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Reforma na Educação

  • Criador do tópico Focr_BR
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Focr_BR

Visitante
Recentemente li sobre o assunto de aulas de religião na escola publica, desrespeitando a nossa constituição, o secularismo e o estado laico de direito. Tornando nossas leis fracas e ridículas. E voltando a gente para idade medieval onde a igreja controlava o estado.

Pesquisei sobre e vi que o STF aprovou a medida aprovando o ensino religioso confessional (baseado em uma religião) com o argumento de não violar a laicidade do estado sofrendo muita pressão dos grupos que hoje estão no poder.

O que vocês achariam da existência de uma aula de cidadania para que esse tipo de desrespeito não aconteça no futuro? Substituir essas aulas opcionais de religião com aulas de cidadania? Com a matéria sendo inserida desde o começo do ensino fundamental e avançando até o ensino médio e talvez até o ensino superior?

Aulas que ensinassem sobre estado laico e a importância da laicidade do mesmo, o secularismo e a importância do secularismo no estado e em todas atividades humanas e as decisões principalmente politicas, o respeito ao próximo, o respeito e aceitação de religiões e culturas diferentes, sem defender ou estar vinculado a nenhum ponto de vista religioso ou lado religioso? Deixando o aluno livre para ter a religião que quiser independente da matéria, da escola e do estado?

Ensinando sobre como consumir e respeitar culturas diferentes? Sem que se agrida a liberdade da existência e consumo das outras. Apenas mostrando o como cada uma funciona e qual são seus objetivos e meios e deixando com que a pessoa decida se aquilo é bom ou não para ela? Sem defender ou estar vinculado a nenhum ponto de vista religioso ou lado religioso?

Ensinando também como se comportar como cidadão, as nossas leis, o quão importante é respeitar as nossas leis, como funciona o nosso pais, as leis do mundo, o quão importante é respeitar as leis do mundo, como funciona o mundo.

Talvez ensinando coisas sobre o nosso pais, com nosso hino, nosso símbolos e como encarar tudo isso sendo um cidadão, longe do patriotismo que gerou e gera tantos problemas como o nazismo, o fascismo, as guerras?
 
Última edição por um moderador:
Essas aulas ensinam sobre uma única religião ou ensinam a história e as crenças básicas de várias? Pelo que eu entendi é a primeira opção mas se alguém puder esclarecer, por favor iluminem minha ignorância.
 
Essas aulas ensinam sobre uma única religião ou ensinam a história e as crenças básicas de várias? Pelo que eu entendi é a primeira opção mas se alguém puder esclarecer, por favor iluminem minha ignorância.

Primeiramente foi aprovado para ensinar religião sem especificar nenhuma. Posteriormente foi aprovado para ensinar só uma religião.
 
Última edição por um moderador:
Puxa, então não são aulas de religião comparada ou história da religião? Assim seria muito mais interessante (sendo opcional). Tenho minhas próprias crenças, mas não sou a favor de ensinar uma única religião em escolas públicas porque isso é problemático. Primeiro que uma instituição pública não é lugar para proselitismo, e segundo que isso provavelmente acabaria sendo mal ensinado de um jeito ou de outro. A não ser que fossem aulas de religião comparada, creio que o ideal é deixar que teologia seja ensinada em lugares apropriados para isso (igrejas, templos, etc.), não na escola.

Não sou pedagogo, então não sei se aulas específicas de cidadania são a medida certa a ser tomada ou não, mas deve-se sim ensinar o respeito ao próximo, coisa que é cada vez mais rara, já que as crianças e adolescentes (e adultos também, viu?) têm que aprender que o mundo em que vivemos não é uma selva onde se resolve tudo com a força bruta, e sim um lugar onde se deve aprender a respeitar e conviver com pessoas diferentes, com crenças diferentes, histórias diferentes, e por aí vai. Tudo deve ser moderado, sem ultranacionalismo, pois isso sempre acaba em sofrimento.

Mas não acho que estejamos voltando aos tempos medievais, pois a Idade Média foi marcada pelo excesso de zelo religioso e intolerância, e a sociedade atual é de maneira geral secular e indiferente à religião. Você deve ter visto muitos políticos pagando de religiosos, mas não acho que muitos deles realmente acreditem na religião que alegam professar, porque se acreditassem seriam pessoas totalmente diferentes (eles usam isso só pra marcar pontos com uma determinada parcela da população). Não se pode julgar uma religião baseando-se no comportamento dos seus piores membros, e sim dos melhores. E o mesmo vale para não religiosos (já que não gosto de ver meus amigos ateus sendo comparados com alguns ateus famosos que estão longe de ser um bom exemplo).
 
Eu tive tanto na 6a série do ensino fundamental quanto no 2° ano do ensino médio a clássica chamada EMC (Educação Moral e Cívica) e que foi revogada como disciplina obrigatória no currículo escolar brasileiro em 1993 no governo Itamar.

Foi nessa disciplina que assuntos como cidadania, ética, símbolos nacionais, valores morais, a importância do voto, legislação, direitos e deveres do cidadão entre outros eram tratados e se tem algo de bom que essa disciplina deixou de influência positiva pra mim, é que por exemplo no que diz respeito as eleições, a sua cidadania municipal (assunto que até já dediquei tópico próprio alguns anos atrás e que vale a pena participar) não se pratica apenas indo a urna apenas no dia da eleição e depois ficar em casa só reclamando do seu candidato e esperar sentado quatro anos pra tentar mudar de opção só na próxima eleição e sim frequentando a câmara municipal, assistir as audiências públicas e ter a possibilidade de cobrar diretamente dos vereadores, frequentar associações de bairro entre outras ações.

Por menor que possa parecer informar um bueiro entupido, uma árvore prestes a cair, uma lâmpada queimada no poste da sua rua, são ações que significam muito, melhorando a qualidade de vida se todos exercerem de forma plena sua cidadania o ano inteiro e não apenas em época de eleição. Acho que foi uma das melhores coisas que aprendi nessa disciplina e que pratico regularmente no meu dia-a-dia.
** Posts duplicados combinados **
Um adendo: na época que tive EMC, se tratava de todos esses assuntos que mencionei, menos religião. Não tive disciplina de ensino religioso no 1° e 2° grau.
 
como disciplina obrigatória

Eu particularmente não enxergo como sendo uma real solução ter uma disciplina, acho que tem que ter algo que seja espalhado por todas as disciplinas mas não de uma maneira oficial e ordenada. Mas como disse acho que vai muito mais do que estudar "Moral e Cívica" com símbolos nacionais e valores morais, que inclusive acho que o segundo nem deve ser abordado, já que pode agredir diretamente o estado laico e o primeiro tem que se tomar muito cuidado para ser tratado pois é um tema que cai facilmente no ufanismo, preferivelmente não sendo abordado também.
 
Última edição por um moderador:
Eu tive essa disciplina como obrigatória porque era ainda um resquício herdado do período militar, mas felizmente na época que estudei já era a fase terminal e agonizante desse período com o retorno das eleições diretas exatamente no meio das duas vezes em que tive ela no fundamental e médio.

E justamente por isso no que diz respeito a parte de símbolos nacionais não havia aquele ufanismo que talvez teria tido se tivesse estudado essa disciplina bem antes no auge da ditadura.
 
@Giuseppe e @Fúria da cidade

Estive lendo sobre o ensino religioso que foi aprovado, e achei que talvez não possa ter sido de tão mal, a questão para mim fica agora na regulamentação. Pelo que entendi pode haver o ensino de mais de uma religião confessional na mesma escola. Ou seja Catolicismo, Protestantismo e etc. Ou seja fica a cargo do aluno escolher qual quer ter.

O grande problema pra mim sempre soou vincular uma escola ou uma região a uma religião.

Alias tem que ser muito bem regulamentado e fiscalizado, pelo menos levando em consideração a diversidade religiosa no Brasil. Não podendo gerar problemas como bullying, descriminação e isolamento.
 
Acho que eu não opinei sobre isso nesse tópico, pois o título era cidadania, mas sobre ensino religioso dentro da escola, seja ela qual for, sou da opinião que deva ser uma disciplina totalmente facultativa, pois as pessoas deveriam ter o livre direto de escolher, se iniciar e aprofundar na religião de sua preferência e inclusive a opção de não querer seguir uma que também é um direito legítimo.
 
@Giuseppe e @Fúria da cidade

Estive lendo sobre o ensino religioso que foi aprovado, e achei que talvez não possa ter sido de tão mal, a questão para mim fica agora na regulamentação. Pelo que entendi pode haver o ensino de mais de uma religião confessional na mesma escola. Ou seja Catolicismo, Protestantismo e etc. Ou seja fica a cargo do aluno escolher qual quer ter.

O grande problema pra mim sempre soou vincular uma escola ou uma região a uma religião.

Alias tem que ser muito bem regulamentado e fiscalizado, pelo menos levando em consideração a diversidade religiosa no Brasil. Não podendo gerar problemas como bullying, descriminação e isolamento.
Então, como eu tinha dito antes, se fosse proselitismo em escolas públicas aí seria algo que poderia causar problemas. Mas se for facultativo e algo no estilo Religiões Comparadas, aí não vejo problema algum, na verdade acho até positivo.
 
Então, como eu tinha dito antes, se fosse proselitismo em escolas públicas aí seria algo que poderia causar problemas. Mas se for facultativo e algo no estilo Religiões Comparadas, aí não vejo problema algum, na verdade acho até positivo.

Pelo que entendi não precisa ser religiões comparadas, pode ser uma só, podendo ter mais de uma religião em uma escola.

Nesse caso acho que talvez não possa ter sido tão mal.
 
Última edição por um moderador:
Se as pessoas aprendessem o básico de cada religião isso aí diminuiria muito a ignorância, os preconceitos, os equívocos e a desconfiança que as pessoas têm diante daquilo que não entendem. Acho que aulas facultativas de Religião Comparada seriam realmente uma boa, mas talvez não seja bem isso o que irão fazer. Se não for acho que seria uma oportunidade desperdiçada para ensinar algo interessante sobre crenças e costumes diferentes em uma sociedade cada vez mais marcada pelo desrespeito e intolerância.
 
Eu até poderia seria a favor de se falar um pouco de cada religião, mas se for pra fazer isso tem que haver isonomia e justo com todas incluindo também as pagãs que também seus seguidores aqui, mas que sofrem elevado preconceito. Dificilmente montariam um plano de aulas assim
 
Por hora, me limito a aguardar e acompanhar pra ver se eventuais mudanças realmente serão positivas. As vezes os governos planificam uma coisa, mas na prática o resultado é outro.
 
Estive lendo sobre as grades do ensino médio. Vi que existe uma formação técnica e algumas outras para se escolher (separadas) acho interessante se eles separassem as duas áreas claramente entre técnica e academia (com as outras áreas especificas da área acadêmica).

Agora a ideia é atrair investimentos para fomentar o aumento do numero de escolas (com aumento da arrecadação direcionado principalmente para esse setor), a melhorias da infraestrutura das mesmas e melhores condições para os professores. É importante arrumar maneiras de valorizar essa profissão para atrair mais professores também.

Além de facilitar o acesso dos alunos as escolas. (ai inclui fomentar a economia e a mesma girar, para que o primeiro passo seja feito)

@Fúria da cidade @Giuseppe

https://finland.fi/pt/vida-amp-sociedade/com-uma-educacao-gratuita-e-de-alta-qualidade-para-todos/

A finlandia ainda não tem um dos ensinos melhores do mundo, mas despontou nos últimos anos (e talvez décadas) como a que mais cresceu nesse setor. E as reformas aprovadas tendem a seguir um caminho parecido.

Só para lembrar que o ensino religioso nas escolas foi um acordo com o Papa Bento XVI em 2008.

O índice de educação não é publicado desde 2013 pela UN, então não da pra saber como esta hoje.

Além é claro do problema politico que o mundo todo esta sofrendo desde mais ou menos aquela época ou um pouco antes.

Edit. Pessoal, pedi para renomearem o tópico para ficar mais abrangente e repostei o assunto (que é diferente do tópico original). Então se quiserem podem continuar e ainda abranger reforma da educação.
 
Última edição por um moderador:
Sendo eu um professor e biólogo, esse atual governo é só tristeza. Esse tipo de notícia é mais uma dessas desalegrias.

Mas sobre o assunto principal do tópico, tive ensino religioso no fundamental e no médio. Nunca fui ensinado (no ensino formal) sobre outras religiões além da cristã, isso quando não era específica à doutrina católica apostólica romana, duvido muito que ter ensino religioso nas escolas, mesmo que não especifiquem uma religião, seja diferente. Brasil possui muitas crenças e sincretismos, e os dados oficiais são falsos por causa da apostasia, ensino religioso na prática desrespeita a maioria delas.
 
Um número que fui ter ciência só agora: há cerca de 42 milhões de brasileiros acima dos 25 anos que não têm o Ensino Fundamental completo.[1][2]

Daí não é surpresa nenhuma notícias como "um terço dos brasileiros desconfia da ciência", "11 milhões de brasileiros acreditam que a Terra é plana", "30% dos brasileiros nunca comprou um livro", "metade dos brasileiros não sabem quem é o vice-presidente".[3][4][5][6] Essas notícias até perdem significado....
 
Última edição:
Um número que fui ter ciência só agora: há cerca de 42 milhões de brasileiros acima dos 25 anos que não têm o Ensino Fundamental completo.[1][2]

a parte assustadora é que esse tipo de dado se reflete na formação de educadores, criando um círculo vicioso. segundo o observatório do pne, a porcentagem de professores que possuem formação superior na área que lecionam nos anos finais do ensino fundamental está em... 56%. no ensino médio é ainda pior, estamos em 20%. e a meta do pne era que em 2024 chegassem aos 100%. e em alguns casos o problema não é só não ter formação na área (tipo "ele se formou em física e dá aulas de matemática). é que tem escolas com professores que mal completaram o ensino médio (dados do INEP)

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o estudo fala em "números desprezíveis" e ok, uns 5.000 docentes no país inteiro é pouco. mas pensem em quantas crianças estão recebendo formação de pessoas que não completaram a própria formação? enfim, é aquela coisa: se você não consegue nem formar professores, como é que vai educar?

e aí para a dúvida real: e se não educa, como combater a desigualdade? (esse paper de menezes e oliveira é bem bom, tem dados de 1992 até 2009, dá uma visão ótima de como a educação faz diferença no combate à desigualdade).
 

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