Möller
Recém-chegado
Vi que já falaram sobre o Ruffato aqui, especificamente sobre Eles eram muitos cavalos. Vou seguir, portanto com a discussão sobre o autor.
Recentemente, tive o prazer de ler Verão tardio.
Site do Grupo Companhia das Letras disse:O verão tardio, sexto romance de Luiz Ruffato, é uma história de inadequação. Depois de mais de vinte anos, Oséias, um homem abandonado por mulher e filho, decide regressar a sua cidade-natal, Cataguases, em Minas Gerais. Durante seis dias, seguimos passo a passo suas andanças, visitas a familiares, encontros com velhos personagens locais. A sombra do suicídio de uma de suas irmãs, Lígia, e a comunicação falha com praticamente todos a sua volta acompanham suas tentativas de reatar os fios do passado. Em meio a um Brasil que parece ir do projeto à ruína a todo momento, O verão tardio propõe uma reflexão sobre uma sociedade em que as classes sociais romperam completamente o diálogo e, como afirma um de seus personagens, se tornaram “planetas errantes” prontos para entrarem em rota de colisão e se destruírem.
Eu já li muita coisa com a qual me identifiquei nessa vida, mas nada nesse nível. As representações da classes sociais que o autor propõe são certeiras.
Para quem cresceu em cidade pequena, cidade de interior, é fácil enxergar a própria infância, a própria adolescência, as próprias relações familiares, as relações de trabalho do entorno. E, infelizmente, o rumo que as relações sociais tomaram.
Eu nunca havia lido nada do Ruffato, tô positivamente surpreso. Agora quero devorar tudo do cara!
Duas leituras úteis à discussão:
- Para Luiz Ruffato, literatura ignora classe média baixa que votou em Bolsonaro, por Bruno Molinero para a Folha de S. Paulo
- Um verão quase outono, por Luiz Paulo Faccioli para o Jornal Rascunho