Cantona
Tudo é História
Re: Estudantes de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para ter diploma
Pim,não foi minha intenção ser generalista ou preconceituoso. Lembro de me referir a maioria dos médicos, o que não quer dizer todos. E digo maioria, também, quando me refiro aos vestibulandos de medicina e suas intenções. Óbvio que não formulei nenhum dado estatístico, afinal não cursei medicina, de modo que sua percepção é maior. Porém, como a grande maioria aqui, sou paciente e, misturando minhas impressões com a sua porcentagem, posso dizer que acontece alguma coisa depois que o sujeito pega o diploma. Afinal, se nas graduações cerca de 80% tem uma visão humanista da coisa, em que parte se tem a guinada pra esnobação monetária e de posição? Acredito que aqueles que usam hospital, público ou privado, concordem comigo: a maioria dos médicos são de uma má vontade enorme, além do jeito esnobe de quem paira acima do bem e do mal. São médicos de diploma e só. Tudo bem, tudo bem, o sistema é falido, ele acaba com qualquer boa vontade. Só que a responsabilidade é de todos os envolvidos, a autocrítica, como já disse, está aí.
E também não acredito em sacerdócio, pois pra viver se paga boleto. Mas, calma lá, nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
Sobre as cotas... a cor da pele não é sacanagem. Ela virou sacanagem quando resolveram (por meio de conquista dos movimentos negros e indígenas, não de dádiva governamental) sair do discurso burguês de democracia racial e atuar concretamente nas oportunidades. Mexer com privilégios dá isso, chororô.
Todo argumento ou o que quer que seja, quando social, é histórico. Até a falácia de que o cotista não acompanha o rendimento dos demais é histórica, pois resgata a mentalidade das elites de antes - que em sua grande maioria são as mesmas de hoje - , quando vomitavam que o atraso nacional se devia, não a sua sanha, mas a indolência do negro e do índio. Tudo é História. Inclusive as argumentações dos vídeos que você postou: possuem lastro e não são naturais.
Na questão do ensino, o mercado visa lucro, não formação. Tirando algumas poucas, todas as particulares são caça-níqueis vendedoras de diplomas e tablets.
Sobre Hipócrates, é o que já comentei: nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
Cantona, achei seu post generalista e preconceituoso.
Não é todo (sequer a maioria) médico que entra na profissão pensando em dinheiro, como também é balela dizer que "Medicina é um sacerdócio". Acredito piamente que as intenções estejam equilibradas; cerca de 60% dos meus colegas de turma (estou neste grupo) exercem a Medicina com prazer/cuidado, mas também se preocupam com remuneração adequada, 20% são mais administradores financeiros que médicos e os outros 20% são só coração e doação em detrimento deles próprios e suas famílias. Vejo este padrão se repetindo em turmas abaixo e acima da minha, pelo menos na UFF. Nas faculdades particulares essas porcentagens mudam, mas não fica tão diferente assim não. Ao taxar os estudantes de Medicina como "tanto faz USP ou Unip, eu quero é ser médico" você mostrou completa ignorância do que realmente acontece e do perfil dos ingressos nas faculdades públicas e particulares.
Sobre cotas, estava conversando domingo com um professor da Uerj que me disse que lá o nível do pessoal caiu muito com a implantação das cotas, e não era por serem negros ou pardos e sim por não conseguirem de fato acompanhar a quantidade avassaladora de informações novas e complexas ministradas. Lá existem cotas há 10 anos e ele disse que, no começo, via a galera mais fraca, achava que era preconceito e forçava um up regulation, mas que as outras turmas vieram pra confirmar suas impressões. Uma amiga passou este ano para a residência de Clínica Médica lá e disse que tem muita gente muito boa ao lado de aluno que tá no último período da faculdade e não sabe interpretar exames complementares básicos. A culpa disso é gente entrando com 50% da prova de vestibular enquanto pessoas com 80% ficam de fora, só pro governo pagar uma 'dívida social'. Hellow, né, dá bônus pra escola pública, tem gente boa ali subaproveitada, mas cor de pele é sacanagem.
Pim,não foi minha intenção ser generalista ou preconceituoso. Lembro de me referir a maioria dos médicos, o que não quer dizer todos. E digo maioria, também, quando me refiro aos vestibulandos de medicina e suas intenções. Óbvio que não formulei nenhum dado estatístico, afinal não cursei medicina, de modo que sua percepção é maior. Porém, como a grande maioria aqui, sou paciente e, misturando minhas impressões com a sua porcentagem, posso dizer que acontece alguma coisa depois que o sujeito pega o diploma. Afinal, se nas graduações cerca de 80% tem uma visão humanista da coisa, em que parte se tem a guinada pra esnobação monetária e de posição? Acredito que aqueles que usam hospital, público ou privado, concordem comigo: a maioria dos médicos são de uma má vontade enorme, além do jeito esnobe de quem paira acima do bem e do mal. São médicos de diploma e só. Tudo bem, tudo bem, o sistema é falido, ele acaba com qualquer boa vontade. Só que a responsabilidade é de todos os envolvidos, a autocrítica, como já disse, está aí.
E também não acredito em sacerdócio, pois pra viver se paga boleto. Mas, calma lá, nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
Sobre as cotas... a cor da pele não é sacanagem. Ela virou sacanagem quando resolveram (por meio de conquista dos movimentos negros e indígenas, não de dádiva governamental) sair do discurso burguês de democracia racial e atuar concretamente nas oportunidades. Mexer com privilégios dá isso, chororô.
Na boa, vejam os videos abaixo. Não dá para vivermos eternamente de argumento históricos.
Já eu digo o contrário: É triste imaginar um mundo em que o ensino superior é monopolizado pelo Estado. O que não quer dizer, obviamente, que o ensino superior privado não seja regulado, com o objetivo de garantir a qualidade e evitar a criação de vendedores de diplomas.
Em qual parte do Juramento de Hipócrates é dito que o médico deverá sacrificar as suas próprias necessidades para salvar o mundo? No mais, a Pim falou tudo.
Todo argumento ou o que quer que seja, quando social, é histórico. Até a falácia de que o cotista não acompanha o rendimento dos demais é histórica, pois resgata a mentalidade das elites de antes - que em sua grande maioria são as mesmas de hoje - , quando vomitavam que o atraso nacional se devia, não a sua sanha, mas a indolência do negro e do índio. Tudo é História. Inclusive as argumentações dos vídeos que você postou: possuem lastro e não são naturais.
Na questão do ensino, o mercado visa lucro, não formação. Tirando algumas poucas, todas as particulares são caça-níqueis vendedoras de diplomas e tablets.
Sobre Hipócrates, é o que já comentei: nem tanto ao céu, nem tanto à terra.
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