igual e superior ao não cotista."

Deveria ter usado a palavra informação ou estudo, então tá.

Alunos cotistas têm desempenho superior a não-cotistas

Uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social

Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes.

O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular.

No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas.

A Unicamp, ao avaliar o desempenho dos alunos no ano de 2005, constatou que a média dos cotistas foi melhor que a dos demais colegas em 31 dos 56 cursos. Entre os cursos que os cotistas se destacaram estava o de Medicina, um dos mais concorridos – a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6.

A mesma comparação, feita um ano depois, aumentou a vantagem: os egressos de escolas pública tiveram média melhor em 34 cursos. A principal dificuldade do grupo estava em disciplinas que envolvem matemática.

Estudantes cotistas valorizam mais a vaga na universidade

Os estudantes que entraram na universidade por meio do sistema de cotas para negros tendem a valorizar mais a sua vaga do que aqueles que não são cotistas, especialmente nos cursos considerados de baixo prestígio. Essa é uma das conclusões do estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, coordenado pela pedagoga Claudete Batista Cardoso, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com a pedagoga, os cotistas negros obtiveram notas melhores do que os demais alunos em 27 cursos da UnB. No curso de música, por exemplo, as notas dos cotistas são 19% superiores às dos demais estudantes. Eles também se destacam em cursos como matemática, em que a diferença é de 15%, artes cênicas (14%), artes plásticas (14%), ciências da computação (13%) e física/licenciatura (12%).

De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.

“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.

O estudo também mostrou que, em geral, os alunos cotistas têm desempenho melhor nos cursos da área de humanidades, rendimento semelhante ao dos demais na área de saúde e notas inferiores em alguns cursos de exatas, particularmente as engenharias. Isso porque são cursos que requerem uma base melhor do ensino médio, segundo Claudete.

“O aluno já entrou sabendo que uma das dificuldades é a barreira do vestibular, por isso a instituição das cotas. Na universidade ele precisa dessa base, é uma base que ele necessariamente vai ter que ter, então a dificuldade que ele encontra no vestibular se repete na universidade, por isso a diferença entre eles é bem maior e o cotista vai pior do que o não-cotista”, explicou.

Isso justifica as notas menores em cursos como engenharia civil (41% inferior às dos não-cotistas), engenharia mecatrônica (-32%) e engenharia elétrica (-12%).

Por outro lado, o caso do curso de matemática – no qual, apesar de ser da área das ciências exatas, os cotistas têm notas melhores – se justifica por ser um curso pouco prestigiado, não só na universidade, mas também socialmente e em termos de remuneração para o profissional.

De acordo com Claudete, em geral, os alunos acabam desistindo da carreira, já que o curso demanda um esforço relativamente grande, mas nem sempre dá o retorno profissional desejado. Para os cotistas, a visão é diferente. “Eles dão muito valor ao curso, mesmo que seja um curso de baixo prestígio social.”

@Morfs

Não vou ver uma hora e meia de Roda Viva.

:lol: desculpa, mano.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Como a Pim falou, esses médicos são estudantes ainda. O que significa que precisam ser supervisionado por médicos nessas regiões carentes de médicos. Logo, a medida não vai no cerne do problema, já que serão necessários mais médicos formados e credenciados para supervisionar os estudantes. É isso, ou entendi errado?
Ué, hj em dia, podemos contar com uma série de recursos tecnológicos que resolvem este problema facilmente. Um deles é o supervisionamento remoto.

Você pode achar essa frase de Adam Smith ridícula. Só que eu acho que ela se aplica perfeitamente nesse caso. Um médico formado só vai para o interior se essa decisão for a melhor pra ele. Atender a população carente é um dos critérios de decisão do médico? Com certeza. Só que não é o único. Acho errado esperar que o médico ignore as suas próprias necessidades.
Pois é, mas aqui estamos entrando numa discussão ideológica. O nosso governo não segue plenamente os moldes dos ideais de adam smith (thank god), e portanto, esta colocação só serve para filosofarmos, neste contexto.

Na verdade eu não entendi o trecho destacado. O problema é que o salário teoricamente maior no interior não compensa as desvantagens para o médico (além do risco de calote, já comentado). Entendi errado?
Correto. De acordo com as críticas, o salário "bruto" é maior, mas não é maior o suficiente. Nós concordamos que é um erro tomar como base de comparação os valores que o mercado oferece?

Fora que, para um "recém-formado" atingir um salário de 10-20 salários mínimos, não se trata de uma situação ruim. Pelo que entendi, até então, só não é elitizada o suficiente :lol:

A questão do calote não é base de comparação, também. Se for pra tomar o errado como regra, melhor nem mudar nada.

Não sei se entendi. A questão aqui é se essas profissões que você citou tem alguma alternativa à necessidade de deslocamento. Se não tiver (ou seja, se o mercado de trabalho local for mínimo), então é óbvio que o prêmio salarial será menor. Não entendi o argumento.
Não tem. Com a medida implementada, no Brasil, os médicos passariam a não ter, também. E com uma recompensa financeira bem maior. Então, qual o problema?
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Jornalista resume/simplifica muito:

49% dos cotistas [...] contra 47% [...]
Qual a margem de erro? 2% é uma diferença estatisticamente significante?

a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6
Todos os que vieram de escola pública são cotistas? Qual a margem de erro? A diferença é significante?

Ainda prefiro confiar na observação de um professor (afinal, pelo menos nas turmas dele os cotistas são piores) do que nessas reportagens. Dificilmente um jornalista interpreta as coisas corretamente, então prefiro desconfiar sempre.

E agora voltemos ao assunto original =P
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Pois é, mas aqui estamos entrando numa discussão ideológica. O nosso governo não segue plenamente os moldes dos ideais de adam smith (thank god), e portanto, esta colocação só serve para filosofarmos, neste contexto.

Na verdade não acho que seja uma questão ideológica, assim como já disse que não acredito no Estado Mínimo. Acontece que acho errada a escolha de política do governo, justamente por forçar a escolha dos médicos, ao invés de oferecer os incentivos corretos. Não concordo com a filosofia do "faça o que você quiser, contanto que esteja de acordo com o que eu quero". É uma questão de cunho bem prático, na realidade.

Correto. De acordo com as críticas, o salário "bruto" é maior, mas não é maior o suficiente. Nós concordamos que é um erro tomar como base de comparação os valores que o mercado oferece?

Fora que, para um "recém-formado" atingir um salário de 10-20 salários mínimos, não se trata de uma situação ruim. Pelo que entendi, até então, só não é elitizada o suficiente :lol:

A questão do calote não é base de comparação, também. Se for pra tomar o errado como regra, melhor nem mudar nada.

1) O salário para quem vai trabalhar no interior tem que ter um prêmio com relação ao salário dos grandes centros urbano e esse prêmio será maior quanto maiores forem as oportunidades de mercado nas cidades. Ou seja, se o médico recém-formado (não entendi as aspas), tiver muitas oportunidades na cidade, então será necessário um prêmio maior para que ele vá para o interior. Se não tem alternativas, então o prêmio será menor.

2) Se ninguém quer ir para o interior, então é pq o salário não é alto o bastante ou então o risco de calote é muito alto. Não entendo como o risco de calote pode ser ignorado da análise. Se for para ignorar, então qualquer política pública fica automaticamente fácil de implementar. O dinheiro para realizar grandes ideias precisa vir de algum lugar. Ninguém trabalha de graça.

3) Por outro lado, supondo que o risco de calote seja menor (o que acho improvável), se o governo acha que já está oferecendo mais do que o suficiente, então a importação de médicos é uma alternativa.

Uma das maiores habilidades de quem está no governo é fazer caridade com o dinheiro dos outros.

Não tem. Com a medida implementada, no Brasil, os médicos passariam a não ter, também. E com uma recompensa financeira bem maior. Então, qual o problema?

O problema é que são duas questões completamente distintas, pelo menos até onde eu entendi.

1) No caso das profissões que você citou anteriormente, não há alternativa pq os mercados nos grandes centros urbanos devem ser menores do que no interior. Isso significa que do ponto de vista do mercado, o sujeito precisa ir para o interior para trabalhar. Logo, o prêmio salarial não tem pq ser elevado.

2) No caso da nova política para os médicos, a falta de alternativa seria por conta de uma medida autoritária. Os médicos não teriam alternativa pq seriam obrigados a trabalhar no interior.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

O problema de ir para os confins do Brasil é estrutura.
Cara imagina morar no interior do Pará? ou no vale do Jequitinhonha aqui em Minas?
Porra que adianta você ganhar 30k se não tem NADA na cidade, algumas vezes falta até saneamento básico.
Enquanto o Brasil não tiver um padrão mínimo de infra-estrutura não vaia adiantar pagar caro ou trazer de fora, ninguem vai continuar querendo trabalhar nesses lugares.
Capaz dos cubanos depois de um ano se mandar pra SP ou pro Rio


O que me irrita é que ninguém ataca a causa, sempre as consequências.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Tá, nada a ver com qualquer coisa que tenha sido dita até o momento, vou só dar minha opinão (ainda não muito pensada, confesso) sobre o assunto: eu não acho que a medida de trazer médicos de fora seja ruim, mas a do SUS eu não entendi muito bem onde eles querem chegar. Aliás, para esse caso dos dois anos, para quem chama as reclamações dos médicos de "mimimi", façam um exercício de empatia e pensem em como seria se Dilma obrigasse professores a darem aula em escolas de rede pública antes de se formarem. Hoje mesmo eu vi no twitter uma guria falando em "mimimi dos médicos que não querem trabalhar no sus" mas dois dias antes ela dizia que não queria trabalhar em jornal popular. Por que ela pode ter opção e um médico não? É essa obrigatoriedade que está me incomodando, sabe.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Talvez seja possível criar uma solução de meio-termo.

Se existem juizados itinerantes que visitam bairros carentes e as forças armadas promovem incursões médicas em áreas isoladas do país então é possível organizar o sistema de saúde de forma mais racional sem que seja necessário que o médico se mude definitivamente para o município.

Se a mesma estrutura de incursões fosse copiada para a área da saúde através de um programa periódico de equipes seria possível fazer uma lista inicial com 20% dos municípios mais carentes de cada estado e enviar times da capital para permanecer estacionadas nos hospitais municipais em regime de missão com unidades móveis por um período de 3 a 6 meses repetindo-se a cada ano. A conta das encomendas e o material da manutenção seria rachada entre governo federal e estadual. Seria uma dieta de guerra igual os médicos sem fronteiras. Esta seria uma forma de aproveitar os salários oferecidos sem deixar tanto os médicos estrangeiros quanto os médicos brasileiros a pé...

Obviamente é preciso criar um gabinete de crise definitivo, com inscrições abertas o tempo todo apenas para esse programa. E fazer igual no livro "O Físico". A própria organização da logística já pressionaria os governos locais a ficarem mais alertas e conscientes.
 
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Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Tá, nada a ver com qualquer coisa que tenha sido dita até o momento, vou só dar minha opinão (ainda não muito pensada, confesso) sobre o assunto: eu não acho que a medida de trazer médicos de fora seja ruim, mas a do SUS eu não entendi muito bem onde eles querem chegar. Aliás, para esse caso dos dois anos, para quem chama as reclamações dos médicos de "mimimi", façam um exercício de empatia e pensem em como seria se Dilma obrigasse professores a darem aula em escolas de rede pública antes de se formarem. Hoje mesmo eu vi no twitter uma guria falando em "mimimi dos médicos que não querem trabalhar no sus" mas dois dias antes ela dizia que não queria trabalhar em jornal popular. Por que ela pode ter opção e um médico não? É essa obrigatoriedade que está me incomodando, sabe.
Para completar a licenciatura, muitos alunos vão dar aulas em escolas publicas.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

É o estagio obrigatório. Dependendo da universidade pode ser tanto externo (escolas de fora da rede pública) quanto interno (da rede pública).
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Mas eh obrigatorio fazer na rede publica? Ou eh tipo a residencia?

Só pode em rede publica pq rede particular não contrata né, precisa já ser formado para ingressar na rede particular
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Pode fazer em particular sim. É estágio, gente. Não é pago.
 
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma

Pode fazer em particular sim. É estágio, gente. Não é pago.

Pode mesmo? Eu não conheço ninguém que fez, e mesmo como estágio, na rede pública se você pega vaga como atribuinte vc recebe por hora-aula (depois de 3 meses dando aula de graça, recebe tudo retroativo, mas recebe). Pelo menos é assim na rede do Estado de SP
 

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