Saranel Ishtar
Usuário
[Saranel][Obrigações]
Finalmente, depois da pausa... AQUI ESTOU EU!!
É patético...
É de momento...
É DA SARANEL! (tinha que ser...
)
Obrigada pela peciência!
Obrigações
Hoje fiquei danada. Danada mesmo. Louca. Corri, o ódio me dando forças, e gritei. Gritei, gritei, gritei, até não dar mais. Todo mundo me olhou, espantado.
-Credo, o que foi?! – perguntou Luísa.
O que foi? O que foi?! Pois bem, o que foi! Essa Luísa! Depois de tudo o que fiz por ela, veja! Depois de tanto amor que dei! Depois de todo o esforço... e nada!
-Luísa, você não percebe?! Não percebe o que fez comigo? Eu... eu...
-Mas Marina, eu não te fiz nada! Gente, essa mulher tá louca!!
Nada, nada! Isso, exatamente! Não há coisa pior do que o nada, o vazio, o vácuo, ai meu Deus!! Preferiria que ela tivesse me xingado, chutado o pau, destruído tudo!! Mas não, fez o pior: nada!! Sempre foi a educadinha, toda sorrisos, toda gentilezas. Polida, sabe. “Oi, Marina! Tudo bom, fofa?”, mas nunca conversava. Quer dizer, conversava, mas só quando eu ia puxar assunto. E mesmo assim, se via diferença entre o modo o qual ela me tratava e como tratava aquelas que considerava amigas. Sim, tinha um espírito, alguma coisa. Dava pra pegar no ar que ela era amiga das outras. Mas minha, não; ao menos não era a mesma coisa comigo. Ah, droga!!
-Luísa, você... você...
Estaquei. Não havia como reivindicar uma coisa daquelas. Então enxerguei, finalmente, que havia um sofrimento que não seria retirado de mim. Sempre fui da opinião de que temos o direito de reclamar por algum mal que nos seja feito injustamente. Que ninguém poderia nos fazer sofrer pelo simples fato de fazer e acabou. Mas não... uma coisa eu não teria como reivindicar, jamais: o amor de alguém. Isso ninguém é obrigado a nos dar. E no entanto, a maior das dores impingida a alguém é esta: a da falta do amor.
Como! Como exigiria amizade? Como poderia exigir amor! Como! Não havia como... isso simplesmente não se exige! Faz-se por merecer... mas não há como medir, também, o nível de merecimento de um amor! Senão, uma pessoa simplesmente amaria com todas as suas forças e receberia de volta o mesmo. Mas ele não é justo; não, não há justiça no amor, numa demonstração dessas. Às vezes se ama uma pessoa que nos odeia, ou não se ama quem nos ama, ou... meu Deus, não há justiça. É apenas um sentimento centrado em si mesmo e em eu sei lá mais o quê.
-Luísa, você... não foi minha amiga! Você... você trata essas putinhas melhor do que a mim!! E elas nunca, nunca a amaram como eu!
-Mas...
Não posso exigir amor. E daí? A vida dos outros é a dos outros? E não se pode tirar? Pois bem; mas não dar amor é isso: tirar a vida de alguém. Saquei a arma, tremendo. Antes que minha maldita ou bendita sensibilidade, que sempre me impediu de matar até rato, me fizesse recuar, descarreguei. Quem ama não mata, é verdade. Mas a linha entre o amor e o ódio é tão tênue que ambos chegam a se misturar.
Não; mal vi o movimento, os gritos, os desmaios, toda a atenção que deram à queridinha e quase popular Luísa, já no limiar da morte. Fiquei sadicamente feliz. Se ela escapasse daquela, aprenderia a nunca mais rejeitar um amor, por menor que ele fosse. Se não escapasse, me encontraria do outro lado, seu castigo eterno. Descarrequei o restante do revólver em minha cabeça e aposto que nem metade das atenções devidas a Luísa me foram dadas. Aposto, pois após o estampido nada mais ouvi. Fim.
Finalmente, depois da pausa... AQUI ESTOU EU!!
É patético...
É de momento...
É DA SARANEL! (tinha que ser...

Obrigada pela peciência!

Obrigações
Hoje fiquei danada. Danada mesmo. Louca. Corri, o ódio me dando forças, e gritei. Gritei, gritei, gritei, até não dar mais. Todo mundo me olhou, espantado.
-Credo, o que foi?! – perguntou Luísa.
O que foi? O que foi?! Pois bem, o que foi! Essa Luísa! Depois de tudo o que fiz por ela, veja! Depois de tanto amor que dei! Depois de todo o esforço... e nada!
-Luísa, você não percebe?! Não percebe o que fez comigo? Eu... eu...
-Mas Marina, eu não te fiz nada! Gente, essa mulher tá louca!!
Nada, nada! Isso, exatamente! Não há coisa pior do que o nada, o vazio, o vácuo, ai meu Deus!! Preferiria que ela tivesse me xingado, chutado o pau, destruído tudo!! Mas não, fez o pior: nada!! Sempre foi a educadinha, toda sorrisos, toda gentilezas. Polida, sabe. “Oi, Marina! Tudo bom, fofa?”, mas nunca conversava. Quer dizer, conversava, mas só quando eu ia puxar assunto. E mesmo assim, se via diferença entre o modo o qual ela me tratava e como tratava aquelas que considerava amigas. Sim, tinha um espírito, alguma coisa. Dava pra pegar no ar que ela era amiga das outras. Mas minha, não; ao menos não era a mesma coisa comigo. Ah, droga!!
-Luísa, você... você...
Estaquei. Não havia como reivindicar uma coisa daquelas. Então enxerguei, finalmente, que havia um sofrimento que não seria retirado de mim. Sempre fui da opinião de que temos o direito de reclamar por algum mal que nos seja feito injustamente. Que ninguém poderia nos fazer sofrer pelo simples fato de fazer e acabou. Mas não... uma coisa eu não teria como reivindicar, jamais: o amor de alguém. Isso ninguém é obrigado a nos dar. E no entanto, a maior das dores impingida a alguém é esta: a da falta do amor.
Como! Como exigiria amizade? Como poderia exigir amor! Como! Não havia como... isso simplesmente não se exige! Faz-se por merecer... mas não há como medir, também, o nível de merecimento de um amor! Senão, uma pessoa simplesmente amaria com todas as suas forças e receberia de volta o mesmo. Mas ele não é justo; não, não há justiça no amor, numa demonstração dessas. Às vezes se ama uma pessoa que nos odeia, ou não se ama quem nos ama, ou... meu Deus, não há justiça. É apenas um sentimento centrado em si mesmo e em eu sei lá mais o quê.
-Luísa, você... não foi minha amiga! Você... você trata essas putinhas melhor do que a mim!! E elas nunca, nunca a amaram como eu!
-Mas...
Não posso exigir amor. E daí? A vida dos outros é a dos outros? E não se pode tirar? Pois bem; mas não dar amor é isso: tirar a vida de alguém. Saquei a arma, tremendo. Antes que minha maldita ou bendita sensibilidade, que sempre me impediu de matar até rato, me fizesse recuar, descarreguei. Quem ama não mata, é verdade. Mas a linha entre o amor e o ódio é tão tênue que ambos chegam a se misturar.
Não; mal vi o movimento, os gritos, os desmaios, toda a atenção que deram à queridinha e quase popular Luísa, já no limiar da morte. Fiquei sadicamente feliz. Se ela escapasse daquela, aprenderia a nunca mais rejeitar um amor, por menor que ele fosse. Se não escapasse, me encontraria do outro lado, seu castigo eterno. Descarrequei o restante do revólver em minha cabeça e aposto que nem metade das atenções devidas a Luísa me foram dadas. Aposto, pois após o estampido nada mais ouvi. Fim.