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William Shakespeare

O melhor de Shakespeare


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:bump:

Estava relendo isso aqui e tinha que comentar que aquele texto postado na primeira página do tópico, que começa com "Depois de algum tempo você aprende...", não é de Shakespeare. É mais uma daquelas idiotices de auto-ajuda que os desocupados adoram mandar em massa por e-mail e atribuir a autores famosos para posarem de "cool" por isso.

Enfim, tem muita coisa que quero falar sobre Shakespeare, mas tempo de menos para isso no momento - mas farei mais tarde. =]
 
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Então, já que minha conexão só colabora quando ela bem entende e o período de editar meu próprio post já passou, continuo neste.

Quanto às traduções em português, infelizmente predomina por aqui a política da facilitação/popularização dos textos, com a velha e tosca desculpa de "aproximar mais o texto do público" – o que nada mais é do que chamar o leitor de burro por meio de um eufemismo. É um absurdo usar uma linguagem coloquial para as peças de Shakespeare quando uma das principais belezas dos textos é justamente a linguagem elaborada, poética, que basicamente fundou a língua inglesa "moderna", inclusive com a criação de palavras (só para citar um exemplo: adivinha quem grafou a palavra “assassination” pela primeira? Pois é...)

Muitos adoram elogiar as traduções do Millôr basicamente porque... bem, é o Millôr. Só que ele é um dos principais expoentes dessa política de facilitação do texto: apesar de "legíveis", essas traduções estão permeadas com mudanças que vão desde as tradicionais substituições pronominais ("tu" e "vós" por "você", etc; mais alguém lembrou do SdA aqui?) até a reestruturação das frases de um modo que, para quem conhece a obra do Millôr, consegue ver que as peças acabam tornando-se menos shakespeareanas e as mais millorianas possíveis. Esse é um dos principais problemas nas traduções feitas por autores: embora sejam muito belas, e aparentemente pareçam fluir melhor, elas também são as menos fiéis ao original, pois tais escritores colocam muito de seu próprio estilo de composição nelas, de maneira que acabam tornando-se obras completamente diferentes (muito mais diferentes do que já se poderia esperar de traduções) do original, praticamente uma "adaptação do texto X do autor Y pelo autor Z". (Só pra deixar claro: não tenho nada contra o Millôr como escritor, muito pelo contrário; mas como tradutor shakespeareano, ele realmente deixa a desejar.) De qualquer forma, essa é uma questão muito longa, e é melhor deixá-la para outra hora e lugar. :mrgreen:

Volta e meia, principalmente nos últimos anos, tem aparecido traduções mais elaboradas, que levam em conta esses aspectos que mencionei, para preservar o máximo possível do sentido e beleza originais das obras do Bardo, mas infelizmente elas são minoria e geralmente passam desapercebidas, para o azar daquele leitor que não domina inglês suficientemente bem para ler Shakespeare no original. :tsc:
 
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Estava relendo isso aqui e tinha que comentar que aquele texto postado na primeira página do tópico, que começa com "Depois de algum tempo você aprende...", não é de Shakespeare. É mais uma daquelas idiotices de auto-ajuda que os desocupados adoram mandar em massa por e-mail e atribuir a autores famosos para posarem de "cool" por isso.

Não é exatamente uma "idiotice", o original é bacana. O problema é que nessas correntes de e-mail tem sempre um pateta que acha legal colocar um 'algo a mais', e o texto que circula hoje em dia já é um bagunça cheia de idéias que simplesmente não se ligam entre si.

Enfim, eu gostava pra caramba desse texto, mas sempre tive a pulga atrás da orelha sobre ser Shakespeare ou não - até porque não era soneto, nem uma peça e para mim Shakespeare só tinha escrito sonetos e peças de teatro.

Larguei mão e fui pesquisar mais profundamente e bem, é um texto de Veronica Shoffstall que é concluído com uma breve citação retirada da peça "Medida por Medida" ("nossas dúvidas são traidoras…" etc.). Uma confusão que bem, segue adiante especialmente por causa do que disse o Gabriel: a mania de "atribuir a autores famosos para posarem de cool". Bleh.

Quanto às traduções em português, infelizmente predomina por aqui a política da facilitação/popularização dos textos, com a velha e tosca desculpa de "aproximar mais o texto do público" – o que nada mais é do que chamar o leitor de burro por meio de um eufemismo. É um absurdo usar uma linguagem coloquial para as peças de Shakespeare quando uma das principais belezas dos textos é justamente a linguagem elaborada, poética, que basicamente fundou a língua inglesa "moderna", inclusive com a criação de palavras (só para citar um exemplo: adivinha quem grafou a palavra “assassination” pela primeira? Pois é...)

O tom de Shakespeare era qualquer coisa perto de um Guimarães Rosa em Grande Sertão: o coloquial com o elaborado. Ao mesmo tempo que ele utiliza os tu e vós da vida (sim, eu sei que isso não é o 'mais elaborado', mas enfim, não consigo pensar em outro exemplo), ele recheia o texto de momentos como o "Sua puta!" de Antônio para Cleópatra. Isso para não falar da linguagem dos atenienses "comuns", em Sonhos de Uma Noite de Verão, por exemplo.

O que eu quero dizer é: a linguagem dele é rica - o que não significa que não seja coloquial em alguns momentos.

(Estou falando isso a partir do original, não das traduções)

Muitos adoram elogiar as traduções do Millôr basicamente porque... bem, é o Millôr. Só que ele é um dos principais expoentes dessa política de facilitação do texto: apesar de "legíveis", essas traduções estão permeadas com mudanças que vão desde as tradicionais substituições pronominais ("tu" e "vós" por "você", etc; mais alguém lembrou do SdA aqui?) até a reestruturação das frases de um modo que, para quem conhece a obra do Millôr, consegue ver que as peças acabam tornando-se menos shakespeareanas e as mais millorianas possíveis. Esse é um dos principais problemas nas traduções feitas por autores: embora sejam muito belas, e aparentemente pareçam fluir melhor, elas também são as menos fiéis ao original, pois tais escritores colocam muito de seu próprio estilo de composição nelas, de maneira que acabam tornando-se obras completamente diferentes (muito mais diferentes do que já se poderia esperar de traduções) do original, praticamente uma "adaptação do texto X do autor Y pelo autor Z". (Só pra deixar claro: não tenho nada contra o Millôr como escritor, muito pelo contrário; mas como tradutor shakespeareano, ele realmente deixa a desejar.) De qualquer forma, essa é uma questão muito longa, e é melhor deixá-la para outra hora e lugar. :mrgreen:

Eu gosto das traduções do Millor - pelo menos das duas que li (Noite de Reis e Hamlet). Sinto que ele foi, no mínimo, cuidadoso com as traduções, e soube resolver alguns problemas que surgiram de forma que outros não conseguiram (inclusive a Barbara, que tanto elogiam).

O porém é que deixou de fora algumas coisas - e não se sabe bem o motivo. Isso eu acho que prejudica a leitura de quem não sabe Inglês e não tem oportuniade de ler os originais, uma vez que fica sem alguns momentos do todo.

Mas enfim, se você já leu o original (e para dizer o que disse, acredito que tenha lido), sabe que a tradução de Shakespeare é problemática - inclusive se partir do princípio de que muitas das palavras utilizadas por ele tinham um sentido completamente diferente na época. Um reflexo disso é a quantidade de notas de rodapé em todas as traduções que li e, mais do que isso, nos originais mesmo.


Volta e meia, principalmente nos últimos anos, tem aparecido traduções mais elaboradas, que levam em conta esses aspectos que mencionei, para preservar o máximo possível do sentido e beleza originais das obras do Bardo, mas infelizmente elas são minoria e geralmente passam desapercebidas, para o azar daquele leitor que não domina inglês suficientemente bem para ler Shakespeare no original. :tsc:

Bom, aí entramos em um outro problema também - o da função original do texto, que é o roteiro de uma peça de teatro. Se pensarmos que certas coisas funcionam no inglês, mas não no português temos uma vaga idéia de por que tanto tradutor opta por um outro estilo de tradução quando lida com o trabalho dele. Se retomarmos a questão das notas de rodapé, por exemplo - como isso pode ser repassado para o público? É um problema de tradução, especialmente porque é relevante para a compreensão do todo, não? Eu acredito que seja por isso que no momento em que sem a nota de rodapé o texto ficaria "incompreensível" para quem assiste a peça, o autor optou por "simplificar".

A Barbara Heliodora, por exemplo, faz um texto para teatro, para ser encenado. E toma certas liberdades, como mover uma frase para a fala seguinte que - se fôssemos considerar a tradução como um texto para ser lido, e não encenado - eu jamais concordaria. Mas no final das contas, o que acontece? Ela é uma das tradutoras mais respeitadas ao lado do O'Shea - que também faz um trabalho mais voltado à encenação, uma vez que cumpre o próposito de traduzir um Shakespeare para ser encenado.
 
O tom de Shakespeare era qualquer coisa perto de um Guimarães Rosa em Grande Sertão: o coloquial com o elaborado. Ao mesmo tempo que ele utiliza os tu e vós da vida (sim, eu sei que isso não é o 'mais elaborado', mas enfim, não consigo pensar em outro exemplo), ele recheia o texto de momentos como o "Sua puta!" de Antônio para Cleópatra. Isso para não falar da linguagem dos atenienses "comuns", em Sonhos de Uma Noite de Verão, por exemplo.

O que eu quero dizer é: a linguagem dele é rica - o que não significa que não seja coloquial em alguns momentos.

Sem dúvida, tanto o formal quanto o coloquial estão presentes nas peças dele. O problema é que a maioria das traduções é feita de um modo que o texto fica totalmente coloquial, sem distinção entre as falas de personagens de origens diferentes. Fica como se todos fossem "atenienses comuns", inclusive os reis (vide o Hamlet do Millôr, por exemplo, além do SdA que citei, onde também há simplicação da pior espécie, principalmente porque o trabalho lingüístico de Tolkien tem um peso enorme na obra toda). A coisa é nivelada por baixo, o que definitivamente não é bom.

Eu gosto das traduções do Millor - pelo menos das duas que li (Noite de Reis e Hamlet). Sinto que ele foi, no mínimo, cuidadoso com as traduções, e soube resolver alguns problemas que surgiram de forma que outros não conseguiram (inclusive a Barbara, que tanto elogiam).

O porém é que deixou de fora algumas coisas - e não se sabe bem o motivo. Isso eu acho que prejudica a leitura de quem não sabe Inglês e não tem oportuniade de ler os originais, uma vez que fica sem alguns momentos do todo.
Acredite, apesar de tudo que eu falei das traduções dele, eu também gosto delas... em certa medida. Dentro dessa linha das "traduções facilitadas", as dele sem a menor sombra de dúvida são as melhores, tendo em vista que existem outras na mesma linha que simplesmente dá vontade de jogar no lixo assim que tu começa a ler. Foi como eu disse: embora esse tipo de tradução seja até agradável de se ler devido a fluência do texto (especialmente na mão de alguém que realmente sabe o que e como escrever), o que temos no final não deixa de ser uma adaptação, uma "abridged version" do original - coisa que o Millôr aparentemente fez meio incoerentemente, já que as traduções dele parecem muito mais voltadas para serem lidas como livros em si, e não encenadas, de modo que nem há essa possibilidade de justificativa para elas. O negócio seria perguntar para ele por que raios ele optou por fazer isso. Ele bem pode ter uma boa razão, mas também pode ter feito por simples capricho autoral.

Mas enfim, se você já leu o original (e para dizer o que disse, acredito que tenha lido), sabe que a tradução de Shakespeare é problemática - inclusive se partir do princípio de que muitas das palavras utilizadas por ele tinham um sentido completamente diferente na época. Um reflexo disso é a quantidade de notas de rodapé em todas as traduções que li e, mais do que isso, nos originais mesmo.
Sim, já li no original (e agora que tenho minha edição do Complete Works, posso reler tudo à vontade e mais a fundo para estudos :grinlove:) e sei muito bem o quanto Shakespeare é problemático em tradução - o que, para mim, simplesmente é um dos seus maiores charmes; nenhum tradutor que se preze foge da raia - essas traduções problemáticas via de regra são as mais recompensadoras possíveis! Independente da linha que o tradutor resolva adotar (fidelidade ou simplificação), ele tem que segui-la da melhor maneira possível. O Millôr aparentemente faz bem o que ele se propôs a fazer (seja lá o que ele realmente tenha se proposto a fazer) - o problema é que ele também é uma minoria, e o que abunda são traduções "meia-boca", sejam elas visando uma adaptação para teatro ou não. Traduzir não é simplesmente sentar com o texto original e um dicionário do lado. É preciso conhecer o que se está traduzindo, o mais a fundo e pelo maior número de vertentes semânticas possíveis, para aí então se escolher uma delas e se concentrar nela para deixar a coisa coerente. O problema é que a maioria acha que realmente é só sentar e colocar o texto no Babelfish e pronto.

(Aliás, vou hoje mesmo assistir uma montagem de Hamlet aqui em Porto Alegre, a qual tem sido muito elogiada por quem é da área, tanto literários como teatrólogos; é uma versão que manteve o cenário original, o figurino de época, não aquelas coisas do tipo "Hamlet encontra Matrix", que é o que predomina por aqui; vamos ver se os elogios realmente se justificam - depois eu comento a peça aqui.)

Quanto às notas de rodapé, já falei sobre isso (de um modo geral, mas que serve para Shakespeare também) num outro tópico por aqui, mas não lembro mais em qual. :think:

E, sinceramente, já estou muito tentado a direcionar uma das minhas áres de pesquisa em literatura (que geralmente tem sido ficção de fantasia) na faculdade para a tradução de Shakespeare. É meio batido e todo mundo já fez? Sim, mas acho que não vou sossegar enquanto não tiver a minha versão das coisas. :lol:
 
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Estava relendo isso aqui e tinha que comentar que aquele texto postado na primeira página do tópico, que começa com "Depois de algum tempo você aprende...", não é de Shakespeare. É mais uma daquelas idiotices de auto-ajuda que os desocupados adoram mandar em massa por e-mail e atribuir a autores famosos para posarem de "cool" por isso.

Enfim, tem muita coisa que quero falar sobre Shakespeare, mas tempo de menos para isso no momento - mas farei mais tarde. =]

Concordo com você.
 
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Estava relendo isso aqui e tinha que comentar que aquele texto postado na primeira página do tópico, que começa com "Depois de algum tempo você aprende...", não é de Shakespeare. É mais uma daquelas idiotices de auto-ajuda que os desocupados adoram mandar em massa por e-mail e atribuir a autores famosos para posarem de "cool" por isso.

Enfim, tem muita coisa que quero falar sobre Shakespeare, mas tempo de menos para isso no momento - mas farei mais tarde. =]

Ratifico sua opinião. Shakespeare é "pop" demais, mas pouco lido. Principalmente pela juventude, que perde muito com isso. Para os iniciantes, sugiro o "Sonho de uma noite de verão" e o antigo e sempre novo "Romeu e Julieta". Depois disso, cada um trilhará o próprio caminho.
 
"To be, or not to be,--that is the question:--
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them?"

Hamlet (III, i, 56-61)

De tantos genios em literatura, sem duvida Shakespeare foi um dos maiores. Amores, comedias, historia e tragedias, em forma de pecas, sonetos... sobre que ele nao escreveu?

Qual a sua opiniao sobre William Shakespeare? Quais de seus trabalhos voce leu? Qual voce mais gostou?

Shakespeare eh so para fins didaticos ou pode ser aproveitado de verdade? Shakespeare escrito ou Shakespeare no teatro?
As adaptacoes sao boas o suficiente ou a verdadeira essencia esta apenas nos originais em forma de script?

E quanto aos filmes? Foram eles fieis as pecas?

"Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou growest:
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this and this gives life to thee. "

Sonnet 18 - Shall I compare thee to a summer's day?

Eu li o Rei Lear... e gostei!! O velhinho passou-se mesmo com as filhas, bolas!!!


O TEMPLÁRIO ESTAVA TÃO INTERESSADO NO LIVRO, QUE PARA PRESTAR ATENÇÃO AO QUE ESTAVA A COMER UM DOS IRMÃOS TIROU-LHE O LIVRO. MAS DEPOIS TAMBÉM COMEÇOU A LER E O DONO DO LIVRO E ELE ANDARAM O RESTO DA SEMANA A LER O REI LEAR... :lol:
 
Adoro Shakespeare..Hamlet e Sonho de Uma Noite de Verão são meus favoritos :yep:

Uma vez, em um trabalho de Cênicas meu grupo montou uma cena de Sonho de Uma Noite de Verão, eu amei fazer a Titânia...foi demais!!! :mrgreen:
 
É engraçado, mas depois de assistir a série Roma eu fiquei morrendo de vontade de reler as peças baseadas na história romana de Shakespeare, principalmente Antônio e Cleópatra (que li pela primeira vez ano retrasado e me apaixonei completamente, a Cleópatra é uma bit* :lol: ).
 
Macbeth, com certeza!
Amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo! :grinlove:
Uma das histórias mais geniais criadas por Shakespeare, adoro tudo: os personagens, a história, o final, o início, cada ponto e cada vírgula! :lol: Me cativou desde o começo. Lady Macbeth é A vilã! Não tem pra ninguém!

Se bem que A Tempestade e Hamlet também são demais. Adoro a frase "Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia". :mrgreen:
Depois de ler A Tempestade, morro de vontade de nomear alguma coisa de Miranda, nem que seja minha nova plantinha de estimação :lol:
 
Votei em Otelo, devido a dramaticidade (não que as outras obras não tenham) que me marcou, é impressionante ver até onde o ciúme pode levar o homem.

Outra obra de que gosto muito é Sonhos de uma noite de verão!
 
No meu último aniversário eu ganhei o livro drámatico (acho que esse é o termo para os livros escritos em forma de script ou não?)de Hamlet, confesso que no princípio fiquei receoso pois sempre achava que Shakespeare era um saco, nossa mas como eu estava enganado... o livro é ótimo, impressionante como o autor expressa as emoções dos personagens, parece que você está assistindo à uma novela(bem mais complexa e legal do que essas da tv) enquanto lê.Agora estou correndo atrás de "Sonhos de uma noite de verão" pra ler.
 
No meu último aniversário eu ganhei o livro drámatico (acho que esse é o termo para os livros escritos em forma de script ou não?)

Não, o termo é peça. "Dramático" qualquer gênero de texto pode ser (conto, romance, novela...). Mas claro que entendi o que tu quis dizer e estou basicamente sendo chato (minha especialidade :dente:).

E pode ir atrás das outras peças que tu não vai te arrepender (pelo menos na maioria delas, hehe). :joinha:
 
Sentimentalmente é Sonho de Uma Noite de Verão (fiz o Puck numa montagem do colégio). Racionalmente a preferida é Macbhet. Intriga, sentimento de culpa, crime, elementos perfeitos. E além de tudo tem o discurso do porteiro, que eu considero perfeito. Aliás, Shakespeare sabia da importância das pessoas simples, é o porteiro de Macbeth, o coveiro de Hamlet e o bobo do rei Lear. Eu sou suspeito pra falar. Pra mim toda obra do cara é ótima.

P.S. Não podemos esquecer do discurso de Marco Antônio diante do corpo de Júlio Cesar. Obra-prima da manipulação de sentimentos, "não vim aqui para cantar loas a Cesar"... "Pois Brutus é um homem honrado"... Precioso.
 
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off topic mas nem tanto...
comprei o "1602" 2(?) e na história Shakespeare é sequestrado pelo Dr. Destino, o qual deseja que o bardo escreve seus atos de conquista e o Quarteto fantástico tem que salvar o pobre William. História fraquinha mas é divertido ver o Shakespeare se metendo numa super encrenca, como diria o narrador da sessão da tarde.
 
Obviamente, não li todos os comentários; apenas uma nesga dessa última página. Como já escrevi muito hoje, inicialmente transcrevo um comentário crítico que postei em outro fórum, com uma breve edição:

"O Shakespeare é um dos meus autores prediletos. Suas peças teatrais são as melhores de todos os tempos, figurando entre as mais densas e monumentais obras-primas da literatura mundial, além de ser atemporais e universais. O Shake criou alguns dos personagens mais complexos e contraditórios da literatura, extremamente humanos, repletos de qualidades e defeitos, certezas e dúvidas, paixões e angústias - aliás, ele retratava intensamente a sobreposição das paixões sobre a razão. Hamlet, seu mais complexo e debatido personagem, é um personagem de amplitude psicológica ímpar, suscitando acalorados e eternos debates acerca da sua loucura (realmente simulada ou autêntica?), dos seus limites transitórios de herói a anti-herói (o que o tornam simplesmente e multiplamente homem), etc.

Existem várias citações famosas do Shakespeare, bastante presentes em outras obras literárias, como nas do Machado de Assis, que era vidrado em Shakespeare. Algumas até caíram na boca do povo - se bem que em formas "popularescas". Aliás, a frase mais abrangente da literatura universal talvez seja "Ser ou não ser: eis a questão", um período que abarca, por si só, todas as contradições, escolhas e complexidade humanas."

Uma característica peculiar do Shake, muito presente na sua obra - já li Hamlet, Rei Lear e Otelo -, é a assaz força contundente da comunicação persuasiva no processo de um ser humano sobrepor-se a outro, incitando-o ao erro e, assim, conquistando benesses, seus objetivos profundamente almejados. Um processo psicológico que envolve utilizar-se das fraquezas, desejos mais viscerais e suspeitas do semelhante. O fantasma do pai de Hamlet o instiga à vingança; Iago incita Otelo a matar a esposa, Desdêmona, e assim desgraçar a própria vida.
 
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Obviamente, não li todos os comentários; apenas uma nesga dessa última página. Como já escrevi muito hoje, transcrevo um comentário crítico que postei em outro fórum, com uma breve edição:"O Shakespeare é um dos meus autores prediletos. Suas peças teatrais são as melhores de todos os tempos, figurando entre as mais densas e monumentais obras-primas da literatura mundial, além de ser atemporais e universais. O Shake criou alguns dos personagens mais complexos e contraditórios da literatura, extremamente humanos, repletos de qualidades e defeitos, certezas e dúvidas, paixões e angústias - aliás, ele retratava intensamente a sobreposição das paixões sobre a razão. Hamlet, seu mais complexo e debatido personagem, é um personagem de amplitude psicológica ímpar, suscitando acalorados e eternos debates acerca da sua loucura (realmente simulada ou autêntica?), dos seus limites transitórios de herói a anti-herói (o que o tornam simplesmente e multiplamente homem), etc.Existem várias citações famosas do Shakespeare, bastante presentes em outras obras literárias, como nas do Machado de Assis, que era vidrado em Shakespeare. Algumas até caíram na boca do povo - se bem que em formas "popularescas". Aliás, a provável frase mais abrangente da literatura universal talvez seja "Ser ou não ser: eis a questão", um período que abarca, por si só, todas as contradições, escolhas e complexidade humanas."Uma característica peculiar do Shake, muito presente na sua obra - já li Hamlet, Rei Lear e Otelo -, é a assaz força contundente da comunicação persuasiva no processo de um ser humano sobrepor-se a outro, incitando-o ao erro e, assim, conquistando benesses, seus objetivos profundamente almejados. Um processo psicológico que envolve utilizar-se das fraquezas, desejos mais viscerais e suspeitas do semelhante. O fantasma do pai de Hamlet o instiga à vingança; Iago incita Otelo a matar a esposa, Desdêmona, e assim desgraçar a própria vida.

Sobre Hamlet o buraco é mais embaixo. Shakespeare usa o fantasma do pai para recriar uma situação nos moldes "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" como apresentado na Oréstia. Ou seja: o fantasma aparece para provar que sim, as suspeitas de Hamlet estavam corretas e Claudio matou seu pai.

Assim, é OBRIGAÇÃO dele como filho vingar a morte do pai. Aliás, essa questão das obrigações nas relações pai e filho ficam mais fortes no Rei Lear, de qualquer forma aqui o que a aparição faz é confirmar.

Diga-se de passagem, Hamlet é todo sobre vingança. Um ato leva ao outro, quase como um efeito dominó. E bem, as conseqüências disso são aquelas que vemos no final, certo? =]
 
Também não podemos esquecer da relação de Hamlet com sua mãe. Fato que quase levou Freud, profundo estudioso da obra Shakesperiana, a chamar o complexo de Édipo de complexo de Hamlet. Isso fica evidenciado na montagem da peça que Hamlet fez para que o rei Cláudio se denunciasse, apropriadamente chamada "A Ratoeira" (armadilha). Só que nessa peça não é o irmão do rei, mas sim o seu sobrinho que o mata, para se casar com a viúva, sua mãe. Na verdade ele se pergunta: matar alguém que cometeu um crime que eu cometeria? Ser ou não ser? Hamlet é na verdade muito mais do que o próprio livro relata.
 
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