Sobre não ter gostado de Demian (inclusive tem um post meu ali em cima de quase um ano atrás dizendo que eu tava remando pra terminar, e põe remo nisso, haha): do primeiro terço do livro eu até gostei, a questão do Kromer e as inquietações da infância, mas com o passar do livro eu fiquei realmente bem incomodado com as ideias do livro, as questões de espiritualidade e o "sinal de Caim" e outros rococós deterministas. Eu tenho essa ilusão de que dá pra enxergar através de um texto as ideias, os sentimentos, as intenções, etc., que sustentam a superfície que se lê, e o que eu consegui enxergar debaixo de Demian foi uma ideia de "grandeza inata" e um determinismo quase desumano. Pode ser que isso se deva ao fato de eu não ser em absoluto "espiritual" e ao fato de que os aspectos religiosos que me interessam não têm a ver com crença ou fé, mas com a questão humana, do convívio comunitário, do conforto mútuo.
Claro que é possível que eu tenha perdido doze estratos de subtexto por baixo do texto-em-si (o que eu não acho que tenha acontecido), mas eu claramente não fui tocado pelos "mecanismos internos" do livro, ele não me moveu, não me emocionou, não representou quase nada.