Haleth
Sweet dreams
(Esse é o tipo de texto que me deixa com a sensação de que estou escondendo mais informação do que deveria, e que acaba não deixando as coisas muito claras pro leitor. Dá pra compreender o que se passou aqui?)
Ela tinha acabado de chegar da escola, e esqueceu de dar o beijo no pai. Ele sempre sentia uma tristeza amendoada quando ela se esquecia do beijinho. De qualquer forma, abriu um sorriso e esperou pelo resto da pergunta, devia ser engraçadita. Nada veio. Só a pergunta, de novo:
Pois, a charada não chegou a lado nenhum. O pai outonou o sorriso, franziu o pensamento. Os olhos grandes da menina passeavam pelas órbitas, estelarmente azuis e etéreos, como quem sabe que vai ganhar e desdenha a própria vitória. Tentava lembrar de algo mais original pra aliviar o constrangimento da menina por ter esquecido a anedota. Só vinha à memória o lastimável "corre em pé e corre deitado", mas não haveria de infantilizá-la. Ela, porém, estava leve, de nada parecia sentir falta além do constrangimento. Hm... ok, lembrou-se. Quando ia tomar fôlego pra terminar a charada com qualquer coisa interessante, a mocinha interrompeu-o, elevando um pouco o tom da voz, repetindo:
Três vezes? Não tinha graça nenhuma. Pelo visto, pra nenhum dos dois. Qual o problema dela?
Segurou fime no queixinho da pequena, encarando-a. Ela parecia já nem lembrar que tinha perguntado alguma coisa, parecia inatingível. Não sorriu nem exprimiu nenhuma reação, mesmo que o pai pusesse alguma força nos dedos. Ele continuou olhando pra ela, muito sério e muito fixo.
Até que viu-se nos olhinhos flutuantes dela, ateu. Ajeitou-se na mesa e almoçou sozinho, rasgando o frango nos dentes e segurando-o com as duas mãos.
o que é que é ?
Ela tinha acabado de chegar da escola, e esqueceu de dar o beijo no pai. Ele sempre sentia uma tristeza amendoada quando ela se esquecia do beijinho. De qualquer forma, abriu um sorriso e esperou pelo resto da pergunta, devia ser engraçadita. Nada veio. Só a pergunta, de novo:
o que é que é?
Pois, a charada não chegou a lado nenhum. O pai outonou o sorriso, franziu o pensamento. Os olhos grandes da menina passeavam pelas órbitas, estelarmente azuis e etéreos, como quem sabe que vai ganhar e desdenha a própria vitória. Tentava lembrar de algo mais original pra aliviar o constrangimento da menina por ter esquecido a anedota. Só vinha à memória o lastimável "corre em pé e corre deitado", mas não haveria de infantilizá-la. Ela, porém, estava leve, de nada parecia sentir falta além do constrangimento. Hm... ok, lembrou-se. Quando ia tomar fôlego pra terminar a charada com qualquer coisa interessante, a mocinha interrompeu-o, elevando um pouco o tom da voz, repetindo:
o que é que é?
Três vezes? Não tinha graça nenhuma. Pelo visto, pra nenhum dos dois. Qual o problema dela?
Segurou fime no queixinho da pequena, encarando-a. Ela parecia já nem lembrar que tinha perguntado alguma coisa, parecia inatingível. Não sorriu nem exprimiu nenhuma reação, mesmo que o pai pusesse alguma força nos dedos. Ele continuou olhando pra ela, muito sério e muito fixo.
Até que viu-se nos olhinhos flutuantes dela, ateu. Ajeitou-se na mesa e almoçou sozinho, rasgando o frango nos dentes e segurando-o com as duas mãos.