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Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011)

Sua nota para o filme


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    7

Melian

Período composto por insubordinação.
meia-noite-em-paris_sinopse_woody_allen.jpg


Sinopse
: Meia noite em Paris gira em torno da história de Gil (Owen Wilson), um roteirista de Hollywood que sonha mesmo é com a literatura; ele está escrevendo um livro desde quando os dinossauros eram vivos e não sente segurança a respeito do que escreveu. Ele quer ser um escritor consagrado. Durante uma viagem a Paris com sua noiva (Rachel McAdams), Gil mergulha na fantasia e se relaciona com grandes ídolos.


Vi, ontem, e preciso dizer: por que demorei tanto para ver esse filme, meu Deus? O cartaz "vangoghuiano" que coloquei no tópico já diz: NÃO DEIXE DE VER O FILME, né? Se a pessoa não "entra" na trama do filme desde o início, com a trilha sonora impecável e com aqueles planos lindos, louvando a beleza de Paris, é certo que ela entrará quando os sinos tocarem. Por quem os sinos dobram? Por você, pessoa, por você que vai se deliciar com os surreais sabores que o filme colocará diante dos seus olhos.

Eu gosto do Woody Allen mesmo quando ele faz filme de má vontade, e fica só no "mais do mesmo". Mas confesso que fiquei muito feliz por em Meia noite em Paris ele ter sido o Woody Allen que aprendi a admirar absurdamente. Ah! o filme é uma ode à Paris! Não, é uma ode ao amor! É um deleite para quem ama a literatura, o cinema, a pintura... Ok, é uma celebração da arte em sua essência. É tudo isso, e muito mais.
 
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meu post do hellfire, tem spoilers e talz

Novo Woody Allen na praça, e lá vamos nós ao cinema conferir Meia Noite em Paris. A história tinha todos os elementos para me ganhar logo de cara: Paris, Nostalgia, referências mil à arte da década de 20. E realmente me conquistou, foi como se por pouco mais de uma hora e meia eu tivessa a mesma sorte da personagem Gil (interpretada por Owen Wilson) e pudesse viajar no tempo e viver um pouco naquela época maravilhosa, um prato cheio para qualquer amante da arte. Pense em nomes como Ernest Hemingway, T.S.Eliot, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Man Ray, Scott Fitzgerald, Cole Porter… enfim, todos reunidos.

É por isso que dá para entender esse desejo de Gil de viver aqueles tempos. Porque deve ter sido simplesmente um daqueles momentos únicos para a arte, com tantas mentes brilhantes cruzando caminhos e trocando informações. O sujeito que sonha em produzir algo que faça diferença certamente deseja estar nesse meio, recebendo conselhos de pessoas que vê como mestres, exemplos. Somando a isso tem também o fato de que o presente de Gil era simplesmente chato: uma esposa que simplesmente não compreende suas vontades e com quem tem em comum o fato de gostarem de comida indiana. Preso entre viver na roda viva, escrevendo roteiros para Hollywood (o que dava dinheiro) ou desenvolvendo seu romance (o que daria satisfação pessoal).

Esse é o motivo pelo qual ao ver o carro antigo parando em sua frente logo quando um sino bate a meia-noite, Gil embarca quase sem nem pensar. E mergulha fundo nessa viagem, aproveitando o máximo possível o contato com os ídolos (como quando passa o manuscrito para Gertrude Stein avaliar), e se desligando cada vez mais do seu presente: o passado é muito melhor, pensa ele. O irônico é que é justamente a personagem pedante (muito bem interpretada por Michael Sheen) e antagonista que dá a resposta, embora nesse momento Gil não a perceba. É óbvio que o passado é sempre melhor. O presente tem dificuldades, tem momentos que não podemos simplesmente escolher não viver. E querer viver no passado é querer negar esse presente.

Partindo dessa premissa, Meia Noite em Paris é uma história muito boa, com diálogos bem alinhavados, ágeis. Tem muito daquele tom espirituoso de Woddy Allen, e é claro que a mescla com as referências torna tudo ainda mais delicioso. Um exemplo disso é quando Gil comenta com os surrealistas sobre a viagem no tempo, e eles sequer estranham, e aí ele diz “é, mas vocês são surrealistas, eu sou normal”. Ou ainda quando vê Gertrude Stein comprando um Matisse por 500 francos e aí brinca que gostaria de comprar alguns também.

Talvez o único porém para mim seja a personagem de Adriana, a amante de Picasso (interpretada por Marion Cotillard). O surgimento do interesse romântico é até óbvio e parte de todo esse processo em que Gil nitidamente deseja deixar o presente pelo passado. O problema é quando aparece a carruagem que leva o casal para a Belle Époque. O diálogo com Lautrec e os demais, que enfim mostram a verdade para Gil (que cada um tem preferência por algum momento do passado) pareceu que Allen meio que se rende e finalmente dá explicações para o público, quando no final das contas estava indo muito bem sem fazer isso. Somando ao fato da escolha de Adriana em permanecer naquele tempo, não sei, ela me pareceu um pouco descartável na trama, no final das contas.

Mas não é algo que chegue a estragar o filme, que é realmente muito gostoso. Daqueles que você sai do cinema relaxado, e louco para saber mais sobre as figuras que nele aparecem. Acabei de falar na Adriana, e fiquei curiosa querendo saber se ela existiu ou não, e bem, ela é inventada como o Gil. Tem um artigo muito legal que saiu no New York Times comentando sobre alguns dos artistas do filme, para quem lê em inglês vale a pena conferir.

E se isso tudo não é o suficiente, pense em ver muito, muito de Paris. Lindíssima em seus maiores momentos como a torre Eiffel iluminada, ou naqueles pequenos recortes do cotidiano. Dá vontade de pegar o primeiro avião e se mandar para lá. Vale a pena se deixar levar pela magia da Cidade Luz somada ao trabalho de Allen – é realmente de lavar a alma.
 
Eu gostei de muitos diálogos que ocorreram no filme, mas tem um que foi muito foda:

Fragmento de uma conversa entre "Hemingway" e Gil:

- Tinha medo?
- De quê?
- De o matarem.
- Não escreverá bem se tiver medo de morrer. Você tem?
- Eu diria que sim.Diria que é meu maior medo, realmente.
- É o que ocorreu a todos os homens, e a todos ocorrerá.
- Eu sei, eu sei.
- Já fez amor com uma mulher realmente bem mulher?
- A verdade é que minha noiva é bastante sexy.
- E quando faz amor com ela sente uma paixão bela e real, e nesses momentos perde o medo da morte?
- Não, não creio que me ocorreu isso.
- Acho que o amor real, verdadeiro, cria uma trégua com a morte.A covardia vem de não amar ou não amar bem, dá no mesmo. Quando o homem é verdadeiro e valente, enfrenta a morte como caçadores de rinocerontes que conheço, como o Belmonte, que é valente de verdade. Como amam com paixão, afastam a morte de sua mente. Até que volte, como faz com todos os homens. E chega a hora de voltar a fazer amor de verdade. Pense bem nisso.
 
os diálogos são geniais. dos que são um mergulho nos pensamentos e medos das personagens até aos engraçados, pq é aquela graça bacana, inteligente (como quando o hemingway deixa um recado para o gil dizendo que não consegue acreditar que o protagonista do livro que ele tinha escrito (ou seja, ele) não tinha percebido que a mulher

estava traindo ele com o pedante
:rofl: ). é muito bom. ou ainda, diálogos como esse >> http://hellfireclub.tumblr.com/post/11607962449
 
Esses dois que você citou são sensacionais. No do recadinho do Hemingway, eu não tive como não gargalhar. E em relação ao outro, tipo, eu meio que balancei a cabeça, afirmativamente, na hora. Não que alguém estivesse vendo, e não que eu devesse compartilhar essa atitude esquizofrênica. :lol:

Eu gosto demais do surrealismo, e os momentos com os surrealistas foram um completo deleite para mim. Eu ria com cada letra que eles pronunciavam, mas o momento máximo foi quando:

o Gil sugeriu a Buñuel um filme (ANJO EXTERMINADOR!), e ele perguntando POR QUE AS PESSOAS NÃO SAEM DA SALA? (Aí eu até lembrei de Mutantes "ESSAS PESSOAS NA SALA DE JANTAR....") e quanto mais eu pensava na ironia da coisa, mais eu ria. Aí eu pensava no quão irônico é o fato de eu adorar o Buñuel. É muita loucura para uma pessoa só, meu Deus!
 
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rhinoceros.jpg
 
Confesso que não conheço menos da metade do que eu gostaria de todos esses artistas, mas o que perdi em referências ganhei em indicações, a vontade de conhecer melhor cada um deles agora é maior. Hemingway foi meu preferido, mas todos tiveram diálogos geniais.

Outra coisa que o filme me fez perceber foi a importância de se ter uma namorada nerd para entender suas viagens no tempo.
 
Ou nerd E surrealista, né, meus filhos queridos?

PQP, sou uma parideira, é? Tenho seis filhos, só no fórum, tenho quatro.
 
Legal é como conseguiu parir um filho que é filho da sua filha. :lol:

E mais uma vez, só uma nerd surrealista para entender esse grau de parentesco.
 

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