Recebi por e-mail algumas imagens de cartuns desenhados pelo Quino, pra mim um dos maiores gênios do século, pelo seu alcance e capacidade de transmitir o complexo pelo simples, pelas sacadas desconcertantes, pelas críticas mordazes e por Mafalda.
Um apanhado da vida hodierna e como passamos isso aos jovens. De maneira consciente ou não, ensinamos, pelo exemplo, que o dinheiro tem preponderância n, a consumir cultura barata e estúpida, a realizar o menor esforço (físico e intelectual), ao isolamento social facilitado pela tecnologia, todos geradores do egoísmo e do afundamento de tantos norteadores morais e éticos necessários ao convívio. Mesmo que realizemos a crítica de tais condições e comportamentos atuais, quantos de nós mesmos não o praticamos e assim reproduzimos e repassamos esses comportamentos e condições que em teoria depreciamos?
Zygmunt Bauman em seu livro "Vida para o Consumo" disserta sobre essa característica contemporânea em que o imediatismo consumista, abandono do futuro e das antigas orientações de comportamento e ética foram substituídos por uma felicidade de mercado. Abaixo, um trecho de resenha:
As nossas necessidades e anseios são outros. É inegável. Agora, seria isso realmente deplorável e descartável? Ou existe algo de saudável e mesmo almejável nessas novas categorias de felicidade? É precimo mesmo que voltemos ao passado e resgatemos o modo de vida de nossos avós ou hoje somos mais felizes, ou ao menos temos potencial muito maior para isso, a ponto de deveras a educação que empreendemos ser a melhor opção que podemos oferecer? Existe um meio termo, um viés que escape do Céu e do Inferno para que não transformemos as futuras gerações e nós mesmos em objetos-mercadoria?
PS: a educação que penso e proponho aqui não é a escolar. Não apenas pais e professores promovem a educação e não se aprende somente na escola. Educação num nível sociológico. Toda sociedade é educadora e educável.
Um apanhado da vida hodierna e como passamos isso aos jovens. De maneira consciente ou não, ensinamos, pelo exemplo, que o dinheiro tem preponderância n, a consumir cultura barata e estúpida, a realizar o menor esforço (físico e intelectual), ao isolamento social facilitado pela tecnologia, todos geradores do egoísmo e do afundamento de tantos norteadores morais e éticos necessários ao convívio. Mesmo que realizemos a crítica de tais condições e comportamentos atuais, quantos de nós mesmos não o praticamos e assim reproduzimos e repassamos esses comportamentos e condições que em teoria depreciamos?
Zygmunt Bauman em seu livro "Vida para o Consumo" disserta sobre essa característica contemporânea em que o imediatismo consumista, abandono do futuro e das antigas orientações de comportamento e ética foram substituídos por uma felicidade de mercado. Abaixo, um trecho de resenha:
Fonte: www.uff.br/contracampo/index.php/revista/article/download/12/27Marina Caminha disse:Para Bauman, a existência de uma cultura do consumo se formula na passagem de uma sociedade de produtores para uma de consumidores.
[…]
Bauman vai dizer que uma das singularidades desse tipo de sociedade é a constante promoção de novas necessidades, projetando uma incessante remodelação dos desejos através de novos e melhores produtos. Assim, o imaginário que configura essa sociedade é a descrença na orientação para o futuro, retirando “do adiamento da satisfação seu antigo sentido de prudência, circunspecção e, acima de tudo, razoabilidade”.
[...]
Por isso, a idéia de felicidade só pode ser entendida por Bauman como um lugar ilusório em que o vasto empreendimento de novas promessas esmaece o excesso de decepções, fazendo com que a crença nessa busca não seja perdida e permaneça reatualizando a cultura consumista. Assim, o consumo se configura como uma atividade solitária, sem “vínculos duradouros”, substituindo o que era interpretado como valor (o investimento no futuro) nas sociedades de produtores, para o gasto rápido nas sociedades dos consumidores.
As nossas necessidades e anseios são outros. É inegável. Agora, seria isso realmente deplorável e descartável? Ou existe algo de saudável e mesmo almejável nessas novas categorias de felicidade? É precimo mesmo que voltemos ao passado e resgatemos o modo de vida de nossos avós ou hoje somos mais felizes, ou ao menos temos potencial muito maior para isso, a ponto de deveras a educação que empreendemos ser a melhor opção que podemos oferecer? Existe um meio termo, um viés que escape do Céu e do Inferno para que não transformemos as futuras gerações e nós mesmos em objetos-mercadoria?
PS: a educação que penso e proponho aqui não é a escolar. Não apenas pais e professores promovem a educação e não se aprende somente na escola. Educação num nível sociológico. Toda sociedade é educadora e educável.