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Línguas Tolkienianas!

Cësárin

Usuário
Oi, gente! Vocês sabem o quanto qualquer leitor de O Senhor dos Anéis aprecia as línguas criadas por ele, e, por isso, muitos fãs são inspirados a criar suas línguas próprias. Isso já aconteceu com vocês?, porque aconteceu comigo. Quem tiver criado sua própria língua poderia por algumas palavras (seguidas de tradução, é claro) para o pessoal ler. :D :) :P :lol:
 
Um curso ainda tá difícil (até porque eu mesmo não gosto de muita coisa que faço e reinvento a toda hora). rsrsrsr. Mas se quiser, aí vai uma prévia (e não riam, pois esse é um verso de Cavaleiros do Zodíaco, em que eu me amarro):

Ah!, Felonte, nên anáe térunun
Sienië net nînien algriun;
Nên teüt édelin náneän.
Sil ëan anuleän verten eöt.

Tradução:
Oh!, Poláris, minha estrela guardiã,
empresta-me teus guerreiros lendários de Asgard;
meu povo precisa deles.
Que eles venham em nosso socorro!

Gostarm? Estou aberto a críticas.
 
Só parece, mas a pronúncia é muito diferente. Além do mais, são essas línguas que eu amo mais, fazer o que? línguas escandinavas (e outras parecidas) e orientais me irritam tamnhas são em dificuldade e pouca praticidade...
 
Tudo bem, vou fazer o seguinte: a olaba tônica eu marco com uma crase; as demais vogais eu marco com um acento agudo se forem abertas e um circunflexo se forem fechadas. Os tremas indicam as vogais de um ditongo:

Óh!, Félòntê, nén ánàê térunnun
Sièniê nêt ninìén álgriùn
nên teüt (leia tut) èdêlin nànêân
sil (diferente de SIU) êân anùlêân vêrtèn êòt
 
Bom, o seu poema fica assim nas minhas duas línguas:

Em “vaslimb” (ou língua baixa)
O, Att badd sti eghs,
iloch-th Asgård-s famus villairol thys,
fofle eghs ni vizunith.
ep genend salgesh nus!

Em “lingauta” (ou língua alta):
Ò, Arta ma istela vardiana,
lòga’m tons verairos leiendairos de Asgård,
mon pòblo end bezonya.
Ce vènyan per nòstro socoso.

Ultimamente, tenho pensado noutra língua: quero misturar o sistema vocálico do dálmata, o sistema consonantal do sardo e a morfologia do romeno (até parece aquelas experiências de desenho animado...).
 
Lingwilóke disse:
Bom, o seu poema fica assim nas minhas duas línguas:

Em “vaslimb” (ou língua baixa)
O, Att badd sti eghs,
iloch-th Asgård-s famus villairol thys,
fofle eghs ni vizunith.
ep genend salgesh nus!

Em “lingauta” (ou língua alta):
Ò, Arta ma istela vardiana,
lòga’m tons verairos leiendairos de Asgård,
mon pòblo end bezonya.
Ce vènyan per nòstro socoso.

Ultimamente, tenho pensado noutra língua: quero misturar o sistema vocálico do dálmata, o sistema consonantal do sardo e a morfologia do romeno (até parece aquelas experiências de desenho animado...).

Suas linguas são dificiaças.. HAUhuAhuauhAuhAuhAHU
 
Difícil!

Achei a língua baixa um pouco complexa, mas imagino que seja gramaticalmente mais simples, posto que é a "língua baixa", o que remete a povo e, logo, à praticidade. A segunda tem a minha preferência, e acho que já mencionei que tenho um amor maior por línguas neolatinas; inclusive, notei um quê de italiano muito charmoso. Também estou pretendendo criar outra língua, mas uma que seja veloz, use muitas vogais, quase nenhuma oclusiva e palavras pequenas e independentes, para que seja mais fluida. Aí vai a única coisa que criei (traduzi, a bem dizer) nela:

Iaetum iuna ès arvei iúntaril narodeninan!
(Como ouro caem as folhas no outono da Terra-Média)
 
Estou pensando em fazer uma língua para dragões, mas teria d fazer um novo alfabeto, pois muitos fonêmas seriam impronunciáveis pelos homens. Nunca vi nada a respeito ... por isso surgiu a idéia.

Gostaria tb d criar sentenças monossilábicas que representassem "idéias", ou "conceitos bastante amplos", para enriquecer a linguagem. claro, é importante que a linguagem criada ñ seja imitação d nenhuma outra!! Isso talvez seja o mais importante, pois se não, não tem graça!!! :obiggraz: :obiggraz:
Gostaria, para iniciar tudo isso, de conhecer um pouco da forma como vcs criaram seus idiomas.
 
Lembram-se da experiência de desenho animado? Pois bem, já tenho uma amostra. Sendo a minha inspiração as línguas neolatinas que tanto amo, nada melhor do que traduzir o primeiro texto numa língua românica, os "Juramentos de Estrasburgo", em francês antigo, do século VIII.

“Pelo amor de Deus e pelo povo cristão e pela nossa salvação comum, deste dia em diante, enquanto Deus sabedoria e poder me der, assim socorrerei este meu irmão Carlos, em ajuda e em qualquer coisa, assim como por direito o seu irmão socorrer-se deve, a não ser que ele doutra maneira me faça, e com Lotário nenhum pleito nunca tomarei da minha vontade de modo que este meu irmão Carlos em dano esteja.”

“Per u jamáur Díi e u búpul crestcún e nwástru zalbamjánt cumóin, jast dai des awánt, demjántru Di a zabjántsa e a budántsa maice dáunada, se salbrútz jast mu vrwádu Cwórul, atzóidi e bálbi gáuzi, se caum cum per drat su vrwádu sálbar dáiada, ne ce álu altramjánt mai fwógada, e cu Ludúir notg plat mui nu pandrútz ma ‘utza ce jast um vrwádu Cwórul in dantz jástada.”

O acento tônico está marcado com o acento agudo. O 'j' soa como o 'y' inglês ou alto-élfico, os dígrafos 'tc' e 'tg' representam os sons /tch/ e /dj/; 'tz' se pronuncia /dz/. O 'c' é como em quenya, ou seja, sempre /k/.
Particularmente, adorei esta língua...
 
As soas línguas têm fonologias bem agradáveis, Cësárin; só acho que você deveria tornar mais evidentes os elementos na frase, quero dizer, para sabermos o que é cada palavra, ainda não captei a estrutura dos seus vocábulos.
 
Um exemplo de língua "monossilábica", Varathar, é o chinês. Nesta língua, as palavras que expressam conceitos fundamentais são sempre monossílabos, e a partir destes se formam outros vocábulos mais novos ou de sentido mais complexo, como o nome da China, "Zhonghua", que é "zhong" mais "hua" e que quer dizer "país do meio".
Quanto à maneira como crio as minhas línguas, é complicado, pois eu estudo lingüística sincrônica, adoro ler lingüística histórica e tenho um bom trabalho sobre todas as línguas românicas. Para quem não pode seguir o caminho da ciência lingüística, eu indico a obra de Frederick Bodmer, "O homem e as línguas", que tem um tom um pouco ultrapassado (a tradução brasileira é de meados do século passado), mas não muito puxado no lado científico. Pode-se encontrar visitando uma boa biblioteca pública e mais provávelmente uma biblioteca dum curso de Letras.
 
Muito obrigado pela dica, nildo Lingwilóke ..

Ñ sabia que o chinês era desse modo como eu imaginei; até procurarei algo sobre, e mais exemplos para enriquecer minha bagagem antes d arriscar.

Certamente procurarei na biblioteca de Letras o referido livro ... !! :obiggraz:
 
Eu gosto dela justamente porque é assim! Eu acho que línguas perfeitas, muito fáceis e muito práticas, não são verossímeis. Toda língua de verdade tem suas complicações. Mas aí vai um desmembramento do primeiro verso pra você ver (o do segundo eu não posso fazer ainda, posto que aquela frase é tudo que criei, e eu estou indeciso ainda a respeito de seus aspectos gramaticais e formológicos):

Ah!: obviamente é um interjeição;
Felonte: Vem de felo (polo, extremidade) mais -nte (terminação que dá a idéia de localização. Em outras palavras, Felonte pode ser traduzido como "aquilo que se encontra ou é originário dos pólos". Pra economizar palavras, traduzi como Poláris.)
Nên: meu, minha
anáe: estrela
Térunnun: vem de térun (guardar, proteger) mais -un, uma terminação semelhante ao -er do inglês; quer dizer, significa "aquele que guarda, protege" (um guardião). Note-se também que eu não faço distinção de masculino e feminino.
Sienië: vem de sien (emprestar; oferecer), mais -ie, a desinência da segunda pessoa do singular. O imperativo no meu idioma funciona de duas formas, e uma delas é verbo + desinência de pessoa;
Net: me, pronome oblíqüo
Nînien: plural de nîn: teu
Algriun: é o plural de algur, uma das minhas palavras que formam plural irregular. Significa guerreiro (não um soldado, mas um guerreiro de renome)
Teüt: povo
Édelin: vem de edel (necessitar). Destrinchando, é edel + vogal temática + -n (desinência de presente perfeito). No meu sistema de conjugação, quando o sujeito de um verbo não é pronominal, a desinência de pessoa some. Só que todos os meus verbos terminam em n, l/r, ou h, portanto, para unir verbo e desinência de tempo eu uso uma vogal temática. Obs.: eu criei tantas regras para definir que vogal deve ser usada em cada caso que até me confundo às vezes.
Nánëan: vem de ëan (pronome independente para "eles/elas") mais o prefixo acusativo de objeto indireto nan-. Obs.: esse acusativo nem sempre é usado, ainda que haja um objeto direto.
Sil: que
ëan: eles
anulëan: venham (na verdade, essa é uma maneira antiga de fazer o subjuntivo. Eu já mudei. Agora seria: "sil anulëanus")
Verten: socorrer
ëot: pronome oblíqüo nos.
Se você tiverem saco de ler isso, foi assim que eu construí aqueles versos.
 
Bom, em quase todos os traços a sua língua parece ser aglutinante, menos nesse pormenor da vogal temática, que é próprio de línguas flexionadas.
Quanto às minhas línguas, não há muito o que dizer sobre a lingauta e esta última que apresentei, a não ser as mutações consonantais, que conheci no sardo, "pudantsa" ("o poder"), mas "a budantsa" ("o poder"), "butza" ("vontade"), mas "a 'utza". A vaslimb, sim, apresenta uma estrutura mais complexa:

O, Att badd sti egh-s,
Ó, Polar (Arctus) guardiã estrela eu-de
iloch-th Asgård-s famus villair-ol thys,
aluga-tu de Asgård famosos guerreiros-os
fofle eghs ni vizun-uth.
povo eu-de de [eles] precisa.
ep genend salgesh nus!
que vêm [para] salvação nós-de!
 
Gostei da estrutura. Eu acho legais idiomas onde não precisa ser tudo arrumadinho. Ma eu tenho de admitir que não faço idéia da pronúncia (idiomas escandinavos não são meu forte). Pode traduzir "foneticamente" (como se fosse escrever em português)?
 

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