Filme de Mel Gibson traz Satanás ao lado de autoridades judaicas
ORLANDO, Flórida - No filme de Mel Gibson sobre Jesus Cristo, Satanás assume forma física e se posiciona ao lado de líderes judaicos quando eles condenam Cristo. O açoitamento por soldados romanos, mencionado apenas de passagem na Bíblia, vira uma cena sádica e sangrenta, uma das principais do longa-metragem.
Se "A paixão de Cristo", que trata das últimas horas da vida de Jesus, ainda não atraiu controvérsia suficiente, provavelmente não faltará munição para seus detratores assim que o trabalho for exibido para um público mais amplo.
Na quarta-feira, uma versão não definitiva do filme foi exibida para o maior público que o filme teve até agora, um grupo de 4.500 pastores evangélicos que participavam de uma conferência em Orlando. Alguns poucos jornalistas conseguiram penetrar no grupo também.
Mel Gibson vem enfrentando uma tempestade de críticas a seu filme, principalmente por parte de grupos judaicos que temem que ele incite ao anti-semitismo devido ao retrato que faz do papel dos judeus na morte de Cristo.
Até agora, o longa-metragem, que tem duas horas de duração, foi exibido apenas para platéias escolhidas a dedo por Gibson e sua produtora. "A paixão de Cristo" vai estrear em 25 de fevereiro, na Quarta-feira de Cinzas, em 2.000 salas nos Estados Unidos.
Os pastores que assistiram ao filme tiveram que assinar um formulário comprometendo-se a não dizer nada de negativo sobre ele. Alguns pastores que participaram do encontro da Rede Global de Pastores esperavam que o trabalho se tornasse uma ferramenta eficaz de evangelização.
- Quem viu o filme talvez queira ler o livro - disse Randy Garcia, pastor evangélico de San Antonio, Texas.
Um dos elementos que provavelmente chamará a atenção do público quando o filme alcançar uma platéia maior será a decisão de Gibson de fazer Satanás ser personificado em uma figura humana pálida que aparece apenas periodicamente.
A figura de Satanás aparece ao lado das autoridades judaicas, mas não ao lado de Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia, que foi quem de fato sentenciou Jesus à morte.
No julgamento de Jesus mostrado no filme, um alto sacerdote judaico não apenas bate em Jesus, mas também cospe nele. Outra cena que pode despertar polêmica é a do flagelamento de Jesus, ordenado por Pilatos e conduzido por soldados romanos embriagados e sádicos.
A violência vai crescendo ao longo da cena, que foi em grande medida responsável pelo fato de o filme ter recebido a classificação R nos Estados Unidos, o que significa que menores de 17 anos só poderão vê-lo na companhia de pais ou responsáveis.
Fonte: Globo.com
Quero ver se realmente o nível de violência é inadequadamente alto ou meramente reproduz com uma certa fidelidade o suplício de um condendado. Além, claro, do atrativo do filme ser falado em latim ( 
) e aramaico, o que dá uma certa consistência histórica muito atraente (ou vocês não acham inverossímeis filmes na Arábia onde todos falam inglês, por exemplo? Sim, sim, eu conheço as razões disso e tudo mais)
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