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Reflexões sobre a "cura gay"

Lindoriel

Saurita Catita
Todo mundo já deve saber do que se trata a tal de "cura gay" que o Pr. Marco Feliciano quer implementar. Várias igrejas, há anos, já tentam fazer isso, mesmo que de maneira "implícita" - já visitei (só pra visitar mesmo) cultos que falam pras pessoas trazerem amigos homossexuais para serem curados.

Inclusive já assisti à fracassada trajetória de um jovem de então 18 anos que sempre fora homossexual e tentou se "curar" em uma determinada igreja. Não deu certo e ele voltou a namorar homem, como era de se esperar.

A reflexão a qual eu estava tendo outro dia era: por que "curar" a um homossexual?

O que uma pessoa que ame a outra do mesmo gênero e/ou sinta atração sexual do mesmo gênero tem de "doente"?

A palavra "doente" por si só vem de "dor", e não é realmente fácil ser homossexual na sociedade onde vivemos, mas mais pelo tratamento que a sociedade dá a eles do que pela homossexualidade propriamente dita. Assim como é difícil ser obeso, negro ou mulher, em diferentes escalas, porque a sociedade ainda trata de forma diferente.

Podem dizer que o preconceito está diminuído, mas a verdade é que tudo que for diferente de homem, caucasiano, classe média (e daí pra cima), em forma, heterossexual e jovem é discriminado em algum momento da vida, seja de forma sutil, seja de forma escancarada.

A vida nunca é fácil pra ninguém, mas ser homossexual ainda é mais difícil do que ser heterossexual.

A pergunta que estava a fazer a mim mesma esses dias era: por que curá-los? O que faz com que amar a alguém do mesmo sexo seja assim tão mau?

A única resposta a qual pude chegar é que para muitas denominações religiosas (ou mesmo sociais), sexo que não gera filhos é "pecado", e vem ainda de uma época em que casamento era mais para gerar filhos do que para haver afinidades entre o casal.

Mesmo que muitos hoje usem anticoncepcionais (em sexo hétero) e demais apetrechos pra evitarem gravidez indesejadas, a idéia de que o sexo homossexual nunca gerará filhos ainda é a base que muitos usam para dizer que a relação heterossexual é superior à homossexual.

Vocês acham que é isso? Vocês crêem que é alguma outra coisa? Eu particularmente não consigo ver outro motivo para discriminarem e ainda desejarem curar aos homossexuais.
 
A confusão começa com o sentido que as pessoas dão para homossexual, do que elas conhecem do assunto, como se fosse um bloco simplista, único e definido.

Antes de lutar contra ou a favor do termo "cura gay" juntou muita gente no "oba, oba" e no modismo de defender qualquer medida com "aparência de defesa dos gays" pensando que estava defendendo os direitos dos gays mas na verdade estavam lutando contra os direitos tanto de hetero quanto de gays. (um insulto)

O organismo humano é uma caixa de surpresas e o governo andou ensaiando pisar na classe dos psicólogos em relação ao assunto igual anda acontecendo com os médicos.

Do mesmo jeito que existe direito para o homossexual que está contente com sua vida existe o homossexual que decide eleger para o futuro lutar contra a tendência do organismo e combater a vontade homossexual como uma missão de vida (direito de cada um escolher). É uma via de mão dupla que precisa ser respeitada tanto quanto as cirurgias de mudança de sexo (questão de coerência).

Além disso é preciso discernir que além de haver pessoas autenticamente homossexuais somam-se os casos de alterações de personalidade (diferente da homossexualidade) em que o paciente procura o serviço de ajuda e deve ter direito a um diagnóstico e um tratamento. Porque sim, um dos maiores problemas do mundo hoje, segundo a medicina é o ERRO de diagnóstico. E ocorreu de quase o governo meter no mesmo saco todas essas pessoas rotulando com uma tarja e proibindo tratamento generalizado, na base da ignorância (pisando no profissional) quando tem que estudar e respeitar caso a caso pelo responsável habilitado. Típico caso de modismo que não visa o bem estar de quem é homo, nem hetero ou quem quer que seja, de dois pesos e duas medidas porque quem define que o paciente será tratado depende também da relação do profissional com a vontade do cidadão.

E passou a virar um lugar comum que todo mundo repete com sentido negativo quando o buraco é (bem) mais embaixo.
 
Última edição:
A confusão começa com o sentido que as pessoas dão para homossexual, do que elas conhecem do assunto, como se fosse um bloco simplista, único e definido.

Antes de lutar contra ou a favor do termo "cura gay" juntou muita gente no "oba, oba" e no modismo de defender qualquer medida com "aparência de defesa dos gays" pensando que estava defendendo os direitos dos gays mas na verdade estavam lutando contra os direitos tanto de hetero quanto de gays. (um insulto)

O organismo humano é uma caixa de surpresas e o governo andou ensaiando pisar na classe dos psicólogos em relação ao assunto igual anda acontecendo com os médicos.

Do mesmo jeito que existe direito para o homossexual que está contente com sua vida existe o homossexual que decide eleger para o futuro lutar contra a tendência do organismo e combater a vontade homossexual como uma missão de vida (direito de cada um escolher). É uma via de mão dupla que precisa ser respeitada tanto quanto as cirurgias de mudança de sexo (questão de coerência).

Além disso é preciso discernir que além de haver pessoas autenticamente homossexuais somam-se os casos de alterações de personalidade (diferente da homossexualidade) em que o paciente procura o serviço de ajuda e deve ter direito a um diagnóstico e um tratamento. Porque sim, um dos maiores problemas do mundo hoje, segundo a medicina é o ERRO de diagnóstico. E ocorreu de quase o governo meter no mesmo saco todas essas pessoas rotulando com uma tarja e proibindo tratamento generalizado, na base da ignorância (pisando no profissional) quando tem que estudar e respeitar caso a caso pelo responsável habilitado. Típico caso de modismo que não visa o bem estar de quem é homo, nem hetero ou quem quer que seja, de dois pesos e duas medidas porque quem define que o paciente será tratado depende também da relação do profissional com a vontade do cidadão.

E passou a virar um lugar comum que todo mundo repete com sentido negativo quando o buraco é (bem) mais embaixo.

Mas não estamos falando de governo se metendo no ramo dos psicólogos. A OMS (órgão internacional) e o Conselho de Psicologia (acho que tem Nacional no nome também, mas pra não correr o risco de colocar nome que não existe, fica assim mesmo) não define homossexualidade como doença. Só aquela Psicóloga Cristã que deve ter faltado em algumas aulas que acha que gay tem "cura". Freud já lidava com homossexualidade, e ele não via como doença. cabe ao psicólogo convencer o gay que ele é assim mesmo, assim como um heterossexual não escolheu em nenhum momento da vida ser hétero o gay não teve essa escolha diante de si.
 
Exato, creio que ngm escolheria ser homossexual num mundo onde a homossexualidade ainda é execrada. Não é escolha, logo, deve ser respeitada.
 
Mas não estamos falando de governo se metendo no ramo dos psicólogos. A OMS (órgão internacional) e o Conselho de Psicologia (acho que tem Nacional no nome também, mas pra não correr o risco de colocar nome que não existe, fica assim mesmo) não define homossexualidade como doença. Só aquela Psicóloga Cristã que deve ter faltado em algumas aulas que acha que gay tem "cura". Freud já lidava com homossexualidade, e ele não via como doença. cabe ao psicólogo convencer o gay que ele é assim mesmo, assim como um heterossexual não escolheu em nenhum momento da vida ser hétero o gay não teve essa escolha diante de si.

Cabe ao psicólogo descobrir se é homossexualidade aquilo que encontrou e aplicar se for caso do conceito de homossexualidade real ou não, se seria melhor ao paciente ou não. Que não é sólido e mecanicista igual o modismo de defender que quem se comporta como sexo oposto é tudo igual. Essa pisada no pé do CFP era uma pisada no pé de todo mundo. Tem gente que pensa que é o batman do mesmo jeito que pensa que é gay. O que combina melhor nem sempre é o que faz a pessoa feliz. E existem grupos que tendem a insultar pensando que estão defendendo e poucos percebem porque já se engajaram na política e não estão aí se passam por cima dos outros...
 
Comportar-se como o sexo oposto é completamente diferente de ser homossexual; há inclusive os crossdressers (homens que se vestem de mulher) que gostam de mulheres, e nao de homens - às vezes até mesmo definem-se como "lésbicas" rsrsrsrsrs.

Mas essa não é uma questão estanque. Há várias formas de viver o chamado "comportamento queer", não necessariamente dentro da homossexualidade.
 
Triste que o governo leva para o simplismo o tratamento da psicologia no Brasil e pensa que é tudo redondinho assim. Os problemas de personalidade podem variar de um sujeito com leve personalidade múltipla até alguém que precisa de ajuda (e tratamento) com um monte de questões internas misturadas (é difícil inclusive encontrar um tipo psicológico puro). Pelo bem da felicidade de quem quer que seja, rotular politicamente de cima para baixo não funciona.
 
Última edição:
Tanta coisa realmente necessária de mudança no Brasil, e agora me soltam uma dessas. Pra mim isso daí é um modo de se alto promover. De se mostrar diferente no intuito de fazer "sucesso" (mesmo que as avessas) de tentar incentivar uma minoria de preconceituosos que não sabem aceitar as pessoas como elas são.

Só fica uma duvida na minha cabeça. Como uma pessoa como essa conseguiu o cargo na Comissão de Direitos Humanos e Minorias?
 
QI?

Porque francamente, ele deve ter muitos amigueeeeenhos que ao menos tentam limpar a barra dele lá dentro... porque se não for por isso, não sei o que o mantém/manteria lá...
 
Tratar o problema subjacente de alguém que tenha a homossexualidade como sintoma (um exemplo bem tosco, se a linha do clínico responsável for a psicanálise, é a rejeição do feminino por alguma espécie de recalque) é conceitualmente completamente diferente de atacar o "problema" diretamente.

O Estado é laico e de certa forma é, sim, cientificista. Acho que todos os Estados modernos do Ocidente o são. Questionar que ele adote a linha de órgãos cientificistas como a OMS é fazer um questionamento mais profundo.

O veto à lei da cura gay proíbe apenas que profissionais formados academicamente (ou seja, no conceito laico da modernidade) em psicologia, em sua condição de profissionais, a realize, colocando o seu serviço na praça na mesma condição dos outros.

Se um pastor quiser exorcizar a pombagira, ele continua podendo. Se quiserem formar profissionais com um viés, por exemplo, religioso, determinados a erradicarem a homossexualidade em si, as Igrejas que façam seus cursos específicos. Elas podem até pagar os caras para realizar as "salvações", mas o certificado não será reconhecido como diploma em Psicologia.
 
O veto à lei da cura gay proíbe apenas que profissionais formados academicamente (ou seja, no conceito laico da modernidade) em psicologia, em sua condição de profissionais, a realize, colocando o seu serviço na praça na mesma condição dos outros.

Mas pelo menos isso fica restrito às igrejas e não a instituições de saúde. Já pensou, a pessoa entra num hospital e tem lá uma salinha escrito "Acesso restrito para cura de homossexuais"??

Viraria quase a idéia do campo de concentração, só que focada nos homossexuais.
 
Última edição:

Agora falando sério, a homossexualidade dentro da sociedade atualmente é uma questão complexa, envolve as mais diversas áreas desde psicologia e genética até política e crenças pessoais, mas infelizmente é raro conseguir discutir e desenvolver estes assuntos, todos vomitam suas verdades, opiniões e preconceitos seja na defesa ou ataque das práticas homossexuais ou até mesmo dos próprios homossexuais. Por isso não vou tentar explicar nenhum ponto de vista, só gostaria de comentar alguns pontos sobre o caso específico da "cura gay".

O primeiro erro é chamar de cura, se um homossexual ou um hétero tem algum problema quanto a sua sexualidade, eles não seriam doentes, poderiam procurar algum auxílio psicológico para lidar com questões pessoais, existenciais, de auto estima, etc... mas esses seriam problemas normais que todos nós podemos ter em qualquer aspecto de nossa vida.
Ao meu ver seria ótimo se tanto héteros quanto homossexuais pudessem tratar suas sexualidades sem preconceitos, entendendo que nem todo mundo acha que já nasceu com tudo programado. A melhor resposta do vídeo que o Cantona postou foi a menina que disse ainda estar formando sua sexualidade, porque é assim que a coisa funciona para todos, só que em momentos diferentes da vida, entre nascer ou escolher ninguém percebe que, apesar das tendências, tudo o que nós somos foi formado, fez parte de um processo, e independente do resultado final (aquilo que somos) é sempre válido analisar as influências que fizeram parte dessa formação.

Já as idiotices acabam se espalhando mais do que as 'reflexões' sobre o assunto. Algo que li na YouPix e concordo é ser imbecil as piadas de que Marcos Feliciano é gay, com o intuito de diminui-lo, 'brigue com ideias e não com pessoas', o famoso ad hominem não acrescenta nada na discussão, além de ser contraditório para quem supostamente estaria lutando pela compreensão e aceitação das práticas homossexuais.
O comercial do Neymar sendo acusado de homofobia é um exemplo de como tudo isso já virou bagunça, ninguém mais consegue ter um posicionamento sólido, argumentos que prestem, só não sei o que esse cenário ridículo pode culminar, dois grupos alienados fazendo merda, ou uma eterna troca de acusações entre pessoas que não se entendem.
 
Última edição por um moderador:
Para ser honesto não há como ser completamente diferente ou nítida a separação porque fisiologicamente o cérebro é uma estrutura flexível, dinâmica e sutil de fluidos que se espalham eletricamente, quimicamente em várias direções de forma misturada, com proporções às vezes impossíveis de monitorar ao invés de um bloco conceitual de gramática ou de uma estrutura mecânica comum como um PC (a anatomia não deixa). É um órgão que gira em torno da vida (conceito ainda não explicado satisfatoriamente) ao invés de um algoritmo que sempre toma o caminho retilíneo. Em livros de psiquiatras eles recomendam não se apegar a modelos puros nas pessoas (primeiro porque são raros) e que existem casos de múltipla personalidade que acabem de forma dramática. De forma que só no sonho do governo e de alguns profissionais que tem sempre como separar algo que é só sintoma adquirido puro de uma formação congênita. E não apenas na medicina, toda área tem a chamada "pasta de casos inexplicáveis".

E igual já aconteceu em outras situações a OMS, assumindo apenas parte dos estatísticos (por ser divisão da ONU) já cometeu erros de diagnóstico quando aplicou conceitos indefinidos e mal digeridos até mesmo no campo da fé usando uma lógica simples de inversão do espelho que funciona para várias questões mas não para todas. Porque são sistemas diferentes e nem toda função de dúvida se correlaciona a funções de fé. E aí ocorre:

-O governo aprovar algo importante pela razão errada (abrindo margem para ser derrubado).
-O CFP se posicionar precocemente numa matéria que deveria gerar saudável disputa de jurisdição interna e externa.

São os mesmos erros das campanhas de vacinação em massa acontecendo hoje. Cidadão em segundo plano, politização da vida das pessoas em primeiro. Soluções públicas em segundo plano, punição de pessoas em primeiro plano.
 

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