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Machismo literário

Eu me apercebo disso desde que eu me conheço por ser humano leitor.

E isso acontece sob três prismas:
O primeiro, e mais evidente, é que por muito tempo (se não for demais dizer sempre) autoras, poetizas, filósofas e escritoras em geral sempre ficaram para segundo plano, mencionadas de vez em quando numa análise de Shakespeare, de Poe, de Aristóteles...

Por outro lado, o público feminino costuma ser subestimado: a literatura oscila entre a musa e a víbora, sendo que quando há um equilíbrio ou algo que se aproxime mais do que realmente seria ideal para uma leitora, esse ideal é alvo de duras críticas.

O terceiro ponto se confunde com o anterior: a mulher sempre (ou na maioria das vezes) foi abordada, como um ser frágil, covarde, um objeto sexual, um acessório no mundo dos homens.

Não é meu foco criticar os homens em geral, nem discutir qual é o papel de cada um na sociedade, nem supor uma hegemonia feminina e nem qualquer outro fanatismo ideológico. Também não cito autores e obras porque eu prefiro a colocação mais fundamentada de vocês.
 
Interessante. Isto, sobre a "musa e a víbora", me faz lembrar de uma passagem de Um teto todo seu da Virginia Wolf, onde ela dizia que não conseguia recordar um caso, em sua vida de leitora, onde viu duas mulheres representadas como amigas. Ela argumenta que as personagens femininas são simples demais, que muita coisa foi deixada de fora.

"Vez por outra, são mães e filhas. Mas, quase sem exceção, elas são mostradas em suas relações com os homens. Era estranho pensar que todas as grandes mulheres da ficção, até a época de Jane Austen, eram não apenas vistas pelo outro sexo, como também vistas somente em relação ao outro sexo. E que parcela mínima da vida de uma mulher é isso! E que nadinha o homem conhece até mesmo dela, quando a observa através dos óculos escuros ou rosados que o sexo lhe coloca sobre o nariz!.Daí, talvez, a natureza peculiardas mulheres na ficção, os extremos surpreendentes de sua beleza e horror, a alternância entre bondade celestial e depravação demoníaca — pois é assim que um amante a veria à medida que seu amor crescesse ou diminuísse, fosse próspero ou infeliz."

A representação das mulheres, pra mim, enfrenta outro problema que é o excesso de esteriótipos. Nunca li um chick-lit, mas nos filmes direcionados ao público feminino jovem eu vejo toda essa história de romance e compras, sendo isso toda a "felicidade de uma garota". Bom, é claro que esse estimulo para se realizar por meio do consumo é universal - e eu tenho um medo danado de falar sobre isso, pois é quase impossível não cair na hipocrisia - mas eu acho que atinge as mulheres de forma mais desproporcional.
É um assunto bem amplo.
 
Eu acho que, em geral, o escritor homem é menos machista do que a escritora mulher é feminista.


E apenas como bônus: "Frailty, thy name is woman!" XD
 
Sinceramente, acho que se o nome do tópico fosse "Representação feminina na Literatura" ou algo parecido, a discussão poderia ir mais longe... mas, mas, mas, gostei da ideia de alguém trazer o assunto à tona, de qualquer forma.

P.S: Calib, véi, não reduz o assunto assim, não. Assim você fere minha fragilidade, hehe.
 
De fato eu acabei errando na nomeação do tópico, até porque não é a minha intenção abordar concretamente esse negócio de "feminismo" ou "machismo". Nunca me liguei nisso de as autoras pregarem o feminismo exacerbado nas suas obras ou vice-verso; o que sempre me fez refletir é esse mundo literário onde o masculino é tão dominante, seja como leitor ou autor.
 

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