AZEL
Azel era simples em comparação aos outros e mesmo assim não tinha qualquer ambição, inveja ou falha em seu coração, ninguém tinha falhas nesse lugar. Ele cumpria suas obrigações com amor e dedicação sem murmurar, sem achar que outro trabalha menos que ele, ou o serviço desse é melhor. Não sentia que era inferior ou superior aos outros anjos, sim Azel era um anjo mensageiro, ele e todos habitantes dos céus não tinham pecados ou qualquer impureza.
As iniqüidades que conhecemos não existem nos céus, mas começaram lá quando o principal general que, era dotado do mais alto grau de confiança, teve a ambição de ser igual a Deus, sentar no trono de Deus, pois achava que por ser o mais perfeito e possuidor de quase todos os poderes, também poderia ser digno de reinar, mas o Todo-Poderoso, Onipresente, Onisciente, Onipotente o expulsou de lá. Esse general em toda sua arrogância pecou, sim, o começo de todo mal, e a partir daquele dia, ele e suas tropas, um terço de todo exército celestial, foram amaldiçoados e jogados no fundo do abismo.
Esses acontecimentos do passado não contaminaram o paraíso, mas depois deste evento começou uma terrível guerra entre o bem e o mal, por isso não há trevas nos céus como não há luz nos reinos de Lúcifer o general outrora querubim ungido de Deus, agora transformado em demônio, ele e seus seguidores, procuram a qualquer custo sabotar as criações do Rei, e de todas elas, a criação que eles mais atacam e mais odeiam são os homens, eles odeiam muito a obra-prima de Deus, não conseguem entender dentro de si mesmos por que Deus ama tanto esses seres insignificantes.
__ Esses macacos, gritou certo demônio.
Mas para Deus o homem é sua mais importante criação, a ponto de fazer o céu parar e os anjos cantarem de alegria quando um coração se arrepende de seus erros.
No centro da guerra entre o bem e o mal está o homem, enquanto os demônios tentem atingi-los, os anjos tentam protege-los, o mal procura persuadir o homem através de um dom que Deus permite que possuam, o dom do livre-arbítrio. Isto faz com que o homem ande no caminho que quiser, se ele segue o bem ou mal é ele quem decide e também é um dos motivos de ódio que os seres das trevas sentem dos humanos, e mesmo assim, existem pessoas que servem de cavalo para os demônios. Na luta pela conquista de espaço, travam-se enormes batalhas nos céus, onde os anjos guerreiros forçam a passagem segura dos anjos mensageiros, anjos protetores, outros anjos com as mais diversas missões na terra.
Foi numa dessas missões que Azel, quando retornava aos céus com as orações dos fiéis, que pediam socorro, foi encurralado por seres escuros como a noite, deformados e cheios de maldades, seus corpos pareciam em decomposição que traziam um cheiro horrível, os olhos eram maquiavélicos, os dedos das mãos eram esqueléticos, com longas unhas que serviam para enterrar nas mentes humanas, causando diversos malefícios.
__ Aonde pensa que vai anjinho? Rosnou o mais robusto tirando a espada da bainha, daqui você não passa.
Azel agarrou sua espada tentando se defender, pois eram em maior número que ele, a luta iria ser muito difícil, zaz, a lamina adversária quase tocara seu rosto ao mesmo tempo em que ele atingia o corpo de outro diabo, desintegrando-o no ar.
__Maldito! Gritou um deles. Vamos matem-no!
Todos avançaram sobre Azel.
__Senhor. Orou ele. Ajude-me.
Neste momento foi como o sol do meio dia, uma luz brilhou com tanta intensidade que causou cegueira e medo nos demônios, não tiveram tempo para fugir, a rapidez desse novo anjo na luta impressionou Azel. A luta ia ser demorada para o mensageiro, não durou um minuto para o estranho.
__você esta bem? Perguntou o anjo.
__Sim senhor general. Respondeu Azel não acreditando que fora salvo por nada mais nada menos que Dorin, um dos mais importantes nos céus.
__Lutou bravamente mensageiro, pensei que fosse um de meus capitães, pela sua agilidade.
__Obrigado senhor, estaria perdido se não me ajudasse.
__Não sei não, acho que você conseguiria derrotá-los, mas ia demorar a entregar isso. Disse o anjo apontando para as orações que Azel trazia no cinto.
__Adeus despediu-se o general, deixando o mensageiro em seus pensamentos.
Naquele dia Azel fora recebido no céu pelos outros mensageiros, com grande admiração e alegria.
__Então nosso rapaz agora também é guerreiro,disse Arnin, o chefe dos mensageiros.
__Exatamente senhor, e não é só isso, foi elogiado pelo príncipe dos anjos guerreiros, disse Garno dando um grande abraço em Azel.
Garno era companheiro de Azel nas missões de mensagens, mas naquele dia estava ocupado com outras tarefas e Azel fora designado para ir sozinho.
-Ora você sabe que não é bem assim Garno,se não fosse o general eu não estaria aqui, disse retribuindo a abraço do amigo.
-Bom chega de papo; Azel leve imediatamente as mensagens na sala do trono.