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O incerto caminho até a publicação

Zzeugma

Usuário
(matéria de Raquel Cozer no Estado de São Paulo de 31/07)

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,o-incerto-caminho-ate-a-publicacao,588356,0.htm

[size=small]Raquel Cozer - O Estado de S. Paulo[/size]

Anos atrás, o editor Paulo Roberto Pires presenciou uma inflamada discussão acerca do excesso de autores estreantes que as grandes editoras andariam colocando no mercado. Ele sabia que, a qualquer momento, um dos críticos poderia apontá-lo entre os culpados pelo que seria "falta de parcimônia" editorial. Como jornalista cultural, depois um dos organizadores da primeira Flip (2003) e, por fim, editor em duas das maiores casas publicadoras do País, a Planeta e a Ediouro, ele apresentou a um público mais abrangente alguns dos principais nomes da Geração 00, como João Paulo Cuenca, Joca Reiners Terron e Santiago Nazarian.

Pires não considera isso negativo. "Se um escritor é bom ou ruim, o tempo é quem diz. Era preciso sacudir o mercado naquele momento em que era enorme a diferença entre o que se editava e o que se via de interessante na internet." O fato é que atitudes como a dele ajudaram a estimular a aceitação a novos autores. "A internet alterou o perfil do lançamento de um estreante", avalia Vivian Wyler, gerente editorial da Rocco. "Está mais fácil ser autor agora do que quando quem badalava sua obra era visto com desconfiança, como se não tivesse a pátina correta de eruditismo. Hoje, ninguém vai criticar quem quer estar onde os leitores estão. As feiras literárias estão aí para provar."

A exposição só não alterou o fato de que a publicação por uma grande editora marca, em geral, o momento em que tudo muda na trajetória de quem quer viver de literatura - ou se tornar uma pessoa jurídica, como diz Cristovão Tezza, que pôde parar de dar aulas e viver apenas em razão de seus livros desde que O Filho Eterno, publicado pela Record, abocanhou quase todos os prêmios literários de 2008. "É importante a recepção que o livro tem quando vem de uma grande. As pessoas olham diferente para um livro da Companhia das Letras, por exemplo", diz Antonio Prata, que ingressou nesse olimpo literário em 2003, com As Pernas da Tia Coralina, publicado pela Objetiva.

O Sabático resolveu saber dos próprios autores qual o impacto de uma grande editora em sua carreira, como foi o caminho até ela e como se sentem a respeito numa época em que, cada vez mais, surgem boas casas de pequeno ou médio porte no País - como a 34, a Iluminuras e a Ateliê Editorial, só para ficar em três exemplos. Numa espécie de pesquisa informal, enviamos pequenos questionários a quase 70 escritores de todas as idades, dos quais 60 aceitaram participar. As questões foram feitas em cima do primeiro título lançado com distribuição nacional e grande alcance de divulgação. E que, na maior parte dos casos, não foi o primeiro que tiveram editado - Lya Luft, por exemplo, escreveu o primeiro livro 13 anos antes de chegar à Record, onde virou best-seller com As Parceiras, em 1980; Ana Miranda escreveu dois de poesias por editoras pequenas e ficou 10 anos retrabalhando o mesmo romance até enviar os originais de Boca do Inferno para a Companhia das Letras - foram mais de 200 mil exemplares desde 1989.

É claro, o caminho é bem mais rápido para quem não se dedica a outros trabalhos antes, como Lya, ou não se debruça tanto tempo sobre a mesma obra, como Ana. As duas, que estrearam em grande editora com 40 e 37 anos, respectivamente, estão acima da média de idade que os participantes da enquete tinham quando chegaram lá, 34 anos. Quase um quarto dos escritores (23%) conseguiu fechar um contrato no mesmo ano em que terminou de escrever o primeiro livro - apostas em iniciantes, como no caso dos autores editados por Paulo Pires, ajudam a engrossar esse número; prêmios literários e publicações anteriores de contos em periódicos e antologias também.

Mas um número parecido (20%) esperou mais de uma década desde as primeiras tentativas literárias até receber um convite de uma grande editora. Caso de gente como Affonso Romano de Sant'Anna (que esperou 22 anos até, aos 38, ter Poesia sobre Poesia publicado pela Imago), Cristovão Tezza (17 anos tendo obras recusadas até Traposair pela Brasiliense) e Marcelo Mirisola (15 anos escrevendo livros até ser convidado pela Record a lançar Joana a Contragosto).

Mas Mirisola, assim como Marcelino Freire e outros escritores, já era conhecido quando teve o romance editado pela maior editora do País. O reconhecimento chegou com Fátima Fez os Pés para Mostrar na Choperia, que a Estação Editorial, uma editora de médio porte, publicou em 1998. "No meu caso, não mudou nada", diz o paulistano sobre o título que saiu pela Record. Tanto que, depois disso, voltou para uma editora média, a 34, e em breve terá um infantil (a quatro mãos com Furio Lonza) pela Barcarolla.


Indicações

Só quatro dos 60 autores (Mirisola, Ana Miranda, João Almino e Tiago Melo Andrade) disseram que recomendações feitas por outros escritores ou pessoas próximas não facilitam o caminho para um iniciante. Tirando um ou outro que preferiu não emitir opinião a respeito, a grande maioria respondeu ao Sabático que a indicação abre portas, sim - mas todos ressalvaram que apenas permite aos manuscritos uma mãozinha para chegar logo ao topo da pilha de originais. Vinte e um dos autores disseram que escreveram a convite - está certo que boa parte deles já era algo conhecida por textos em antologias, periódicos ou editoras pequenas. Outros 38 afirmaram que enviaram originais; desses, 24 conheciam o editor ou tiveram a tal recomendação, e os 14 restantes afirmaram só ter oferecido os originais nas editoras. E uma única, dentre os 60, recorreu a um agente - Ana Maria Machado, publicada pela Francisco Alves, uma das grandes em 1983. "Nos EUA, é mais comum iniciantes contratarem agentes. Por aqui é raro o autor se arriscar a pagar um agente sem a certeza da publicação; isso só costuma acontecer quando eles já estão com carreira mais estabelecida", diz a editora Izabel Aleixo.

Por curiosidade, metade dos 38 autores que foram bem-sucedidos após enviar originais preferiram fazê-lo para uma só editora - uma espécie de ética que as casas publicadoras não exigem e que pode acabar sendo um problema para quem aspira ser editado. Luciana Villas Boas, diretora editorial da Record, por exemplo, diz que não vê mais originais em papel não solicitados. "Não há como. Se vem um e-mail, a gente até se situa. Se achar que a carta está bem feita e que existe um mínimo de potencial, vai para leitura. Recebo uns 25 emails por mês, sem falar nos que recebem todos os outros editores, e uma quantidade absurda de papel que não serve para nada."

Vivian Wyler, gerente editorial da Rocco, diz que passam de 150 os originais que chegam por mês à editora. A Rocco não veta os que chegam em papel, mas exige que todos venham gravados em CD - se o autor quiser mandar a impressão em anexo, fica por conta dele. "E, vou te dizer uma coisa, 98% dos livros. logo nas primeiras páginas, senão na carta de apresentação, você vê que não é um livro de verdade. Não falo nem de regras gramaticais, e sim de um mínimo de estilo, de consciência literária", diz Izabel Aleixo, ex-diretora editorial da Nova Fronteira, que acaba de assumir cargo na Paz e Terra. Isso faz com que bons livros se percam na montanha de aspirações literárias. E é aí que entra a recomendação. Não porque vá privilegiar alguém, mas porque permite a triagem.

Mas nem todos são adeptos da fidelidade. Elvira Vigna, ao terminar O Assassinato de Bebê Martê, abriu um catálogo do Snel (sindicato dos editores) e mandou uma cópia do romance a cada editora cujos nome reconheceu. Em menos de um mês, recebeu a resposta de uma das melhores do País, a Companhia das Letras. Nelson de Oliveira também mandou seus contos de estreia para cerca de 20 editoras, mas precisou esperar oito anos, ganhar um prêmio, o Casa de Las Americas, e ser recomendado por um dos jurados, Rubem Fonseca, para publicar pela mesma casa Naquela Época Tínhamos um Gato>. Hoje, voltou a publicar por pequenas editoras: "Não há mais muita diferença. Em geral, as pequenas se profissionalizaram." Ignácio de Loyola Brandão, que mandou cópias de seu Depois do Sol para 13 editoras, recebeu cartas padrões de quase todas e uma que não esqueceu, da Civilização Brasileira: "O autor escreve como quem mija." "Achei até que era elogio, mijar é um ato natural", conta. Acabou sendo publicado logo pela Brasiliense - e o editor Caio Graco, lembra Ignácio, aceitou a obra sem nem fazer reparos de edição.


Autores falam sobre o primeiro livro

"Já na Ateliê (de médio porte), com o Angu de Sangue, em 2000, minha vida literária mudou. Fui bastante resenhado, divulgado. Não sou desses que ficam com a bunda na cadeira, reclamando de editor"

Marcelino Freire

"As pessoas olham diferente para um livro da Companhia das Letras, por exemplo. Se fica mais fácil? Creio que sim. Mas não acho que no Brasil publicar seja problema. Isso é fácil. Difícil é vender"

Antonio Prata

"Aprendi que as pessoas não querem palpite nem sugestões, querem endosso e apadrinhamento. Qualquer restrição ou dica, por mínima que seja, é vista como ofensa e se ganha um desafeto"

Ana Maria Machado

"A passagem da Revan (de pequeno porte) para a Nova Fronteira não significou nada. Meu desempenho de público até piorou. Tanto que a Nova Fronteira não quis um segundo livro meu"

Alberto Mussa

"Aquele era o meu livro, era o livro possível, e se o editor fosse mais invasivo a obra não seria tão autêntica. Prefiro caminhar com as minhas próprias pernas e aprender com os meus próprios erros"

Adriana Lisboa

"A gente também passa a fazer outros trabalhos: textos de prosa e ficção para jornais, orelhas de livros, palestras. Para isso, é imprescindível ser publicado por uma grande editora, é evidente"

Cintia Moscovich

"Editoras grandes ajudam sobretudo em distribuição e divulgação, mas é precipitado dizer que necessariamente trazem mais público. Nada impede que isso seja alcançado em publicação independente"

Daniel Galera

"Quem leu (o primeiro livro que escrevi) achou péssimo e tive de concordar antes de enviar a qualquer editora. Mas todo livro é o primeiro. Já tive livros recusados depois de publicar o primeiro"

Bernardo Carvalho

"(A indicação) facilita o acesso à editora, mas não garante a publicação. É lenda achar que, por conhecer o autor ou ser amigo de alguém de seu círculo, o editor vai publicar o livro"

Cristovão Tezza
 
A jornalista que escreveu a matéria tem um blog próprio, onde ela também postou um "infográfico" bem legal com os resultados da pesquisa, além de uns comentários pessoais:

(http://abibliotecaderaquel.wordpress.com/2010/07/31/a-primeira-vez-versao-nacional/)

Meses atrás, escrevi no post sobre a pesquisa de um autor americano, Jim C. Hines, sobre o caminho de um escritor até o primeiro livro publicado. Fiz a ressalva de que era um mercado bem específico – Hines escreve livros de fantasia e a maior parte dos entrevistados também, e o critério que ele usou foi de primeiro livro publicado com adiantamento da editora – e me deu vontade de tentar algo do tipo por aqui. Focando em literatura e em grandes editoras, de alcance nacional, boa capacidade de distribuição e de divulgação.

Tá certo que não fui disciplinada desde os primeiros questionários que disparei por e-mail para autores, em maio, até o momento em que consegui voltar a pensar na pauta, agora no meio de julho, o que fez desta minha semana algo das mais caóticas. Parecia simples, né, enviar e-mails, jogar tudo no Excell e fazer umas regras de três para as porcentagens. Mas daí, ao juntar todas as respostas, percebi que teria de abusar da boa vontade dos 60 que toparam participar (uns 6 ou 7 não responderam), refazer perguntas, mandar outras. Não é fácil ser Ibope.

Sim, é uma pesquisa informal (como aviso no texto, publicado no Sabático) que faria o povo das estatísticas ficar de cabelo em pé. Mas é sempre bom sair da rotina, tem lá sua graça. Com base no que os autores escreveram, dá uma dimensão: idade média de publicação do primeiro título de literatura, 34 anos; tempo entre o primeiro livro escrito, publicado ou não, até o livro publicado por uma grande editora, algo entre 5 e 6 anos (esse último dado não incluí na reportagem porque é mais complexo, já que muitos responderam só “menos de um ano” até a publicação, o que pode significar dois ou 11 meses).

A arte (do Rubens Paiva, ex-colega de Folha com quem voltei a trabalhar no Estadão), com os principais resultados, ficou incrível. O texto foi uma novela, fiquei tão preocupada em checar estatísticas (ok, “estatísticas”) que, ao reler a versão impressa que apareceu na redação e ver o que tinha escrito depois de tanto cortar e mudar, quase tive uma coisa. Consegui dizer um pouco melhor o que queria dizer ao fazer uns retoques pro on-line, que, afinal, é o que fica.

Mas as respostas, que não pude aproveitar na íntegra (pena, porque tinha muita coisa boa por ali), ainda me deram ideias para pautas futuras que podem ajudar a entender a árdua missão que é fazer literatura no País. Gracias a todos os autores que participaram, pela boa vontade.
 
Aproveitem para dar uma espiada na postagem da Raquel Cozer sobre a pesquisa de Jim C. Hines sobre os autores de fantasia no mercado norte-americano... Tem vários gráficos também que não sei como repostar aqui. Serve também para gente colocar as coisas em perspectiva. Tem autor que levou 40 anos para ser publicado!!!

http://abibliotecaderaquel.wordpress.com/2010/05/14/a-primeira-vez/

[size=large]A primeira vez[/size]
Publicado em maio 14, 2010 por raqcozer


Jim C. Hines, autor de livros de fantasia, fez entre fevereiro e março deste ano uma pesquisa com 246 autores de vários países que têm obras de ficção publicadas para saber como e quando conseguiram vender o primeiro livro e que atitudes tomaram para isso. Queria derrubar mitos, desses “pode”, “não pode”, “tem que” que todo candidato a autor ouve (isso ele diz, sei lá eu o que um candidato a autor ouve) quando tenta emplacar romances em editoras.

Por “autor profissional”, considerou qualquer um que tivesse publicado pelo menos um romance em uma grande editora, recebendo, para isso, um adiantamento de pelo menos US$ 2.000. Como o próprio pesquisador publicou títulos como Goblin, o Herói, ou algo que o valha, o resultado incluiu uma grande maioria de autores de fantasia (70), seguidos por “romances de romance” (40), infanto-juvenis e ficção científica (algo entre 30 e 40, em ambos os casos).

Ele cita um amontoado de dados aos quais não atentei, mas há uns interessantes. A certa altura, pergunta como os autores conseguiram emplacar nas grandes editoras. No Brasil, onde agentes são menos presentes e o mercado tem características todas próprias, seria diferente. Na pesquisa dele, livros oferecidos por agentes às editoras foram os mais bem-sucedidos (caso de quase 140 autores), seguidos de títulos oferecidos pelos autores diretamente às editoras (uns 70).

A curiosidade, para quem espera na literatura um fenômeno similar ao que aconteceu na música com o MySpace: menos de 10 autores publicaram o livro primeiro por uma pequena editora e, em seguida, conseguiram vender o mesmo título para uma grande. E um único autor, dentre todos, publicou o livro em seu site pessoal e, a partir disso, chamou a atenção de um editor.

Outro dado relevante foi o que o Boing Boing destacou (e que foi, é claro, onde vi a notícia, porque não frequento o site de Jim C. Hines, autor de Goblin, o Herói). A idade média com que os autores tiveram seus primeiros livros publicados foi 36,2 anos. Sobre quanto tempo tentaram antes disso, as respostas variaram entre 0 e 41 anos. A média ficou em 11,6.

A má notícia é que só uma pessoa demorou zero anos para emplacar o primeiro livro. A boa é que só um demorou 41 anos. Se bem que teve um outro ali que camelou por 40 anos.

E um último alento para quem realmente acredita que aqueles primeiros rascunhos da vida valem algo: 58 dos 246 autores conseguiram publicar o primeiro livro que escreveram. A maioria ainda precisou escrever uns três ou quatro antes de convencer um editor.
 
Gustavo Campello disse:
VIXI! Já deixei marcada essa página pra ler depois, agora sob efeito do alcool não vai rolar!

"Vixi" digo eu rapaz.

Vc chega em casa "trêbado" e vai ligar o micro??? rsrsrs Êita vício internético...

Abs
 
Muito interessante os artigos, Zzeugma, valeu pela indicação.

O que eu achei mais impressionante foi isto:

"E, vou te dizer uma coisa, 98% dos livros. logo nas primeiras páginas, senão na carta de apresentação, você vê que não é um livro de verdade. Não falo nem de regras gramaticais, e sim de um mínimo de estilo, de consciência literária", diz Izabel Aleixo, ex-diretora editorial da Nova Fronteira, que acaba de assumir cargo na Paz e Terra

Quer dizer que dos 150 livros mensais, só uns 3 são realmente considerados para publicação. Tão pouco... Por isso acho que dá para concluir que no Brasil não só se lê pouco, mas também se escreve pouco.
 
gigio, se escreve mto sim, na visita guiada q se faz à biblioteca nacional, no rio, eles informam que recebem 150 novos livros por dia, já publicados. agora imagine os enviados somente para registro dos direitos autorais?

pra mim o problema é q nem todos os livros escritos são bons. menos ainda os bons & publicáveis.
 
pra mim o problema é q nem todos os livros escritos são bons. menos ainda os bons & publicáveis.

até porque aí entra naquela história, editoras não estão fazendo filantropia, é um negócio e elas esperam retorno.
 
JLM disse:
gigio, se escreve mto sim, na visita guiada q se faz à biblioteca nacional, no rio, eles informam que recebem 150 novos livros por dia, já publicados. agora imagine os enviados somente para registro dos direitos autorais?

Humm, verdade, JLM... Mas alguma coisa tem que estar errada... Não acredito que possa ser só por brasileiros escreverem mal ou algo assim. Imagino que a chance de tirar um bom livro entre 100 brasileiros seja a mesma de tirar um bom entre 100 americanos. Uma coisa essencial é que nossa produção total chega a só uns 25% da deles. E talvez a fatia de "literatura" entre as nossas publicações seja menor? Quase todos os dias há algum lançamento na Livraria Cultura, e quase todos os dias é de um livro técnico (administração, direito, etc).
 
mas aí poderíamos dizer q por lá tb se publicam mtos livros técnicos e acabaria na mesma situação.

talvez o problema seja cultural mesmo. vou exemplificar contando uma historinha de um ex-professor de inglês q tive. ele fez o high school nos eua e vivia contando q qdo havia uma prova baseada em um livro, ele era o único na sala q ao invés de ler assistia o filme. e concluía q os norte-americanos ñ eram + inteligentes q os brasileiros, eles simplesmente liam bem + por lá q aqui. mesmo sendo um caso à parte, dá pra tirar mtas conclusões daí...
 
não dá para comparar os mercados, já falei isso em outros tópicos. nós estamos anos-luz atrás dos americanos como compradores/leitores de livros, e consequentemente eles acabam publicando mais do que aqui, maiores tiragens, preços mais baixos, etc.

volto a insistir nesse ponto: é mercado, um negócio. nenhuma editora será louca de colocar trocentos mil livros nas prateleiras conhecendo o consumidor para o qual está preparando os livros - que basicamente prefere torrar uma nota preta em celular e afins do que comprar um livro (que dirá ler um livro).
 
JLM disse:
mas aí poderíamos dizer q por lá tb se publicam mtos livros técnicos e acabaria na mesma situação.

talvez o problema seja cultural mesmo. vou exemplificar contando uma historinha de um ex-professor de inglês q tive. ele fez o high school nos eua e vivia contando q qdo havia uma prova baseada em um livro, ele era o único na sala q ao invés de ler assistia o filme. e concluía q os norte-americanos ñ eram + inteligentes q os brasileiros, eles simplesmente liam bem + por lá q aqui. mesmo sendo um caso à parte, dá pra tirar mtas conclusões daí...

Não sei se já disse isto aqui, mas um amigo fez intercâmbio e ficou uns 6 meses na Suécia ou Finlândia. Ele brincou: "Porra, que lugar frio. Pra vc sair de casa precisa colocar uma meia, uma segunda meia, uma terceira meia, cueca, bermuda, pijama, calça, camiseta, camiseta, camisa, suéter, pulôver, jaqueta, jaqueta de neve, sapato. Aí vc pode sair de casa, e não é um passeio, é ir correndo e voltar correndo, senão periga vc não conseguir voltar. Assim é fácil ter analfabetismo zero. Não tem outra coisa pra fazer, senão ler."

Era uma piada, mas depois me fez pensar que talvez existam realmente fatores culturais (geográficos?) mesmo por trás disso. Será que a gente costuma valorizar mais o trabalho duro do que o intelectual?
 
mesmo com ttas dificuldades, acho q de uns 5 anos pra cá houve uma facilitação na publicação no nosso país. mesmo q ñ seja por uma grande editora, há uma infinidade de editoras menores interessadas em explorar nichos carentes. venho acompanhando de perto a explosão, disseminação e profissionalização das chamadas editoras sob demanda ou por pequena tiragem e dos sites intermediadores entre autores e editoras, q tornam-se apostas cada dia + atrativas.

eu mesmo sou leitor de novos autores com ótimas propostas q optaram por caminhos alternativos, como o jim anotsu e o geraldo de fraga.

sem falar nas cada vez + prestigiadas antologias, onde uma média de 10 autores reúnem-se sobre um mesmo tema, lançam 1 ou 2 contos no livro, agregam e diminuem as as despesas, tendo a oportunidade de terem seus contos lidos por preços cada vez + simpáticos.
 
Eu estou trabalhando em um livro faz 1 ano, estou com 75 páginas escritas, conheço gente, inclusive que já publicou que escreveu um livro de mais de 200 páginas em 4 ou 5 meses....

Isso é ridículo, fiquei sabendo agora de uma pessoa que vai publicar um livro (Não vou dizer o nome, livro ou editora).... mas essa pessoa mal sabe escrever.... mas como é um livro de Vampiro, blz, alguma editora resolveu bancar!

Lendo essa matéria fico um pouco feliz e mais empolgado em escrever, quando comecei a escrever meu livro a primeira coisa que pensei é (TEM QUE TER RETORNO COMERCIAL PRA EDITORA) e lendo o que já escrevi realmente acho que tem.... não adianta nada escrever algo, o editor falar que tem que mudar tal coisa pra vender e neguinho ficar emburrado achando que estão talhando a obra dele.... ESCREVER É ISSO!

Não fiquei chocado com os mais de 90% ser ruim das coisas que mandam não... afinal, acho que existe quase a mesma porcentagem, talvez menos, uns 70% do que é publicado é ruim, por isso que tem tanta gente com preconceito da literatura nacional.... descobri hoje esse escritor MIRISOLA, pensei "QUERO LER ALGO DELE", vi ele citado na matéria e logo começei a pensar que é destino, vou comprar um livro dele ainda este mês.
 
AH... Zzeugma! Nem ligo com computador quando estou bêbado, chego em casa e ele já está ligado huahuahuahuauhauhau..... Mas como eu ando por aí bebendo nessa vida de boêmia é normal me encontrarem em estados alterados......... :P
 

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