Vela- o Rousoku
Sirius Black
[Rousoku][Corisat Et Ragni Occupo]
Preparem-se pobres mortais para uma aventura nasal assustadora. Parem de comer agora mesmo.
Começa agora a...
-*-*- CORISAT ET RAGNI OCCUPO -*-*-
"A invasão da corisa e do ranho"
Estrelando:
Heróis: [ (m),(f) - Gêneros Masculino e Feminino ]
Família Castimonia
- (m) Castus Imago (vulgo "Quieto") - "De aparência casta"
- (f) Delicatus Lotus (vulgo "Flor") - "Trevo Delicado"
- (m) Probus Patientia (vulgo "Calmo") - "Paciência Virtuosa"
Família Capetatus
- (m) Nefastus Daemonium (vulgo "Ardo", "Encapetado", "P0rra-Loca" ou "ACM") - "Demônio Abominável"
- (m) Soccus Inferna (vulgo "Bota") - "Coturno do Inferno"
- (f) Fervidoris Fides (vulgo "Phuta") - "Garantia de Prazer"
Vilões:
Família Corise
- Proprie Dictum Corise - "Corisa propriamente dita"
- Merus Corise - "Corisa pura"
- Inferna Corise - "Corisa do inferno"
- Rivus Corisat - "Torrente de Corisa"
Família Ragno
- Flatus Ragno - "Hálito de Ranho"
- Glaucus Ragno - "Ranho verde"
- Obsoletus Ragno - "Ranho velho"
- Summa Ragno - "Ranho supremo"
Vilão Principal: Magnus Meleqüa Orcus - "Divindade do Catarro Superior" (vulgo "O Grande Catarro")
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Participação especial:
Aequus Orcus - "Divindade Justa" (vulgo "Salvador da Pátria" ou "Papai do Céu")
Nefastus Flatus - vulgo "Kaji" (vide Insônia > Tópico do Formigueiro)
Nefastus Imago - "Aparência Abominável" (vulgo "Feio pra kacete" ou "Rousoku")
Sinister Similis - "Similar ao auspicioso" (vulgo "Misterioso")
Eminens Albieri - "Notável er...cientista" (vulgo "Maluco")
Eminens Auxiliaris - Auto-explicativo (vulgo "Jarbas")
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Agradecimentos especiais à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que permitiu, com sua editora, que Raulino Busarello publicasse o Dicionário Básico Latino-Português que me permitiu viajar no latim.
PS (Post Script): As palavras 'Corise' e 'Ragno' e suas declinações não estavam no dicionário !!!
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INTRODUÇÃO
Manhã de Junho de 1984 - Ilha (pequena demais para ter um nome) no Oceano Pacífico.
Um cientista canadense descendente de brasileiros e marroquinos opera um equipamento oriundo de Taiwan.
Eminens Albieri: "Hum... e você fica aqui em baixo dessa lente... isso, preciosa, vou ligar a maquininha...
hum... interessante... o raio-x de uma meleca de nariz... agora pro microscópio... venha cá, minha querida...
só mais um pouquinho... CONSEGUI !"
Eminens Albieri, vulgo Maluco, começa a chorar.
Maluco: "Consegui !!! Hahahahahahaha ! Injetei o DNA ! (...) Mas... o que está havendo ?"
--- 5 dias e 14 horas depois ---
Eminens Auxiliaris desembarca na ilha. Para seu imenso agouro, encontra Eminens Albieri morto, com as narinas inchadas (Edema Nasal).
Eminens Auxiliaris: "Albieri ??? O que aconteceu com você ???"
Jarbas recolhe o corpo e o equipamento de Eminens Albieri para seu Helicóptero (Helita Copterus), de onde desembarcara, e ordena ao piloto que o leve de volta ao seu escritório.
Dentro do helicóptero, Jarbas observa o estado do cientista Maluco. Em determinado instante, repara que algo caiu das fossas nasais de Albieri. E se movia. Cuidadosamente (porque não é burro) recolheu a estranha partícula com uma pinça, e colocou em um frasco. Anotou o procedimento e ordenou pressa ao piloto.
--- 12 horas depois - Costa do Havaí
Banhistas pegam ondas (Agilis Aqua) enquanto um helicóptero se aproxima, em rota de colisão com a praia. Ao perceber o eminente desastre, rapidamente e ordenadamente o caos se instala. Na seguinte ordem: "primeiro grita, depois corre". O helicóptero choca-se contra pedras à beira-mar, e assim que terminada a ordenada explosão (na seguinte ordem: "primeiro paf, depois buuum"), os que ainda por lá estavam correram para ver o que acontecera. Logo encontraram os corpos de Jarbas e do Piloto, e uma carcaça irreconhecível (Nefastus Corpus) repleta de uma substância grudenta. Logo perceberam que tal substância se movia (Agilis Meleqüo), mas era tarde demais. Algumas autoridades foram convocadas, no entanto os que voltaram vivos nada relataram senão alucinação coletiva (Delirus Populus).
E nada mais foi dito até então.
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CAPÍTULO I - Historium Initus - Começo da História - Dias atuais
Enquanto corria a aula de português, Quieto (Castus Imago), sentado no fundo da sala, atritava a bolsa escrotal. O professor falava de "verbos transitivos diretos e indiretos inseridos em orações subordinadas" e outras coisas mais que Quieto não entendia. Ao seu lado, seu amigo Bota (Soccus Inferna) grafava representações cômicas do professor (também conhecidas como "caricaturas"). Não toleravam mais o grande sábio que lhes falava à frente, e no momento mais crítico, para seu grande alívio, soou o sinal que indicava o intervalo.
No intervalo, contavam piadas com Flor (Delicatus Lotus) e Ardo (Nefastus Daemonium), quando ouviram uma notícia mais estranha que o comum. Um grupo de alunos mais velhos ao lado conversava sobre uma gripe na américa do norte que já matara centenas de pessoas em uma semana. Entreolharam-se, mas não deram valor. Desse momento em diante, começaram a caçoar da "gripe alienígena" (Mundi Foris Gripo), como a chamaram por escárnio.
O intervalo acabou, e Quieto e Bota voltaram para a sala de aula. Aula de química, o que foi um alívio, pois o professor de química era muito divertido, considerando suas numerosas piadas sobre a sua disciplina. Repassando o exercício da aula anterior, começou com seu repertório de piadas:
Prof.: "A questão número um, sobre o porque de a água formar gotas. Como os elétrons se suicidam ?"
Os alunos ficaram confusos, aguardando uma resposta.
Prof.: "Pulando da ponte de Hidrogênio ! A ponte de hidrogênio é a resposta. Não é engraçado ?"
Vaia generalizada. O professor expressa uma cara-de-bvnda (Gluteos Imago).
Prof.: "Tá bom. Essa não foi engraçada. Mas vocês sabem como o elétron atende o telefone ?"
Silêncio total. O professor Sr. Engraçado continuou:
Prof.: "Próton ?"
Novamente uma gigantesca vaia.
Prof.: "Tá. Voltando aos exercícios. Como é a molécula da água ? A molécula eu não sei, mas a melécula é assim..."
E o professor cospe um pouco de muco nasal no chão. Pela primeira vez, a turma inteira ri.
Prof.: "Espere..."
A turma volta ao silêncio, mas desta vez com um sorriso no rosto.
Prof.: "PÁRE DE SE MEXER, SEU MISERÁVEL !!!"
Mais uma explosão de gargalhadas. Bota comenta com Quieto.
Bota: "Até que enfim esse professor aprendeu a ser engraçado ! Mudou o repertório de piadas."
Mas Quieto fica em silêncio, enquanto todos riem. Reparou que o professor não estava fazendo a tradicional expressão facial de quando ele pensa "Como sou engraçado !", e sim uma expressão de consternação. Ouviu o professor repetir:
Prof.: "MANDEI PARAR DE SE MEXER ! MAS QUE DIABOS É ISSO ???"
E o professor pisou rudemente sobre o muco nasal. A turma passou a rir ainda mais alto, no entanto, o professor parecia estar tonto. Num movimento brusco, jogou a cabeça para trás, olhando para o alto, e caiu no chão. Gargalhada geral. Bota caiu da cadeira, de tanto rir, mas Quieto não riu nem um pouco. Os alunos só pararam de rir quando repararam que seu estimado professor não mais se levantara. Um aluno aplicado levantou-se para observar mais de perto, e ajudar o professor caso necessário. Assim que se aproximou, o professor levantou rapidamente, com expressão de susto, assustando também o aluno que se levantara, e novamente a turma riu. Só então o professor percebeu que havia sido motivo de risada, e parou e fez uma reverência com um sorriso. Todos pararam de rir, e seguiu-se mais uma vaia.
CAPÍTULO II - Sinister Niger Homo - O Sombrio Homem Sinistro
No dia seguinte, nada de anormal ocorreu, mas Quieto ficou muito inquieto (???).
Quieto: "Bota, você não acha que aquele episódio de ontem... eu acho que o professor não teve a intenção de fazer a piada."
Bota: "Do que você está falando ?"
Quieto: "Você não lembra... ele levantou assustado, e quando percebeu que tinha sido engraçado, estragou a piada."
Bota: "É mesmo..."
Quieto: "Você acha que isso tem alguma coisa a ver com a gripe alienígena lá dos states ?"
Bota: "Ah... puxa... mas é claro ! As melecas assassinas ! Então elas querem invadir o Brasil ! Vamos pegar nossas armas ! ... CALA A BOCA, QUIETO ! LARGA DE SER TAPADO ! O professor deve ter visto essa piada em algum lugar, mas no final, como teve que improvisar, estragou."
Quieto: "Tá. Pode ser. Mas achei aquilo muito estranho."
Durante a tarde, foram no cinema: Quieto, Bota, Flor e Ardo.
Assistiram "Um maluco à solta no espaço", e na volta, pararam para conversar. Quieto, de tão inquieto (???????), tocou novamente no assunto. Contou o episódio para Flor e Ardo.
Quieto: "Eu ainda acho que ele não fez aquilo por livre e espontânea vontade."
Ardo: "Livre e espontânea pressão interna de suas narinas."
Flor: "Ai, que nojo !"
Bota: "Você vai achar que fez por livre e ESPANCADA vontade, que eu não aguento mais essa sua paranóia."
Nesse exato momento, percebem um movimento atrás deles. Todos se viram assustados, e percebem um homem andando lentamente na direção deles. Veste-se todo de preto, com uma capa cobrindo suas vestes exceto na frente, onde pode-se ver vários medalhões e objetos pendurados em seu pescoço, além de objetos e ferramentas presas em sua cintura. Quieto dá um pulo para trás, assustado, mas os outros permanecem onde estão.
Bota: "Quem é você ?"
(???): "Hum... ouvi o que vocês disseram... isso não é tão absurdo como pensam."
Bota: "Eu perguntei QUEM É VOCÊ ! A QUEM VOCÊ SERVE ?"
(???): "À mão que balanç... er... digo, vocês não saberão meu nome tão cedo. Mas sirvo pro roteirista confundir os leitores."
Ardo: "Quê ? Cúfundir a quê ?"
(???): "Esqueçam. Ouvi o que Castus Imago disse sobre seu professor. Saibam que ele realmente não quis fazer a piada. Alguma coisa estava no nariz dele. Alguma coisa... viva !"
Todos se entreolharam. Quando voltaram-se novamente para o indivíduo, ele não estava mais lá. Procuraram-no com os olhos, em vão.
Ardo: "Er... mestre dos magos ... ?"
Bota: "Cala a boca, Ardo. Tem algo muito estranho com esse cara. É claro que ele tá de sacanagem com a gente, mas... como ele sabia o nome do Quieto ? Aliás, devemos mudar o teu apelido pra Inquieto, não ?"
Olharam para Quieto. Ele tremia. Não sabia porquê, mas tremia. Como nunca tremeu antes.
Quieto: "E...e...eu sso... so onhhhei ccom esssse ca...ca...cara !"
Flor: "O quê ?"
Quieto: "Eu... e... " - (respira fundo) - "Eu... eu sonhei com esse cara, p0rra !"
Ardo: "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAhhhhh ! Ahahahahahahahahahahahahahaha ! Que gay !!! Tá sonhando com homem !!! Ahahahah !"
Flor: "Pára com isso ! É sério !"
Quieto: "Sonhei que ele tinha uma arma, e atirava na minha direção, e eu corria desesperado. O estranho é que quando eu corri para o lado, ele não mudou a mira. Continuou atirando para onde eu estava antes, como se atirasse num ponto fixo, e não em mim."
Ardo: "Vai que o cara é cego ?"
Quieto: "Ah, pára com isso ! Eu tô falando sério ! To até tremendo !"
Ardo: "É paixão... você sonhando com o cara... e tremendo..."
Flor: "Vamos para a casa do Calmo. Ele deve saber algo.
Ardo: "E desde quando ele é algum tipo de sábio de RPG ?"
Foram todos para a casa de Probus Patientia. Lá chegando, ele os recebe levantando a mão com os dedos separados ao meio.
Calmo: "Vida longa e próspera"
Ardo: "Isso aí ! Porrada nas melecas !"
CAPÍTULO III - Antiquus Historium - A História Antiga
Calmo: " ? "
Quieto: "Cala a boca, Ardo seu p0rra-loca. Calma, Calmo, já te explicamos."
Após explicarem para Calmo o que havia acontecido, desde o professor até o HdP, como chamaram o "Homem de Preto", Calmo soltou uma única exclamação.
Calmo: "... então... era verdade..."
Todos os outros o fitaram atônitos.
Calmo: "Há cerca de menos de vinte anos, um tio distante meu que vivia no Canadá morreu. Me contaram que ele morreu num acidente de helicóptero, mas encontrei, por acaso, um homem meio-velho que me disse algo sobre ele ter sido consumido num dos experimentos dele. Eu nem sabia o que esse meu tio fazia, e investiguei. Descobri que ele era cientista, e fazia experiências secretas. Nem mesmo seu assistente sabia o cunho de tais pesquisas. Por isso acredito que deva ter algo a ver com bombas atômicas ou Antrax ou alguma outra coisa envolvendo o governo. Tudo o que sabia é que o experimento dele possuía algum tipo de simbiose nasal. Descobri também que no citado acidente de helicóptero, o experimento foi negligenciado, e desapareceu entre as testemunhas. Não sei o que era. Se era um equipamento, então foi roubado. Se era um animal, provavelmente morreu na queda. Se era uma fórmula, o rascunho foi saqueado. Mas a idéia da simbiose nasal me leva a crer que era algum micro-aparelho ou algum ser vivo. Sei que ele foi multiplicado, e que pode causar a morte."
Bota: "Mas você ainda não explicou direito."
Calmo: "Calma, já chego lá. Ouvi falar de uma gripe na américa do norte, e pesquisei sua história. E o mais marcante que descobri foi que ela se iniciou precisamente na data do acidente, precisamente no local do acidente: Havaí. Ela se alastrou até ter abrangência no continente, uma área um pouco maior que três estados americanos. Mas repentinamente ela parou. Nenhum caso fora registrado por 16 anos. Há menos de um ano, a gripe reapareceu. Todos os casos de incidência coincidem com os últimos casos registrados há mais de quinze anos, exceto alguns que esporadicamente apareceram em outros locais, mas para cada caso que apareceu em algum outro lugar, há um caso a menos no local original, por isso acho que são as mesmas pessoas, que durante esses dezesseis anos mudaram de cidade, estado ou mesmo país."
Quieto: "E um desses poderia vir parar no Brasil ?"
Calmo: "Acredito que sim. Seu professor apresenta os sintomas."
Ardo: "Quer dizer que o professor do Bota é um cobaia do seu tio ?"
Calmo: "Não. Não houve, até onde eu saiba, nenhuma cobaia. Mas se ele esteve nos estados unidos, ou sul do canadá, ou norte do méxico, pode ter contraído como se fosse uma gripe."
Quieto: "Se não me engano, ele já trabalhou no MIT !"
Calmo: "Hum... sim... Massachussets Institute of Technology. Pode ter contraído numa de suas viagens, e trouxe o que quer que seja isso para o Brasil."
Ardo: "Vamos lá descobrir o que é isso ! Vamos matar ele na porrada e fazer uma autópsia !"
Calmo: "Evidentemente seria imprudente tentarmos averiguar esse caso com nossos próprios recursos. Precisamos alertar uma entidade competente."
Bota: "E quem é competente o suficiente ? A polícia ? A polícia trabalha para o governo, e você disse que o governo está por trás disso !"
Calmo: "Eu não disse que está por trás, e sim que o experimento pode ter importância suficiente para."
Quieto: "Mas o Bota está certo em um ponto: não podemos confiar isso a nada que seja do governo."
Nesse exato momento, soa a campainha. Bota se assusta, Quieto fica apreensivo, e vai ver quem era. Após alguns instantes, retorna, dizendo:
Quieto: "Bota, é a sua irmã peituda e gostosa."
Bota: "Grrrrrrrrrr !!! Não fale assim da minha irmã !"
Quieto: "Mas... ela é... !"
Nesse momento, Quieto se arrepende de ter pronunciado a última frase. Acabara de perceber que ela estava ao seu lado.
Phuta: "Deixe eles falarem, mano. Eu sei que sou admirada !"
Todos olharam e viram que Quieto tinha razão a respeito dos dotes da rapariga. Ela disse a Bota que deveria estar em casa antes do anoitecer, e que Ardo tinha deixado o computador ligado, e foi embora. Calmo ficou pasmo ante à beldade que vira.
Calmo: "... ... quem... é... essa... deusa... ... ... ?"
Quieto: "É a irmã mais velha do Bota e do Ardo."
Flor: "Ela não é muito santinha não. Já to avisando..."
Calmo: "... ... melhor... ... ainda... ... ..."
Continuaram discutindo assuntos sem importância, e asim terminou o dia.
CAPÍTULO IV - Praevius Aenigma - O Primeiro Mistério
No dia seguinte, haveria novamente aula de química. Os quatro já foram ao colégio consternados, e logo na entrada, já surgiu o assunto.
Quieto: "Hoje tem aula do Sr. Engraçado denovo."
Ardo: "Será que vai sair um alien da barriga dele e cuspir raios laser na gente ?"
Bota: "Larga de paranóia, Quieto."
Soou o sinal (Magnus Sonitus) e o grupo se separou. Quieto e Bota foram para a sala onde seria a aula do citado professor. Para maior consternação de Quieto, e felicidade geral da naç... do resto da turma, o professor não compareceu.
Durante o intervalo (interludium) Quieto e Bota contaram a Flor e Ardo sobre a ausência do professor. Foram até a diretoria do colégio, e eis que os diretores não sabiam de nenhuma razão para a falta. Passaram as aulas seguintes os quatro profundamente inquietos. Quando soou o último Magnus Sonitus do dia indicando o fim da aula, foram conversar, pois agora esse era o grande assunto (Magnus Aenigma). Num dado instante, Bota virou-se para Ardo:
Bota: "Ei ! Aquele não é o HdP ?"
Ardo: "Sim, o namorado do Quieto."
Quieto: "Querem parar com isso ! Não achei engraçaaa..."
Nesse momento, Quieto percebeu que o homem de preto que haviam visto estava ali perto olhando para eles. No entanto, virou-se e foi embora rapidamente (Agilis Motus). Foram os quatro até onde ele estava, e no chão havia um pedaço de papel. Bota o pegou e o leu em voz alta.
Bota: "Um ipê amarelo vinte e quatro."
Ardo: "Tô falando que esse cara é gay. Falando de pau amarelo, e vinte e quatro ainda por cima ! Ele é o passivo, e o Quieto é o ativo !"
Quieto olha para Ardo com uma expressão de fúria. Ardo expressa desprezo, e Quieto faz um movimento para começar uma briga, mas Flor interrompe, acalmando a situação.
Flor: "O que diabos é isso, 'vinte e quatro ipês amarelos' ?"
Bota: "Não é 'vinte e quatro ipês amarelos', é 'um ipê amarelo vinte e quatro' ! Vejam aqui."
Estava escrito:
1 Ipê Amarelo 24
Quieto: "Talvez tenha um ipê amarelo na Rua 24 horas..."
Bota: "Claro. Então vamos pra Curitiba comprar um Ipê Amarelo. MANÉ !"
Ardo: Quieto vai se encontrar com seu amante negão na Rua 24 horas !!!"
Flor: "Se você não parar o Quieto vai acabar perdendo a cabeça."
Ardo: Não, isso ele não perde. Ele precisa manter para uso exclusivo do HdP que tá na 24h."
Flor: "Ai, que nojo !"
Ardo: "Falei algo de impróprio ? Hehehe."
Quieto: "Talvez seja algo daqui a vinte e quatro horas. Ou seja: amanhã a essa hora."
Flor: "Mas e o ipê amarelo ?"
Ardo: "O HdP quer sentar num ipê amarelo amanhã, e quer a companhia do Quieto. Não, me desculpem. Deveria estar escrito dois ipês amarelos, pois os gays são camaradas."
Bota: "Vai nascer um ipê amarelo amanhã ?"
Ardo: "Ele seqüestrou o professor de vocês dois para realizar seus fetiches noturnos e quer um ipê amarelo como resgate em vinte e quatro horas."
Quieto: "Além de suas piadas serem ridículas, eu não acho que ele esteja contra nós."
Flor, Ardo e Bota: "Quê ?"
Quieto: "Eu acho que ele quer nos ajudar. Isso deve ser um código, um aviso. Talvez devêssemos procurar por algum ipê amarelo."
Flor: "Sim. Faz sentido."
Os quatro foram procurar o professor de geografia.
Quieto: "Professor, onde temos ipê amarelo nesta cidade ?"
PG: "Na quitanda."
Quieto: "Estou falando sério."
PG: "No passado, haviam muitos por esta região, heranças do período cretáceo e bla bla bla bla bla mas nos dias atuais quase não temos."
Bota: "Tá. Mas ONDE temos ?"
PG: "Vocês não querem que eu diga em que lugar da cidade não, né ?"
Quieto: "Seria bom."
PG: "Isso é ridículo. Tá. No lado norte eles são mais freqüêntes."
Ardo: "Valeu. O Quieto vai sentar neles."
PG: "???"
Quieto fez um gesto para Ardo indicando que ele pretendia espancá-lo depois, e Ardo fingiu que não viu. Saíram do colégio, e foram até o Forum Municipal procurar um mapa. Lá o encontraram, e colocaram-no sobre uma mesa.
Bota: "O lado norte da cidade é esse."
Ardo: "Tem um formato bem fálico..."
Flor: "Seu nojento ! Quer parar de pensar nisso ?"
Ardo: "Tá bom, freira"
Bota: "Hum... eu nunca fui neste lado da cidade."
Flor: "Nem eu."
Quieto: "E nem eu..."
Uma pequena pausa deu aos quatro a leve sensação de que estavam perdendo o tempo que tinham.
Quieto: "Ei ! O que é isso ?!?"
Quieto apontava para um pequeno traço branco no mapa. Os outros três foram olhar mais de perto. Uma rua.
Quieto: "Rua Ipê Amarelo !!! É uma rua ! Aquilo é um endereço !"
Bota: "Então seria Rua Ipê Amarelo, número 24 ?"
Ardo: "Pelo número a casa é rosa."
Flor: "Mas... e o número um que vem antes ?"
Ardo: "Deixa ele pra lá. Vamos pra casa rosa da rua do pau."
Foram até o ponto de ônibus. Sabiam que deveriam pegar o ônibus 'Forum dos Anais - Bairro das Árvores'. Assim que entraram no ônibus, interromperam o assunto."
Ardo: "Pegamos o ônibus 'Fazendo Anal por aí Afora - Barro dos Paus' pra ver a casa rosa da rua do pau."
Quieto: "Fique quieto !"
Desceram na Rua Ipê Amarelo. Logo perceberam a razão do nome. A rua estava repleta de ipês amarelos. Mas quando chegaram ao número 24, tiveram uma imensa decepção. Não havia número 24, e entre o número 18 e o número 40 havia apenas um terreno baldio.
Ardo: "Bom. Com tanto pau nessa história, seria ideal dizer que nos f..."
Flor: "Não diga isso !"
Ardo: "Ia dizer que nos f...elicitamos em saber que não vamos encontrar o HdP aqui porque o Quieto está no cio."
Flor: "Parem com isso !"
Bota: "Estou pensando no número 1 que estava no começo da frase."
Ardo: "Ele tem formato fálico."
Quieto: "Talvez seja algo que tenha um ipê amarelo na frente."
Bota: "Mas tudo aqui tem ipê amarelo na frente. Até esse terreno."
Quieto: "Talvez o número um."
Bota: "Um ipê com um número um ?"
Quieto: "Não. O número um da rua !"
Flor: "É mesmo ! Não pensamos nisso !"
Os quatro foram até o começo da quadra. E era um prédio.
Ardo: "Bonito. Agora sabemos que não sabemos quem é. Mora muita gente nesse prédio. Deve ter uns trinta andares. Aliás... o prédio é rosa !!! Ahauhauahuahuahauhau ! O vinte e quatro era isso !!! Numero fálico da rua do pau, no predio que é gay."
Entraram no prédio. Sentaram-se no sofá do salão do térreo.
Quieto: "Qual apartamento seria ?"
Bota: "Darl. O número vinte e quatro é isso. O apartamento."
Quieto: "Pensei nisso. Mas os números dos apartamentos que estão na entrada são centenas. Cento e um, duzentos e um..."
Bota: "Então seria duzentos e quatro ?"
Flor: "Eu acho que não. Que eu tenha reparado, é um apartamento por andar. Então deve ser o vigésimo quarto andar."
Bota: "Vou tentar um blefe. Vou na recepção."
Bota caminhou até a mesa onde situava-se o porteiro.
Bota: "Vim falar com meu amigo, do vigésimo quarto andar."
Porteiro: "Você é amigo do professor ?"
Bota: "Professor ??? Er... sim. Sou amigo do professor."
Porteiro: "Suba por ali, lá está o elevador. Apartamento 2401, como você deve saber."
Bota: "Obrigado."
Bota voltou para o sofá onde estavam, e fez um sinal para que os outros o seguissem.
CAPÍTULO V - Praevius Corise - A Corisa Prévia
Foram os quatro para o elevador. No elevador Bota explicou atônito:
Bota: "Ele disse que aqui mora o professor !!!"
Quieto: "O Sr. Engraçado ?!?!?"
Bota: "Não sei ! Ele só disse professor !" - fez uma pausa de mais de um minuto - "Mas eu acho que é... estou pensando que..."
O elevador abriu. Bota calou-se desesperadamente. Mas o corredor estava silencioso. Era o vigésimo quarto andar. Saíram do elevador, e a porta do apartamento estava aberta.
Ardo: "Só faltava o apartamento ser rosa. Pegamos o ônibus 'Anal Afora - Barro dos Paus' pra no prédio rosa da rua dos paus visitar o professor gay da química catarrenta indicado pelo negão amante do Quieto."
Flor: "Psssiu ! Quieto."
Quieto: "Sim ?"
Flor: "Não você. Disse pra o Ardo ficar quieto."
Quieto: "Ah tah !"
Bota: "Vamos entrar ?"
Ardo: "Já tô entrando !"
Entraram bem lentamente pela porta que já estava aberta.
Ardo sussurra: "Olhem o tapete felpudo... tsc tsc... que gay..."
Caminhavam pé ante pé, alerta, pois eram intrusos naquele lar.
De repente, Flor, Quieto e Bota levaram um grande susto.
Ardo: "AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA !!! Aaaaahhhhhhhh !!!!!!!!!!!!!!!! A SALA É ROSA !!! A SALA É ROSA !!! AHAHAHAHAHAHAHAHA !!!"
Flor: "Cala a boca, Ardo !!!"
Subitamente todos se calaram. Ouviram um barulho proveniente de uma porta aberta, dentro do apartamento.
Caminharam novamente em silêncio. A porta abria-se para a sala, onde estavam, e estava a menos de noventa graus com a parede ao lado, permitindo ver tudo o que se passava no quarto do outro lado. Se esgueirando um pouco, Quieto conseguiu ver que havia um corpo deitado na cama. Caminhou mais um pouco, e soltou uma exclamação:
Quieto: "É o professor ! Está morto, eu acho !"
Bota: "O quê ???"
Quieto: "Ai ... meu Deus ... !!!"
Quieto viu uma criatura viscosa (Nefastus Viscus), em pé, ao lado da cama. Quando ele disse isso, ela se virou, olhou para ele, e Quieto se viu preenchido com um pavor jamais sentido por ele antes. A criatura era mais aterrorizante que as de filmes de terror trash, porque era real. Estava ali, olhando para ele. Para maior horror de Quieto, ela começou a andar, deu alguns passos, e se atirou velozmente na direção dele. Quieto tentou dar um passo para trás, seu calcanhar parou no tapete felpudo e ele tropeçou, caindo para trás. Era a pior sensação que já havia experimentado: estar caído ao chão enquanto aquela criatura avançava velozmente, e nenhum dos outros três poderia impedir, mesmo porque também estavam aterrorizados.
Mas uma fração de segundos antes da criatura passar pelo vão da porta, esta se fechou bruscamente, e ela se chocou com a porta.
Bota: "Calmo ??? O que você está fazendo aqui ??? Você estava..."
Calmo: "Sim. Eu estava atrás da porta. Também resolvi investigar, e fui mais cuidadoso do que vocês."
Quieto: "O... o... que... e...e...era a..a..qui..i..lo ?"
Calmo: "Não sei sobre sua constituição substancial, mas saiu do corpo daquele homem. Que por acaso é seu professor de química. Minha teoria estava certa."
Ardo: "O professor era um melecão vestido de gente ?"
Calmo: "Não. Essa coisa não era o professor. Ela matou o professor."
Escutaram nesse momento um ruído vindo de trás da porta fechada, e todos pularam para trás.
A porta rangeu, fez alguns ruídos surdos. E finalmente abriu. A criatura estava lá, de pé, enfurecida (Nefastus et Rabidus Viscus) olhando para eles. Quando tentou um movimento, Calmo bradou:
Calmo: "Rabiosa Hostia Meleqüo Est !"
A criatura fez uma expressão de pavor, enquanto se desmanchava. Derreteu completamente, transformando-se numa poça viscosa (Morimbundus Viscus). Assim que terminou de escorrer, houve um alívio em todos os quatro. Flor não viu o que acontecera, pois tampara os olhos quando a porta se abriu.
Ardo: "Leviosssssssa pra você também !"
Bota: "Calmo, o que você gritou ?"
Calmo: "Rabiosa Hostia Meleqüo Est. É latim. Uma invocação que um louco há muitos anos me fez decorar. Achei que não ia precisar, e quase esqueci. Agora acredito nele."
Quieto: "Quem é esse louco ?"
Calmo: "É o homem velho que eu disse que encontrei. Ele disse que no exato momento em que a experiência do meu tio saiu do controle, nasceu uma criança aqui no Brasil. Desde o começo de sua vida, ela teria aversão aos EUA, e seria ininfectável por qualquer gripe. Ele cresceria sem saber de nada disso, até que completasse dezoito anos."
Bota: "E...?"
Calmo: "Ele é... ele é... o... Anti-Meleco."
Ardo: "Ahauahuahuahuahauahuh !!! O quê ???"
Calmo: "Sim. A criança pre-destinada a combater esse mal que nos assola. Este ano ela se torna um homem. É hoje mais velho que todos vocês, exceto eu e a..."
Calmo fez uma pausa.
Flor: "Irmã do Ardo ?"
Calmo: "... sim. Eles têm a mesma idade. Ela e o Anti-Meleco."
Ardo: "Prrfffff... anti-mele... ahuahauhauah !"
Flor: "Como você sabe tudo isso ?"
Calmo: "Andei jogando muito RPG esses últimos tempos. Novos sistemas, novos ares. É natural que eu consiga informações de outras fontes. Eu não ia falar tudo isso pra vocês, mas agora que vocês viram um Proprie Dictum Corise, vocês precisam saber."
Ardo: "Um Propre Di o quê ?"
Calmo: "Proprie Dictum Corise, ou Corisa Propriamente Dita."
Flor: "Aaaaarghh ! Blerg ! Que nojo !"
Ardo: "Peraí. Tá dizendo que isso aí... é... meleca de nariz mesmo ?"
Calmo: "Sim. Não sei se os componentes químicos são os mesmos, mas os orgânicos são. Sim, é meleca de nariz. Estava em forma de cisto, e quando o cuspe do professor começou a se mexer era um sinal de que ele já estava se desenvolvendo."
Quieto: "Como vamos combater essas... coisas ? Com palavras em latim ?"
Calmo: "Não. Essas palavras transformam eles em Morimbundi Corise, mas não em Mortui Corise."
Bota: "Quê ??? Dá pra falar português ?"
Calmo: "Transformam eles em Corisas morimbundas, mas não lhes tiram a vida."
Ardo: "Deixa ele meleca morrendo, mas não meleca morta ?"
Calmo: "Precisamente. Ele está em estado de coma, e nós não precisamos nos preocupar com nossa segurança aqui por enquanto. Mas existem palavras que surtem o efeito oposto."
Bota: "Podem trazer isso de volta ?"
Calmo: "Sim."
Ardo: "E quais são ? Hein, hein ? Conta ! Conta !"
Calmo: "Você é louco ?!?!?"
Ardo: "Sim. Precisamente."
Flor: "Vamos sair daqui !"
Calmo: "Espere. Precisamos matar essa coisa. Do contrário, qualquer pequena partícula dessa gosma, se inalada, pode infectar outra pessoa. Não sei qual a reprodução disso, e não quero arriscar."
Bota: "E como faremos isso ?"
Calmo: "Não sei. Não sei tudo ! Podemos tentar queimá-lo."
Bota: "De certo temos um lança-chamas aqui, não é mesmo, Sr. RPG ?"
Ardo: "Podemos acender um pe1do..."
Quieto: "O professor fuma. Er... fumava. Deve ter isqueiros aqui."
Quieto procura com os olhos, e rapidamente encontra um isqueiro sobre um maço de cigarros, numa estante.
Quieto: "Cá está."
Calmo rasgou um pedaço do lençol da cama, pôs fogo com o isqueiro, e deixou-o cair sobre a entidade viscosa. Ela se incendiou rapidamente, e transformou-se em água, apagando o fogo. A fumaça desprendida era verde, e dissipou-se, desaparecendo logo após deixar a chama.
Bota: "Agora sim. Vamos nessa."
---
Ainda estou escrevendo... mas já podem dizer o que estão achando...
tá, eu sei que meu humor é estranho. mas se vcs rirem valeu a intenção.
Preparem-se pobres mortais para uma aventura nasal assustadora. Parem de comer agora mesmo.
Começa agora a...
-*-*- CORISAT ET RAGNI OCCUPO -*-*-
"A invasão da corisa e do ranho"
Estrelando:
Heróis: [ (m),(f) - Gêneros Masculino e Feminino ]
Família Castimonia
- (m) Castus Imago (vulgo "Quieto") - "De aparência casta"
- (f) Delicatus Lotus (vulgo "Flor") - "Trevo Delicado"
- (m) Probus Patientia (vulgo "Calmo") - "Paciência Virtuosa"
Família Capetatus
- (m) Nefastus Daemonium (vulgo "Ardo", "Encapetado", "P0rra-Loca" ou "ACM") - "Demônio Abominável"
- (m) Soccus Inferna (vulgo "Bota") - "Coturno do Inferno"
- (f) Fervidoris Fides (vulgo "Phuta") - "Garantia de Prazer"
Vilões:
Família Corise
- Proprie Dictum Corise - "Corisa propriamente dita"
- Merus Corise - "Corisa pura"
- Inferna Corise - "Corisa do inferno"
- Rivus Corisat - "Torrente de Corisa"
Família Ragno
- Flatus Ragno - "Hálito de Ranho"
- Glaucus Ragno - "Ranho verde"
- Obsoletus Ragno - "Ranho velho"
- Summa Ragno - "Ranho supremo"
Vilão Principal: Magnus Meleqüa Orcus - "Divindade do Catarro Superior" (vulgo "O Grande Catarro")
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Participação especial:
Aequus Orcus - "Divindade Justa" (vulgo "Salvador da Pátria" ou "Papai do Céu")
Nefastus Flatus - vulgo "Kaji" (vide Insônia > Tópico do Formigueiro)
Nefastus Imago - "Aparência Abominável" (vulgo "Feio pra kacete" ou "Rousoku")
Sinister Similis - "Similar ao auspicioso" (vulgo "Misterioso")
Eminens Albieri - "Notável er...cientista" (vulgo "Maluco")
Eminens Auxiliaris - Auto-explicativo (vulgo "Jarbas")
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Agradecimentos especiais à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que permitiu, com sua editora, que Raulino Busarello publicasse o Dicionário Básico Latino-Português que me permitiu viajar no latim.
PS (Post Script): As palavras 'Corise' e 'Ragno' e suas declinações não estavam no dicionário !!!
--- *** ---
INTRODUÇÃO
Manhã de Junho de 1984 - Ilha (pequena demais para ter um nome) no Oceano Pacífico.
Um cientista canadense descendente de brasileiros e marroquinos opera um equipamento oriundo de Taiwan.
Eminens Albieri: "Hum... e você fica aqui em baixo dessa lente... isso, preciosa, vou ligar a maquininha...
hum... interessante... o raio-x de uma meleca de nariz... agora pro microscópio... venha cá, minha querida...
só mais um pouquinho... CONSEGUI !"
Eminens Albieri, vulgo Maluco, começa a chorar.
Maluco: "Consegui !!! Hahahahahahaha ! Injetei o DNA ! (...) Mas... o que está havendo ?"
--- 5 dias e 14 horas depois ---
Eminens Auxiliaris desembarca na ilha. Para seu imenso agouro, encontra Eminens Albieri morto, com as narinas inchadas (Edema Nasal).
Eminens Auxiliaris: "Albieri ??? O que aconteceu com você ???"
Jarbas recolhe o corpo e o equipamento de Eminens Albieri para seu Helicóptero (Helita Copterus), de onde desembarcara, e ordena ao piloto que o leve de volta ao seu escritório.
Dentro do helicóptero, Jarbas observa o estado do cientista Maluco. Em determinado instante, repara que algo caiu das fossas nasais de Albieri. E se movia. Cuidadosamente (porque não é burro) recolheu a estranha partícula com uma pinça, e colocou em um frasco. Anotou o procedimento e ordenou pressa ao piloto.
--- 12 horas depois - Costa do Havaí
Banhistas pegam ondas (Agilis Aqua) enquanto um helicóptero se aproxima, em rota de colisão com a praia. Ao perceber o eminente desastre, rapidamente e ordenadamente o caos se instala. Na seguinte ordem: "primeiro grita, depois corre". O helicóptero choca-se contra pedras à beira-mar, e assim que terminada a ordenada explosão (na seguinte ordem: "primeiro paf, depois buuum"), os que ainda por lá estavam correram para ver o que acontecera. Logo encontraram os corpos de Jarbas e do Piloto, e uma carcaça irreconhecível (Nefastus Corpus) repleta de uma substância grudenta. Logo perceberam que tal substância se movia (Agilis Meleqüo), mas era tarde demais. Algumas autoridades foram convocadas, no entanto os que voltaram vivos nada relataram senão alucinação coletiva (Delirus Populus).
E nada mais foi dito até então.
--- *** ---
CAPÍTULO I - Historium Initus - Começo da História - Dias atuais
Enquanto corria a aula de português, Quieto (Castus Imago), sentado no fundo da sala, atritava a bolsa escrotal. O professor falava de "verbos transitivos diretos e indiretos inseridos em orações subordinadas" e outras coisas mais que Quieto não entendia. Ao seu lado, seu amigo Bota (Soccus Inferna) grafava representações cômicas do professor (também conhecidas como "caricaturas"). Não toleravam mais o grande sábio que lhes falava à frente, e no momento mais crítico, para seu grande alívio, soou o sinal que indicava o intervalo.
No intervalo, contavam piadas com Flor (Delicatus Lotus) e Ardo (Nefastus Daemonium), quando ouviram uma notícia mais estranha que o comum. Um grupo de alunos mais velhos ao lado conversava sobre uma gripe na américa do norte que já matara centenas de pessoas em uma semana. Entreolharam-se, mas não deram valor. Desse momento em diante, começaram a caçoar da "gripe alienígena" (Mundi Foris Gripo), como a chamaram por escárnio.
O intervalo acabou, e Quieto e Bota voltaram para a sala de aula. Aula de química, o que foi um alívio, pois o professor de química era muito divertido, considerando suas numerosas piadas sobre a sua disciplina. Repassando o exercício da aula anterior, começou com seu repertório de piadas:
Prof.: "A questão número um, sobre o porque de a água formar gotas. Como os elétrons se suicidam ?"
Os alunos ficaram confusos, aguardando uma resposta.
Prof.: "Pulando da ponte de Hidrogênio ! A ponte de hidrogênio é a resposta. Não é engraçado ?"
Vaia generalizada. O professor expressa uma cara-de-bvnda (Gluteos Imago).
Prof.: "Tá bom. Essa não foi engraçada. Mas vocês sabem como o elétron atende o telefone ?"
Silêncio total. O professor Sr. Engraçado continuou:
Prof.: "Próton ?"
Novamente uma gigantesca vaia.
Prof.: "Tá. Voltando aos exercícios. Como é a molécula da água ? A molécula eu não sei, mas a melécula é assim..."
E o professor cospe um pouco de muco nasal no chão. Pela primeira vez, a turma inteira ri.
Prof.: "Espere..."
A turma volta ao silêncio, mas desta vez com um sorriso no rosto.
Prof.: "PÁRE DE SE MEXER, SEU MISERÁVEL !!!"
Mais uma explosão de gargalhadas. Bota comenta com Quieto.
Bota: "Até que enfim esse professor aprendeu a ser engraçado ! Mudou o repertório de piadas."
Mas Quieto fica em silêncio, enquanto todos riem. Reparou que o professor não estava fazendo a tradicional expressão facial de quando ele pensa "Como sou engraçado !", e sim uma expressão de consternação. Ouviu o professor repetir:
Prof.: "MANDEI PARAR DE SE MEXER ! MAS QUE DIABOS É ISSO ???"
E o professor pisou rudemente sobre o muco nasal. A turma passou a rir ainda mais alto, no entanto, o professor parecia estar tonto. Num movimento brusco, jogou a cabeça para trás, olhando para o alto, e caiu no chão. Gargalhada geral. Bota caiu da cadeira, de tanto rir, mas Quieto não riu nem um pouco. Os alunos só pararam de rir quando repararam que seu estimado professor não mais se levantara. Um aluno aplicado levantou-se para observar mais de perto, e ajudar o professor caso necessário. Assim que se aproximou, o professor levantou rapidamente, com expressão de susto, assustando também o aluno que se levantara, e novamente a turma riu. Só então o professor percebeu que havia sido motivo de risada, e parou e fez uma reverência com um sorriso. Todos pararam de rir, e seguiu-se mais uma vaia.
CAPÍTULO II - Sinister Niger Homo - O Sombrio Homem Sinistro
No dia seguinte, nada de anormal ocorreu, mas Quieto ficou muito inquieto (???).
Quieto: "Bota, você não acha que aquele episódio de ontem... eu acho que o professor não teve a intenção de fazer a piada."
Bota: "Do que você está falando ?"
Quieto: "Você não lembra... ele levantou assustado, e quando percebeu que tinha sido engraçado, estragou a piada."
Bota: "É mesmo..."
Quieto: "Você acha que isso tem alguma coisa a ver com a gripe alienígena lá dos states ?"
Bota: "Ah... puxa... mas é claro ! As melecas assassinas ! Então elas querem invadir o Brasil ! Vamos pegar nossas armas ! ... CALA A BOCA, QUIETO ! LARGA DE SER TAPADO ! O professor deve ter visto essa piada em algum lugar, mas no final, como teve que improvisar, estragou."
Quieto: "Tá. Pode ser. Mas achei aquilo muito estranho."
Durante a tarde, foram no cinema: Quieto, Bota, Flor e Ardo.
Assistiram "Um maluco à solta no espaço", e na volta, pararam para conversar. Quieto, de tão inquieto (???????), tocou novamente no assunto. Contou o episódio para Flor e Ardo.
Quieto: "Eu ainda acho que ele não fez aquilo por livre e espontânea vontade."
Ardo: "Livre e espontânea pressão interna de suas narinas."
Flor: "Ai, que nojo !"
Bota: "Você vai achar que fez por livre e ESPANCADA vontade, que eu não aguento mais essa sua paranóia."
Nesse exato momento, percebem um movimento atrás deles. Todos se viram assustados, e percebem um homem andando lentamente na direção deles. Veste-se todo de preto, com uma capa cobrindo suas vestes exceto na frente, onde pode-se ver vários medalhões e objetos pendurados em seu pescoço, além de objetos e ferramentas presas em sua cintura. Quieto dá um pulo para trás, assustado, mas os outros permanecem onde estão.
Bota: "Quem é você ?"
(???): "Hum... ouvi o que vocês disseram... isso não é tão absurdo como pensam."
Bota: "Eu perguntei QUEM É VOCÊ ! A QUEM VOCÊ SERVE ?"
(???): "À mão que balanç... er... digo, vocês não saberão meu nome tão cedo. Mas sirvo pro roteirista confundir os leitores."
Ardo: "Quê ? Cúfundir a quê ?"
(???): "Esqueçam. Ouvi o que Castus Imago disse sobre seu professor. Saibam que ele realmente não quis fazer a piada. Alguma coisa estava no nariz dele. Alguma coisa... viva !"
Todos se entreolharam. Quando voltaram-se novamente para o indivíduo, ele não estava mais lá. Procuraram-no com os olhos, em vão.
Ardo: "Er... mestre dos magos ... ?"
Bota: "Cala a boca, Ardo. Tem algo muito estranho com esse cara. É claro que ele tá de sacanagem com a gente, mas... como ele sabia o nome do Quieto ? Aliás, devemos mudar o teu apelido pra Inquieto, não ?"
Olharam para Quieto. Ele tremia. Não sabia porquê, mas tremia. Como nunca tremeu antes.
Quieto: "E...e...eu sso... so onhhhei ccom esssse ca...ca...cara !"
Flor: "O quê ?"
Quieto: "Eu... e... " - (respira fundo) - "Eu... eu sonhei com esse cara, p0rra !"
Ardo: "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAhhhhh ! Ahahahahahahahahahahahahahaha ! Que gay !!! Tá sonhando com homem !!! Ahahahah !"
Flor: "Pára com isso ! É sério !"
Quieto: "Sonhei que ele tinha uma arma, e atirava na minha direção, e eu corria desesperado. O estranho é que quando eu corri para o lado, ele não mudou a mira. Continuou atirando para onde eu estava antes, como se atirasse num ponto fixo, e não em mim."
Ardo: "Vai que o cara é cego ?"
Quieto: "Ah, pára com isso ! Eu tô falando sério ! To até tremendo !"
Ardo: "É paixão... você sonhando com o cara... e tremendo..."
Flor: "Vamos para a casa do Calmo. Ele deve saber algo.
Ardo: "E desde quando ele é algum tipo de sábio de RPG ?"
Foram todos para a casa de Probus Patientia. Lá chegando, ele os recebe levantando a mão com os dedos separados ao meio.
Calmo: "Vida longa e próspera"
Ardo: "Isso aí ! Porrada nas melecas !"
CAPÍTULO III - Antiquus Historium - A História Antiga
Calmo: " ? "
Quieto: "Cala a boca, Ardo seu p0rra-loca. Calma, Calmo, já te explicamos."
Após explicarem para Calmo o que havia acontecido, desde o professor até o HdP, como chamaram o "Homem de Preto", Calmo soltou uma única exclamação.
Calmo: "... então... era verdade..."
Todos os outros o fitaram atônitos.
Calmo: "Há cerca de menos de vinte anos, um tio distante meu que vivia no Canadá morreu. Me contaram que ele morreu num acidente de helicóptero, mas encontrei, por acaso, um homem meio-velho que me disse algo sobre ele ter sido consumido num dos experimentos dele. Eu nem sabia o que esse meu tio fazia, e investiguei. Descobri que ele era cientista, e fazia experiências secretas. Nem mesmo seu assistente sabia o cunho de tais pesquisas. Por isso acredito que deva ter algo a ver com bombas atômicas ou Antrax ou alguma outra coisa envolvendo o governo. Tudo o que sabia é que o experimento dele possuía algum tipo de simbiose nasal. Descobri também que no citado acidente de helicóptero, o experimento foi negligenciado, e desapareceu entre as testemunhas. Não sei o que era. Se era um equipamento, então foi roubado. Se era um animal, provavelmente morreu na queda. Se era uma fórmula, o rascunho foi saqueado. Mas a idéia da simbiose nasal me leva a crer que era algum micro-aparelho ou algum ser vivo. Sei que ele foi multiplicado, e que pode causar a morte."
Bota: "Mas você ainda não explicou direito."
Calmo: "Calma, já chego lá. Ouvi falar de uma gripe na américa do norte, e pesquisei sua história. E o mais marcante que descobri foi que ela se iniciou precisamente na data do acidente, precisamente no local do acidente: Havaí. Ela se alastrou até ter abrangência no continente, uma área um pouco maior que três estados americanos. Mas repentinamente ela parou. Nenhum caso fora registrado por 16 anos. Há menos de um ano, a gripe reapareceu. Todos os casos de incidência coincidem com os últimos casos registrados há mais de quinze anos, exceto alguns que esporadicamente apareceram em outros locais, mas para cada caso que apareceu em algum outro lugar, há um caso a menos no local original, por isso acho que são as mesmas pessoas, que durante esses dezesseis anos mudaram de cidade, estado ou mesmo país."
Quieto: "E um desses poderia vir parar no Brasil ?"
Calmo: "Acredito que sim. Seu professor apresenta os sintomas."
Ardo: "Quer dizer que o professor do Bota é um cobaia do seu tio ?"
Calmo: "Não. Não houve, até onde eu saiba, nenhuma cobaia. Mas se ele esteve nos estados unidos, ou sul do canadá, ou norte do méxico, pode ter contraído como se fosse uma gripe."
Quieto: "Se não me engano, ele já trabalhou no MIT !"
Calmo: "Hum... sim... Massachussets Institute of Technology. Pode ter contraído numa de suas viagens, e trouxe o que quer que seja isso para o Brasil."
Ardo: "Vamos lá descobrir o que é isso ! Vamos matar ele na porrada e fazer uma autópsia !"
Calmo: "Evidentemente seria imprudente tentarmos averiguar esse caso com nossos próprios recursos. Precisamos alertar uma entidade competente."
Bota: "E quem é competente o suficiente ? A polícia ? A polícia trabalha para o governo, e você disse que o governo está por trás disso !"
Calmo: "Eu não disse que está por trás, e sim que o experimento pode ter importância suficiente para."
Quieto: "Mas o Bota está certo em um ponto: não podemos confiar isso a nada que seja do governo."
Nesse exato momento, soa a campainha. Bota se assusta, Quieto fica apreensivo, e vai ver quem era. Após alguns instantes, retorna, dizendo:
Quieto: "Bota, é a sua irmã peituda e gostosa."
Bota: "Grrrrrrrrrr !!! Não fale assim da minha irmã !"
Quieto: "Mas... ela é... !"
Nesse momento, Quieto se arrepende de ter pronunciado a última frase. Acabara de perceber que ela estava ao seu lado.
Phuta: "Deixe eles falarem, mano. Eu sei que sou admirada !"
Todos olharam e viram que Quieto tinha razão a respeito dos dotes da rapariga. Ela disse a Bota que deveria estar em casa antes do anoitecer, e que Ardo tinha deixado o computador ligado, e foi embora. Calmo ficou pasmo ante à beldade que vira.
Calmo: "... ... quem... é... essa... deusa... ... ... ?"
Quieto: "É a irmã mais velha do Bota e do Ardo."
Flor: "Ela não é muito santinha não. Já to avisando..."
Calmo: "... ... melhor... ... ainda... ... ..."
Continuaram discutindo assuntos sem importância, e asim terminou o dia.
CAPÍTULO IV - Praevius Aenigma - O Primeiro Mistério
No dia seguinte, haveria novamente aula de química. Os quatro já foram ao colégio consternados, e logo na entrada, já surgiu o assunto.
Quieto: "Hoje tem aula do Sr. Engraçado denovo."
Ardo: "Será que vai sair um alien da barriga dele e cuspir raios laser na gente ?"
Bota: "Larga de paranóia, Quieto."
Soou o sinal (Magnus Sonitus) e o grupo se separou. Quieto e Bota foram para a sala onde seria a aula do citado professor. Para maior consternação de Quieto, e felicidade geral da naç... do resto da turma, o professor não compareceu.
Durante o intervalo (interludium) Quieto e Bota contaram a Flor e Ardo sobre a ausência do professor. Foram até a diretoria do colégio, e eis que os diretores não sabiam de nenhuma razão para a falta. Passaram as aulas seguintes os quatro profundamente inquietos. Quando soou o último Magnus Sonitus do dia indicando o fim da aula, foram conversar, pois agora esse era o grande assunto (Magnus Aenigma). Num dado instante, Bota virou-se para Ardo:
Bota: "Ei ! Aquele não é o HdP ?"
Ardo: "Sim, o namorado do Quieto."
Quieto: "Querem parar com isso ! Não achei engraçaaa..."
Nesse momento, Quieto percebeu que o homem de preto que haviam visto estava ali perto olhando para eles. No entanto, virou-se e foi embora rapidamente (Agilis Motus). Foram os quatro até onde ele estava, e no chão havia um pedaço de papel. Bota o pegou e o leu em voz alta.
Bota: "Um ipê amarelo vinte e quatro."
Ardo: "Tô falando que esse cara é gay. Falando de pau amarelo, e vinte e quatro ainda por cima ! Ele é o passivo, e o Quieto é o ativo !"
Quieto olha para Ardo com uma expressão de fúria. Ardo expressa desprezo, e Quieto faz um movimento para começar uma briga, mas Flor interrompe, acalmando a situação.
Flor: "O que diabos é isso, 'vinte e quatro ipês amarelos' ?"
Bota: "Não é 'vinte e quatro ipês amarelos', é 'um ipê amarelo vinte e quatro' ! Vejam aqui."
Estava escrito:
1 Ipê Amarelo 24
Quieto: "Talvez tenha um ipê amarelo na Rua 24 horas..."
Bota: "Claro. Então vamos pra Curitiba comprar um Ipê Amarelo. MANÉ !"
Ardo: Quieto vai se encontrar com seu amante negão na Rua 24 horas !!!"
Flor: "Se você não parar o Quieto vai acabar perdendo a cabeça."
Ardo: Não, isso ele não perde. Ele precisa manter para uso exclusivo do HdP que tá na 24h."
Flor: "Ai, que nojo !"
Ardo: "Falei algo de impróprio ? Hehehe."
Quieto: "Talvez seja algo daqui a vinte e quatro horas. Ou seja: amanhã a essa hora."
Flor: "Mas e o ipê amarelo ?"
Ardo: "O HdP quer sentar num ipê amarelo amanhã, e quer a companhia do Quieto. Não, me desculpem. Deveria estar escrito dois ipês amarelos, pois os gays são camaradas."
Bota: "Vai nascer um ipê amarelo amanhã ?"
Ardo: "Ele seqüestrou o professor de vocês dois para realizar seus fetiches noturnos e quer um ipê amarelo como resgate em vinte e quatro horas."
Quieto: "Além de suas piadas serem ridículas, eu não acho que ele esteja contra nós."
Flor, Ardo e Bota: "Quê ?"
Quieto: "Eu acho que ele quer nos ajudar. Isso deve ser um código, um aviso. Talvez devêssemos procurar por algum ipê amarelo."
Flor: "Sim. Faz sentido."
Os quatro foram procurar o professor de geografia.
Quieto: "Professor, onde temos ipê amarelo nesta cidade ?"
PG: "Na quitanda."
Quieto: "Estou falando sério."
PG: "No passado, haviam muitos por esta região, heranças do período cretáceo e bla bla bla bla bla mas nos dias atuais quase não temos."
Bota: "Tá. Mas ONDE temos ?"
PG: "Vocês não querem que eu diga em que lugar da cidade não, né ?"
Quieto: "Seria bom."
PG: "Isso é ridículo. Tá. No lado norte eles são mais freqüêntes."
Ardo: "Valeu. O Quieto vai sentar neles."
PG: "???"
Quieto fez um gesto para Ardo indicando que ele pretendia espancá-lo depois, e Ardo fingiu que não viu. Saíram do colégio, e foram até o Forum Municipal procurar um mapa. Lá o encontraram, e colocaram-no sobre uma mesa.
Bota: "O lado norte da cidade é esse."
Ardo: "Tem um formato bem fálico..."
Flor: "Seu nojento ! Quer parar de pensar nisso ?"
Ardo: "Tá bom, freira"
Bota: "Hum... eu nunca fui neste lado da cidade."
Flor: "Nem eu."
Quieto: "E nem eu..."
Uma pequena pausa deu aos quatro a leve sensação de que estavam perdendo o tempo que tinham.
Quieto: "Ei ! O que é isso ?!?"
Quieto apontava para um pequeno traço branco no mapa. Os outros três foram olhar mais de perto. Uma rua.
Quieto: "Rua Ipê Amarelo !!! É uma rua ! Aquilo é um endereço !"
Bota: "Então seria Rua Ipê Amarelo, número 24 ?"
Ardo: "Pelo número a casa é rosa."
Flor: "Mas... e o número um que vem antes ?"
Ardo: "Deixa ele pra lá. Vamos pra casa rosa da rua do pau."
Foram até o ponto de ônibus. Sabiam que deveriam pegar o ônibus 'Forum dos Anais - Bairro das Árvores'. Assim que entraram no ônibus, interromperam o assunto."
Ardo: "Pegamos o ônibus 'Fazendo Anal por aí Afora - Barro dos Paus' pra ver a casa rosa da rua do pau."
Quieto: "Fique quieto !"
Desceram na Rua Ipê Amarelo. Logo perceberam a razão do nome. A rua estava repleta de ipês amarelos. Mas quando chegaram ao número 24, tiveram uma imensa decepção. Não havia número 24, e entre o número 18 e o número 40 havia apenas um terreno baldio.
Ardo: "Bom. Com tanto pau nessa história, seria ideal dizer que nos f..."
Flor: "Não diga isso !"
Ardo: "Ia dizer que nos f...elicitamos em saber que não vamos encontrar o HdP aqui porque o Quieto está no cio."
Flor: "Parem com isso !"
Bota: "Estou pensando no número 1 que estava no começo da frase."
Ardo: "Ele tem formato fálico."
Quieto: "Talvez seja algo que tenha um ipê amarelo na frente."
Bota: "Mas tudo aqui tem ipê amarelo na frente. Até esse terreno."
Quieto: "Talvez o número um."
Bota: "Um ipê com um número um ?"
Quieto: "Não. O número um da rua !"
Flor: "É mesmo ! Não pensamos nisso !"
Os quatro foram até o começo da quadra. E era um prédio.
Ardo: "Bonito. Agora sabemos que não sabemos quem é. Mora muita gente nesse prédio. Deve ter uns trinta andares. Aliás... o prédio é rosa !!! Ahauhauahuahuahauhau ! O vinte e quatro era isso !!! Numero fálico da rua do pau, no predio que é gay."
Entraram no prédio. Sentaram-se no sofá do salão do térreo.
Quieto: "Qual apartamento seria ?"
Bota: "Darl. O número vinte e quatro é isso. O apartamento."
Quieto: "Pensei nisso. Mas os números dos apartamentos que estão na entrada são centenas. Cento e um, duzentos e um..."
Bota: "Então seria duzentos e quatro ?"
Flor: "Eu acho que não. Que eu tenha reparado, é um apartamento por andar. Então deve ser o vigésimo quarto andar."
Bota: "Vou tentar um blefe. Vou na recepção."
Bota caminhou até a mesa onde situava-se o porteiro.
Bota: "Vim falar com meu amigo, do vigésimo quarto andar."
Porteiro: "Você é amigo do professor ?"
Bota: "Professor ??? Er... sim. Sou amigo do professor."
Porteiro: "Suba por ali, lá está o elevador. Apartamento 2401, como você deve saber."
Bota: "Obrigado."
Bota voltou para o sofá onde estavam, e fez um sinal para que os outros o seguissem.
CAPÍTULO V - Praevius Corise - A Corisa Prévia
Foram os quatro para o elevador. No elevador Bota explicou atônito:
Bota: "Ele disse que aqui mora o professor !!!"
Quieto: "O Sr. Engraçado ?!?!?"
Bota: "Não sei ! Ele só disse professor !" - fez uma pausa de mais de um minuto - "Mas eu acho que é... estou pensando que..."
O elevador abriu. Bota calou-se desesperadamente. Mas o corredor estava silencioso. Era o vigésimo quarto andar. Saíram do elevador, e a porta do apartamento estava aberta.
Ardo: "Só faltava o apartamento ser rosa. Pegamos o ônibus 'Anal Afora - Barro dos Paus' pra no prédio rosa da rua dos paus visitar o professor gay da química catarrenta indicado pelo negão amante do Quieto."
Flor: "Psssiu ! Quieto."
Quieto: "Sim ?"
Flor: "Não você. Disse pra o Ardo ficar quieto."
Quieto: "Ah tah !"
Bota: "Vamos entrar ?"
Ardo: "Já tô entrando !"
Entraram bem lentamente pela porta que já estava aberta.
Ardo sussurra: "Olhem o tapete felpudo... tsc tsc... que gay..."
Caminhavam pé ante pé, alerta, pois eram intrusos naquele lar.
De repente, Flor, Quieto e Bota levaram um grande susto.
Ardo: "AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA !!! Aaaaahhhhhhhh !!!!!!!!!!!!!!!! A SALA É ROSA !!! A SALA É ROSA !!! AHAHAHAHAHAHAHAHA !!!"
Flor: "Cala a boca, Ardo !!!"
Subitamente todos se calaram. Ouviram um barulho proveniente de uma porta aberta, dentro do apartamento.
Caminharam novamente em silêncio. A porta abria-se para a sala, onde estavam, e estava a menos de noventa graus com a parede ao lado, permitindo ver tudo o que se passava no quarto do outro lado. Se esgueirando um pouco, Quieto conseguiu ver que havia um corpo deitado na cama. Caminhou mais um pouco, e soltou uma exclamação:
Quieto: "É o professor ! Está morto, eu acho !"
Bota: "O quê ???"
Quieto: "Ai ... meu Deus ... !!!"
Quieto viu uma criatura viscosa (Nefastus Viscus), em pé, ao lado da cama. Quando ele disse isso, ela se virou, olhou para ele, e Quieto se viu preenchido com um pavor jamais sentido por ele antes. A criatura era mais aterrorizante que as de filmes de terror trash, porque era real. Estava ali, olhando para ele. Para maior horror de Quieto, ela começou a andar, deu alguns passos, e se atirou velozmente na direção dele. Quieto tentou dar um passo para trás, seu calcanhar parou no tapete felpudo e ele tropeçou, caindo para trás. Era a pior sensação que já havia experimentado: estar caído ao chão enquanto aquela criatura avançava velozmente, e nenhum dos outros três poderia impedir, mesmo porque também estavam aterrorizados.
Mas uma fração de segundos antes da criatura passar pelo vão da porta, esta se fechou bruscamente, e ela se chocou com a porta.
Bota: "Calmo ??? O que você está fazendo aqui ??? Você estava..."
Calmo: "Sim. Eu estava atrás da porta. Também resolvi investigar, e fui mais cuidadoso do que vocês."
Quieto: "O... o... que... e...e...era a..a..qui..i..lo ?"
Calmo: "Não sei sobre sua constituição substancial, mas saiu do corpo daquele homem. Que por acaso é seu professor de química. Minha teoria estava certa."
Ardo: "O professor era um melecão vestido de gente ?"
Calmo: "Não. Essa coisa não era o professor. Ela matou o professor."
Escutaram nesse momento um ruído vindo de trás da porta fechada, e todos pularam para trás.
A porta rangeu, fez alguns ruídos surdos. E finalmente abriu. A criatura estava lá, de pé, enfurecida (Nefastus et Rabidus Viscus) olhando para eles. Quando tentou um movimento, Calmo bradou:
Calmo: "Rabiosa Hostia Meleqüo Est !"
A criatura fez uma expressão de pavor, enquanto se desmanchava. Derreteu completamente, transformando-se numa poça viscosa (Morimbundus Viscus). Assim que terminou de escorrer, houve um alívio em todos os quatro. Flor não viu o que acontecera, pois tampara os olhos quando a porta se abriu.
Ardo: "Leviosssssssa pra você também !"
Bota: "Calmo, o que você gritou ?"
Calmo: "Rabiosa Hostia Meleqüo Est. É latim. Uma invocação que um louco há muitos anos me fez decorar. Achei que não ia precisar, e quase esqueci. Agora acredito nele."
Quieto: "Quem é esse louco ?"
Calmo: "É o homem velho que eu disse que encontrei. Ele disse que no exato momento em que a experiência do meu tio saiu do controle, nasceu uma criança aqui no Brasil. Desde o começo de sua vida, ela teria aversão aos EUA, e seria ininfectável por qualquer gripe. Ele cresceria sem saber de nada disso, até que completasse dezoito anos."
Bota: "E...?"
Calmo: "Ele é... ele é... o... Anti-Meleco."
Ardo: "Ahauahuahuahuahauahuh !!! O quê ???"
Calmo: "Sim. A criança pre-destinada a combater esse mal que nos assola. Este ano ela se torna um homem. É hoje mais velho que todos vocês, exceto eu e a..."
Calmo fez uma pausa.
Flor: "Irmã do Ardo ?"
Calmo: "... sim. Eles têm a mesma idade. Ela e o Anti-Meleco."
Ardo: "Prrfffff... anti-mele... ahuahauhauah !"
Flor: "Como você sabe tudo isso ?"
Calmo: "Andei jogando muito RPG esses últimos tempos. Novos sistemas, novos ares. É natural que eu consiga informações de outras fontes. Eu não ia falar tudo isso pra vocês, mas agora que vocês viram um Proprie Dictum Corise, vocês precisam saber."
Ardo: "Um Propre Di o quê ?"
Calmo: "Proprie Dictum Corise, ou Corisa Propriamente Dita."
Flor: "Aaaaarghh ! Blerg ! Que nojo !"
Ardo: "Peraí. Tá dizendo que isso aí... é... meleca de nariz mesmo ?"
Calmo: "Sim. Não sei se os componentes químicos são os mesmos, mas os orgânicos são. Sim, é meleca de nariz. Estava em forma de cisto, e quando o cuspe do professor começou a se mexer era um sinal de que ele já estava se desenvolvendo."
Quieto: "Como vamos combater essas... coisas ? Com palavras em latim ?"
Calmo: "Não. Essas palavras transformam eles em Morimbundi Corise, mas não em Mortui Corise."
Bota: "Quê ??? Dá pra falar português ?"
Calmo: "Transformam eles em Corisas morimbundas, mas não lhes tiram a vida."
Ardo: "Deixa ele meleca morrendo, mas não meleca morta ?"
Calmo: "Precisamente. Ele está em estado de coma, e nós não precisamos nos preocupar com nossa segurança aqui por enquanto. Mas existem palavras que surtem o efeito oposto."
Bota: "Podem trazer isso de volta ?"
Calmo: "Sim."
Ardo: "E quais são ? Hein, hein ? Conta ! Conta !"
Calmo: "Você é louco ?!?!?"
Ardo: "Sim. Precisamente."
Flor: "Vamos sair daqui !"
Calmo: "Espere. Precisamos matar essa coisa. Do contrário, qualquer pequena partícula dessa gosma, se inalada, pode infectar outra pessoa. Não sei qual a reprodução disso, e não quero arriscar."
Bota: "E como faremos isso ?"
Calmo: "Não sei. Não sei tudo ! Podemos tentar queimá-lo."
Bota: "De certo temos um lança-chamas aqui, não é mesmo, Sr. RPG ?"
Ardo: "Podemos acender um pe1do..."
Quieto: "O professor fuma. Er... fumava. Deve ter isqueiros aqui."
Quieto procura com os olhos, e rapidamente encontra um isqueiro sobre um maço de cigarros, numa estante.
Quieto: "Cá está."
Calmo rasgou um pedaço do lençol da cama, pôs fogo com o isqueiro, e deixou-o cair sobre a entidade viscosa. Ela se incendiou rapidamente, e transformou-se em água, apagando o fogo. A fumaça desprendida era verde, e dissipou-se, desaparecendo logo após deixar a chama.
Bota: "Agora sim. Vamos nessa."
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Ainda estou escrevendo... mas já podem dizer o que estão achando...
tá, eu sei que meu humor é estranho. mas se vcs rirem valeu a intenção.