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A época vitoriana (que vai de 1837 a 1900), um dos períodos mais notáveis da história da Inglaterra, é o cenário em que um gigante da literatura inglesa, Charles Dickens (1812-1870), viveu e se fez escritor. Tão importante e atual ele ainda é para a literatura mundial que Harold Bloom, um dos críticos literários mais respeitáveis da atualidade, compara sua grandeza canônica com a de Shakespeare e de Chaucer. E é com David Copperfield, a obra preferida de Dickens, que o leitor pôde pela primeira vez “ver através dos olhos de uma criança, apreendendo a verdadeira essência da infância” (“[...] see through the eyes of the child, capturing the very essence of childhood.” – Chersterton).
Charles Dickens gozou de uma fama extraordinária com as suas obras, as quais eram publicadas primeiramente em folhetins e só então lançadas como livros. A população acompanhava o desenrolar das tramas com tal avidez que, numa certa ocasião, ele chegou a receber centenas de cartas pedindo para que o protagonista não morresse. Também era comum que ele fizesse leituras públicas de capítulos de suas obras (inclusive nos EUA), nas quais dramatizava as falas de cada personagem e era extremamente aplaudido. Até mesmo a Rainha Vitória o requisitou diversas vezes, na intenção de ouvi-lo ler, mas Dickens delicadamente desvencilhou-se do compromisso em todas elas. É que havia certo desconforto ou inadequação do escritor à sociedade. Sua infância pobre o excluía da aristocracia, assim como sua fama e riqueza também o excluía da classe pobre em que cresceu, deixando-o assim numa situação de isolamento na sociedade inglesa.
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Charles Dickens gozou de uma fama extraordinária com as suas obras, as quais eram publicadas primeiramente em folhetins e só então lançadas como livros. A população acompanhava o desenrolar das tramas com tal avidez que, numa certa ocasião, ele chegou a receber centenas de cartas pedindo para que o protagonista não morresse. Também era comum que ele fizesse leituras públicas de capítulos de suas obras (inclusive nos EUA), nas quais dramatizava as falas de cada personagem e era extremamente aplaudido. Até mesmo a Rainha Vitória o requisitou diversas vezes, na intenção de ouvi-lo ler, mas Dickens delicadamente desvencilhou-se do compromisso em todas elas. É que havia certo desconforto ou inadequação do escritor à sociedade. Sua infância pobre o excluía da aristocracia, assim como sua fama e riqueza também o excluía da classe pobre em que cresceu, deixando-o assim numa situação de isolamento na sociedade inglesa.
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