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Notícias Livraria Gato Sem Rabo abre as portas só com livros escritos por mulheres

Béla van Tesma

Nhom nhom nhom
Colaborador

Livraria Gato Sem Rabo abre as portas no centro [de São Paulo] só com livros escritos por mulheres​

MAY 27, 2021
Fonte: Estadão (usando o Outline pra burlar o bloqueio rs)

Primeira livraria do Brasil exclusiva para obras escritas por mulheres, a Gato Sem Rabo abre suas portas para o público neste sábado, 29, na Avenida Amaral Gurgel, 338, em frente do Minhocão. A iniciativa é de Johanna Stein, ex-modelo formada em Artes Visuais que, mesmo sem conhecer nada ou ninguém do mercado editorial, decidiu se aventurar num negócio cujo modelo está em xeque. Se em 2018 as livrarias físicas eram responsáveis por 50,5% do faturamento das editoras, segundo a Pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial Brasileiro, em 2019 esse índice caiu para 41,6% e, em 2020, para 30%.

Mas ela está otimista – e abertura de novas livrarias de rua é um movimento que está ocorrendo nas principais cidades do mundo (embora aqui, por ora, haja mais fechamentos). Johanna acredita que por não ter conhecimento dos modelos existentes, não saber exatamente como as outras livrarias funcionam, é que a Gato Sem Rabo já começa diferente. Ela teve uma consultoria profissional, claro, mas entende que o que vai fazer a diferença é justamente esse outro jeito de pensar. “A Gato Sem Rabo nasce de uma curadoria e do movimento que existe e é liderado pelos leitores – há uma demanda crescente de leitura de obras de mulheres e de outras perspectivas. Acredito que estamos muito mais próximos de um movimento pela leitura do que de um modelo de negócio de livraria”, diz a nova livreira, que acaba de completar 30 anos.

O nome foi tirado de Um Quarto Só Seu, texto de Virginia Woolf do final dos anos 1920, e Johanna conta que, para o acervo, considerou “os escritos de mulheres e os cruzamentos que essa definição abrange”. O objetivo, segundo ela, foi olhar para a produção do mercado editorial brasileiro a partir de uma perspectiva que não a do homem branco ocidental privilegiado. “Um olhar a partir dessas outras perspectivas: de mulheres, corpos dissidentes, não binários, do Sul global, principalmente. A ideia é trazer para a livraria justamente o que seriam esses gatos sem rabo, todos aqueles animais que fogem do cânone universal”, explica – e diz que o mercado editorial sempre privilegiou a autoria masculina. Com a livraria, ela espera ajudar a dar mais visibilidade a essas autoras.

Mas a Gato Sem Rabo não é uma livraria de nicho. Há ali todos os gêneros e assuntos. Entrando, o leitor encontra, à esquerda, poesia, ficção, conto e crônica. Depois tem um canto para as crianças. Outro para a geração Z, com leituras jovens. Na sequência, arte e livros de artistas e então uma seção mais ampla, chamada de Humanidades. Ela tem 65 m² e cerca de 1.700 títulos de 650 escritoras publicados por quase 200 editoras. Haverá também um café, e a ideia é realizar conversas sobre livros presencialmente na livraria, quando for mais seguro por causa da pandemia.

Já era para ela estar funcionando, mas a inauguração precisou ser adiada algumas vezes. De março para cá, quando se começou a falar na Gato Sem Raboa coluna Babel foi a primeira a noticiar o novo negócio –, a livraria ganhou nada menos que 9 mil seguidores no Instagram. Em maio, ela começou a organizar esses debates – quinzenais e online. Os dois primeiros “circuitos” foram sobre Virginia Woolf.

Na semana passada, quando precisou adiar mais uma vez a abertura porque as estantes não estavam prontas, Johanna resolveu que começaria a atender o público por WhatsApp e se surpreendeu com a procura no primeiro dia. Os dois primeiros livros vendidos foram Eisejuaz, de Sara Gallardo (1931-1988), publicado pela Relicário, e Ética do Amor Livre: Guia Prático Para Poliamor, Relacionamentos Abertos e Outras Liberdades, de Janet W. Hardy e Dossie Easton, editado pela Elefante.

A livraria vai funcionar de terça a sábado, das 11h às 17h. Quem preferir receber em casa, as entregas são feitas duas vezes por semana, pela Señoritas Courier. O e-commerce ainda está sendo finalizado.




Parece matéria encomendada, mas whatever. Fica aí a notícia para quem se interessar pela ideia.
A manchete não condiz 100% com a proposta explicitada na matéria... Mas quem liga pra detalhes?
Eu só queria que descobrissem lá na frente que a Elena Ferrante é na verdade um homem branco. :hihihi:
 
Pô, o nome é SENSACIONAL. Extremamente criativo e advindo de uma referência que tem tudo a ver com o que parece ser o cerne do projeto.

Não, gente, eu não sou dona da Livraria, e isso não é publicidade paga. A bem da verdade, ainda não sei como o projeto será, efetivamente, posto em prática. Por ora, abster-me-ei de maiores comentários, sejam eles positivos ou negativos.
 
Não condeno a iniciativa, mas é realmente curioso visitar o canal do YouTube do Gato Sem Rabo e ser saudado com um "Bem vindo a todos, todas e 'todes!'" (para o caso de alguém querer verificar, trata-se do primeiro vídeo publicado).
Quem quiser, que visite a livraria em São Paulo. Eu ainda prefiro o sebinho da minha cidade, que, apesar de pequeno, possui muita diversidade literária (mais que a Gato Sem Rabo, na minha opinião).

(Obs: Estou de volta ao fórum depois de bastante tempo em inatividade, por isso estou respondendo a essa notícia relativamente antiga. Relevem a minha desatualização kkk).
 
Tentar ver se consigo entrar lá qualquer dia desses. Duas vezes que fui não deu por conta da limitação de pessoas em vista da pandemia.
 
eeerrrrn. boa sorte para ela, mas acho que não vai durar, a não ser que o modelo de negocios foque mais em alugar o espaço para eventos ou sei lá o que e menos em vender livros.

Pois é, hoje em dia quem quer ganhar dinheiro com isso tem que aceitar a dura realidade que cada vez mais livraria só é interessante se for somente parte de um todo e não querer ser "o todo".

E sendo uma livraria pra público nicho, se o negócio principal da casa estiver muito bem casado com que esta livraria propõe, aí sim pode até ser uma boa e dar certo por estar se beneficiando de uma atividade principal bem mais rentável.
 
se um cara abrisse uma livraria só com livros escritos por homens seria tachado de discriminação sexual...🤔🤨Screenshot_20230611-002221~2.webp
 
se um cara abrisse uma livraria só com livros escritos por homens seria tachado de discriminação sexual...🤔🤨
Sim, seria machismo, porque, no Brasil, por exemplo, temos notícias de mulheres escritoras a partir do século XIX, pois, até então, atividades culturais e intelectuais não podiam ser exercidas por mulheres — isso, sim, discriminação de gênero, entendeu? Não poder fazer uma coisa por ser mulher.

Salvo pais que podiam pagar ensino particular, a primeira legislação que garantia escola pública feminina, no Brasil, só veio em 1827. E isso, só para começo de conversa. Então, baixa a bolinha. E faça o favor de parar de distorcer o conceito de discriminação de gênero.​
 

Fiquei curioso quando desenterraram o tópico e fui lá conferir se a livraria estava em atividade ainda. Está. Tem uma página bonitinha e, navegando por ela em diferentes áreas do catálogo, a gente já percebe uma grande diferença em relação às livrarias normais, pela exclusão de homens. Nada de Orwell dominando tudo, por exemplo (ninguém aguenta mais aquela profusão de porcos nas capinhas d'A Revolução dos Bichos/Fazenda dos Animais, nem os 1984 com seus olhos). Nada de Lovecraft, de Machado, de Dostoiévski, etc. Esses autores que, por serem de domínio público e já clássicos, abarrotam as prateleiras com dezenas de edições diferentes dos mesmos livros... Então a coisa toda muda de figura quando a curadoria do catálogo os exclui.

E parece que andam dando uma boa priorizada em editoras menores também, o que diversifica ainda mais o catálogo. Achei a experiência legal. Foi rapidinha; não fiz uma pesquisa muito exaustiva. O que atrapalha — mesmo — são os preços nada competitivos...​
 
Sim, seria machismo, porque, no Brasil, por exemplo, temos notícias de mulheres escritoras a partir do século XIX, pois, até então, atividades culturais e intelectuais não podiam ser exercidas por mulheres — isso, sim, discriminação de gênero, entendeu? Não poder fazer uma coisa por ser mulher.

Salvo pais que podiam pagar ensino particular, a primeira legislação que garantia escola pública feminina, no Brasil, só veio em 1827. E isso, só para começo de conversa. Então, baixa a bolinha. E faça o favor de parar de distorcer o conceito de discriminação de gênero.​
feminismo funciona assim: quando as mulheres conseguem o que querem são empoderadas,quando não conseguem são oprimidas.
eu tenho seis livros escritos e dois roteiros de cinema terminados e nenhum publicado ou filmado mas, se fosse mulher poderia simplesmente reclamar de discriminação, coisa que não posso fazer porque sou homem.
aliás a nossa constituição é bem explícita no que diz respeito à discriminação sexual ser proibida por lei quando diz "homens e mulheres são iguais perante a lei"
será que se você fizesse uma editora que só publicasse livros escritos por homens e se recusasse a publicar qualquer material escrito por mulheres você não iria ser acusada de discriminação sexual? duvido muito...🤔🤨
 
Pára, Fianna, que tá ficando muito feio já.
muito feio? engraçado,denunciar discriminação sexual contra mulheres nesses tempos de politicamente correto não é "muito feio ", denunciar discriminação sexual contra homens é...
eu sou contra qualquer tipo de discriminação seja sexual,"racial"( está entre aspas porque somis uma raça só com diferentes etnias), política, religiosa etc..
explica para mim, o que é "muito feio" em ser contra discriminação?🤔🤨
 
denunciar discriminação sexual contra homens é...
Responda você, por favor.
Onde os homens são discriminados?
Existe algo em que um homem branco e étero é historicamente impedido de fazer (ou tem uma dificuldade extrema de alcançar) só e unicamente por ser homem?
(Socialmente falando, claro, nada físico ou biológico tipo ficar grávido ou fazer exame papanicolau :-| )
 

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