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Falácias: dúvidas e discussões.

Vilya

Pai curuja, marido apaixonado
Aproveitei essas palavras do Deriel para iniciarmos uma discussão:

Deriel disse:
Eu só quero acrescentar um adendozinhoinho aqui.

Muitos se referem como "lógica oriental" como se fosse a solução de tudo que não se encaixa hoje em dia em Ciência (entenda-se: quase tudo aquilo que temos como furado ou balela). É uma forma tão bizonha de utilizar a expressão como as batidérrimas "energias" ou "física quântica" (ah! se 0,01% dos que a citam a entendessem... eu incluso).

Adendo ao adendo.

A lógica ocidental é um conjunto de regras para se fazer conclusões a partir de premissas fixadas. É base da ciência.

Não existe semelhante conjunto de regras ao qual possamos chamar de "lógica oriental". Para ser curto e grosso: a dita "lógica oriental" não tem nada de lógica ou científico. É falácia (na qual eu já incorri algumas vezes) usá-la para contra-argumentar, da mesma forma que é falácia questionar as premissas durante a argumentação.

Devemos separar as coisas. Uma premissa só deve ser questionada antes do início de uma questão e é preciso que isso seja feito totalmente em paralelo. Nunca podemos nos valer dessa discussão para resolver um problema.

Um problema pode nos levar a questionar uma premissa, mas questioná-la durante a resolução do mesmo é uma falácia.

A idéia do tópico é discutirmos as falácias. Há o tópico de aviso, mas seria legal discutirmos este assunto, um dos mais polêmicos por aqui.
 
Vilya disse:
Devemos separar as coisas. Uma premissa só deve ser questionada antes do início de uma questão e é preciso que isso seja feito totalmente em paralelo. Nunca podemos nos valer dessa discussão para resolver um problema.

Um problema pode nos levar a questionar uma premissa, mas questioná-la durante a resolução do mesmo é uma falácia.

Talvez isso seja relativo. Acho que a base de uma discussão é além de apresentar e procurar validar seus argumentos, tentar tornar nulos os argumentos da outra parte. Logo, questionar premissas não é necessariamente uma falácia. Pode ser apenas um contra-argumento, desde que não se desvie do tema original da discussão.
 
Se duas pessoas partem de premissas diferentes e conflitantes há um impasse lógico. Não há como decidir quem está certo, na verade os dois estão certos (segundo as próprias premissas) e errados (segundo as premissas do outro). Vão ficar dando murros em ponta de faca. Sem chegar a um ponto comum.

Antes de se iniciar a discussão é preciso acordar que conjunto de premissas vão utilizar. É válida discussões de pontos de vista e gosto, mas a análise dos fatos já verificados para se decidir qual é a 'melhor premissa' é fundamental, ou pelo menos a que melhor se enquadra aos fatos.

Quero deixar claro que muitas vezes premissas podem ser conflitantes, ou seja, assumir uma como verdade implica negar a outra, mas mesmo assim, isoladamente, cada uma pode gerar uma linha de raciocínio válida e plausível, mas neste caso de nada vale ficar discutindo, pois já é sabido de início que não haverá consenso.

Um exemplo clássico deste aspecto é o Quinto postulado de Euclides. Ele afirmou que
dados uma reta e um ponto fora dela, existe uma única reta paralela a primeira que passa pelo ponto
e a partir daí deu seqüência a construção da geometria plana. Posteriormente foi construída a dita geometria hiperbólica que difere da geometria euclideana apenas na formulação do quinto postulado. É afirmado que
dados uma reta e um ponto fora dela, existe uma reta paralela a primeira que passa pelo ponto. Repare na sutil diferença, aqui não é afirmado que a paralela é única. As duas geometrias são importantíssimas, mas há vários e vários pontos em que afirmam e concluem resultados completamente diferentes.

Do ponto de vista lógico duas premissas conflitantes dão origem a um sistema inconsistente, ou seja, vão ocorrer situações em que uma frase é falsa e verdadeira ao mesmo tempo. Pior, vão existir argumentos legítimos que provam que uma premissa é falsa.
 
Vilya, estou à vontade com o seu raciocício (especialmente o do seu último post 8-) ), mas queria colocar uma coisa com relação a discussões que a gente tem no dia-a-dia. Muitas vezes o papel que uma afirmação tem numa discussão muda durante a discussão. Num dado momento ela pode ser premissa (ao menos para uma das pessoas que discutem), mas a partir do momento em que se nota que aquela premissa não é válida para todos, ela mesma passa a ser objeto de análise. Enquanto não se entra num acordo a respeito da premissa (se ela é válida para todos, ou falsa para todos), a discussão anterior fica em suspenso. Não me parece que esse tipo de discussão seja falacioso. É apenas uma questão de se saber onde se está e onde é que se quer chegar.
 
Swanhild disse:
Enquanto não se entra num acordo a respeito da premissa (se ela é válida para todos, ou falsa para todos), a discussão anterior fica em suspenso.
É exatamente este o ponto. A discussão sobre a aceitação ou não da premissa deve ser feita em separado de qualquer outra discussão.

As premissas, assim como as definições de que tipo de argumentos são válidos ou falaciosos, são um assunto inerente a estruturação da lógica. Discussões sobre tais assuntos são chamadas de discussões metalógicas (sobre a própria lógica).

Todos os outros tipos de discussão, segundo as normas do clube, farão uso da lógica para embasar cada um de seus argumentos (infelizmente nem sempre é assim). Para que isso possa ser feito, as premissas devem ser as mesmas para todos.

As premissas podem e devem ser discutidas, mas só em questões metalógicas, nas outras discussões, se ficar claro que não há acordo entre as premissas, das duas uma: ou interrompe-se a discussão inicial para acordar as premissas em separado ou interrompe-se a discussão e não se toca mais no assunto, pois com premissas conflitantes não existe consenso.
 

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