C
Calib
Visitante
Que mais fazer, se é noite, e chove, e venta,
senão beber, ao pé do fogo, o vinho,
para aquecer-nos e esquecer-nos lenta
e amargamente um fado tão mesquinho?
Enchei-me a taça e a boca, moças; vinde
provar destas efêmeras delícias:
o álcool e os beijos que vos dou. Um brinde
ao livre amor! O mais são só malícias…
Se a árvore é já torta da família,
murchemo-la de vez, de vinho; e os ramos
cortemos fracos, hoje, de vigília,
antes de o fruto podre vir. Bebamos!
Hei de ir-me co’o crepúsculo e, vampiro,
sem sol morrer, se o sangue meu prefiro.
Calib, 22 abril de 2008