Mil desculpas pela demora, foi uma semana realmente puxada... finalmente a história continua:
"Apesar do grande medo que vocês sentem, a travessia não é realmente perigosa. Savrall, sobretudo depois de seus últimos desastres, tem alguma dificuldade para reunir a coragem necessária para avançar. Cael também hesita por um instante, mas no final todos atravessam sãos e salvos.
Assim que vocês chegam à nova caverna, uma sensação estranha os envolve, mas nenhum de vocês sabe dizer porque. Talvez seja a sensação de sair novamente de um mundo de luz para um de trevas. Talvez os reflexos do sol na pedra seja diferente e
fantasmagórico ali. Talvez seja algo mais misterioso, talvez mais sinistro, que nenhum de vocês pode observar mas já podem pressentir... Instintivamente, vocês começam a falar em sussurros. A sala ampla ecoa seus passos.
O chão ali é menos sólido, mais arenoso e pedregoso, e vocês pisam com cuidado como se temessem que ele se partisse. Apenas Blaise pisa com confiança. As paredes são mais lisas, com menos protuberâncias, embora tenham diversas linhas de relevo - quase ondas. Do teto elevado vocês podem ver algumas protuberâncias estranhas próximo a onde se encontram elevações no solo. Vocês avançam quase em linha reta, mas ainda assim a luz vai sumindo visivelmente, como se um véu espesso protegesse a entrada da caverna.
Em um dado ponto, vocês atravessam um grande arco quase circular, ligeiramente inclinado, que os leva a um salão mais estreito e com o teto mais baixo. Mais escuro. Blaise acende novamente sua lanterna. Em vários pontos, buracos rasos no chão, cheios de cascalho, pontuam o solo.
'Só tenho mais uma instrução agora: nosso caminho deve nos levar sempre para baixo.'
O pensamento faz passar um calafrio por suas espinhas. Vocês agora irão realmente penetrar nas entranhas da terra, em lugares onde nem luz nem esperança pode atingi-los. Vocês falam pouco. A caverna se fecha ao redor de vocês, devorando-os, uma escuridão sempre crescente.
Blaise observa o lugar ao redor de vocês com redobrado cuidado, muitas vezes dando voltas para garantir que nenhuma passagem escape, voltando sempre a luz para diversos lugares. É incômodo quando ele retira a luz do caminho que vocês seguem, voltando-a para algum lugar distante. As sombras bruxuleantes se movendo causam arrepios. Apesar do cuidado de Blaise, aqueles no final da fila passam por algumas dificuldades. Tropeçam, pisam nos pés dos outros, ocasionalmente pisam em falso ou escorregam. Quase nenhuma luz chega a eles, eles mal vêem o chão onde pisam, e dependem inteiramente das instruções de quem está na sua frente, mas eles ainda assim sabem que a coisa mais sábia a fazer é seguir as instruções de Blaise e andar em fila indiana. Vocês seguem por um túnel de aproximadamente 1 metro de largura até que, sem aviso, o chão acaba.
Não é exatamente um abismo; olhando com a lanterna diretamente para o fundo, vocês vêem que ele dificilmente tem mais de 4 metros de profundidade, e vai se estreitando em direção ao fundo, as paredes se aproximando, de forma que pouco mais que 2 metros abaixo já não tem 10cm de largura. Vocês já conhecem Blaise o bastante para saber que aquilo não o impedirá de avançar; e também o bastante para saber que não vai ser algo fácil ou agradável. Visivelmente vocês não podem caminhar sobre as pedras, mesmo onde as paredes são próximas: é muito íngreme. Cair ali pode não ser letal, mas é difícil sair, e vocês tentam não imaginar os ferimentos que poderiam sofrer - ossos em posições estranhas, peles esfoladas, e fraturas abomináveis vem expontaneamente às suas cabeças.
Blaise lhes pede para aguardá-lo sem se mover, e especialmente tomar muito cuidado para não caírem. Ele prende a lanterna na cintura, firma suas pernas e suas costas nas paredes, e empurrando sempre para frente e para trás ele avança lentamente para o lado. À medida que a luz se afasta, vocês se sentem cada vez mais apreensivos, sozinhos no escuro, ao som apenas de suas próprias respirações e corações. Parece se passar uma eternidade até que ele retorne.
'Estamos com sorte. Do outro lado é seguro, e este trecho não é longo. Creio que eu deveria ficar aqui para ajudar vocês - muito embora eu também ache que deveria ficar lá, para ajudá-los a descer. Mas uma coisa é fato, nós vamos precisar de mais uma luz: uma para subirmos, e outra para descermos. Ficar ziguezagueando pelas paredes, levando vocês e buscando, não é uma opção - não uma que eu queira tentar, pelo menos. Senhor Arcanus, se nos fizer o obséquio de criar uma luz que seja fácil para alguém levar até o outro lado...'
Os corações em disparada, o medo do escuro e da altura juntos, a sensação de impotência, incapacidade... Todos vocês sentem que não vão conseguir. Vocês sentem que essa é uma luta desleal: vocês, sozinhos, contra o Abismo, a Escuridão e o Desespero."
2 esc CD 12 (um para cada metade do percurso)
1 medo CD 10 (para evitar ficar paralisado pelo terror)
1 falha crítica ou resultado negativo em qualquer teste significa que vocês caem; nos testes de esc, resultados 2 também significam uma queda (embora menor). Falhas normais significam que você não avança (role de novo, possivelmente depois de qualquer um ajudar ou aconselhar como puder, e torça para não cair).
Queda crítica: 1d8 de dano
Queda menor: 1d4 de dano