Parisio
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Há muitos erros e ruínas de homens, elfos e anões no corpo de lendas de Tolkien, mas o conto de Aldarion e Erendis traz à baila um fracasso único entre os demais: o fracasso do amor romântico, do amor conjugal, quando a regra é, em toda a obra, ser perene, para a vida inteira, ainda que pontuado de tristezas, a não ser pela morte de um dos cônjuges, como no caso de Finwë e sua primeira esposa, ou Amroth e Nimrodel, que na verdade nem chegaram a consumar sua união.
Aldarion e Erendis, à moda dos casais e das narrativas contemporâneas, simplesmente se desentenderam, se separaram e não voltaram atrás: o orgulho e o rancor, sentimentos que até então não vicejavam na ilha de Númenor, sobrepujaram o amor que os ligara.
Por isso, essa narrativa tem para mim o significado de um prenúncio da Ruína de Númenor, um sintoma da sombra que começara a ressurgir nos corações dos homens após séculos de ausência, precisamente - me corrijam se estiver errado - quando Sauron começou a crescer e reorganizar sob sua liderança os servos dispersos de Morgoth.
Aldarion e Erendis, à moda dos casais e das narrativas contemporâneas, simplesmente se desentenderam, se separaram e não voltaram atrás: o orgulho e o rancor, sentimentos que até então não vicejavam na ilha de Númenor, sobrepujaram o amor que os ligara.
Por isso, essa narrativa tem para mim o significado de um prenúncio da Ruína de Númenor, um sintoma da sombra que começara a ressurgir nos corações dos homens após séculos de ausência, precisamente - me corrijam se estiver errado - quando Sauron começou a crescer e reorganizar sob sua liderança os servos dispersos de Morgoth.