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Andrzej Szczypiorski

EduardoR

Usuário
Será que alguêm sabe me dizer como se pronuncia o nome do escritor Andrzej Szczypiorski? É um escritor polonês que escreveu entre outros "Uma Missa para a Cidade de Arras" e "Diário da Lei Marcial".

Seria "Andrzei Sicipiorsqui"? Ou algo próximo disso?

Alguêm conhece outros 'autores quebra-queixo'??? :mrgreen:
 
Re: Ajuda na pronúncia!!!

Aqui também rola panela, mas há quem se habilite a ajudar, basta surgir alguém que saiba. :)
 
Re: Ajuda na pronúncia!!!

eu acho que seria mais ou menos 'Andres Eschipiorsqui'

nao falo polones nem nenhuma lingua eslava...
 
Re: Ajuda na pronúncia!!!

Provavelmente se pronuncia "Andrzej Szczypiorski". Dá pra ter resposta mais segura? :beam:

Falando sério, não faço idéia.

PS. Desculpem o flood, mas não pude me segurar. :mrgreen:
 
Re: Ajuda na pronúncia!!!

Poisé... Nós vamos fazer o tópico digievoluir e tranformá-lo em:

Andrzej Szczypiorski

Que tal?

Já que cada um pronuncia como quiser oras... as meninas do Mc Donald's não falam méquí tããsti, entonces... viva a variação linguística. :cerva:

Btw, eu fui no Google e achei isso aqui pra vocês saberem quem é o cara de nome complicado:

Na primavera de 1458, a cidade de Arras foi flagelada pela peste e pela fome. Em um mês, cerca de um quinto da população morreu. Em outubro de 1461 sucedeu-se, por razões desconhecidas, a famosa Vauderie d’Arras. Perseguições cruéis aos judeus e às bruxas, processos por heresias imaginárias, bem como um surto de pilhagem e massacres. Depois de três semanas, tudo se acalmou. Algum tempo depois Davi, bispo de Utrecht, bastardo do duque de Borgonha, Filipe, o Bom, anulou todos os processos por bruxaria e abençoou a cidade.


O livro

O enredo é medieval e o cenário, obscuro, fatalista e permeado de intolerância. A destruição causada pela peste, os excessos da fé e a violência étnica são, entretanto, uma parábola da essência de todos os crimes da história. Na primavera de 1458, Arras, cidade do ducado do Brabante, foi vítima de uma terrível epidemia de peste. A fome, a mortandade e o pânico deram vazão a sentimentos e atos extremados que uma quarentena total aguçaria: devassidão, assassinatos, estupros, caça às bruxas e condenação de supostos hereges para a redenção das almas dos mortais pecadores. Pois, na penumbra medieval, que elementos têm os cidadãos para explicar um fenômeno que dizimou partes inteiras da população local, senão a crença no irracional e em castigos divinos?

Três anos mais tarde, a estranha morte de um cavalo – que a população se apressou em ver como resultado de uma praga rogada por um judeu – é o estopim de uma terrível crise de insanidade coletiva que ficou conhecida na história como a Vauderie d’Arras. Suplícios com diversos graus de crueldade e condenações à fogueira tornam-se moeda corrente. E como se o mal inquisitório não bastasse, usam-se as disputas religiosas para acertos de contas pessoais e coletivos.

Uma campanha de purificação é lançada, com os resultados que se pode imaginar. Para, no final, a autoridade suprema dizer com toda a frieza e o cinismo dos dominantes: “O que aconteceu não aconteceu, o que foi não foi!” Esta perspicaz incursão no mundo da intolerância recorre a um cenário longínquo para denunciar os mecanismos suscetíveis de contaminar as mentes humanas, mesmo aquelas supostamente esclarecidas.

Szczypiorski escreveu esta obra sob o impacto de uma campanha anti-inteligentsia que acabou assumindo feições anti-semitas durante o 1968 polonês. Mas a inauguração de um novo milênio com a retomada de discursos pré-iluministas e de cruzadas do bem contra o mal nos leva a crer que infelizmente está bem vivo o bacilo que inoculou o pessimismo pestífero de um dos maiores autores poloneses do século XX.

O Editor



Trechos


“Como já disse, a cidade de Arras estava sofrendo. A mulher infeliz, decapitada pela ordem do Conselho, não foi a única criminosa daquele tempo... Crimes semelhantes multiplicaram-se. Os homens deixaram de ter medo do inferno e das mais sofisticadas torturas e faziam de tudo para matar a fome. Os instintos animalescos sobrepunham-se à natureza humana. Abriam-se as sepulturas para entregar-se ao canibalismo mais horrível. Acontecia de as famílias matarem os seus moribundos para se alimentar com a sua carne fresca, livre do mau cheiro da podridão. Como acontece quando os homens prevêem o fim de tudo, naquele tempo a mais desenfreada depravação tomou conta da cidade. Mulheres virtuosas e exemplares passaram a comportar-se como meretrizes. Podia-se ver cenas de uma indescritível indecência acontecendo a céu aberto ou até às portas das igrejas. É impossível descrever esse horror com a nossa pobre língua.”
(p. 40)

“Cada um de nós em toda a sua vida era submisso diante dos que estavam mais alto, mas, quando a fome e a peste derrubaram a hierarquia, transformando-a em estrume da nossa impotência coletiva, todos nós, sem exceção, descobrimos a nossa própria peculiaridade no mundo. Éramos órfãos e condenados, mas livres de qualquer submissão, a não ser da submissão a nós mesmos. Uma solidão terrível nos tinha alcançado, mas nela havia algo sublime. Até então, vivendo e morrendo, estávamos todos, sem exceção, permanecendo num estado de submissão. Não duvido que fosse um estado de doçura e de segurança. Ao experimentá-lo, esforçamo-nos para agradar aos outros, àqueles que na hierarquia ficam acima ou abaixo de nós. A submissão é a beleza da nossa existência. Em troca recebemos por ela proteção e paz, ou seja, ela nos permite sentir o prazer da vida. Sem ela, o destino nos trai, tornando-nos uma presa da nossa própria singularidade.”
(p. 44)

“— Como é sabido o senhor João! — exclamavam. — Sabido demais para continuar vivendo em nossa cidade. Nós desejamos uma fé pura e humilde, desejamos uma submissão perante os céus, e não precisamos de sabichões, que nos ofendem com a sua fala e o seu pensamento confuso. Nossas mãos endureceram no trabalho pesado, só confiamos em nossas mãos e nos ensinamentos da santa Igreja. Entretanto, o senhor João desperdiça dias e anos em disputas e glorifica a razão, que é o altar do demônio.”
(p. 106)

“Ao sair da minha casa, olhou alerta para todos os lados. Era um homem muito honesto, apesar do espírito fraco... Ficando sozinho logo recuperei a calma. Foram então unânimes, sem perceber o mal que estavam fazendo. Cederam suas consciências ao rebanho, como carneiros, como bodes malditos. E nenhum deles sequer pensou que não havia no mundo tirania mais tirana do que a unanimidade, escuridão mais escura do que a unanimidade, estupidez mais estúpida do que a unanimidade! Abrigaram-se nela colocando o baraço no próprio pescoço.”
(p. 112)

“Se tu não amas, estás livre do desespero. Se não desejas a salvação, não tens medo do inferno! O melhor mundo, João, mesmo se fosse alcançável, estaria só em nós mesmos e não fora de nós. Aqueles homens do Conselho erraram terrivelmente. Mas eu não serei o juiz deles. Sinto-me demasiadamente fatigado para perseguir os pecados dos outros. E mais ainda — se eles desejam tanto, que fiquem saciados. Não foi meu o carro que lhes foi designado puxar para o desvio. Se eu próprio estou buscando para mim a liberdade mais digna, não posso negar-lhes o direito de escolha. Que cada um siga o seu próprio caminho. Os caminhos dos estúpidos não são os meus caminhos, mas também não vou endireitá-los, porque seria em vão. Que os lúcidos fiquem com a sua lucidez, e os loucos com a sua loucura...”
(p. 149)


Tcharam. =]
 

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