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Clarice Lispector

Gente quero confessar uma coisa: tenho medo da Clarice Lispector O_O
Tentei ler a Paixão segundo GH e não consigui...depois disso fiquei meio traumatizada, sei lá.
Mas ainda lerei. Depois que passar o medo :sim:
 
Alyninha disse:
Gente quero confessar uma coisa: tenho medo da Clarice Lispector O_O
Tentei ler a Paixão segundo GH e não consigui...depois disso fiquei meio traumatizada, sei lá.
Mas ainda lerei. Depois que passar o medo :sim:

Dê mais uma chance a ela, não irá se arrepender (: Você pegou uma das obras mais densas dela, opte pelos mais tranquilos, como A Legião Estrangeira.
 
Sabe apesar do medo eu quero muito ler algo dela, as vezes vejo trechos, sitações dela e acho o máximo. Obrigada pela dica Lethaargic, vou tentar esse!
 
Alyninha, procura pelo conto Felicidade Clandestina. Foi o primeiro texto dela que eu, e aquela coisa de menina que adora livros acabou fazendo com que eu me identificasse tanto, mas tanto, que me apaixonei na hora. Acho que você também vai gostar. =]
 
Anica disse:
Alyninha, procura pelo conto Felicidade Clandestina. Foi o primeiro texto dela que eu, e aquela coisa de menina que adora livros acabou fazendo com que eu me identificasse tanto, mas tanto, que me apaixonei na hora. Acho que você também vai gostar. =]

Também acho que você vai gostar deste conto! Aliás, o livro com o mesmo título é meio que um "complemento" do Legião Estrangeira, pois tem todos os contos deste mais alguns. (:
 
Tem aquele da ladra de rosas também? Eu não lembro do título, mas acho aquele conto lindo.
 
Anica disse:
Tem aquele da ladra de rosas também? Eu não lembro do título, mas acho aquele conto lindo.

A imitação da Rosa? Eu adoro esse conto :) É fantástico o lance da transgressão.

Eu não li A Hora da estrela mas vi o filme qdo tava no 1.o magistério, há 12 anos atrás e odiei. Li A Paixão Segundo G.H. no meio do ano passado e até onde li, eu amei. Como eu estava em um momento delicado da minha vida, conforme eu lia pra mim era tão intenso que eu não aguentei. Não cheguei até o final (mas li 80% do livro). O começo eu ainda acho a minha cara:


"---------------------------- estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que quero fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior. A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi - na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro."


É bem o q vc falou Anica, questão de momento. Talvez se eu ler a Hora da Estrela acabe mudando de opinião hoje. Talvez a Paixão foi tão intenso pra mim pelo momento que eu estava passando.

Acho a Clarice ótima. Mas nem tudo o q ela faz me agrada tb, o que é normal.
 
Meninas muito obrigada pelas indicações! Vocês fizeram com que eu fique com mais vontade ainda de ler.

Anica, eu sempre tive curiosidade sobre o Felicidade Clandestina e agora quero ler ele e Legião Estrangeira.
 
Nanda disse:
Anica disse:
Tem aquele da ladra de rosas também? Eu não lembro do título, mas acho aquele conto lindo.

A imitação da Rosa? Eu adoro esse conto :) É fantástico o lance da transgressão.

non, non. fui procurar depois, o nome do conto que eu estava falando é "Cem anos de perdão" :sim:
 
[align=center]Biografia[/align]

Clarice nasce em Tchelchenik, na Ucrânia, em 1920. Chega ao Brasil com os pais e as duas irmãs aos dois meses de idade, instalando-se em Recife. A infância é envolta em sérias dificuldades financeiras. A mãe morre quando ela conta 9 anos de idade. A família então se transfere para o Rio de Janeiro, onde Clarice começa a trabalhar como professora particular de português. A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra - desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ela estuda Direito, por contingência. Em seguida, começa a trabalhar na Agência Nacional, como redatora. No jornalismo, conhece e se aproxima de escritores e jornalistas como Antônio Callado, Hélio Pelegrino, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Alberto Dines e Rubem Braga. Os passos seguintes são o jornal A Noite e o início do livro Perto do Coração Selvagem - segundo ela, um processo cercado pela angústia. O romance a persegue. As idéias surgem a qualquer hora, em qualquer lugar. Nasce aí uma das características do seu método de escrita - anotar as idéias a qualquer hora, em qualquer pedaço de papel.
Em 43, conhece e casa-se com Maury Gurgel Valente, futuro diplomata. O casamento dura 15 anos. Dele nascem Pedro e Paulo. No ano seguinte, ela publica Perto do Coração Selvagem. Em plena Segunda Guerra Mundial, o casal vai para a Europa. Perto do Coração Selvagem desnorteia a crítica literaria.
Perto do Coração Selvagem recebe o prêmio da Fundação Graça Aranha. Nas palavras de Lauro Escorel, as características do romance revelam uma "personalidade de romancista verdadeiramente excepcional, pelos seus recursos técnicos e pela força da sua natureza inteligente e sensível". Já no primeiro livro, identifica-se o estilo muito pessoal da escritora. Nas páginas, Clarice explora pela primeira vez a solidão e a incomunicabilidade humana, através de uma prosa inquieta, próxima da poesia em determinados momentos.
Rumo à Europa, os Gurgel Valente passam por Natal. De lá para Nápoles. Já na saída do Brasil, Clarice mostra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Quando chega à Itália, depois de um mês de viagem, escreve: "Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar". Clarice permanece em Nápoles até 1946. Durante a II Guerra, presta ajuda num hospital de soldados brasileiros. Uma dúvida: um serviço prestado como cidadã brasileira ou como mulher de um diplomata brasileiro? Como escritora, ela sente a presença do sucesso. Por telegrama, sabe do prêmio recebido pelo romance deixado no Brasil. Mantém uma correspondência constante com os amigos que deixara para trás. Em Nápoles, em 44, conclui O Lustre, livro iniciado no Brasil e que seria publicado em 1946. Virgínia, a personagem principal de O Lustre, tem a história narrada desde a infância e também aparece sob o signo do mal, tal como Joana, personagem do primeiro romance. Em O Lustre, Virgínia mantém um relacionamento incestuoso com o irmão, Daniel, com quem faz reuniões secretas em que experimentam verdades, na condição de iniciados especiais. Nessa época, Clarice Lispector se corresponde com Lúcio Cardoso, que não gosta do título do livro: acha-o "mansfieldiano" e um pouco pobre para pessoa tão rica como Clarice.
Quando O Lustre é lançado, Clarice está no Brasil, onde passa um mês. De volta à Europa, transfere-se para a Suiça, "um cemitério de sensações", segundo a escritora. Durante três anos, passa por dificuldades em relação à escrita e à vida pessoal. Em 46, tenta iniciar A Cidade Sitiada, livro que sairia em 49. Vendo-se impossibilitada de escrever, coleciona frases de Kafka, referentes a preguiça, impaciência e inspiração. Para Clarice, a vida em Berna é de miséria existencial. A Cidade Sitiada acaba sendo escrito na Suíça. Na crônica "Lembrança de uma fonte, de uma cidade", Clarice afirma que, em Berna, sua vida foi salva por causa do nascimento do filho Pedro e por ter escrito um dos livros "menos gostados". Terminado o último capítulo, dá à luz. Nasce então um complemento ao método de trabalho. Ela escreve com a máquina no colo, para cuidar do filho.
O período na Suíça caracteriza-se pela saudade do Brasil, dos amigos e das irmãs. A correspondência que recebe não lhe parece suficiente. Até 52, escreveria contos, gênero em que Clarice Lispector talvez não tenha sido alcançada na literatura brasileira. Alguns Contos foi publicado em 52, quando ela já tinha deixado Berna, passado seis meses na Inglaterra e partido para os Estados Unidos, acompanhando o marido.
Em 1950, na Inglaterra, Clarice inicia o esboço do que viria a ser A Maçã no Escuro, livro publicado em 61. Antes de se fixar em Washington ela passa pelo Brasil. Trabalha novamente em jornais, entre maio e setembro de 52, assinando a página "Entre Mulheres", no jornal O Comício, no Rio, sob o pseudônimo de Tereza Quadros. Em setembro vai para os Estados Unidos, grávida. Durante os oito anos de permanência no país, vem ao Brasil várias vezes. Em fevereiro de 53, nasce Paulo. Ela continua a escrever A Maçã no Escuro, em meio a conflitos domésticos e interiores. Mãe, Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, A Maçã no Escuro, os contos de Laços de Família e a literatura infantil. O primeiro livro para crianças seria O Mistério do Coelhinho Pensante , uma exigência do filho Paulo. A obra ganharia o prêmio Calunga, em 67, da Campanha Nacional da Criança. Ela ainda escreveria três livros infantis: A Mulher que Matou os Peixes, A Vida Íntima de Laura e Quase de Verdade. Nos Estados Unidos, Clarice Lispector conhece Érico e Mafalda Veríssimo, dos quais torna-se grande amiga. Veríssimo e família retornam ao Brasil em 56. Entre os escritores, inicia-se uma vasta correspondência. No primeiro semestre de 59, o casal Gurgel Valente decide-se pela separação. Clarice volta a morar no Rio de Janeiro, com os filhos. Sobre o "conciliar" casamento/literatura, afirmava que escrevia de qualquer maneira, mas o fato de cumprir o seu papel como mulher de diplomata sempre a enjoou muito. Cumpria a obrigação. Nada além. Na volta ao país, mais um período de dificuldades afetivas e financeiras. Ela prefere a solidão ao círculo que tinha relação com o ex-marido.
O dinheiro que recebia como pensão não era suficiente, nem os recursos arrecadados com direitos autorais. Clarice retorna ao jornalismo. Escreve contos para revista Senhor, torna-se colunista do Correio da Manhã, em 59, e, no ano seguinte, começa a assinar a coluna Só para Mulheres, como "ghost writer" da atriz Ilka Soares no Diário da Noite. A atividade jornalística seria exercida até 1975. No final dos anos 60, Clarice faz entrevistas para a revista Manchete. Entre 67 e 73 mantém uma crônica semanal no Jornal do Brasil, e, entre 75 e 77, realiza entrevistas para a Fatos & Fotos.

Fonte: http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/claricelispector/index.htm

No começo não entendia muito bem o que Clarice queria transmitir em sua obra, tive que ler duas vezes A Hora da Estrela para compreender algo. Seus textos necessitam de atenção e uma visão crítica da realidade, pois é isso que ficou para mim, ela tentar desvendar a essência humana. Sugiro além de A Hora da Estrela a leitura dos contos Amor e Laços de Família.
 
Sem sombra de dúvida, uma autora de grande envergadura, mas de quem, apesar dos meus esforços, nunca consegui gostar. Não sei bem por que, mas os livros dela nunca me disseram nada.
 
Eu costumo brincar que ninguém pode morrer sem ler Clarice. Mesmo que ler Clarice seja uma experiência perturbadora. A dimensão psicológica das obras dessa autora é mais problemática do que se pensa, porque as personagens de Clarice só existem do pescoço para cima: o que elas pensam e sentem é muito mais importante do que aquilo que fazem, e, por sinal, quase toda a ação é, por que não, gratuita. O que mais interessa a Clarice não são os indivíduos em si, mas a paixão que os domina, a inquietação que os conduz, a existência que os subjuga. Se nada mais der certo, leia Clarice Lispector.
 
Tatarana disse:
Sem sombra de dúvida, uma autora de grande envergadura, mas de quem, apesar dos meus esforços, nunca consegui gostar. Não sei bem por que, mas os livros dela nunca me disseram nada.

Provavelmente não é o seu tipo de leitura. Normal isso. Eu, por exemplo, tentei ler Graciliano Ramos e não consegui engolir, Clarice, por sua vez, desce facilmente e escorre por dentro de forma perturbadora e deliciosa. Hoje em dia, estou me interessando por Graciliano de tanto ouvir acerca das influências de meus autores favoritos.
Quanto ao que Valentina disse, concordo com veemência. Inclusive sua percepção de Clarice me esclareceu algumas coisas particulares. Suas personagens que existem só do pescoço pra cima, isso foi bárbaro.
 
Nossa, depois que li Clarice, nunca mais fui o mesmo. Até hoje tenho aquele desejo de ler algo mais. Detalhe, primeira obra que li dela: A hora da estrela.
 
Meu preferido dela (por enquanto, porque ainda não li tudo) é "A Maça no Escuro". Comprei Água Viva na semana passada, quero começar logo, e como é um livro fininho, quero ler de uma vez só, será que sobrevivo? haha Clarice é demais, demais...
 
Raquel Vieira disse:
A Clarice para mim é um mistério, mas ela era um mistério para si mesma. Ela me incomoda deliciosamente. Um dia eu decifro a Clarice, se ela deixar...

Concordo! Li Laços de Família e adorei, embora não tenha entendido algumas das mensagens que ela quis passar. É um mistério! Quem me dera compreender de todo as intenções dela ao escrever aqueles contos.
 
Diferentemente da maioria das pessoas, que tem contato com ela na escola, só agora que li alguma coisa dela (A Hora da Estrela) e também quero mais!

Agora... Sou forçado a lamentar profundamente que as obras dela sejam editadas no Brasil da forma que são: caras e com qualidade vagabunda, me desculpem dizer. O que é aquilo?! Estava numa livraria, peguei um "A Hora da Estrela" para folhear, abri, e a capa quase que se solta... E para aquilo queriam cobrar R$ 20,00? Que absurdo! Sério que a Rocco quer cobrar R$ 45,00 pelo A Maça no Escuro?

O pior é que as edições de Clarice pela Francisco Alves não parecerem ser nem um pouco melhores que as da Rocco em qualidade (talvez em durabilidade, ao menos?), como uma escritora assim merece. A opção então é recorrer a bibliotecas... Pena mesmo que a gente tenha que se submeter a esse tipo de coisa para ler Clarice. Lamentável...
 
nunca vi problema nos livros da Clarice:think:... a edição deles me agrada, principalmente nessas capas novas da rocco...
agora, o preço eu concordo.... mas não é só dos livros dela que é assim, o mercado brasileiro é assim geralmente...
 

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