Progger58
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Krautrock é a palavra pela qual é normalmente conhecido o típico rock progressivo alemão, mas esse termo, na verdade, agrupa estilos de música os mais diversos, porém com duas coisas em comum: a origem e a época. Alemanha, anos 60 e 70.
Consta que a palavra teria sido cunhada pelo guitarrista alemão Manuel Göttsching (Ash Ra Tempel), segundo esta explicação, que encontrei alhures:
Sob a denominação KRAUTROCK, normalmente caraterizada por uma verdadeira doideira no que concerne à exploração dos extremos do experimentalismo, encontram-se agrupados, na verdade, vários estilos de música, desde o progressivo alemão experimental, jazz-rock, world music, space rock, eletrônica, enfim, praticamente tudo que se fazia de experimental na Alemanha na época acima referida.
Algumas bandas normalmente citadas como representantes dessa interessante vertente são o Amon Düül (I & II), Can, Faust, Krokodil, Kraan, Birth Control, Jane, Ash Ra Tempel (a.k.a. Ashra Tempel), Gila, Grobschnitt, Guru Guru, Embryo, Popol Vuh, Chicken Bones, Rufus Zuphall, Novalis, Eden, Pell Mell, Ramses, Satin Whale, Rebekka, Triumvirat, Tritonus, Epidaurus, Eloy, dentre outras, juntamente com aquelas mais tipicamente eletrônicas, tais como Tangerine Dream, Kraftwerk, Neu!, Cluster, Klaus Schulze, etc.
E alguém há de perguntar: por que o rock progressivo alemão soa assim tão diferente do tradicional prog inglês, por exemplo? Estudiosos do assunto apontam fundamentalmente o fator histórico, o fato da Alemanha ter sido a grande derrotada na 2ª Guerra Mundial e que justamente por isso aqueles jovens alemãs do final dos anos 60, quando eclodiu toda aquela revolução cultural na Europa, eram movidos por sentimentos um tanto diferentes do restante dos jovens europeus, já que eles, os germânicos, cresceram sob a pecha da vergonha pelo que sua geração anterior causara à humanidade. O Valdir Montanari, em seu livro Rock Progressivo, aborda esse aspecto nos seguintes termos, citando partes de matéria escrita por André Mauro e Breno Ninini, na revista Rock Show nº 2:
Seria essa, então, a explicação (deveras razoável) para o fato dos jovens alemães terem também absorvido o rock progressivo com apetite tão voraz, mas à sua maneira, ao seu estilo, com muito mais experimentalismo que suas congêneres de outras plagas.
Saudações progressivas,
Demétrio.
Consta que a palavra teria sido cunhada pelo guitarrista alemão Manuel Göttsching (Ash Ra Tempel), segundo esta explicação, que encontrei alhures:
"Na segunda guerra os americanos começam a criar apelidos para designar os aliados e inimigos, normalmente comparando-os (pejorativamente) com legumes, frutas, verduras, etc. Os alemães foram batizados com o termo "couve-flor".
Demonstrando um senso de humor acima da média, Manuel Göttsching (guitarrista, integrante da banda alemã Ash Ra Tempel) criou o termo "Rock Couve-Flor" para designar o estranho som que eles estavam fazendo no início dos anos 70 na Alemanha. Como uma das designações de couve-flor em alemão é Kraut, estava criado o termo Krautrock. Esta pelo menos é uma das versões que nós podemos concluir"
Demonstrando um senso de humor acima da média, Manuel Göttsching (guitarrista, integrante da banda alemã Ash Ra Tempel) criou o termo "Rock Couve-Flor" para designar o estranho som que eles estavam fazendo no início dos anos 70 na Alemanha. Como uma das designações de couve-flor em alemão é Kraut, estava criado o termo Krautrock. Esta pelo menos é uma das versões que nós podemos concluir"
Sob a denominação KRAUTROCK, normalmente caraterizada por uma verdadeira doideira no que concerne à exploração dos extremos do experimentalismo, encontram-se agrupados, na verdade, vários estilos de música, desde o progressivo alemão experimental, jazz-rock, world music, space rock, eletrônica, enfim, praticamente tudo que se fazia de experimental na Alemanha na época acima referida.
Algumas bandas normalmente citadas como representantes dessa interessante vertente são o Amon Düül (I & II), Can, Faust, Krokodil, Kraan, Birth Control, Jane, Ash Ra Tempel (a.k.a. Ashra Tempel), Gila, Grobschnitt, Guru Guru, Embryo, Popol Vuh, Chicken Bones, Rufus Zuphall, Novalis, Eden, Pell Mell, Ramses, Satin Whale, Rebekka, Triumvirat, Tritonus, Epidaurus, Eloy, dentre outras, juntamente com aquelas mais tipicamente eletrônicas, tais como Tangerine Dream, Kraftwerk, Neu!, Cluster, Klaus Schulze, etc.
E alguém há de perguntar: por que o rock progressivo alemão soa assim tão diferente do tradicional prog inglês, por exemplo? Estudiosos do assunto apontam fundamentalmente o fator histórico, o fato da Alemanha ter sido a grande derrotada na 2ª Guerra Mundial e que justamente por isso aqueles jovens alemãs do final dos anos 60, quando eclodiu toda aquela revolução cultural na Europa, eram movidos por sentimentos um tanto diferentes do restante dos jovens europeus, já que eles, os germânicos, cresceram sob a pecha da vergonha pelo que sua geração anterior causara à humanidade. O Valdir Montanari, em seu livro Rock Progressivo, aborda esse aspecto nos seguintes termos, citando partes de matéria escrita por André Mauro e Breno Ninini, na revista Rock Show nº 2:
"Ora, devemos lembrar, antes de mais nada, que a Alemanha e o Japão foram os grandes derrotados na segunda Guerra Mundial. As feridas custaram a cicatrizar. Ambos se atiraram compulsivamente ao trabalho - os japoneses para exorcisarem os horrores atômicos, os boches para esquecerem os genocídios nazistas - afinal, em seu caso, a humilhação do fracasso somou-se à vergonha pelos crimes contra a humanidade.
Além disso, a Alemanha emergiu do conflito dividida, como um dos palcos principais da Guerra Fria. Que tal ser joven num país que vive em ritmo de usina e se assemelha a um paiol, onde o fósforo aceso descuidadosamente pode mandar tudo pelos ares?"
Além disso, a Alemanha emergiu do conflito dividida, como um dos palcos principais da Guerra Fria. Que tal ser joven num país que vive em ritmo de usina e se assemelha a um paiol, onde o fósforo aceso descuidadosamente pode mandar tudo pelos ares?"
Seria essa, então, a explicação (deveras razoável) para o fato dos jovens alemães terem também absorvido o rock progressivo com apetite tão voraz, mas à sua maneira, ao seu estilo, com muito mais experimentalismo que suas congêneres de outras plagas.
Saudações progressivas,
Demétrio.