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"Blaise começa a recitar algo, quase cantar, em uma língua que vocês não entendem. Pela entonação dele, não parece ser um poema feliz - é algo fúnebre, um lamento. Ao final de um tempo, ele começa a narrar uma história, talvez para vocês, talvez para si mesmo.
'Há alguns séculos, uma criatura das trevas dominou uma grande vila a alguns dias de viagem daqui - bom, naquele tempo eram alguns dias. Uma criatura vil, não inteiramente viva nem inteiramente morta, que tinha de se alimentar da vida de outras pessoas para se manter neste mundo. Ele manteve toda a vila sob seu domínio por décadas, sem que ninguém - nem mesmo os que ele comandava - sequer se aproximasse da verdade; ele se banhava em seu sangue e mantinha a vila isolada de todo o restante do mundo. Assim foi por longos e cruéis anos, até que os irmãos Vili e Ve, dois inquisidores de renome, chegaram à localidade. Após algum tempo, tendo vencido diversos obstáculos, eles livraram a vila. No entanto, eles não saíram propriamente vitoriosos. Ve se voltou para a magia, seduzida pelo mesmo poder que sempre enfrentara. Por três anos ela foi capaz de iludir o irmão, mas a farsa se tornou insustentável logo. Eles tiveram de se confrontar, e graças aos seus poderes de Inquisidor Vili foi o vitorioso sobre a inexperiente Maga. No entanto, ele soube desde o princípio que terminaria sendo vítima da mesma mácula que abatera sua irmã; e, cometendo um pequeno pecado para evitar grandes males por vir, usou de poderes arcanos para criar um pequeno santuário onde sepultou sua irmã, o mal que a acometeu, e a si mesmo.'
Ele terminou o conto, voltando ao silêncio. Enquanto isso, vocês caminham em direção ao sudoeste, cada vez mais em direção a sul; a paisagem para lá se torna mais pedregosa, mais inclinada, e vocês podem ver alguns morros ao longe."
Creio que se torna evidente de quem são as efígies, os irmãos Vili e Ve. Também se sugere que Ve esteja sepulta nesta sala, bem como o irmão. A proteção da entrada mais direta provavelmente seria contra o conselho, enquanto a porta pela qual vocês vieram provavelmente era considerada segura devido à dificuldade de atingir o local; pode se supor que a fenda não existia naquela época."Blaise olha para Silvara com uma expressão enigmática. 'Bem, senhorita, vamos para onde eu disse que ia - para uma caverna. Lá poderemos conversar mais às claras - quer dizer, de forma mais aberta. Já vou prevenindo-os que é melhor não terem medo do escuro... E essa caverna é, para sua informação, o santuário de Vili e Ve.' Ele volta a caminhar, pensativo, e então acaba decidindo revelar mais sobre o que sabe enquanto caminham.
'A origem dela é misteriosa. Ao longo de muitos anos de estudo - qual anos, décadas e décadas -, foram reunidas informações de muitas fontes e se tornou possível identificá-la e seguir sua trajetória ao longo da história. O passo mais difícil foi identificar sua presença na narrativa sobre Vili e Ve; em nenhum lugar se diz qual a natureza do poder da Criatura. Todos acreditavam que a criatura era um Vampiro, e ainda é provável que fosse; mas o controle que ele tinha sobre a vila transcendia em muito o poder normal da vontade de um vampiro. Ele tinha algum poder adicional, e a revelação de que esse poder poderia ser o que buscávamos foi o que impulsionou a todos - inclusive a organização que os atacou - a agir agora. Já não há mais dúvidas desde que um certo documento foi encontrado próximo a Yvres Lind pelo conselheiro do Rei - homem que ama o conhecimento tanto quanto eu. Mas a organização - que se denomina o Círculo dos Bufões, um nome tanto quanto extravagante - conseguiu se apoderar do pergaminho...
As lendas sobre o artefato que buscamos são antigas e pouco confiáveis. Pelo menos cinco versões realmente significativas existem, e podemos dizer que a cada uma corresponde uma versão da história. Uma delas diz que foi forjada por um dos discípulos de Mag, ou por todos, ou pelo próprio Mag - o que certamente é mentira, embora possamos afirmar com alguma certeza que um deles a possuiu por algum período. Outra delas é um relato anão, do tempo da guerra, que conta como um dissidente elfo se utilizou dela para causar desordem entre os elfos. Nenhum relato élfico dessa época existe; talvez para os elfos isso ainda seja uma novidade, quem sabe? Há um relato feérico sobre um Senhor das Fadas que tentou usá-la invadir nosso mundo e estabelecer um reino aqui. Há um relato humano de que foi uma dádiva de um Deus - não se sabe qual - ao seu sacerdote, que usou-a para expandir sua fé até que ela lhe foi tomada. E, o mais antigo de todos, há uma lenda élfica quase esquecida mesmo por esse povo de memória mais longa que rios: uma das poucas lendas que fala de seu Exílio, no final de seu primeiro reino neste mundo. Não poderia afirmar isso, mas essa lenda poderia ser o relato mais antigo da história élfica; nada é recordado dela antes desse período. Essa lenda é incrivelmente longa e complexa, receio que mesmo para um elfo; mas no geral ela narra como o artefato passou entre os mundos diversas vezes e seu uso - para o bem e para o mal - no período imediatamente anterior ao exílio (bem, imediatamente pelos padrões élficos). Ela é personificada nessas lendas, uma entidade enganadora que seduz os elfos com seu poder; uma das relíquias que eles criaram para zombar dos deuses, mas que os deuses voltaram contra eles. A história é confusa e ramificada, e tão antiga que pouca serventia tem para os que buscam seu paradeiro atual, salvo como curiosidade. Mas ela pode revelar a origem daquele artefato que nós viemos a conhecer como a Máscara de Mishtar.'