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Pierre Choderlos de Laclos
Pierre-Ambroise-François Choderlos de Laclos, (Amiens, 18 de outubro de 1741 - Taranto, 5 de setembro de 1803) foi um general do exército francês que ficou famoso na literatura mundial pelo romance As Relações Perigosas, uma das obras-primas do realismo.
Aos 18 anos, Laclos optou pela carreira militar, entrando na escola de artilharia. O tédio e a solidão nas guarnições em cidades do interior, porém, acabaram levando-o para a literatura.
Sua trajetória militar começou em 1760, com o alistamento na Escola Real da Artilharia de La Fère (École Royale d'Artillerie de la Fère). Foi nomeado segundo-tenente em 1760, tenente em 1761, capitão em 1771 e chegou a marechal em 1792.
Após um período de trabalho junto ao Governo francês, Laclos é reintegrado ao exército em 1800 como general de brigada, já sob o comando de Napoleão Bonaparte, tendo participou ativamente de algumas campanhas bem-sucedidas do imperador.
Além de escrever As Ligações Perigosas, Laclos produziu também outras obras. Uma delas, Uma Carta à Academia Francesa Sobre o Senhor Marechal de Vauban (1786), lhe causou tantos problemas que ele acabou sendo expulso do exército. Um ano depois da revolução, em 1790, ele aceitou servir sob as ordens do duque de Orléans e tornou-se militante do partido dos jacobinos. Preso em 1793, durante o período conhecido como Terror, ele foi solto e detido novamente e só voltou à liberdade um ano depois. Em seguida à reabilitação e à promoção concedida por Napoleão, em 1800, Laclos serviu nas campanhas do Reno e da Itália. Morreu em Taranto, em 1803.
PRINCIPAIS OBRAS
· Ernestine, Opéra-comique, libretto (1777)
· Les Liaisons dangereuses (1782)
· Des Femmes et de leur éducation (1783)
· Instructions aux assemblées de bailliage (1789)
· Journal des amis de la Constitution (1790-1791)
· De la Guerre et de la paix (1795)
As Ligações Perigosas
Les liaisons dangereuses é um romance epistolar, sendo que a obra retrata as relações de um grupo de aristocratas através das cartas trocadas entre si, na época imediatamente anterior à Revolução Francesa; nobres ociosos e sem escrúpulos dedicam-se prazerosamente a destruir as reputações de seus pares. O enredo tem como foco o Visconde de Valmont e da Marquesa de Merteuil, que manipulam e humilham as restantes personagens através de intrigas e jogos de sedução.
O principal objetivo do autor com As Ligações Perigosas foi mostrar a libertinagem da decadente aristocracia francesa no final do século XVIII: o jogo da sedução era a maneira com que os nobres se divertiam e tentavam escapar do tédio nos últimos anos antes da Revolução Francesa. Este despropósito moral é, de certa forma, atenuado pelo brilhantismo com que a obra é redigida. Ao invés de se horrorizar com a depravação dos personagens principais, o leitor acaba ficando fascinado pela precisão matemática que marca cada etapa da intriga.
Durante alguns meses, um grupo peculiar da nobreza francesa troca cartas secretamente; no centro da intriga está o libertino visconde de Valmont, que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, e a dissimulada marquesa de Merteuil, suposta confidente da jovem Cécile, a quem ela tenta convencer a se entregar a outro homem antes de se casar.
Ex-amantes, os protagonistas destas cartas, a marquesa e o visconde, são hábeis simuladores e manipuladores. Em meio ao luxo e à devassidão, organizam um plano de sedução e vingança para provar que não são manipuláveis como os outros. Esse plano, com requintes de perversão e crueldade, é revelado nas cartas nas quais não ocultam seus pensamentos mais sórdidos.
Os dois aristocratas representavam o que havia de podre no reino da França de então, já balançando pouco antes da Revolução de 1789. Nobres, ociosos e depravados, só tinham como ocupação levar a desgraça aos outros. Os relatos das cartas eram tão criteriosos que houve quem pensasse na época que se tratava de relatos verdadeiros, escritos por personagens reais.
Assim, quando lançado, o livro foi considerado calunioso, pois tratava de outro modo a nobreza francesa, mostrando a história de personagens vis, sem as idealizações da literatura anterior. Mais do que uma crítica à nobreza francesa, o romance é considerado uma obra-prima do gênero, pois adentrou muito a fundo a mente dos personagens, mostrando seus temores, desejos e malícias. Muito peculiar é a maneira como o autor nas cartas conseguiu criar a personalidade de cada personagem, visto primeiramente pela sua maneira de escrita, e posteriormente por suas atitudes.
NO CINEMA
A obra foi adaptada para o cinema em mais de uma ocasião. A primeira e mais conhecida das onze versões do livro teve como autor o cineasta francêsRoger Vadim. Sua adaptação, em 1959, possuía um elenco de estrelas: Jeanne Moreau (Juliette de Merteuil), Gerard Philipe (visconde de Valmont), Anette Vadim (Marianne Tourvel), Jean-Louis Trintignant (Danceny) e Simone Renant (madame Volanges).
A versão mais recente da obra de Laclos teve outro nome: Segundas Intenções, na tradução adaptada de Cruel Intentions. A direção foi do roteirista, que estreava na nova profissão, Roger Kumble. No elenco, Sarah Michelle Gellar (marquesa de Merteuil) e Ryan Phillippe (Valmont). A ação passou para a Nova York do final do século XX. Ele modernizou o texto, apimentando-o com cenas sexuais, inclusive homossexualidade masculina e feminina.
Houve versões de diretores mais conhecidos como Stephen Frears e Milos Forman, no final dos anos 1980. A versão de Frears, que tinha como personagens principais Glenn Close e John Malkovich, ganhou três Oscars (roteiro adaptado, direção de arte e figurinos) e teve como inspiração a peça de Christopher Hampton. A obra de Laclos, na adaptação de Forman, recebeu o título de Valmont. E seus personagens principais foram representados por Colin Firth e Annette Bening. Ela é considerada a mais apimentada de todas por ter um elenco mais jovem.
Fonte: Wikipedia,
http://literatura.uol.com.br/literatura/figuras-linguagem/23/artigo134390-1.asp e
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=85066