Então chamou para si toda a sua força de vontade, e todo o seu ódio do Dragão e de seu Senhor, e pareceu que de repente encontrou uma força do coração e do corpo que antes não conhecera; e escalou o penhasco, de pedra em pedra, e de raiz em raiz, até que por fim agarrou uma árvore delgada que crescia um pouco abaixo da beira do abismo, e que ainda estava firmemente enraizada, apesar de ter o topo queimado. E, enquanto ele se equilibrava em uma forquilha dos seus galhos, passou acima dele a parte mediana do Dragão, descendo a oscilar quase sobre sua cabeça, de tão pesada, antes que Glaurung conseguisse erguê-la. Pálido e enrugado era o lado inferior, e todo úmido com uma substância cinzenta e viscosa, à qual estava aderida toda espécie de imundície do solo; e recendia à morte. Então Turambar puxou a Espada Negra de Beleg e desferiu um golpe para cima, com toda a força de seu braço e de seu ódio, e a lâmina mortífera, longa e ávida, entrou no ventre até o punho.
Então Glaurung, sentindo os estertores da morte, soltou um urro que sacudiu toda a floresta, e os vigias em Nen Girith ficaram apavorados. Turambar cambaleou como quem foi golpeado e caiu escorregando; e a espada foi-lhe arrancada da mão e permaneceu enfiada no ventre do Dragão. Pois Glaurung, em um grande espasmo, ergueu todo o corpanzil trêmulo e o lançou sobre a ravina, e lá, na margem oposta, contorceu-se, urrando, debatendo-se e se enrolando em agonia, até destruir uma grande área em seu redor, e finalmente ficou deitado em fumaça e ruína, e não se moveu mais.