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Asas dos Balrogs

Balrogs Tinham asas

  • SIM

    Votos: 79 47,3%
  • NÃO

    Votos: 73 43,7%
  • ALGUNS

    Votos: 15 9,0%

  • Total de votantes
    167
Não tenho dúvidas de que existem pró-asistas que forcem mesmo a barra (como o Martinez por exemplo). Por outro lado, há anti-asistas que são verdadeiros "Martinezes" às avessas. Eu tenho a impressão de que o método principal de orientação desses debatedores é a preferência pessoal deles. A alguns agrada mais a idéia de Balrogs sem asas, a outros não, e eles per fas et nefas dão um jeito de virar os olhos de qualquer traço de evidência do contrário do que acreditam (ou queiram acreditar).

Não há resolução para nem um dos lados. Se por um lado os Balrogs descritos antes da finalização da redação do Senhor dos Anéis eram evidentemente não-alados, hoje em dia não sabemos mais se eles eram ou não, pois a partir da redação do SdA surgiram indícios ostensivos de que as “asas” do Balrog de Moria poderiam ter um papel ainda mais significativo do que aparentam.

Esse processo de mudança física e espiritual dessas criaturas existe de fato e pode ser comprovado. Se isso inclui ou não a aparição de asas não é possível afirmar com toda certeza. Tolkien desejava empreender mudanças não só nesse assunto, como em várias outras partes da mitologia do Silmarillion, e, conforme sabemos, essas mudanças jamais foram 100% concluídas. Então, embora esses indícios a favor das asas tenham surgido, ainda existem trechos em que essas asas jamais são mencionadas.
 
Deriel, acabei de ler o artigo que você postou acima (http://www.valinor.com.br/6321) e tenho uma série de motivos pelos quais acho que esse artigo é merecedor de algumas revisões.

a) O ensaísta comenta sobre o “passing over” dizendo que isso poderia não se referir a um vôo. Correto, mas o único defensor das asas que eu conheço que usou esse argumento para comprovar a genuína ocorrência de vôo foi o Martinez. Por outro lado, ele não comentou que a expressão “winged speed” foi deletada do livro publicado no nome de Christopher Tolkien.

b) Todas as citações dos textos escritos antes dos anos 40, que indicam a inexistência mesma de asas nos Balrogs - como no trecho que indica que eles marcharam até Morgoth, ou no que diz respeito a Ancalagon como a primeira criatura de Morgoth a ser lançada aos ares, ou a batalha em Gondolin - são inúteis. Como eu disse, a mudança teria ocorrido depois de tudo isso. Não adianta nada usar esses trechos que só comprovam que eles não tinham asas ANTES da finalização da redação do Senhor dos Anéis.

c) Quando ele explica que em “its wings were spread” só pode ser ocorrência da expressão idiomática “to spread one’s wings” isso revela um erro de interpretação do trecho. Nesse caso a expressão não pode ter ocorrido pois o “wings” tem a função gramatical de contextualizar as asas mencionadas anteriormente, conforme explicado por Conrad Dunkerson e mencionado pelo colega Irmarinen. Em segundo lugar, eu nunca vi a expressão idiomática “spread one’s wings” usada na voz passiva como no trecho do Senhor dos Anéis e estou quase certo de que ela não pode ser usada dessa maneira.

d) Ele conclui que o uso metafórico de “from wall to wall” só pode significar que os Balrogs não possuíam asas concretas, mas isso não é verdade. Mesmo com asas concretas ainda é possível que elas se estendam “from wall to wall”, afinal de contas trata-se de uma metáfora.

e) Por fim, a descrição detalhada do Balrog de Moria no volume “Treason of Isengard” poderia ser agrupada com as outras descrições anteriores aos anos 40 pois é evidente que a mudança na estrutura física do Balrog ou pelo menos percepção que Comitiva teve dele ocorreu depois que esse trecho foi rejeitado. (Uma atualização desse último ponto: não quero dizer com isso que o lugar dessa descrição inteira é no lixo, mas sim que no que diz respeito às asas especificamente essa descrição é tão válida quanto as da "Queda de Gondolin" ou outros textos pré-SdA. Que fique claro também que isso não revela uma conveniência ou slant da minha parte em relação às asas - alguém poderia dizer: "para você tudo é válido nessa descrição, com exceção das asas, logo isso é conveniência da sua parte!" - mas é evidente que o Balrog sofria mudanças radicais em sua concepção que começaram aí, e o possível acréscimo das asas, que evidentemente não ocorre aí, teria ocorrido depois. Enfim, tem que ler o debate inteiro!)
 
Última edição:
Pra mim eles voavam nos tempos remotos e enchiam a pança com a fartura de animais e foram ficando gordos e as asas deixaram de funcionar. Com o mal humor causado pela perda da capacidade de voar eles pararam de comer mas as asas nunca retornaram às suas habilidades de origem.

Simples assim.

By Raphael S
Chickens of Hell
 
Ilmarinen, eu posso estar errado, mas mesmo que o tempo verbal tenha sido colocado no passado (sugerindo que foi a primeira vez que ele deu atenção ao tópico), ainda assim ele continua achando (no presente) que o segundo trecho tem o mesmo significado do primeiro. O que, em todo caso, não quer dizer lá muita coisa.

Ah sim, eu estou ciente de que o uso do verbo no passado não implica na noção de que ele teria mudado de idéia, mas o uso dele combinado com o fato dele confessar não ter lido os manuscritos originais E com sua exortação ao interlocutor de que deveria consultar o texto na universidade Markette, sugere que embora, ele, pessoalmente, ainda possa ter essa impressão, que a força da convicção que ele tinha nesse entendimento não é mais a mesma de antes.

Caso contrário, o normal seria ter usado a forma no presente e sem o "myself". Ninguém fala desse modo " I, myself" never thought" quando tem absoluta convicção em uma opinião ou na capacidade pessoal de corroborá-la com fatos e é isso que é importante ressaltar ao analisar essa passagem. CT está, implicitamente, reconhecendo que não tem fatos para abalizar a opinião.

No mínimo, fica claro que o Christopher Tolkien reconheceu que deveria ter perguntado ao pai dele sobre isso e percebido a ambiguidade da linguagem há mais tempo, o que sugere que ele, provavelmente, ficou na mesma posição de perplexidade no dia em que descobri que havia uma outra opinião sobre o imbróglio da Elwing e suas asas e que minha impressão datada de quinze ou quartorze anos -entre 1991 e 2006 ( embora fosse a correta, como sabemos) fosse a minoritária. Isso apesar de que durante esse tempo todo eu nunca tivesse conversado o suficiente com outros fãs de Tolkien o bastante para saber desse fato.

Para os leitores desse parágrafo acima que não estão por dentro do assunto:

Ao ler no Silmarillion que Elwing "voava como uma ave branca ao entardecer" para recepcionar Eärendil eu sempre entendi que ela havia desenvolvido asas e não que ela virava gaivota todos os dias. Entretanto, esse entendimento era a noção tida pela maioria dos leitores.

Eu sempre tive essa impressão porque, embora lendo em português ( no caso a tradução da Europa-América) o "like"* da passagem original em inglês pudesse ser confundido com "as", o texto dizia antes que ela em tempos, "uma vez" "outrora" tinha possuído forma de ave. E para quê sair destacando tanto as asas sozinhas, descrevendo sua cor sendo que a Elwing assumiria a forma inteira de ave e não somente as asas?

*que via-de-regra, mas não sempre ( o próprio Tolkien descreveu uma vez a transformação da Elwing usando like e não as), significa "à semelhança de" e não "sob a forma de" ("as")como os anti-asas radicais tendem sempre a ressaltar)

Não há um texto de SdA publicado que seja completamente fiel às intenções de Tolkien. A versão final do poema está publicada tanto em The Treason of Isengard (pp. 103-104, Houghton Mifflin Co.) e em The Lord of the Rings: a Reader’s Companion, mas não em qualquer edição de O Senhor dos Anéis propriamente dito. Mesmo assim, esse poema é bastante revelador com relação a um considerável número de pequenos detalhes na história de Tolkien e com respeito ao seu estilo de escrita. Por exemplo, uma das mais interessantes estrofes é a seguinte:
In might the Feanorians
that swore the unforgotten oath
brought war into Arvernien
with burning and with broken troth;
and Elwing from her fastness dim
then cast her in the waters wide,
but like a mew was swiftly borne.
Em poder os Feanorianos
que prestaram o juramento jamais esquecido
trouxeram consigo guerra a Arvenien
com fogo e lealdade partida
e Elwing em sua presteza nublada
atirou-se então nos infinitos mares
mas como uma gaivota* prontamente renasceu.

A versão silmarilliana do texto é essa:

On those journeys Elwing did not go, for she might not endure the cold and the pathless voids, and she loved rather the earth and the sweet winds that blow on sea and hill. Therefore there was built for her a white tower northward upon the borders of the Sundering Seas; and thither at times all the sea-birds of the earth repaired. And it is said that Elwing learned the tongues of birds, who herself had once worn their shape; and they taught her the craft of flight, and her wings were of white and silver-grey. And at times, when Eärendil returning drew near again to Arda, she would fly to meet him, even as she had flown long ago, when she was rescued from the sea. Then the far-sighted among the Elves that dwelt in the Lonely Isle would see her like a white bird, shining, rose-stained in the sunset, as she soared in joy to greet the coming of Vingilot to haven.

A versão original "cortada-censurada" pelo CT.

On those journeys Elwing did not go, for she had not the strength to endure the cold and pathless voids, and she loved rather the earth and the sweet winds that blow on sea and hill.Therefore she let build for her a white tower upon the borders ofthe outer world, in the northern region of the Sundering Seas; andthither all the sea-birds of the earth at times repaired. And it is said that Elwing learned the tongues and lore of birds, who had herself once worn their shape; and she devised wings for herself of white and silver-grey, and they taught her the craft of flight. And at whiles, when Earendel returning drew near again to earth, she would fly to meet him, even as she had flown long ago, when shewas rescued from the sea. Then the farsighted among the Elves that dwelt most westerly in the Lonely Isle would see her like a white bird, shining, rose-stained in the sunset, as she soared in joy to greet the coming of Vingelot to haven.

Aí embaixo a tradução da Martins Fontes do primeiro trecho editado:

Nessas viagens, Elwing não ia, pois poderia não suportar o frio e os vazios inexplorados, e ela preteria muito mais a terra e os ventos suaves que sopram em mares e colinas. Por isso, para elafoi construída uma torre alva ao norte, junto às margens dos Mares Divisores. E para lá emcertas ocasiões todas as aves marinhas afluíam. Diz-se também que Elwing aprendeu as línguas dos pássaros, ela mesma que no passado havia usado sua forma. E eles lhe ensinaram a arte do vôo; e suas asas eram brancas e cinza-prateadas. E às vezes, quando, ao retomar, Eärendil se aproximava novamente de Arda, costumava sair voando ao seu encontro, exatamente como voara no passado longínquo, quando fora salva do mar. Então, os de melhor visão entre os elfos que habitavam a Ilha Solitária a viam como uma ave branca, luminosa, rosada, ao pôr-do-sol,quando levantava vôo, feliz, para cumprimentar Vingilot em sua chegada ao porto.

Para mim, não fazia sentido o Tolkien ter usado essa expressão se fosse o caso dela reassumir essa forma todo dia para recepcionar Eärendil. E, também, que, assim como Eärendil foi, simbolicamente, convertido em estrela que ela , também, teria que ter passado por um tipo de transformação que a faria diferente dos outros elfos. Não por acaso, o Earendel original anglo-saxão era tido como um tipo de anjo estelar reminiscente do dedão mágico de Orentil que Thor tinha transformado em estrela.

Por conseguinte, eu sempre achei que ela tinha desenvolvido asas atadas de alguma maneira a uma forma basicamente "humana" ( como um anjo), sempre a vi como uma mulher alada em Valinor e cheguei a desenhar a personagem assim.

Quão grande não foi minha supresa ao descobrir que a maioria das pessoas não tinha entendido do mesmo modo achando que ela reassumia a forma de pássaro todo santo dia. E, isso, provavelmente, ocorre até hoje, até em inglês.

images


Mas isso está errado minha gente!!

Precisei confirmar meu ponto de vista pegando o texto original usado pelo CT no Silmarillion, publicado na íntegra no Lost Road HoME V, onde ficou claro que ele havia cortado o "devised wings for herself" "criado asas para si própria" do texto original e, portanto, deixado a passagem na forma ambígua, dúbia do texto do Silmarillion tal como publicado.

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E, sim , eu sei que a presença do Silmaril aí em cima é indicativa de que ela estava em estado intermediário de transformação mas minha intenção aqui é mostrar graficamente a diferença entre as duas concepções criadas por ambivalência no texto original.

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Essa aí em cima é a Vésper da Legião dos Superheróis na DC, original Dawnstar , epíteto de Arwen.Qualquer semelhança pode ser mais do que mera coincidência nessa picture deslumbrante do lápis de George Pérez.

O dilema dos Balrogs é o mesmo caso de ambiguidade, com a diferença de que parece ter resultado de uma escolha consciente do autor e não de um editamento malfeito pelo Christopher com exceção do caso do corte do "winged speed" na passagem "sobre" Hithlumm.
Nah. O pessoal pró-asas força muito a barra.
Não tem nenhum Balrog voando, usando suas asas pra qualquer coisa, se salvando com as asas, usando-as como vantagem tática. Nada. Nadica de nada.
Qualquer que seja a sua opinião particular sobre o assunto, Deriel, você, por exemplo, deve reconhecer que a recorrência e reiteração de "jogos de palavras" alusivos a asas ou a vôo em passagens diversas de textos contemporêneos ou posteriores ao SdA é significativa e deve ter alguma relevância para além do mero registro metafórico, assim como um monte de garfos e facas em cima de uma mesa deveria ser usado pra cortar algo. Não reconhecer isso, Deriel, TAMBÉM é "forçar a barra" pro lado oposto.

Aliás, esse tipo de coisa, esses cortes mal justificados são mesmo indicativos de um "bias" "preconceito"do CT no sentido de deixar a coisa mais "pé no chão" e lidar com alusões a "asas" como anacronismos primitivistas no Legendarium do Tolkien o que, dado o tratamento cada vez mais science-fantasy dos últimos anos, pode não ser o melhor entendimento Vide Mitos Transformados.

[ame]http://en.wikipedia.org/wiki/Science_fantasy[/ame]

Até onde sei , diga-se de passagem, CT não tem o gosto literário tão diversificado quanto o de Tolkien ou Lewis, as partes Science-fantasy de Mitos Tranformados e coisas como o Osanwë Kenta foram meio que publicadas sem muito aparato editorial , de uma maneira meio pró-forma. Ele mesmo parece pensar que essa abordagem era "uma terrível arma criada a partir da propria obra contra a criação de Tolkien", uma opinião da qual eu não compartilho. Sintomaticamente, o CT cometeu o grave erro de não ter correlacionado a nota do Contos Inacabados sobre a Dagor Dagorath com o texto de Mitos Transformados em HoME X e, também, IMO, de ter deixado o Osanwë Kenta e suas notas para ser publicado fora dos livros de HoME, que é onde ambos deveriam estar.

A Elwing , desde as primeiras versões do Legendarium, parecia ser um tipo de Gênio inventor élfico, ela havia contruído as "asas" do barco mágico de Eärendil em Valinor na versão original do HoME IV, então, parecia ser uma versão tolkieniana do greco-romano Dédalo, inventor das asas de Icaro que, junto com seu filho, saíram voando do labirinto de Creta. Todo esse subtexto parece ir pro saco na versão sanitizada do CT.

Lembrando que Icaro voou em direção ao Sol que é uma estrela e que Elwing ( cujo nome pode ser lido como uma junção de castelhano e inglês significando "a asa") voava em direção a Vingilot que foi tranformado em... uma estrela. Coincidência? Duvido.

DaedalusIcarusSokolov.jpg



A conclusão que as pessoas estão tendo hoje em dia é que http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=7&ved=0CDoQFjAG&url=http%3A%2F%2Fwww.henneth-annun.net%2FStories%2Fchapter_view.cfm%3Fstid%3D6956%26spordinal%3D2&ei=_tYETbuRHMH48Ab0wKnnAg&usg=AFQjCNFM6KaBgBlCAZHwQ5nHs96dl8Cxkw] Elwing criou um tipo de asa delta emplumada em Valinor e planava pra se encontrar com Eärendil[/url] embora a idéia de asas reais "mágicas" polimórficas, similares às guelras mágicas do Harry Potter no Cálice de Fogo não seja de se descartar também. Se o Beorn podia virar urso, por que não?

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Ships rode at anchor along the quays of the harbour - sleek fish-hunters and swift kite-wings and the great swan-ships and the little speedy skiffs that plied the shore. High against the bright sky, men and women rode the wind on the wings that Elwing herself had devised long ago, back to the City or out to the scattered villages along the coast.

Icarus-Dead.jpg
 

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Interessante seu ponto de vista Ilmarinen, eu já sempre pensei em Elwing como uma gaivota mesmo, recebendo a aproximação do navio de Eärendil.

Até porque, gaivotas são animais que parecem gostar dos navios, elas sempre vôam perto dos navios. Como os golfinhos que também sempre nadam na frente dos navios.

Por isso, entendi a história de Elwing e Eärendil como a explicação do porque alguns animais "do mar" parecem sempe receber os navios com alegria, se exibindo. Esta seria então, a primeira vez que uma gaivota receberia um navio, o que foi seguido pelas outras gaivotas em outros navios até o fim do mundo. :)
 
Poética interpretação Gerbur, mas, no que concerne ao texto original não revisado pelo Tolkien, inacurada como você pode conferir na mensagem acima.

O caso da Elwing é bem ilustrativo da parábola do muro ou do elefante aplicado ao Legendarium e às brigas homéricas por causa de detalhes de somenos importância como esse caso das asas dos balrogs.

Parábola Hindu – Os Cegos e o Elefante
agosto 12, 2009 por Douglas Ferreira

Tive uma aula hoje, na faculdade, que levantou a questão de como enxergamos as coisas a nossa frente. Logo me lembrei de uma fábula que li a muito tempo, sobre seis sábios cegos, e um elefante. Encontrei esta fábula na internet, e trago aqui para que possamos fazer uma pequena reflexão, de como as vezes não exergamos as coisas como realmente são, e de que forma isso pode acabar prejudicando nosso próprio desenvolvimento. Vamos a fábula então:

“Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como os seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas recorriam à sua ajuda.
Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre qual seria o mais sábio.
Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:
- Somos cegos para que possamos ouvir e entender melhor que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí discutindo como se quisessem ganhar uma competição. Não aguento mais! Vou-me embora.
No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num enorme elefante. Os cegos nunca tinham tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.
O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:
- Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar nos seus músculos e eles não se movem; parecem paredes…
- Que palermice! – disse o segundo sábio, tocando nas presas do elefante. – Este animal é pontiagudo como uma lança, uma arma de guerra…
- Ambos se enganam – retorquiu o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. – Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia…
- Vocês estão totalmente alucinados! – gritou o quinto sábio, que mexia nas orelhas do elefante. – Este animal não se parece com nenhum outro. Os seus movimentos são bamboleantes, como se o seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante…
- Vejam só! – Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! – irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. – Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até pendurar-me nele.
E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.
Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tacteou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:
- É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!”
 
Última edição:
Desculpa la Deriel, mas tenho k deixar umas perguntas por aki e a minha opiniao quanto aos balrogs terem azas, enfim, primeiro, as perguntas:

Entao, se os balrogs nao têm azas, entao porque é que Mithrandir chamou ao Balrog demônio do antigo Mundo?

Um pequeno pormenor, os demônios, sejam em qualquer historia, estao representados com azas, e porque nao os Balrogs, pergunto eu?

Bem, 2º filme do SdA, vi o Balrog a cair com Mithrandir, e tinha azas, no livro 2º do SdA, fala sobre isso?

Ora, ja deixei as minhas perguntas, quanto a minha opiniao, acho que alguns podem ter azas, outros nao precisam. :)
 
Entao, se os balrogs nao têm azas, entao porque é que Mithrandir chamou ao Balrog demônio do antigo Mundo?

Um pequeno pormenor, os demônios, sejam em qualquer historia, estao representados com azas, e porque nao os Balrogs, pergunto eu?
Demônio, segundo o dicionário online Priberam é:
1. Cada um dos anjos maus que estão às ordens de Satanás.
2. Ant. Divindade, génio (bom ou mau).
3. Fig. Pessoa ruim.
4. Pessoa de mau génio.
5. Pessoa muito feia e antipática.
6. Pessoa travessa; mafarrico.
7. Causa, origem, promotor.

Tolkien com certeza escolheu as palavras de Gandalf relacionando-as com os significados 3 e 1 (considerando as relações que Tolkien fez Ainur=anjos e Melkor=Satanás, o 1 passa a fazer bem mais sentido). Não com o fato de deMõn

Além disso, vejamos: um pássaro tem asas, e nem por isso é costume chamá-lo de demônio (a não ser que ele faça cocô em cima de você :dente:). E é comum vermos pessoas chamando as crianças travessas de "demônio", mesmo elas não tendo asas! Como dá pra ver, o adjetivo demônio não se relaciona às asas.

Além disso, demônios foram representados de váaaaarias formas, nem todas com asas.
 
Demônio, segundo o dicionário online Priberam é:

1. Cada um dos anjos maus que estão às ordens de Satanás.

Tolkien com certeza escolheu as palavras de Gandalf relacionando-as com os significados 3 e 1 (considerando as relações que Tolkien fez Ainur=anjos e Melkor=Satanás, o 1 passa a fazer bem mais sentido). Não com o fato de deMõn
E é comum vermos pessoas chamando as crianças travessas de "demônio", mesmo elas não tendo asas! Como dá pra ver, o adjetivo demônio não se relaciona às asas.

Além disso, demônios foram representados de váaaaarias formas, nem todas com asas.

Devemos lembrar que a expressão "demon" não foi usada por Gandalf no livro, isso só aconteceu no filme. Foi só nos manuscritos tardios do Silmarillion publicados postumamente que a expressão apareceu na tradução de balrog vertida como "demônio de poder". E só pra deixar claro de uma vez por todas,já que isso já deu muito pano pra manga por aí afora: Tolkien jamais usou o termo "demônio" como adjetivo, para se referir a alguém que não tivesse origem ou faculdades/atributos sobrenaturais.

Logo, o sentido 3 também está descartado totalmente. Em inglês é comum a expressão "poor devil", esta última sim, "diabo" foi usada por Tolkien com esse sentido, no mesmo contexto de se referir a algo ou alguém com qualidades metafóricas "satânicas", maldade ou infelicidade. Devilry ( "diabrura") aparece várias vezes no SdA e "devils" foi usada uma vez por Sam em um momento bem passional, quando Frodo foi capturado pelos Orcs.

The voices began to move away. Sam heard the sound of feet receding. He was recovering from his shock, and now a wild fury was on him. `I got it all wrong! ' he cried. `I knew I would. Now they've got him, the devils! the filth! Never leave your master, never, never: that was my right rule. And I knew it in my heart. May I be forgiven! Now I've got to get back to him. Somehow, somehow!

Mas "demônio" é uma palavra que Tolkien empregou com uma certa cautela e reverência "piedosas". Ele, provavelmente, consideraria uma coisa meio "profana" e injusta usar o termo demônio como adjetivo para se referir a um ser humano, por pior que ele fosse.Ele sempre empregou o vocábulo para se referir a ente sobrenatural, nascido ( como os balrogs) ou engendrado ( como os orcs) com características "não-humanas".

Tolkien no SdA, na verdade, chamou o balrog de Moria de um "terrível espírito" do Mundo subterrâneo" na sinopse de Fellowship of the Ring,ele, conscientemente, evitou usar a expressão "demônio" no SdA para não tornar ainda mais explícitas as associações simbólicas cristãs já contidas nele.

Foi só nos escritos da Primeira Era que ele realmente chamou os Valaraukar de "demônios de poder". Como sabemos, depois, Tolkien perdeu o receio de fazer referência mais direta ao seu background cristão e, portanto, coisas como o uso da expressão "demônio" e Diabolos para se referir a Morgoth viraram coisa mais comum.

Além disso, vejamos: um pássaro tem asas, e nem por isso é costume chamá-lo de demônio (a não ser que ele faça cocô em cima de você :dente:). E é comum vermos pessoas chamando as crianças travessas de "demônio", mesmo elas não tendo asas! Como dá pra ver, o adjetivo demônio não se relaciona às asas.

Além disso, demônios foram representados de váaaaarias formas, nem todas com asas.

Ainda assim, Meneldur, na cabeça da maioria dos cristãos, anjos são seres alados, se os anjos caídos são associados ao conceito de demônio, e é , justamente, esse o sentido pertinente ao status dos Balrogs e à nossa discussão aqui, é bastante natural que a iconografia cristã os represente, frequentemente, com asas tidas como compatíveis com a condição decaída da espécie, daí as asas de couro e de insetos frequentemente usadas neles.

Especialmente nos de maior ranking como se esperaria que os balrogs fossem. Tolkien estava, certamente, ciente de que a menção da palavra demônio conjugada a elementos descritivos presentes na descrição do balrog ( fogo saindo das narinas, braços de simios (HoME IX-origem do atributo mais tarde dado a Grishnakh), fogo de fornalha em olhos amarelos , garras, uso de chicotes* e corpos flamejantes, etc)e a menção de "asas", metafóricas "feitas de sombra" ou não , imediatamente conjuraria a imagem de demônios alados na cabeça do leitor médio cristão como seria de se esperar, fato que o post de SpectrusSeverius demonstra muito bem . A leitura dele é representativa da reação média do leitor católico e cristão diante da descrição dada por Tolkien. E podemos apostar que isso foi totalmente intencional por parte de Tolkien.

* Haja vista a possível alusão direta à uma cena famosa da Divina Comédia onde demônios alados flagelavam condenados do inferno.

Parente próxima dessa daí ( quando achá-la eu posto)


HQ.jpg

Olhem ela aí, a que mostra a punição para Tarados e Sedutores ( Pimps and Seducers)

HQ.jpg

1010.jpg

Olhem só, por exemplo essa ilustração do Pilgrim Progress do século XVII, mostrando Belzebu.

http://en.wikipedia.org/wiki/Beelzebub ]Wikipedia Beelzebub[/url]

220px-Beelzebub_and_them_with_him.jpg

Comparar com essa do Howe aí embaixo dos Balrogs cercando Gondolin

john+howe+copies+fantasia.JPG


E essa associação de demônios com seres alados vem de longa data, tanto é que Lilitu e Pazuzu que são pré-judaicos, de origem babilônica, e inspiração pra noção judaica-cristã de demônios como entes desencarnados perniciosos, sempre foram representados com asas.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lilith
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pazuzu

200px-PazuzuDemonAssyria1stMilleniumBCE.jpg

200px-Lilitu.jpg

Então, vc tem razão de lembrar que nem sempre o termo demônio é indicativo de posse de asas ( tanto é que o termo uruk, urko e orc/ orco de Tolkien é derivado do mesmo "rauko" dos Balrogs e eles não tinham asas), entretanto, arquidemônios como os balrogs, geralmente, as possuem em toda a iconografia tradicional cristã pós-medieval, justamente por eles serem, na sua origem, anjos maus corrompidos por Satã.

É só dar uma olhada nas representações pós-medievais dos arquiduques do Inferno e isso pode ser conferido fácil fácil

asmodeu.jpg

Especialmente famosas são essas desse livro aí

http://en.wikipedia.org/wiki/Dictionnaire_Infernal


Esse daí, por exemplo, em cima é o Asmodeu um dos companheiros de Belzebu, Lúcifer e todo o resto da trupe que aparece no Paraíso Perdido.

Ademais, o uso documentado de "winged speed" literal em inglês, referindo-se à vôo veloz foi justamente em uma obra, o Paraíso Perdido de Milton, em que os indivíduos voadores eram anjos caídos alados de Satanás indo se reunir em uma fortaleza montanhosa no Norte do Céu, trazendo à mente Utumno e Angband, com uma descrição que é claramente o protótipo da Torre Negra.

Coincidência? Pode ser, mas eu duvido. E Paradise Lost é, sabidamente, uma obra lida por Tolkien e por Lewis até por necessidade curricular e estudada como influência de ambos.
 

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Eu estava lendo o SDA e aestá escrito sim que o Balrog de Moria tinha asas, logo abaixo de quando ele diz que as sombras se projetaram como duas asas, logo em seguida ele diz que elas se abriram e ocuparam todo o salão, quando Gandalf ergueu a espada élfica contra ele.
 
Eu estava lendo o SDA e aestá escrito sim que o Balrog de Moria tinha asas, logo abaixo de quando ele diz que as sombras se projetaram como duas asas, logo em seguida ele diz que elas se abriram e ocuparam todo o salão, quando Gandalf ergueu a espada élfica contra ele.
etienne, nem é tão simples assim. Aliás, toda essa celeuma em torno da questão das asas surge primariamente deste trecho. Na primeira passagem, é dito que a sombra do balrog se estendeu como duas asas. Jà a segunda diz "suas asas se estenderam". E aí forma-se a discussão: alguns dizem que a 1ª passagem se refere às "asas de sombra". Outros defendem que são asas reais.
 
Ademais, o uso documentado de "winged speed" literal em inglês, referindo-se à vôo veloz foi justamente em uma obra, o Paraíso Perdido de Milton, em que os indivíduos voadores eram anjos caídos alados de Satanás indo se reunir em uma fortaleza montanhosa no Norte do Céu, trazendo à mente Utumno e Angband, com uma descrição que é claramente o protótipo da Torre Negra.

A semelhança da descrição da fortaleza de Lúcifer no Paraíso Perdido e da Torre Negra e também o fato das fortalezas de Morgoth também ficarem ao norte aliados com a ocorrência da frase "WINGED SPEED" praticamente no mesmo trecho do Paraíso Pperdido para se referir a demônios, "his Powers" (Balrogs = Demônios de PODER, que se moveram com "winged speed" até morgoth e chegaram como uma "tempest of fire" assim como os dragões alados do Quenta Silmarillion da Guerra da Ira), para se referir a seres alados é coíncidência demais para ser apenas isso! 8-O

Ilmarinen, você sabe se a frase "tempest of fire" é oriunda da obra de Tolkien ou de outro lugar?
 
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Bom, olhando ontem à noite eu achei foi essa picture aí mostrando o círculo do inferno onde os Condenados são flagelados por uma chuva de fogo.Com toda a probabilidade , bem capaz de ter um tempestade de fogo boiando por lá ou em outro livro com imagens "dantescas".

nb_pinacoteca_dore_divine_comedy_inferno_14_the_violent_tortured_in_the_rain_of_fire.jpg


http://italian.about.com/library/anthology/dante/blinferno014.htm
O'er all the sand-waste, with a gradual fall,
Were raining down dilated flakes of fire,
As of the snow on Alp without a wind.30

Sovra tutto ’l sabbion, d’un cader lento,
piovean di foco dilatate falde,
come di neve in alpe sanza vento.30


Excelente sacada César, achei essa citação do Milton no Paraíso Perdido aí

. “With floods and whirling winds of tempest fire” (Milton 280 77).

Milton "copia" Dante que copia da Bíblia e todos são aproveitados por Tolkien

Essa junção da Fortaleza no Norte, com a Torre Negra de Diamante, o winged speed e o tempestuous fire aparecendo na mesma obra, praticamente, elimina a possibilidade que tal convergência tenha sido coincidência.

Tolkien parece mesmo estar pegando emprestado expressões de Milton e colando no Silmarillion, assim como pegou o confronto de Fingolfin com Morgoth se inspirando em Spenser como discutimos tempos atrás aqui no Fórum.

http://www.literaturepage.com/read/paradise-lost-1.html

Descrevendo a Queda dos Anjos Rebeldes de Lúcifer

In utter darkness, and their portion set
As far remov'd from God and light of Heav'n
As from the Center thrice to th' utmost Pole.
O how unlike the place from whence they fell!
There the companions of his fall, o'rewhelm'd
With Floods and Whirlwinds of tempestuous fire,
 
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Excelente sacada César, achei essa citação do Milton no Paraíso Perdido aí

. “With floods and whirling winds of tempest fire” (Milton 280 77).

Milton "copia" Dante que copia da Bíblia e todos são aproveitados por Tolkien

Essa junção da Fortaleza no Norte, com a Torre Negra de Diamante, o winged speed e o tempestuous fire aparecendo na mesma obra, praticamente, elimina a possibilidade que tal convergência tenha sido coincidência.

Isso tudo parece sugerir talvez a releitura do Paraíso Perdido, especialmente dessas passagens, durante a redação do SdA. Não é possível que isso tudo tenha acontecido por acaso, com o surgimento da Torre Negra adamantina no Fellowship of the Ring e dos novos atributos do Balrog e, logo após a finalização da redação do SdA a aparição SIMULTÂNEA de winged speed e tempest of fire, ambas frases remetendo à obra de John Milton e ambas também se referindo aos anjos rebeldes de Lúcifer (e na de Tolkien aos Balrogs, equivalentes tolkienianos dos anjos rebeldes em Paraíso Perdido).

Além do mais, Conrad Dunkerson em seu ensaio não analisou "tempest" em conjunto com "fire" a não ser no trecho em que Tolkien fala de dragões voadores e ainda faz menção às "wings of steel" na oração seguinte. Essa descoberta talvez terá que resultar na revisão dessa seção do seu ensaio, já que "tempestuous fire" está na mesma obra de onde "winged speed" vem.

Aliás, de que direção mesmo vem uma tempestade? :P

P.S.: Empreendi uma pequena investigação e tenho uma dúvida: por que não há qualquer menção às asas de aço dos dragões voadores de Morgoth na Guerra da Ira no Silmarillion publicado? Comparem a passagem equivalente do Lost Road com a do Silmarillion publicado:

So sudden and ruinous was the onset of that dreadful fleet that Fionwe was driven back; for the coming of the dragons was like a great roar of thunder, and a tempest of fire, and their wings were of steel.
Lost Road (HoMe 5)

[...] and so sudden and ruinous was the onset of that dreadful fleet that the host of the Valar was driven back, for the coming of the dragons was with great thunder, and lightning, and a tempest of fire.
Silmarillion publicado por CT

Além da mudança de Fionwe para "host of the Valar", a ausência de "roar [of thunder]" e aparição também de "lightning" no Silmarillion publicado, registra-se também a ausência COMPLETA de "their wings were of steel". Por que será?
Estou começando a temer por [ame="http://en.wikipedia.org/wiki/Media_manipulation"]media manipulation[/ame] por parte do CT...!
 
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Talvez por ele achar que fosse um vestígio meio anacrônico da noção prévia da época de Fall of Gondolin onde os Dragões eram construtos animados por espíritos de fogo ( deve vir daí a noção insinuada pelo CT na introdução de Children de que Glaurung era um espírito , talvez maia, colocado num corpo de dragão.

E, sim, infelizmente, toda opção estética numa obra não concluída compilada por um editor póstumo implica num certo grau de media manipulation pq o compilador , forçosamente, tem que optar por partes da obra em detrimento de outras sem poder ,propriamente, reescrevê-las. Então certo grau disso, ás vezes sem malícia alguma, pode acontecer.

Além do mais, é verdade que, sendo derivado do ponto de vista élfico, a obra já contém um certo grau de historical bias ( distorção meio que tendenciosa dos fatos reais. Como já comentei um caso bem provável e gritante é o da luta Morgoth x Fingolfin, onde, teoricamente, não havia testemunha élfica visualizando o combate.

Nem por isso se deve achar que CT é completamente isento de falhas no papel de compilador. Ele mesmo admitiu não ter sido em mais de um caso, embora, francamente, diversos dos confessados vão mais pro lado da falsa modéstia, enquanto esse caso da Elwing dá um resultado bem pior.

Vide aí texto excelente falando disso (inglês)

 
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É, o que você disse parece ser o caso de "wings of steel". No entanto parece ser significante a relação de "tempest for fire" com criaturas voadoras, seguido até de uma oração que caracteriza as asas dos dragões.

Vide aí texto excelente falando disso (inglês)

Eu achei esse texto demais e umas das melhores analises que eu li recentemente! Muito insightful. Apesar da fonte estar um pouquinho pequena, deu pra ler tudo. A propósito, esse assunto me agrada muitíssimo. Aliás, os conflitos que alguns leitores parecem ter identificado com o gigantismo de Morgoth e esse relato da luta de Fingolfin parecem ser parcialmente explicados, como você disse, por essa análise!

Aliás, tenho uma sugestão: se o ataque dos Balrogs foi terrestre (implicando na interpretação metafórica de "tempest of fire" e "winged speed) como isso teria sido notado tão facilmente pelos elfos (e, portanto, relatado, com um relativo grau de detalhe)? Se o ataque tivesse sido aréo, não justificaria isso a visibilidade parcial e também o uso de expressões que são diretamente relacionadas ao ar como WINGED speed e TEMPEST of fire?
 
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