A coisa toda agora está descambando para particularidades de cada objeto em sua época de criação, é isso?
As Silmarils foram feitas quando as Árvores dos Valar ainda exisitam e isso foi antes do fim das Eras das Árvores e do começo das Eras do Sol, por tanto mais de 3 mil anos mortais antes de Sauron forjar o Um. Foram diretamente abençoadas apenas por Varda. Assumimos aqui na discussão que Yavanna e Nienna tiveram participação indireta na história delas. Mandos apenas previu que objeos de tal magnitude atrariam a atenção de muitos por sua beleza, pois elas encerravam a mescla das Luzes das Duas Árvores e o local para onde elas foram, a Terra-média, ficou mergulhado em Trevas por quase 10 Eras (mais ou menos uns 10 mil anos mortais).
Era previsível que a simples visão de tais objetos por olhos que nunca haviam presenciado a maravilha das Árvores causaria grande desejo nos corações dos que apenas conheciam escuridão e sofrimento.
Mandos não teve participação alguma na consagração das Gemas. Ele apenas proferiu o que aconteceria caso Fëanor levasse a cabo a idéia de liderar a maioria dos Noldor na caçada de Melkor e das Gemas.
Mandos
Juiz dos Mortos. Originalmente chamado Námo, porém mais conhecido por Mandos, em homenagem aos Salões onde vive. Principal conselehiro de Manwë e guardião das almas dos Elfos. É casado com Vairë, a Tecelã.
Mandos é descrito como rigoroso e imparcial e nunca esquece das coisas.
Ele foi o Vala que amaldiçoou os Noldor que deixaram Aman, e aconselhou contra o seu retorno. Porém, ao contrário de Morgoth, suas Maldições não são cruéis ou vingativas por sua própria vontade. São apenas a vontade de Eru, e ele não as pronunciará até ser dito para fazer por Manwë. Apenas uma vez ele foi tocado pela piedade, quando Lúthien cantou as amarguras que ela e seu amado (Beren) suportaram em Beleriand.
Assim sendo, Mandos apenas foi o porta voz de uma decisão que estava acima da alçada de qualquer um dos Valar.
Enquanto apenas homens e anões queriam os anéis de Sauron, todo mundo queria as pedras de Feanor.
Mais uma vez uma particularidade de cada objeto está sendo posta em questão.
Não vejo onde os Anões desejaram o Um, até mesmo o plano de Sauron de controlar os Sete pais dos Anões através dos Anéis deles foi por água abaixo pois eles não desejavam poder, apenas riquezas e essas eles conseguiram em seus próprios reinos.
Homens desejavam o Um por serem facilmente corruptíveis e por sempre desejarem poder acima de sua capacidade de compreensão. Ainda assim, alguns poucos ainda foram capazes de suportar o desejo pelo Anel e seguir a sua vida.
Quem seria esse "todo mundo" que desejava as Gemas? Elfos, Melkor e mais tarde os Anões de Nogrod. Os Noldor estavam metidos até a última parte da escência de suas almas no juramento feito por Fëanor e iriam onde fosse preciso e fariam o que fosse necessário para fazer cumprir o juramento. Os Sindar de Thingol e Melian entraram nessa pela súbita ganância e um direito auto-proclamado de Thingol sobre a Silmaril como parte do dote de Lúthien. Melkor entrou nessa desde o começo e iria até o fim para manter as jóias. Os Anões acabaram por entrar na "caça à Silmaril" por ganância, pois a combinação do Nauglamír coma Silmaril o tornou 'a jóia mais bonita do que qualquer coisa jamais vista por eles em Arda'.
O destino de um silmaril arrastou o reino de Melian contra a vontade dela e de Thingol. O destino das pedras era tão letal que não tenham dúvidas qual das jóias teria privilégio de ter o destino cumprido. Sauron nem se aproximava do reino de Melian e uma pedra conseguiu isso com seu destino superior.
Mais uma vez...
Sauron na época em que aconteciam as Guerras de Beleriand e finalmente a Guerra da Ira nem cogitava a possibilidade de ele mesmo ir destruir o reino de Doriath. Acredito que estivesse mais preocupado em ajudar o seu mestre a enfrentar as hostes dos Elfos e mais tarde dos Valar.
O anel era poderoso, mas existiam artefatos mais poderosos. Se me lembro aqui que cortou as mãos de Morgoth (Fazendo Spoiler)...
Foi o Arauto de Manwe (provavelmente com sua espada). As coisas feitas em Aman (como as Silmarils) eram de uma força enorme, bem maior do que os artefatos da Terra Média.
O Anel Governante era o artefato mágico mais poderoso de seu tempo. As Silmarils poderiam até serem os objetos mais poderosos e cobiçados, mas em seu próprio tempo. Ainda existiam na época do Anel, porém estavam completamente fora do alcance de qualquer ser, fosse ele Vala, Maia, Elda, Atan ou Anão.
Não porcurei em muitos lugares e não estou com O Silmarillion em mãos, mas creio que foram os pés que cortaram e não as mãos.
Sim, foi Eönwe quem capturou Melkor e o acorrentou novamente com Angainor. Da mesma forma como Againor foi forjada por Aulë, o ferreiro dos Valar, muito provavelmente a espada de Eönwe também foi. E se for comparar a obra de Aulë com a obra de Sauron, vale lembrar que o Vala foi mestre de ofícios do Maia.
Elas estavam mais do que seladas. Elas estavam amaldiçoadas. Experimentem retirar a maldição delas. Ninguém conseguiu. Volte ao Silmarilion e verá que o destino tem uma força muito grande nas obras feitas por "não homens".
Sim, estavam amaldiçadas e ninguém conseguiu resistir a tal maldição. Porém o destino é sempre o mesmo, ele não é mais forte ou mais fraco e não deve ser relacionado dessa maneira com obras de mortais ou imortais.
As obras que dependem de destino sempre têm hierarquia. Só quem era livre eram os filhos jovens (os homens). As outras coisas possuíam caminhos e o das Silmarils estava selado porque todo aquele que fosse atrás delas iria mover forças gigantescas que estavam adormecidas (palavras do Silma).
Obras dependem de destino? Hierarquia? Me perdi nessa... tem como explicar melhor?
Todos os seres eram livres (até que Melkor mostrasse o contrário
). E todas as coisas e seres seguiam cada qual seu destino; fosse a vontade de um Homen seguir o rastro de uma Silmaril (a que foi atirada ao mar, por exemplo) ele poderia passar a sua vida toda e não encontrar nada além de belas pérolas nas profundezas do mar, pois foi previsto por Mandos que as Gemas ficariam "perdidas" até o final dos tempos, quando a terra fosse novamente remodelada.