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A "cultura" do FUNK.

É querer tapar o sol com a peneira dizer que o funk não está servindo para o emburrecimento das massas.

Isso não tem nada a ver, funk é entretenimento, achar que funk emburrece alguem é muito preconceito, o funk não é motivo (nem o resultado) de um suposto "emburrecimento das massas". As pessoas querem tanto algum motivo pra se achar superior as outras que até gosto musical é usado...

Pra que se estressar com algo tão banal? Existem tantos problemas a serem combatidos no Brasil, porque implicar com um estilo de musica?
 
Vaivir disse:
Isso não tem nada a ver, funk é entretenimento, achar que funk emburrece alguem é muito preconceito, o funk não é motivo (nem o resultado) de um suposto "emburrecimento das massas". As pessoas querem tanto algum motivo pra se achar superior as outras que até gosto musical é usado...

O que você acha que é um processo de "emburrecimento"? O "funk" causa esse tal emburrecimento de duas formas... Primeiro má-educando a população, quando incentiva violência, crimes, desrespeito, depravação. Segundo quando toma o lugar de algum tipo de entretenimento que tivesse algum nível de arte e cultura. Enfim, torna a pessoa "bitolada" em funk, quando ela poderia estar ouvindo qq outro tipo de música de qualidade.

Vaivir disse:
Pra que se estressar com algo tão banal? Existem tantos problemas a serem combatidos no Brasil, porque implicar com um estilo de musica?
Cara, você tem escutado muito "funk", né? A existência de um problema maior não quer dizer que um problema menor não deve ser discutido.


Funk é prejudicial, e é prejudicial às massas sim. Entretém, e as pessoas tem todo o direito de escolher por escutar quando e o quanto bem entenderem. Mas é prejudicial e portanto não deveria ser incentivado.
 
O que você acha que é um processo de "emburrecimento"?

Quem disse isso foi você, pra mim não há processo de emburrecimento nenhum.

O "funk" causa esse tal emburrecimento de duas formas... Primeiro má-educando a população, quando incentiva violência, crimes, desrespeito, depravação. Segundo quando toma o lugar de algum tipo de entretenimento que tivesse algum nível de arte e cultura. Enfim, torna a pessoa "bitolada" em funk, quando ela poderia estar ouvindo qq outro tipo de música de qualidade.

Se você dissesse que o funk é fruto da má educação da população pobre, que não tem acesso a um ensino decente, e que vive num ambiente violento e depravado, eu até entenderia, mas responsabilizar o funk por isso é errado, quanto a arte e cultura, existem outras formas melhores, certo, mas tem quem goste de funk e não de musica classica ou rock ou etc, ninguem pode culpar alguem por isso, querer reprimir um estilo dessa forma é quase ditatorial.

Quanto a deixar alguem bitolado, tudo pode deixar alguem bitolado, e ficar "bitolado" é prejudicial seja em funk ou metal ou etc (vide os metaleiros chatos e cabeça fechada que tem por ai)

A existência de um problema maior não quer dizer que um problema menor não deve ser discutido.


Funk é prejudicial, e é prejudicial às massas sim. Entretém, e as pessoas tem todo o direito de escolher por escutar quando e o quanto bem entenderem. Mas é prejudicial e portanto não deveria ser incentivado.

A impressão que fica é que o que você fala do funk é igual ao que aqueles pastores evangelicos falam do rock, só faltou falar que é coisa do demônio...

O unico ponto onde eu vejo risco é na apologia ao tráfico, mas também nesse caso é fruto do ambiente, não haveria "proibidão" se não houvesse um ambiente propicio pro seu surgimento, ou seja, o funk não é a causa dos problemas que você diz...
 
Vaivir, em momento algum eu disse que o "funk" é A causa dos problemas. Como vc disse, ele é consequência e acaba também sendo UMA das causas. É como uma criança que cresce má educada e por consequência é um pai que educa mal um filho. Acaba entrando em ciclo.

Em momento algum eu estou falando em reprimenda, mas eu estou falando em não incentivar, o que é bem diferente, vc está extremando uma posição que não é nem de longe repressora. Veja, em momento algum eu falei nem mesmo em desencorajar. O tempo todo eu digo que não deve haver incentivo. Existe uma grande diferença por exemplo entre incentivar a popularização da cultura brasileira e OBRIGAR as pessoas a engolirem a cultura brasileira como muitos tentam fazer.

Vovin disse:
A impressão que fica é que o que você fala do funk é igual ao que aqueles pastores evangelicos falam do rock, só faltou falar que é coisa do demônio...
Espero que não pareça aborrecimento da minha parte pq não é, mas vc tá viajando, cara. Lê a minha frase e me diz ONDE eu pareço um "pastor evangélico falando do rock".

Eu não vou mais argumentar porque acho que não vamos chegar a lugar nenhum. Se eu responder de novo eu vou apenas me repetir, e suponho que vc tbm...
 
Concordo que essa discussão não vai levar a nada, então só vou responder sua pergunta....

Lê a minha frase e me diz ONDE eu pareço um "pastor evangélico falando do rock".

Eu tive essa impressão ao ler essas frases:

"Primeiro má-educando a população, quando incentiva violência, crimes, desrespeito, depravação."

"Funk é prejudicial, e é prejudicial às massas sim."

Se trocar funk por rock fica parecido com aqueles pastores que dizem que rock é coisa do capeta etc...
 
Vovin disse:
Isso não tem nada a ver, funk é entretenimento, achar que funk emburrece alguem é muito preconceito, o funk não é motivo (nem o resultado) de um suposto "emburrecimento das massas".

Pois eu acho que emburrece sim. Se não emburrece deseduca. Um exemplo do texto: de que adiantam tantas campanhas para tentar dar um basta à violência contra a mulher quando vem uma funkeira e diz que "um tapinha não dói"?


Vovin disse:
As pessoas querem tanto algum motivo pra se achar superior as outras que até gosto musical é usado...

É mesmo? Que coisa, né? Nem sei o que é pior, pessoas que querem se achar superiores a outras "de qualquer forma" ou algumas que querem passar por liberais achando normal as letras do funk, ou os "trenzinhos" e "filinhas" do baile funk...


Vovin disse:
Pra que se estressar com algo tão banal? Existem tantos problemas a serem combatidos no Brasil, porque implicar com um estilo de musica?

Puxa! Lamento que você tenha se estressado, não foi essa a minha intenção e, espero, a de ninguém nesse tópico. Nós só estávamos discutindo um fenômeno de massa.

Da próxima vez procure não se estressar. :wink:
 
Parece que fui completamente "apedrejada" depois de deixar minha (breve) opnião acerca do movimento funk. Eu acho que funk é cultura, sim. Por que as aspas? É cultura do gueto, mas é cultura. Preconceito besta esse de vcs. Com tanta coisa pior ocorrendo por aí´, as pessoas passam seus dias condenando os bailes funk, chamando-os de "putaria", ofendendo as meninas, sem nunca ao menos terem freqüentado um. Ou seja, sem o menor conhecimento de causa! Irônico, não?!
 
Funk é cultura!
Idependentemente de ser bom ou ruim (e isso é assunto para mais e mais postagens) o Funk é cultura! Tem suas raízes bem delineadas, influencia uma penca de gente e é desencadeador de um pensamento, de um comportamento e de uma estética própria, que, na minha opinião (não que isso seja bom ou ruim) é bem libidinosa...
 
Bruce disse:
O que você acha que é um processo de "emburrecimento"? O "funk" causa esse tal emburrecimento de duas formas... Primeiro má-educando a população, quando incentiva violência, crimes, desrespeito, depravação. Segundo quando toma o lugar de algum tipo de entretenimento que tivesse algum nível de arte e cultura. Enfim, torna a pessoa "bitolada" em funk, quando ela poderia estar ouvindo qq outro tipo de música de qualidade.

Funk é prejudicial, e é prejudicial às massas sim. Entretém, e as pessoas tem todo o direito de escolher por escutar quando e o quanto bem entenderem. Mas é prejudicial e portanto não deveria ser incentivado.

Que moralismo cristao barato ein. Desde quando emburrecimento, que é o processo de tornar a pessoa burra tem algo a ver com incentivo a depravacao por exemplo? Realmente, concordo com o Vovin, isso me soa parecido com aquelas velhas corolas de Igreja.
Outra, quem é voce para dizer que funk nao é cultura? O funk dos morros carioca é muito mais ligado à nossa cultura que Iron Maiden's e afins. Obvio que eu preferia que os morros cariocas "exportassem" samba para o Rio em geral e para o Brasil, mas o samba hoje nao consegue expressar a realidade dos morros carioca. A musica que voces tanto pisam em cima é a expressao da favela do Rio. Qual é problema disso?

Prejudicial para mim é esse preconceito superficial. Prejudicial é a leitura de livros do Paulo Coelho.
 
Flora Valls disse:
Parece que fui completamente "apedrejada" depois de deixar minha (breve) opnião acerca do movimento funk.

Você não foi "apedrejada", simplesmente teve os seus argumentos rebatidos inclusive com mais educação do que a que demonstrou com a pessoa que abriu esse tópico.


Flora Valls disse:
Eu acho que funk é cultura, sim. Por que as aspas? É cultura do gueto, mas é cultura.

É o funk representa a cultura sim. A cultura da mulher objeto que só tem uma "utilidade", a cultura do homem que bate na mulher, etc.

Grande cultura essa!

Flora Valls disse:
Preconceito besta esse de vcs.

Preconceito = qualquer opinião ou sentimento, quer favorável quer desfavorável, concebido sem exame crítico

Uma vez que fiz um exame crítico do assunto deixa de ser preconceito. :wink:


Flora Valls disse:
Com tanta coisa pior ocorrendo por aí´, as pessoas passam seus dias condenando os bailes funk, chamando-os de "putaria", ofendendo as meninas, sem nunca ao menos terem freqüentado um. Ou seja, sem o menor conhecimento de causa! Irônico, não?!

Pior do que uma menina de 12 anos sendo submetida a uma segunda cesárea e dizendo que não tem a menor idéia de quem é o pai dos seus filhos porque "eles são filhos do baile funk"?

Pior do que escutar narrativas dantescas de "filinhas" e "trenzinhos" do baile funk contados por meninas pré-adolescentes e adolescentes que conseguem ter seus horizontes (ainda) mais diminuídos?

Acho que não?


ombudsman disse:
Que moralismo cristao barato ein. Desde quando emburrecimento, que é o processo de tornar a pessoa burra tem algo a ver com incentivo a depravacao por exemplo? Realmente, concordo com o Vovin, isso me soa parecido com aquelas velhas corolas de Igreja.

Minha bisavó era médica. Aos 85 anos ela estava lúcida e trabalhando, aí por insistência da família se aposentou. Pouco tempo depois começou a apresentar os primeiros sinais de senilidade.

Na faculdade tive um professor de 92 anos, completamente lúcido.

Moral da história? Se você não usa seu cérebro, se não o "exercita", ele começa a falhar.

Então, sob esse ponto de vista o funk emburrece sim.

Outra coisa, desde quando condenar o incentivo a depravação é "moralismo cristão barato"? Então também acha que condenar pedófilos e estrupadores é "moralismo cristão barato"? Eu acho que é muito feio a pessoa querer passar essa imagem de liberal hedonista barato.

ombudsman disse:
Outra, quem é voce para dizer que funk nao é cultura? O funk dos morros carioca é muito mais ligado à nossa cultura que Iron Maiden's e afins. Obvio que eu preferia que os morros cariocas "exportassem" samba para o Rio em geral e para o Brasil, mas o samba hoje nao consegue expressar a realidade dos morros carioca. A musica que voces tanto pisam em cima é a expressao da favela do Rio. Qual é problema disso?

Uma pena que você ache que "a realidade dos morros cariocas" se resuma as "músicas" do funk. Que essa realidade seja formada exclusivamente por meninas e meninos sem nada na cabeça além de dar uns tapinhas, ser uma "potranca" ou um "tigrão".


ombudsman disse:
Prejudicial para mim é esse preconceito superficial. Prejudicial é a leitura de livros do Paulo Coelho.

Não entendi. Quer dizer que você acha que o funk não emburrece, mas livros do Paulo Coelho sim? Qual é a sua lógica?

Para os leitores desse senhor o que ele escreve é cultura sim. Por que tanto preconceito?

PS: Eu não gosto Paulo Coelho, mas o acho (muito) menos prejudicial que o "funk carioca".
 
Lá vou eu arrumar mais confusão.

Bom, funk tem seu lado ruim mesmo. Se não for o caso de dizer que emburrece, pelo menos limita. Mas, não é o único estilo musical que faz isso.

Para mim, o pagode (ou deveria dizer bregode? lógico que temos exceções) também não ajuda, assim como o axé e talz. Ora, não ajudam a pensar.

Mas o que é que chama a atenção então? O ritmo, talvez? Pode ser. Afinal, o ritmo do funk é legazinho mesmo, até o do pagode e axé, mas as eltras, de uma forma geral, são de doer.

Mas temos exemplos disso em todos os estilos musicais. Não espera que se lancem músicas como Epitáfio, mas realmente é uma lástima que se lance sempre (ou comumente) músicas como a Dança da Motinha.

E o rap? A letra faz pensar, nem que seja para ir contra, mas ai o ritmo não é dos mais atraentes ... pelo menos eu acho.

Enfim (acho que já estou me enrolando :mrgreen:), funk tem umas letras ruins para cac***, mas o ritmo é legal. E, convenhamos, quem sai na chuva é para se molhar (ou queimar, como diria o saudoso Vicente Matheus). Quem vai para um baile funk (os da pesada mesmo), com a galera animada pelas letras direcionadas à putaria, vai para lá pensando nela.

Então tem influência sim, mas não é determinante. O importante lembrar é que uma escolha da pessoa, e infelizmente (ou não), não podemos exterminar a bagaça a nosso bel prazer.
 
Discussão sobre culturas não cabe neste tópico, nem em nenhum. Vocês estão tendendo à etnocentria quando acham que a "cultura do funk" (não vou entrar no mérito da questão de existência ou não) é de alguma maneira "pior" do que outras.

Não me entendam mal, ODEIO funk com todas as minhas forças, mas não podemos julgar culturas. Não podemos condenar uma cultura, pois estamos inseridos em uma. Achamos estranho que na cultura chinesa seja normal comer grilos e outros insetos, mas não podemos condená-los. Isso faz parte da história deles, não é possivel que uma atitude dessas condene uma cultura.

Quanto a condenar quem gosta de Iron Maiden, etc, porque não é nacional, isso é mais ridículo ainda. Nesse caso, é melhor não ir mais ao McDonalds, não beber Coca-cola nem Pepsi, não alugar mais filmes na Blockbuster... Aliás, é melhor nem usar computadores, já que todas as peças são de empresas estrangeiras.

Na minha opinião, o funk é sim uma merda. Mas respeito quem ouve, desde que seja longe de mim. Quanto a meninas de 12 anos engravidando nos bailes, isso é da esfera da justiça e da polícia, que todos sabemos que é mais lenta do que licitação do metrô para a Barra da Tijuca. A presença de menores nesses bailes deve ser proibida e fiscalizada, a fim de evitar esses problemas.
 
O processo de melhoramento das letras deve ser algo de dentro pra fora. Quem faz o Funk(que faz as letras e que as ouve) é que deve tomar consciência, que se dá pra fazer uma letras com cachorras, popozudas e etc, dá pra fazer também com outras coisas mais construtivas. A gente(que não gosta) ficar xingando não vai adianatar muita coisa. Alguns pontos:
1. as letras são fruto daquilo que o público que ouvir;
2: é reflexo do nível da educação de quem ouve e quem faz;
3: é também o espelho de como aqueles que fazem as letras não tem a menor noção do seu papel dentro do contexto(ele é um influenciador) e quanta responsabilidade esse papel traz.
 
Minha opinião preconceituosa.

quem gosta de funk:
a)Infelizmente não possuiu uma educação ou ambiente de vida que possibilitasse ele de criar um olhar critico, assim idolatrando tudo o que se refere aos instintos primitivos como sexo e violência.
b)Não sofreu do mesmo mal que os de "a", e apenas gosta de tudo que é modinha e acha tudo engraçadinho.
c)Não se importa com as letras.


Já falam no funk como um meio de disseminação da cultura da periferia. Que cultura é essa? Deveria haver uma busca por melhoria na qualidade de educação, do pessoal que faz parte dessa dita "cultura" pois isso é um modo em que esta população é vista e se vê. Não fazendo uma absorvição forçada de culturas estrangeiras ou de outros locais como se houvesse um paradigma de que todas devem ser "corretas" e parecidas, mas ao menos possibiltando ao povo pregar algo mais além de apelos sexuais ou palavras que não tenham mais que três sílabas. É ridículo levantar a bandeira de "defesa da cultura das periferias" de algo que as mostre ignorantes não sendo essa ignorancia ao menos usada como forma de protesto pelas condições de vida e educação desse povo e sim como piada.
 
Bom, eu simplismente não suporto funk.. eu também acho que emburrece as pessoas(mas, fazer o que? minha irmã ouve ¬¬')...
mas eu acho que, infelizmente, é o que o povo gosta então, por enquanto, eles vão continuar existindo e as pessoas vão continuar ganhando dinheiro com isso...
É claro que tem os funks legais como a M.I.A e os funks podres como Tati Quebra-barraco (e outros :think: )
Bom.. essa é a minha opinião, né?
FUNK FEDE xP
 
Eu gosto pra caralho de Funk.

E não creio que o problema esteja na Atoladinha, mas na forma como alguns manifestam o desejo de ficar Atoladinha dentro de um Batidão ou coisa do tipo.

Antes de mais nada FUNK é sim uma manifestação cultural e em sua gênese era um processo de contestação SOCIAL, não um mero meio de alienação que vemos presente hoje... Isso é simples, basta aliarmos algo que era oriundo de uma parcela mais radical da população ao apego/controle da mídia, etc. A máquina econômica suprimindo a cultural e o surgimento da alienação.

Mas tem um texto que analisa isso com menos enrolação que eu:

Para compreender melhor o mundo funk carioca, é preciso fazer uma abordagem interpretativa (GEERTZ, 1992)1 no seu principal locus, a festa funk. É preciso entender como esta festa de exaltação da violência e da quebra das regras estabelecidas da convivência têm a música e a violência como eixo fundamentais. Pensar o mundo funk como propagador da violência é relativizar a permanente negociação e interação entre os grupos rivais no que diz respeito a recriação dos códigos de violência no âmbito do lazer e da sociabilidade juvenil.

Estes são movimentos de contestação, mesmo que orientados para a produção de mais violência, onde a postura do grupo predomina em detrimento da postura individual. E é com este posicionamento agressivo, como a ponta de um iceberg, que a festa funk demonstra a representação de processos simbólicos que organizam a vida social nas favelas, de onde a grande maioria dos funkeiros são oriundos.

Contemporaneamente, podemos observar como a cultura espontaneamente produzida pelos indivíduos vem sendo utilizada como um meio para o alcance de objetivos de determinados segmentos de nossa sociedade.

Desde os primórdios da história o processo de dominação de uma classe social por outra não se dá somente pela ação coercitiva dos exércitos. Para concretizar novos domínios era preciso desestruturar culturalmente os povos dominados (VASCONCELOS, 1993, p. 22)2 . Desta forma ataca-se a identidade original do povo para que este assuma a identidade do dominador. As manifestações da cultura corporal se revelam vítimas desse contexto, onde a originalidade de seu conteúdo, advinda da produção da sociedade, é de diferentes formas moldada de acordo com o interesse sócio-político-econômico dos grupos que detém o poder.

O Movimento Funk, enquanto expressão cultural, se encaixa neste raciocínio, sendo hoje alvo garantido dos veículos da comercialização3 .

Conforme já citado, o funk emergiu inicialmente como forma contestatória de determinado segmento social, num nítido exemplo de um cultura produzida espontaneamente pelos indivíduos. No entanto, passo a passo a ação da indústria cultural vem subvertendo esta manifestação segundo seus interesses comerciais e ideológicos. Assim, estabelece-se um processo de pseudo-democratização deste gênero cultural, onde:"Longe de 'democratizar' um bem cultural, a indústria cultural, ao produzir ou reproduzi-lo (em série), tornando-o acessível a todos, passa a oferecê-lo, juntamente com sabonetes, automóveis, sapatos e outros produtos de consumo, descaracterizando-o, utilizando-o para vedar os olhos do consumidor, distorcer sua percepção, embalá-lo em ilusões , subverter seu senso crítico" (FREITAG, 1987, p. 57)4 .

Para além da descaracterização da originalidade da cultura comercializada, a indústria cultural alcança seu maior intento quando, pela subversão cultural, promove em larga escala a inibição do senso crítico, trabalhando na trilha da amortização social, uma vez que,


"O produto (original ou reproduzido) da indústria cultural visa, em suma, entorpecer e cegar os homens da moderna sociedade de massa, ocupar e preencher o espaço vazio deixado para o lazer, para que não percebam a irracionalidade e injustiça do sistema capitalista, no qual estão inseridos como marionetes, atuando no interesse da perpetuação ad infinitun das relações de produção alienantes e exploradoras. A indústria cultural preenche assim sua função por excelência, de seduzir as massas para o consumo, para que esqueçam a exploração que estão sofrendo nas relações de produção" (ibid., p. 57).
Nesse processo de perda de identidade, as manifestações de violência no funk se acirraram ainda mais.

No entanto, mesmo a despeito da atuação da indústria cultural, ainda é possível encontramos em algumas comunidades do Rio de Janeiro uma prática 'funkeira' que busca manter as tradições de originalidade do movimento, estabelecendo o que poderíamos considerar uma cultura de resistência.

Entendemos que a existência desta cultura de resistência pode nos possibilitar o resgate de uma série de valores críticos oriundos da produção original do funk, constituindo-se a escola pública locus privilegiado para a discussão deste enfoque.

Fonte: http://www.efdeportes.com/efd8/funk8.htm

Isso foi até Notícia em algum lugar há um tempinho.
 
A Shantideva esclareceu tudo perfeitamente. É de dentro pra fora.

As letras e a musicalidade/ritmo são consequências do que o público quer ouvir, e o nível de reflexão, ou seja, o conteúdo ou o que quer que uma música venha a ter a acrescentar intelectualmente esta diretamente ligado ao grau de instrução do compositor.

Dizer que o funk emburrece?
Bom, ele não emburrece. As músicas são compostas por cidadãos pouco instruídos, de comunidades pobres e mergulhadas em tráfico e violência (cá entre nós, poucos aqui conhecem isso). Não é nada mais natural que as pessoas que o apreciam sejam de instrução equiparável., ou que se identifiquem "culturalmente" com a mensagem passada.

Dizer que ele é causa de meninas de 12 anos grávidas?
Bom, as meninas tmb são pouco instruídas. Isto é um problema de educação, condições sociais e acesso a informação. A cultura tem sua parte, claro, portanto, se não fosse pelo funk seria por outra coisa.

OBS: A música por si só, na sua plena condição artística, não possui culpa alguma no quadro discutido aqui.

Ah, mais uma observaçãozinha.
"Um tapinha não dói" não tá incentivando violência, ok? Existe incentivo à violência em muitas outras músicas, não só deste gênero musical.
 

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