Eu acho que as pessoas que conhecem a língua inglesa tendem a, às vezes, usá-la em suas citações. Isso também acontece comigo. E é fácil explicar porquê. Ora, que a nossa língua é belíssima, isso eu já sei, mas para nós que falamos português a vida inteira, todos os dias, falar algo em inglês significa dar uma sonoridade mais expressiva a uma certa palavra ou frase. Se falamos, por exemplo, "Você não pode passar" estaremos falando algo normal e monótono; mas se falarmos "You shall not pass", que significa aproximadamente a mesma coisa, estaremos falando algo grandioso e terrível. Ou seja, falamos a mesma coisa, as únicas coisas que mudam são a ênfase, a sonoridade, e a grandiosidade produzidas. Não tem nada a ver com amor ou não-amor à pátria, e nem com "gosto não se discute", é apenas uma questão de deixar as coisas na forma original. Se foi primeiramente escrito Rivendell, mas foi traduzido para Valfenda, quem quiser falar o último, que fale, mas quem preferir o primeiro, vá em frente!
É claro que eles estão certos em traduzir alguns dos nomes, justamente para atingir às pessoas que não falam inglês. Apesar de que sou completemente a favor do glossário no final do livro com os nomes originais. Seria ótimo porque, às vezes, quando falo com gringos, que leram o livro em inglês, fica difícil a comunicação, justamente porque não sei os nomes em inglês.
Aquelas que falam inglês, devem usufruir de sua sabedoria sem hesitação. Afinal, nenhum de vocês falaria "Hoje vou começar a ler o livro de João Ronaldo Ruela Turquino"... ou falaria?
Até mais,
por Cesar Filho.