Eu como um fã confesso de Iron gostaria de dar meu parecer também sobre a evolução da banda. O Iron começou como banda pelos idos de 1976 e teve várias formações até chegar na que conseguiu estourar nas paradas inglesas quatro anos depois. Eram da banda original Steve Harris, o guitarrista Tony Parsons, o bateirista Doug Sampson, e no vocal Paul Di'Anno.
Da banda original haviam se mantido Steve Harris e Paul Dianno, regresso do punk. David Murray chegou a ser da banda no final dos 70, saiu e voltou, se não me engano, a tempo de lançar o primeiro single. Pois bem, o Iron inventou estilo, e nada que se inventa nasce de geração expontânea. O Iron nasce com profundas influência de bandas como o Black Sabbath (acho até que mais conceituais), Jethro Tull (uma das bandas ícone do Harris) e do movimento punk, em grande parte por causa de Paul Di'Anno. Peguem músicas do começo da carreira do Iron, como Invasion e Burning Ambition. A primeira pra mim é punk sem tirar nem por nada. A segunda, a primeira composição do Harris, é meio que um rock progressivo.
Prosseguindo, lançaram o disco Iron Maiden, que estourou nas paradas da época, já adotando Eddie como mascote (se quiserem discutir a origem do Eddie a gente pode abrir outro tópico que falo a respeito numa boa...). Nessa época, o Iron fechou com Paul Di'Anno no vocal, Clive na bateria, Harris no baixo, Murray e Dennis Stratton na guitarra (esse último saiu após o primeiro disco pra tocar projetos pessoais, e era bem mais velho).
A partir de Killers, entrou Adriam Smith no lugar de Dennis Stratton, a produção passou a ser feita pelos mesmos profissionais que os acompanharam por anos e, bem, o Eddie ganhou o traço do seu Derreck. O estilo ganha a cavalgada de Smith na guitarra e prossegue na linha do disco anterior, com notável avanço no que tange a produção de estúdio. A partir de The Number, Paul Di'Anno sai e entra Bruce, para gravar The Number of The Beast.
Depois de The Number, sai Clive e entra Nico McBrain, e se junta aquela que alguns chamam de formação clássica da banda, recomposta agora com Brave New World. A banda gravou com essa formação até Seventh Son of a Seventh Son, quando Adrian largou a banda pra tocar projetos pessoais, e o Janick Gers tomou seu lugar a partir de No Prayer for the Dying, lançado após hiato de um ano na carreira da banda.
Pois a banda continuou com essa formação até a saída de Bruce e a entrada do Blaze Bayley (escolhido em um concurso meio armado-Blayze era amigo dos caras do Iron e abria shows pra ele com a sua banda), pra gravar os dois albuns mais fracos da história da banda, X-Factor e Virtual Eleven, que superaram o No Prayer como o mais fraco.
E, felizmente agora Bruce volta. E trazendo Adrian a tira colo...
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Tá bom, eu falei e falei e não cheguei a conclusão nenhuma... Mas resumi a história do Iron muito rispidamente para mostrar que, no começo, o Iron já tinha uma influência, se não maior ainda, dos movimentos que acusam de ter influenciado o Iron anos depois. O que se vê é uma queda da influência punk com a saída de Dianno (que inclusive tinha postura de palco a maneira punk) e o desenvolvimento de um estilo muito peculiar calcado nas cavalgadas e bends limpos de Adrian e nos solos rápidos de Dave Murray. A partir de The Number, o Iron se consolidou com um estilo muito próprio, fruto do amadurecimento de anos, e só veio a mudar algo nele em Somewhere in Time, quando aceitaram usar sintetizadores de som para obter efeitos desejados no disco. Mas ora, ficou ótimo, o estilo se manteve e os sintetizadores só agiram de modo a refinar a produção da música sem o abuso de alguns progressivos. Seventh Son foi o disco conceitual da banda, e também um divisor de águas. Que me matem, mas acho Janick Gers bem mais limitado que o Adrian, e a banda caiu um pouco de qualidade. Fizeram um disco mais fraco, o No Prayer, que tem algumas músicas boas como Bring Your Daughter to the Slaughter mas no geral é bem mais fraco, e fizeram Fear of The Dark, um disco com clássicos e algumas músicas não tão impressionantes quanto outras. Uma das minhas favoritas? Afraid to Shoot Strangers.
Veio a fase Blaze Bayley, da qual não prefiro falar muito... Livro a cara de Clansman, que aliás ficou muito melhor na voz do Bruce, como ouvi no RiR.
O Brave New World veio como um album que soma influências de vários momentos da carreira do Iron e um divisor de águas (já que a banda deu uma revigorada com a volta de Bruce e Adrian).
Portanto, discordo de quem chama o Brave New World de progressivo. Os que chegaram mais perto disso foram o Somewhere in Time e o Seventh Son, mas definitivamente, ainda assim, não são albuns progressivos de modo algum.
Se falei alguma besteira me desculpem, é que pra falar do Iron eu me empolgo as vezes...