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Arda como vontade e representação

Um post só pra mostrar a minha posição perante alguns comentários ^^

Caio Paganus disse:
Eu não vou mentir para você e dizer que sou um especialista em Schopenhauer porque não sou. Nem vou deixar de dizer que não considero filosofia masturbação mental como certas mentes cientificistas, positivistas e ignorantes nesse fórum acreditam sem nem mesmo propor um diálogo a respeito, já condenando o pensar filosófico.

Cara, tipo, tu tá sendo tão ignorante quanto diz que ele é, ao rotulá-lo.

Húrin disse:
Eis a graça da Obra e de uma nova interpretação a cada leitura. Se não fosse assim, será que teria o mesmo encanto??

Com certeza não! Belo resumo, Húrin

Vou ser sincero e dizer que não passei da primeira linha. Tipo, Brainstorming é legal, mas pra postar é difícil. Tente organizar melhor tudo, cara, porque não consigo ter a mesma interpretação que você. Não leve nada como ofensa pessoal, por favor.
 
Eu acho que vocês estão muito no oito ou oitenta. Há toda um espectro de posturas e não só as extremas. Não foi proposto aqui ficar numa interpretação batida e única, de não rever conceitos numa releitura ou discussão, mas isso também não implica numca postura totalmente oposta que é a total liberdade para imputar uma filosofia numa obra, a despeito da própria obra. Se eu crio uma obra budista, por exemplo, um bom interpretador pode interpretá-la como uma obra nietzschiana, só porque ele, talvez, simpatize com Nietzsche e devemos ser totalmente abertos as diversas interpretações? Se pegar uma filosofia e "aplicá-la a tudo" (até H. Potter), estaremos discutindo a obra ou a filosofia em questão?

Onde, em que momento na obra, fica subentendido que Eru não é o Deus criador, mas representação de algo mais primário, a Vontade? Cadê a Vontade na obra de Tolkien? A metafísica de Schopenhauer é por natureza uma metafísica de caráter atéia... A cosmogonia de Tolkien é uma cosmogonia atéia, e Eru ali é uma representação e não Deus, que por definição é algo absoluto? Então tá, afinal viva a interpretação. :roll:

Cara, tipo, tu tá sendo tão ignorante quanto diz que ele é, ao rotulá-lo.

Eu nem considerei um rótulo para mim, já que, noutro tópico em que ele participou (e espero que tenha lido, mas sabe-se lá), me posicionei contra o cientificismo, e nesse tópico disse que não me espantava que confundiam masturbação mental com filosofia (graças ao modo como a filosofia é feita e divulgava), e que não achava que esta era aquela. Achei um comentário um tanto deslocado o dele, já que não aplica-se a mim e a ninguém aqui.
 
1-Primeiramente, eu vi a Vontade como objetivadora de toda a realidade tolkieniana pela antiga história dela ser vista como um pano de fundo para as criações linguísticas do professor. Dessa via artística, apreender o Uno Primordial como uma história da gênese, desenvolvimento e fim do Mundo foi um pulo.

2-Não sei até que ponto deturpei a filosofia de Schopenhauer. Peço desculpas a ele e a seus entusiastas por qualquer tipo de erro, mistureba, bagunça...

3-Peço desculpas aos nobres colegas que consideram esse brainstorm inútil, enfadonho, chato, maçante, detestável.

4-Sinto muito ter 'rotulado' Haran ou outros aqui, ou tê-los ofendido. Arrogante? Talvez eu tenha sido...

5-Eu pensei em uma discussão construtiva, mas acabei me empolgando e criei um monstro aqui. Peço desculpas por nublar suas nobres vistas com essa chateação, por fazê-los perder seu precioso tempo com essa babaquice.

Termino enterrando esse tópico estúpido que tanto desagradou pela chatice, complexidade excessiva. Vou tentar fazer algo mais simples, didático, objetivo que possa ser acompanhado pelo maior número de pessoas já que minha única intenção é mesmo adquirir Tyellë como disseram sabiamente.
 
Caio, não se chateie!

Não se deprecie e não se acanhe com seu tópico ou pela interpretação que tivemos do seu texto. Acho que ele cairia melhor como um artigo, como disse o Snaga, afinal o tema é complexo e muitos, incluo-me nessa categoria, estão acostumados a encontrar por aquí textos menos complexos e rápidos.

Sou/Estou um tanto impaciente com alguns temas ultimamente, ou mesmo pela falta deles... Sua proposta de debate é boa, mas acabou, na sua complexidade, embaralhando o que você queria discutir, e isso precisa ser acertado.

Não desista!! Podemos debater esse tema aquí mesmo, mas arrume os pontos que você quer ter uma opinião dos demais e assim desenvolver melhor o debate e respostas que deseja.
Não sou um grande entendedor dessa parte metafisica e filosófica da Obra, sou muito ignorante nisso, pra falar a verdade. Mas é uma oportunidade para eu acompanhar uma boa discussão, assim como muitos outros usuários!

:joinha:
 
Erm, a questão do Bad Karma que você deu foi um início de perseguição? :P

A justificativa, ao meu ver, não foi válida. Mas se quer saber por que eu lhe dei bad karma, eu falo: você disse um bando de coisas e no fim se contradizeu.
 
Erm, a questão do Bad Karma que você deu foi um início de perseguição? :P

A justificativa, ao meu ver, não foi válida. Mas se quer saber por que eu lhe dei bad karma, eu falo: você disse um bando de coisas e no fim se contradizeu.

Perseguição? De forma alguma. Apenas não vejo sentido em avaliar um post positivamente ou negativamente pelo juízo que formulei dele enquanto útil, belo ou bom. Eu esperava ser mal avaliado por ofensas, grosserias e coisas do tipo, não por um engano. E eu considerei esse tópico encerrado porque realmente meu conhecimento do autor se provou ridículo, o que aconteceu então?
Eu me contradisse. Crucifique-me... E não estou fazendo drama não. É só uma justificatica, e sincera.
 
Confesso que adoro consultar a Wikipedia nas horas vagas.

François duc de la Rochefoucauld revelou, de maneira mordaz, a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.

O termo “hipocrisia” é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um “padrão duplo”. Um exemplo disso é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.

Padrão duplo, nebulosidade intelectual e emulação de algo que não é são, para mim, bons motivos para bad karma. Agora eu não diminui seu karma por "Se fôssemos diminuir karma de todas as opiniões contrárias às nossas, seria melhor fechar o fórum.", em suas palavras. Mas OK, pra mim nem a Tyellë nem o Karma importam. Importa o conhecimento, por isso prefiro não postar à falar bobagens.
 
Com todo o respeito, o grande problema é considerarmos ou idolatrarmos (às vezes a linha entre admiração, identificação e idolatria cega é tênue) um determinado autor pela sua fama e contribuição filosófica, por mais que o senso-comum ou os meios filosóficos os endeusem. Pra que perdermos a oportunidade de PENSARMOS por nós mesmos, de forma unicamente própria, ainda que influenciados por ideias famosas ou conceitos complexos e fundamentados? Se criamos nossas teorias, guardemos para nós mesmos. Se queremos abrir um tópico tentando convencer de que Tolkien estava querendo dizer isso ou aquilo, não acho correto. O importante é termos bagagem de conhecimento, mas tudo ligado a uma filosofia que nos oriente individualmente, não pode servir para tentar orientar o sentido de um mundo cujos valores e naturezas nada tem a ver com a nossa. Tolkien não criou uma estória na qual ele pudesse explicar filosoficamente o que é o mundo, ou o que há por trás das aparências. Tolkien apenas e simplesmente criou algo bem claro, direto, simples, que é livre de todo e qualquer obscurantismo do pensamento rebuscado da nossa filosofia impregnada de falácia e pouca atitude.

Eu não acho Nietzsche, nem Dostoievski, nem Kant, nem Weber, nem Schopenhauer, nem Smith, nem Kafka, Rousseau, Voltaire ou qualquer outro personagem famoso, como detentores de verdades absolutas ou sequer consideráveis. Lemos algo e tudo bem, aquilo nos enriquece; mas, daí a aplicar a intrincada idiossincrasia filosófica de um mundo diferente mental e cientificamente, como se tudo o que Tolkien escreveu estivesse sujeito a comparações imediatas ou mesmo indiretas com padrões de comportamento do nosso mundo real, sob análises científicas ou mesmo empíricas da nossa sociedade, é fantasiar com aquilo que supostamente pretendemos explicar.

O mundo de Tolkien é um mundo que não se encaixa em análises de qualquer natureza, exceto a de quem o criou, ou seja, o próprio Tolkien. O erro maior reside no fato de muitos não atentarem na questão da impossibilidade de análise de tudo o que não encontra paralelos no nosso mundo. A obra de Tolkien tem, sim, semelhanças com o cristianismo, e tudo o que reside na obra de Tolkien não teve influência clara nem implícita de nenhuma outra filosofia/ autor . Sendo que as mitologias nórdicas que serviram de inspiração ( ou qualquer outra mitologia/ filosofia fragmentada), não passam disso, de inspiração, coisa ligada ao sentimento, para criar pretexto à explanação de valores simples, humanos e destituídos de qualquer ciência.
 
Última edição:
Eu realmente dtesto ser mal-interpretado. Não quis impor a ninguém que Tolkien seguia a linha schopenhaueriana, apenas que enxergava uma linha de pensamento que desbrava o Uno pela própria realização do professor em criar um mundo como pano de fundo para suas criações artísticas. Quis entrelaçar essa linha com o SdA, o Silma.

Não idolatro autor algum, por mais que goste de Rowling, Tolkien e também, na filosofia, de Nietzsche, Agostinho, Aristóteles etc. Não quis impor nada dizendo que Tolkien seguia uma tal linha. Se ele teve alguma inspiração filosófica, foi agostiniana, neoplatônica. Seria ridículo supor algo diferente em sua 'filosofia'.

Acontece que eu adoro filosofia como já se percebe e quis fazer uma brincadeira, um joguinho. Eu fui mal-interpretado, me chamaram de hipócrita por uma brincadeira que fiz. Eu lamento sinceramente pela incapacidade de se desenvolver um debate filosófico, não por falta de cultura , mas por excesso de dogmatismo, intolerância quanto à interpretação das obras e uma arrogância quanto à forma de se postarem idéias.
E eu me desculpo com o amigo Rincewind, eu fiquei meio nervoso, é fato, desculpo-me aqui e vou remediar isso. Mas tudo não passou de brincadeira, e lamento o meu fracasso em impulsionar uma discussão sadia aqui.
 
Última edição:
A proposta foi boa, Caio. O problema foi inserir Nietzsche e Schopenhauer em seu texto. Apesar de ter sido discípulo, Nietzsche discordava com veemência de seu mestre em muitos pontos. Principalmente em se tratando do Cristianismo que, como dizia o filósofo "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo." ou ""A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."

Mas gosto particularmente desta : "As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

Outro problema, as obras possuem diferentes pontos de vista, mesmo para a filosofia, tentar enquadrar o Legendarium sob perpectiva de determinado pensador é um tanto arriscado. O Hobbit nada lembra SdA, assim como este destoa por completo de O Silmarillion, que é um compêndio de textos reunidos e que foram trabalhados em diferentes momentos da vida de Tolkien.
 

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