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Sobre Gerações...

Um assunto me passou pela cabeça dia desses quando, em um outro fórum, me deparei com uma questão que me deixou intrigado.

Um garoto, que devia ter por volta de 15 anos, me cria um tópico perguntando se os membros mais velhos do fórum, o povo na faixa dos 20 pra cima, tinha inveja dos mais novos, que vivenciam nessa era de internet e afins mais experiências no âmbito sexual etc... Mas não foi o tema em si que me chamou atenção, mas os enunciados por trás dele.

Será que realmente a geração que cresceu com a internet deve ser invejada, ou deveriam eles ter inveja de nós? Vou explicar: A geração "baby boomer", a geração X (pré-computador) e mesmo a geração ainda nascida na primeira metade da década de 80 passaram por determinados tipos de experiência que foram sendo sistematicamente substituídas por um automatismo e empobrecimento sob uma série de aspectos, que vão da precocidade com que se iniciam sexualmente, assim como em uma série de outros aspectos da vida adulta (não, não estou sendo "careta", mas acredito que essa precocidade é muito mais indusida do que espontânea e mata uma etapa importantícima da vida da pessoa, a infância). O próprio contato com pessoas mais velhas pode levar uma criança a ter um amadurecimento externo precoce e forçado, levando ou ela a suprimir e reprimir sua infância cedo demais, ou surtar, como acontece as vezes e já deve ter acontecido aqui no fórum.

Me lembro que há até alguns anos atrás, brincavamos de gente grande, os meninos com seus brinquedos de montar ou carrinhos, as meninas com suas bonecas. Hoje até a televisão incentiva a brincadeira de médico para um público de crianças facilmente influenciáveis, mas que não convencem a mais ninguém senão a eles próprios. Saíndo do âmbito sexual, vemos crianças que desde cedo se envolvem com coisas que parecem bobas mas não são, vide papos com gente mais velha (discutir temas adultos) e mesmo empreendimentos virtuais. A internet confere a vantagem do anonimato, e crianças que poderiam muito bem estar aprendendo alguma coisa se ocupam de assumir identidades falsas pra "brincar de adultas" e tentar conversar em pé de igualdade com gente com muito mais bagagem, e em um mundo de gente grande. Lembram do moleque que conseguiu quebrar um banco na Argentina enquanto brincava de comprar e vender ações na bolsa daquele país?

Aí em começo a pensar no meu caso, com mais calma, e lembrar de coisas que eu tive e não se encontram mais, salvo em situações muito específicas:

Eu fui da última geração que jogou bola na rua e o dia todo (no sentido genérico mesmo), que soltou pipa, que ia pra praia com a família sem a neura de ficar conectado. Eu fui de uma geração que ainda viu programação infantil de qualidade, e que não foi profundamente influenciada por material de qualidade duvidosa, como pilhas de yaoi (aquelas porcarias de mangás incitando e incentivando relações homossexuais) e outras porcarias que são vendidas aqui com forte apelo. Eu fui da geração que ainda pode ouvir Raul Seixas, Cazuza, que viu o Rock-BR 80 no zênite e Armação Ilimitada. Fui da geração que participou de momentos importantes da história do país (minha mãe me levou pra bater panela na Rua no dia das Diretas Já) e por aí vai. Joguei bola de gude, peão, totó, botão e outras coisas que não se vêem mais quase. Eu lia livros, eu pesquisava em enciclopédias, eu descobri o RPG quando ainda era novidade por aqui. Eu vivi experiências únicas com meus amigos e amigas, eu vi Top Gun no cinema, comi Lolo, colecionei O Mundo dos Animais, presenciei Queen lançando sucessos, vi o The Police e o REM surgirem, acompanhei o auge do metal com Power Slave em 1985, vi filmes como ET, Conan e o Feitiço de Áquila quando eram novos, acompanhei uma trilogia descente de Star Wars e cresci por anos sob o mito de uma saga de ficção que valia a pena. Meu primeiro beijo de língua não foi o vulgar mais um de uma fila de várias pessoas num troca-troca, mas com uma menina que namorei por anos. Minhas amizades já duram há décadas, como não vejo durarem as amizades forjadas online. Meus ídolos no futebol ainda jogavam a vida toda no mesmo clube, eu acompanhei o lançamento do Atari, do Nintendo, do Master, e cada um era uma grande novidade, e não mais um video-game em uma interminável lista de consoles que não duram um ano no mercado, eu fiz festa americana, eu pulei quadrilha, eu fazia amigos e amigas no mundo real e nossos encontros não eram todo dia no icq, mas no playground para andar de bicicleta ou brincar de polícia e ladrão. Eu assisti a queda do muro de Berlin, eu lembro de Paul McCartney tocando no Rio, eu ri com os Trapalhões quando o Didi ainda não era apenas a ridícula lembrança de um passado em que tinha graça. Eu vivi uma vida toda no mundo real.

E aí paro, olho em volta e vejo, que de repente não ter me agarrado com um monte de meninas pra quem eu seria apenas mais um não faz tanta diferença. Vejo que a geração net cresce privada de muita coisa, seja por uma carência criativa, uma ressaca de virada de milênio, seja pela própria forma como estão sendo educadas as crianças no mundo virtual. Eu lembro qe no colégio, em véspera de prova, eu me concentrava pra estudar, e estava sempre lendo algo em Off. Meu português aos 16 anos era ótimo. E eu não era a exceção. Meus amigos escreviam maravilhosamente bem, pelo menos os que passavam em boas escolas. E vejo na geração que agora contorna a casa dos 16 um aculturamento de escrever errado, um virtuês, otakês ou sei lá o que é, que torna o texto escrito por adolescentes uma verborréia por vezes ininteligível. Além disso, vivem em um cenário de pobreza artística onde as grandes obras de arte são adaptações de obras mais antigas, salvo raríssimas exceções, e onde porcarias são supervalorizadas (os É o Tchans, as Globelezas e afins).

Não, não estou aqui com um discurso de que "como no meu tempo era melhor", embora isso saia quase que naturalmente. Acho que inclusive os adolescentes de hoje tem muita coisa legal pra aproveitar que eu não tive! Mas por outro lado, vejo que esse é um bom tema pra discussão e não podia passar em branco.

Enfim, aguardo opniões. Alguém se habilita? ;)
 
Vou fazer 18 anos, sou do meio da fabulosa década de 80 e tenho boa memória (uma dádiva, grças a Deus).

Muito do que você falou eu vi e fiz também. Tive uma infância maravilhosa, longe de computadores, sempre brincando de absolutamente tudo. o PC que eu tenho, é esse que eu uso, comprado somente em 2000 (e foi comprado numa boa hora, pois assim não me aprisionei a essa máquina com 10 anos de idade).

Cara, minhas irmãs são pouquissima coisa mais velhas que você, muitas coisas que vocês fizeram eu também tive a oportunidade de fazer graças a elas: jogar Atari (eu ainda tenho essa maravilha aqui, emboras não funcione mais). Tudo bem, sou da época do Mega Drive, minha infância, doce infância. E agora, vivo a época da internet, dos Playstations da vida que vivem mudando a cada ano.

Eu senti o quanto o mundo mudara graças a internet e a tantas outras coisas, como a mídia, por exemplo, quando eu estava no magistério (desisti dessa bagaça porque não tenho vocação pra ensinar crianças). Olha só que estranho: um belo dia de estágio, lá estou eu andando pelo pátio da escola, olhando as crianças se divertirem. A maioria ficava parada, comportando-se como adultos, falando da vida alheia, falando de computador, internet, coisas de adulto que elas nem deveriam se intrometer, etc.... Poucas brincavam como verdadeiras ciranças, poucas alí corriam, se divertiam brincando de "Esconde-esconde", "Amarelinha", entre tantas outras que eu adorava quando criança.

A filha de uma ex-vizinha minha é o pior exemplo de infância perdida. Aos 10 anos, ela andava com a minha turma (nada contra, era uma mistureba total, mas não era turma pra ela e nunca foi), se envolvia em problemas de gente grande, do condomínio onde vivemos. Hoje ela tá com 15 anos, já namorou muito escondio e lá se sabe o que fez, já tomou vários porres e tem um comportamente de um adulto acabado pelo stress; ela não aproveitou muito bem a infância dela, e eu sei bem disso. Com 12 anos ela estava pedindo um celular pra mãe dela....eu com 18 anos nunca tive um e só quero ter quando estiver trabalhando. Agora eu me pergunto: pra quê isso? Com a idade dela eu nunca abri uma lata de cerveja e ela já tomou quase a fábrica da Brahma inteirnha. :( 8O :(

Eu ainda sou da época em que passavam na Xuxa desenhos como He-Man, Thundercats, SMurfs..... peguei o resquício de Snoopy. Sou da verdadeira época de Cavaleiros do Zodíaco e alí tudo já se alterara. Eu lembro que com 6 anos de idade minhas irmãs me acordavam, em plena manhã de domingo, pra ver o Ayrton Senna correr e toda a família torcer por ele, sem se importar com nada. Hoje em dia, ligo a tv e vejo 500 programas de culinária ,desenhos cada vez mais digitalizados e sem nexo algum, uma programação totalmente alienante.... nem pra ver comercial de Xampú o povo se une mais.

Tenho pena da minha sobrinha, sabe. Ela sim vai viver essa geração internet com total força. Ela jamais pegará um livro pra pesquisar um trabalho de escola. Ela simplesmente vai ligar o computador e vai imprimir o trabalho todinho, sem ao menos se interessar pelo material alí contido.



Cara, eu concordo plenamente com você. Foi até bom pra mim ter lido o que você escreveu. Sou nova ainda, mas senti muito na pele essa mudança repentina.
E agradeço a Deus por ter vivido uma boa infância!
 
bom,tenho 14 anos e posso dizer q fiz muitas das coisas q vc fez e, ao msm tempo, nao fiz mtas outras coisas, pois, tbm, acredito q cada época é uma época.

joguei futebol de botao, brinquei de carrinho, joguei super nintendo e mega drive, e, um pouco mais velho, o nintendo 64. Acordava de manha p/ ver corrida(hj em dia até acordo as vezes), vi grandes filmes como titanic, senhor dos aneis, o rei leao(qdo realmente era pequeno) e, apesar de ter um pc quase desde d q eu nasci em ksa(minha mae e meu pai se formaram em computaçao, por isso a necessidade d se ter um em ksa) eu quase nao usava-os. Ia, qdo mto pequeno, no parque ibirapuera todo domingo, uma epoca dpois era todo domingo viajar p/ uma cidade do interior de sampa... ia para uma escola de esportes fazer varios esportes, e foi de la q nasceu minha paixao pelo handebol, vi romario, parreira, ronaldo, rivaldo, batistuta, e mtos outros bons jogadores, vivenciei a o primeiro presidente de esquerda do mundo, protestei contra a coca-cola e o monopolio americano sobre os paises subdesenvolvidos, ouço raul seixas, titans, paralamas, cpm, e, tenho q concordar q meus maiores idolos musicais sao do passado, torci pelo guga, pelo meligeni, torci pelo oscar, torci por bernardinho, torci até por daiane dos santos, meu primeiro bjo foi agora, ha dois meses c/ a mina q até hj namoro e amo, e, acho q apesar das diferenças de épocas e talz, eu num tive uma infancia tao "diferente" da sua, ou melhor, mto mais adulta q a sua.

concordo q há mtos jovens da minha idade q num tem nd na kbça e talz. Mas acho q ainda existem alguns q se salvam, e, mtos deles devem estar neste forum.

tbm nao acho certo sai por ai bjando um mont d mina, sou mto mais bjar uma mina q eu goste e q eu sei q gosta d mim, é uma magia incomparavel, é algo q não ha melhor. nao é pq um bando de gent da minha idade faz isso(a maioria) q todos fazem.

Concordo q apesar d td sou mto mais adulto hj do q vc era na minha idade, isto nao posso negar.

qto ao portugues, se vc entender minha letra, vera q, qdo eu escrevo a mao faço mto poucos erros de portugues, apesar de portugues nao ser minha materia favorita, aki na net eu escrevo mto errado, mas eu num passo isso para os textos q faço p/ a escola por exemplo.

bom...eu so queria dizer, na verdade, q eu acredito q ainda existem, poucos, mas existem, jovens da minha idade q ainda prezao o conhecimento e o amor, q ainda dao valor à historia e a memoria da civilizaçao.
 
Eu acho que o q vc sente é comum, esse saudosismo... Sempre vai existir, as pessoas sempre vao comparar sua infancia com a das crianças de hoje, é como sua vó chegar pra vc e começar a te contar como foi a infancia dela. Os olhos da minha vó ateh brilham qnd ela conta, as artes q ela aprontava, as surras, os medos.

Assim como no futuro acho que essas crianças de hoje sentirão a mesma coisa, é um ciclo.

Sobre a minha infância, eu poderia falar muita coisa, mas meu post ia ficar praticamente a cópia do posta da Idril Nénmacil hehehe.

Isso me lembrou o aniversario de um amigo. Tava tarde ja e a gente sentado na calçada conversando, aí do nada um fala "a nao, vamo fazer alguma coisa q tedio" ai o outro: "vamo brincar de esconde-esconde"

ai a gente la no meio da rua tarde pra caramba brincando de esconde-esconde, putz, tinha um carro da policia estacionado na rua do lado e a gente passou correndo do lado, hora q percebemos q era policia trememos tudo huahua.
 
vivenciei a o primeiro presidente de esquerda do mundo

Você não era nascida quando esse cara assumiu o governo dele... Havia presidentes de esquerda pelo mundo já no início do século passado.


Eu acho que o q vc sente é comum, esse saudosismo... Sempre vai existir, as pessoas sempre vao comparar sua infancia com a das crianças de hoje, é como sua vó chegar pra vc e começar a te contar como foi a infancia dela. Os olhos da minha vó ateh brilham qnd ela conta, as artes q ela aprontava, as surras, os medos.

Você não entendeu muito bem o que eu pus em questão aqui. Eu frisei que não se trata de discutir "como era bom antes" mas sim ver sintomas de um problema que se abate especificamente sobre essa geração de agora. Tanto que me referi ao agora especificamente, não incluindo gente que nasceu até mais de meia década depois de mim.

Eu não escrevi um post pro Clube da Nostalgia, mas sim um post denunciando coisas que observo que não são saudáveis pros jovens de agora. Sou saudoso? Sou sim, mas procurei separar bem as duas coisas.


Assim como no futuro acho que essas crianças de hoje sentirão a mesma coisa, é um ciclo.

Ciclos são holísticos. Vão e voltam.


Isso me lembrou o aniversario de um amigo. Tava tarde ja e a gente sentado na calçada conversando, aí do nada um fala "a nao, vamo fazer alguma coisa q tedio" ai o outro: "vamo brincar de esconde-esconde"

ai a gente la no meio da rua tarde pra caramba brincando de esconde-esconde, putz, tinha um carro da policia estacionado na rua do lado e a gente passou correndo do lado, hora q percebemos q era policia trememos tudo huahua.

Eu conheço um monte de crianças hoje que nunca ouviram falar dessa brincadeira. Nem era das minhas prediletas, mas mesmo assim fez parte e pelo menos em grupos grandes era divertidíssima!

Cara, minha idéia com o tópico foi focar na série de experiências típicas de infância que a geração que cresceu com a internet está deixando de vivenciar, de um modo geral. Sobretudo no final do post eu frisei bem isso.
 
Hora de um mega-post...

Primeiro, temos que entender de onde surge o conceito de infância que a maioria das pessoas com mais de 20 anos tem. A visão romantizada da infância como um período de inocência, de brincadeiras com amigos, e comer bolo assistindo tv é uma releitura do ideal vitoriano/iluminista do séc. XIX. Antes disso, crianças trabalhavam nas minas de carvão, em fábricas, fazendas, e outros lugares. As poupadas eram apenas as de famílias mais ricas. Voltando mais ainda, antes da "viravolta cristã na Europa" lá pro séc IX ou X, crianças de alguns povos europeus podiam participar de bacanais e se embebedarem. Algumas eram treinadas a vida inteira como guerreiros, outros como artesãos, outros como peões religiosos, e ainda como sacrifício para divindades(isso um pouco mais cedo, no séc I e II). Então, não dá pra dizer que isso que foi vivido é o correto, embora ensinem isso veementemente.

Depois, a questão é de certa forma estranha, pois muitas pessoas de sua geração tiveram experiências bem diferentes. Alguns(muitos) brincavam de "mediquinho", outros precisavam ajudar a família arrumando um emprego(minha mãe começou a trabalhar com 11 anos). Também haviam aqueles que se alienavam completamente mergulhando no mundo de quadrinhos, televisão, e pq não videogame.

Mas de forma geral entendo o que você quiz dizer, e o que acredito é que a minha geração tem muito mais escolhas, muito mais possibilidades, mas nem sempre está preparada para fazê-las do modo correto. Porcaria, pornografia, violência, vish, tem em todo canto, em todas as circunstâncias, e se manifesta de formas diferentes. Às vezes é aquele vizinho que bate na mulher e que ninguém fala nada, nas discussões com gente mais velha, em enlatados americanos(que moldaram muitas gerações), no sacerdote(entendam que eu não me refiro a alguma religião específica) pedófilo, na turminha do "bairro vizinho" que consumia drogas, no avô alcoolatra, na tia deprimida...

De forma geral, resumindo muito, o culpado não é "A Boquinha da garrafa" ou os seios de Britney Spears no video Toxic, ou ainda o GTA Vice City. É o suporte que cada um tem para lidar com esses estímulos. Seja o pai, a mãe, o tio, um professor, um ídolo cultural, é sempre necessário dar suporte para a criança se desenvolver e ser um ser social pleno. Esse é o âmago da infância: montar seu kit de sobrevivência para o mundo real.

[O parágrafo seguinte não icentiva pessoas a pirataria. não me refiro a pirataria em momento algum. Muitos músicos mantém sites de onde vc pode ouvi-los de graça, vê-los de graça, e tudo legalmente. Quanto aos livros, muitos suplementos podem ser achados gratuitamente no site oficial das companhias]

Eu tenho um computador em casa desde os meus 5 anos de idade(sim, em 1992). E um com acesso à internet desde 1996/97. E eu não morri por causa disso. Ao contrário. Eu pude ter acesso a outros pontos de vista, a outras culturas, a mais possibilidades; que fizeram-me ser muito mais tolerante e curioso. Pude encontrar, graças mesmo à internet, um estilo de música que é exatamente o que anseava ouvir, mas nunca teria oportunidade de fazê-lo se não fosse a internet. Pude achar um estilo de filmes, e até mesmo aprender sobre técnicas de filmagem , graças ao pc. Tive a oportunidade de achar livros bons, aos quais normalmente só teria acesso via acaso(sim, eu sou um daqueles que descobriu a saga do anel lendo sobre isso, e não vendo). Pude pegar material de RPG sem ter que entregar um fígado por um livro ou uma ficha.

E entendo que poderia ter me perdido totalmente durante o processo, mas foi a base qeu recebi dos meus pais e de muitos desenhos educativos que assisti quando era pequeno, e livros tb, que hoje sei o que é absolutamente ridículo, o que pode ser levado a sério e o que tem validade.

E essa base não atribuo a épocas ou a comportamentos. Pq já sofri mais tentando jogar futebol e empinar pipa do que jogando GTA. E isso é sério.

P.S.: eu não me considero um adolescente brasileiro normal. Sou excêntrico(como os mais bondosos dizem) pq pude conviver com pontos de vista diferentes do meu, de culturas diferentes da brasileira ou americana de um modo geral. E aprendi que não há algo errado nisso, ao contrário do que muitos já tentaram me convencer.
 
Em primeiro lugar Guilherme, meus parabéns cara! Belíssimo post!

Vamos a questão então.

Primeiro, temos que entender de onde surge o conceito de infância que a maioria das pessoas com mais de 20 anos tem. A visão romantizada da infância como um período de inocência, de brincadeiras com amigos, e comer bolo assistindo tv é uma releitura do ideal vitoriano/iluminista do séc. XIX.

Sim, sim, e a adolescência enquanto grupo diferenciado foi um conceito mercadológico criado no pós-guerra. :mrgreen:


Antes disso, crianças trabalhavam nas minas de carvão, em fábricas, fazendas, e outros lugares. As poupadas eram apenas as de famílias mais ricas.

Aí a gente entra em uma discussão de desigualdade social, que não era bem o cerne do tópico.

Voltando mais ainda, antes da "viravolta cristã na Europa" lá pro séc IX ou X, crianças de alguns povos europeus podiam participar de bacanais e se embebedarem.

Sim, sim... E que belos adultos se tornavam...
A humanidade evoluiu de lá pra cá, ainda bem.


Algumas eram treinadas a vida inteira como guerreiros, outros como artesãos, outros como peões religiosos, e ainda como sacrifício para divindades(isso um pouco mais cedo, no séc I e II). Então, não dá pra dizer que isso que foi vivido é o correto, embora ensinem isso veementemente.

Bom, assim abrimos o assunto pra algo muito mais amplo do que o tópico se propunha. Acabariamos discutindo culturas, períodos históricos, sociologia, e outras coisas. Sobre os artesãos, bom, era um ofício familiar, e os pais passavam para os filhos tal conhecimento. Imagino que seja bastante edificante um pai se relacionar com o filho de forma tão bacana a ponto de prepará-lo para assumir seu trabalho no futuro. É bem diferente do pai que fala menos com o filho do que o fulaninho do outro canto do mundo com quem ele se corresponde no ICQ. Saca a diferença?


Depois, a questão é de certa forma estranha, pois muitas pessoas de sua geração tiveram experiências bem diferentes. Alguns(muitos) brincavam de "mediquinho", outros precisavam ajudar a família arrumando um emprego(minha mãe começou a trabalhar com 11 anos). Também haviam aqueles que se alienavam completamente mergulhando no mundo de quadrinhos, televisão, e pq não videogame.

Você está tratando de casos específicos, e eu frisei que estava fazendo uma abordagem geral. Se a gente for pegar a exceção da exceção, fica impossível fazer qualquer análise sobre qualquer coisa.

É claro que havia gente legal no partido nazista, é claro que nem todo o americano despreza a cultura alheia, etc... Mas isso nos impede de julgar momentos, contextos e situações por conta das exceções? Elas devem ser lembradas, mas nem por isso servir de empencilho pra uma analise crítica do caso geral.


Mas de forma geral entendo o que você quiz dizer, e o que acredito é que a minha geração tem muito mais escolhas, muito mais possibilidades, mas nem sempre está preparada para fazê-las do modo correto.

Teve possibilidades diferentes, eu diria. O problema é que essas coisas tem chegado as crianças muito cedo. E pior, de uma forma tão tentadora que acaba fazendo com que as mesmas abdiquem de outras coisas que são importantes em pró dessas.


Porcaria, pornografia, violência, vish, tem em todo canto, em todas as circunstâncias, e se manifesta de formas diferentes. Às vezes é aquele vizinho que bate na mulher e que ninguém fala nada, nas discussões com gente mais velha, em enlatados americanos(que moldaram muitas gerações), no sacerdote(entendam que eu não me refiro a alguma religião específica) pedófilo, na turminha do "bairro vizinho" que consumia drogas, no avô alcoolatra, na tia deprimida...

Cara, você citou criminosos, pessoas frustradas e casos de patologia. Não são bem o que eu propus discutir aqui no tópico.


De forma geral, resumindo muito, o culpado não é "A Boquinha da garrafa" ou os seios de Britney Spears no video Toxic, ou ainda o GTA Vice City.

Sim, são culpados em parte sim. A TV passa muitos valores pras crianças em idade tenra. Os pais tem que trabalhar, e a TV é uma mídia por vezes muito irresponsável. Esses valores são transmitidos pras crianças, e por mais que sejam bem educadas pelos pais, as vezes não tem estrutura ainda, pela própria idade, pra lidar com isso.


É o suporte que cada um tem para lidar com esses estímulos. Seja o pai, a mãe, o tio, um professor, um ídolo cultural, é sempre necessário dar suporte para a criança se desenvolver e ser um ser social pleno. Esse é o âmago da infância: montar seu kit de sobrevivência para o mundo real.

Concordo em gênero, número e grau. A questão é: As crianças, na grande maioria dos casos, tem tido tempo para se preparar pro mundo real, e estão os pais, de modo geral, também cientes disso e aptos pra tratar da melhor forma?


Eu tenho um computador em casa desde os meus 5 anos de idade(sim, em 1992). E um com acesso à internet desde 1996/97. E eu não morri por causa disso. Ao contrário. Eu pude ter acesso a outros pontos de vista, a outras culturas, a mais possibilidades; que fizeram-me ser muito mais tolerante e curioso. Pude encontrar, graças mesmo à internet, um estilo de música que é exatamente o que anseava ouvir, mas nunca teria oportunidade de fazê-lo se não fosse a internet. Pude achar um estilo de filmes, e até mesmo aprender sobre técnicas de filmagem , graças ao pc. Tive a oportunidade de achar livros bons, aos quais normalmente só teria acesso via acaso(sim, eu sou um daqueles que descobriu a saga do anel lendo sobre isso, e não vendo). Pude pegar material de RPG sem ter que entregar um fígado por um livro ou uma ficha.

Sim, isso é legal. Veja bem, eu não tiranizei a internet. Eu mesmo fui um que me vali da internet como supervia de informação muito cedo. A questão aqui não é dizer que a internet é ruim, apenas constatar um fenômeno que tem se dado com os jovens expostos as possibilidades oferecidas pela internet, a nível de relacionamento interpessoal e ascesso a informação, muito cedo, e suas consequências.


E entendo que poderia ter me perdido totalmente durante o processo, mas foi a base qeu recebi dos meus pais e de muitos desenhos educativos que assisti quando era pequeno, e livros tb, que hoje sei o que é absolutamente ridículo, o que pode ser levado a sério e o que tem validade.

Você é a exceção, não a regra. :D


E essa base não atribuo a épocas ou a comportamentos. Pq já sofri mais tentando jogar futebol e empinar pipa do que jogando GTA. E isso é sério.

Eu nunca disse que era bom nisso. Mas foi importante pro meu desenvolvimento. Esporte, jogos em equipe, esse tipo de coisa faz um bem danado pra crianças em idade de formação. É um aprendizado e uma forma de se manterem saudáveis.


Mas cara, teu post foi muito legal. Sinta-se a vontade e manda ver no que tiver pra dizer. :D
 
Primeiro, o Eru comentou uma mensagem minha! AHHH :lol:
Eru disse:
Antes disso, crianças trabalhavam nas minas de carvão, em fábricas, fazendas, e outros lugares. As poupadas eram apenas as de famílias mais ricas.

Aí a gente entra em uma discussão de desigualdade social, que não era bem o cerne do tópico.

Eu entendo o que você diz... e conocrdo em partes, já que a maioria das pessoas desse mundo são pobres. Sim, isso foi um pouquinho offtopic, mas eu adoro esses assuntos, então não resisti.

Eru disse:
Voltando mais ainda, antes da "viravolta cristã na Europa" lá pro séc IX ou X, crianças de alguns povos europeus podiam participar de bacanais e se embebedarem.

Sim, sim... E que belos adultos se tornavam...
A humanidade evoluiu de lá pra cá, ainda bem.

Pois é... eu não sei dizer bem. Embora eu acredite mesmo que isso não seja saudável, eu não consigo entender a história como uma evolução, necessariamente. Os egípcios possuíam uma sociedade muito complexa, com mulheres livres, homens devotados a sua fé e ao seu trabalho, crianças que podiam ser educadas, um incrível volume de conhecimento, e "depois" prassamos pra idade média. Eu não acredito na visão renascentista da idade média, como uma noite de 1000 anos, mas com certeza muitos atrazos ocorreram. Mas esse não é o foco da questão, certo?

A questão era o tipo de adultos que se tornavam. Eu não me arrisco a dizer pq não conheci nenhum deles... Talvez para nossos valores ocidentais eles tenham virado pessoas odiosas e patológicas, mas a sociedade da época conseguia lidar com isso normalmente.

Eru disse:
Algumas eram treinadas a vida inteira como guerreiros, outros como artesãos, outros como peões religiosos, e ainda como sacrifício para divindades(isso um pouco mais cedo, no séc I e II). Então, não dá pra dizer que isso que foi vivido é o correto, embora ensinem isso veementemente.

Bom, assim abrimos o assunto pra algo muito mais amplo do que o tópico se propunha. Acabariamos discutindo culturas, períodos históricos, sociologia, e outras coisas. Sobre os artesãos, bom, era um ofício familiar, e os pais passavam para os filhos tal conhecimento. Imagino que seja bastante edificante um pai se relacionar com o filho de forma tão bacana a ponto de prepará-lo para assumir seu trabalho no futuro. É bem diferente do pai que fala menos com o filho do que o fulaninho do outro canto do mundo com quem ele se corresponde no ICQ. Saca a diferença?

Sim, eu entendo que esse assunto tende a se expandir, então devemos sempre tentar firmar o foco pra não espalhar as coisas... mas de certa forma, é necessário às vezes discutir este tipo de coisas, pq fazem parte do assunto. Temos que admitir que uma "infância convencional"(sim, um pouco de sarcasmo), por muito tempo foi privilégio de crianças ricas.

Quanto ao aspecto tradicional.... talvez elas achassem um saco terem que ouvir o pai ensinando como fazer couro, ou como fabricar espadas. mas novamente isso é apenas uma suposição sem validade. Mas sério mesmo, compreendo o que você diz da tradição familiar(embora eu pessoalmente ficaria muito p*** com meu pai se ele tentasse me ensinar os ofícios dele...ahahah).

Eru disse:
Depois, a questão é de certa forma estranha, pois muitas pessoas de sua geração tiveram experiências bem diferentes. Alguns(muitos) brincavam de "mediquinho", outros precisavam ajudar a família arrumando um emprego(minha mãe começou a trabalhar com 11 anos). Também haviam aqueles que se alienavam completamente mergulhando no mundo de quadrinhos, televisão, e pq não videogame.

Você está tratando de casos específicos, e eu frisei que estava fazendo uma abordagem geral. Se a gente for pegar a exceção da exceção, fica impossível fazer qualquer análise sobre qualquer coisa.

É claro que havia gente legal no partido nazista, é claro que nem todo o americano despreza a cultura alheia, etc... Mas isso nos impede de julgar momentos, contextos e situações por conta das exceções? Elas devem ser lembradas, mas nem por isso servir de empencilho pra uma analise crítica do caso geral.

Honestamente, não sei até que ponto são casos específicos. Muitas( digo muitas mesmo) crianças passaram por isso.

Eru disse:
Mas de forma geral entendo o que você quiz dizer, e o que acredito é que a minha geração tem muito mais escolhas, muito mais possibilidades, mas nem sempre está preparada para fazê-las do modo correto.

Teve possibilidades diferentes, eu diria. O problema é que essas coisas tem chegado as crianças muito cedo. E pior, de uma forma tão tentadora que acaba fazendo com que as mesmas abdiquem de outras coisas que são importantes em pró dessas.

Respeito sua opinião. E concordo em muitos aspectos.

Eru disse:
Porcaria, pornografia, violência, vish, tem em todo canto, em todas as circunstâncias, e se manifesta de formas diferentes. Às vezes é aquele vizinho que bate na mulher e que ninguém fala nada, nas discussões com gente mais velha, em enlatados americanos(que moldaram muitas gerações), no sacerdote(entendam que eu não me refiro a alguma religião específica) pedófilo, na turminha do "bairro vizinho" que consumia drogas, no avô alcoolatra, na tia deprimida...

Cara, você citou criminosos, pessoas frustradas e casos de patologia. Não são bem o que eu propus discutir aqui no tópico.

Cara, desenhos violentos, sexualidade pré-adolescente e outras coisas do gênero são patologias. Patologias sociais. São um reflexo das coisas que acontecem.

Eru disse:
De forma geral, resumindo muito, o culpado não é "A Boquinha da garrafa" ou os seios de Britney Spears no video Toxic, ou ainda o GTA Vice City.

Sim, são culpados em parte sim. A TV passa muitos valores pras crianças em idade tenra. Os pais tem que trabalhar, e a TV é uma mídia por vezes muito irresponsável. Esses valores são transmitidos pras crianças, e por mais que sejam bem educadas pelos pais, as vezes não tem estrutura ainda, pela própria idade, pra lidar com isso.

Opa, calma aí.... a "culpa" é dos pais de confiarem suas crias à TV. A mídia quer ganhar dinheiro em cima de tudo, e eles estão pouco se lixando com as consequências disso(claro que isso é obseno, mas é real. Nào os defendo ou os justifico de forma alguma). Ou dos pais que instalam ICQ pros filhos terem com quem conversar.(uh, Freud se acabaria de escrever vivendo em nosso mundo atual)

Eru disse:
É o suporte que cada um tem para lidar com esses estímulos. Seja o pai, a mãe, o tio, um professor, um ídolo cultural, é sempre necessário dar suporte para a criança se desenvolver e ser um ser social pleno. Esse é o âmago da infância: montar seu kit de sobrevivência para o mundo real.

Concordo em gênero, número e grau. A questão é: As crianças, na grande maioria dos casos, tem tido tempo para se preparar pro mundo real, e estão os pais, de modo geral, também cientes disso e aptos pra tratar da melhor forma?

A maioria deles, acredito, não estão aptos. Concordo com seu ponto de vista.

Eru disse:
Eu tenho um computador em casa desde os meus 5 anos de idade(sim, em 1992). E um com acesso à internet desde 1996/97. E eu não morri por causa disso. Ao contrário. Eu pude ter acesso a outros pontos de vista, a outras culturas, a mais possibilidades; que fizeram-me ser muito mais tolerante e curioso. Pude encontrar, graças mesmo à internet, um estilo de música que é exatamente o que anseava ouvir, mas nunca teria oportunidade de fazê-lo se não fosse a internet. Pude achar um estilo de filmes, e até mesmo aprender sobre técnicas de filmagem , graças ao pc. Tive a oportunidade de achar livros bons, aos quais normalmente só teria acesso via acaso(sim, eu sou um daqueles que descobriu a saga do anel lendo sobre isso, e não vendo). Pude pegar material de RPG sem ter que entregar um fígado por um livro ou uma ficha.

Sim, isso é legal. Veja bem, eu não tiranizei a internet. Eu mesmo fui um que me vali da internet como supervia de informação muito cedo. A questão aqui não é dizer que a internet é ruim, apenas constatar um fenômeno que tem se dado com os jovens expostos as possibilidades oferecidas pela internet, a nível de relacionamento interpessoal e ascesso a informação, muito cedo, e suas consequências.

E eu não disse que vc a tiranizou. Mas novamente, acho que as possibilidades se manifestavam antes em outras formas, e a internet é só uma faceta mais desmascarada.

Eru disse:
Você é a exceção, não a regra. :D

Isso eu não posso responder ou comentar.

Eru disse:
E essa base não atribuo a épocas ou a comportamentos. Pq já sofri mais tentando jogar futebol e empinar pipa do que jogando GTA. E isso é sério.

Eu nunca disse que era bom nisso. Mas foi importante pro meu desenvolvimento. Esporte, jogos em equipe, esse tipo de coisa faz um bem danado pra crianças em idade de formação. É um aprendizado e uma forma de se manterem saudáveis.

Compreendo. Mas cara, honestamente, sou traumatizado em esportes de equipe. Sofria pra caramba em cada aula de educação física, ou cada vez que ia jogar vôlei nas férias. É que eu tenho um "probleminha" de coordenação motora, então ninguém me escolhia, e passava o jogo inteiro ouvindo que eu era ruim, que nÃo servia pra nenhum esporte, as pessoas preferiam não me escolher a me colocar num time. Quando vc tem 17 anos, isso passa batido. Mas quando vc tem 9? Tudo bem, isso é muito individual, e não é o foco do tópico. Ah desculpe-me, mas tenho que falar.

No geral, Mestre Eru, eu concordo que existe um problema, mas acho que possuímos pontos de vista diferentes. Mas foi muito bom mesmo discutir sobre isso, fez-me lembrar de que eu não quero ter um filho antes dos 30 e alguma coisa, pq eles são uma responsabilidade muito grande, e é nosso papel fazer a nossa parte de pai bem feita. Acho que a espinha dorsal do tópico é fazer refletir, e vc fez isso, e levou pessoas a fazer o mesmo.
 
Que tópico nostálgico! Mas tudo bem...
O q parece que vc está dizendo é q sua infância foi melhor do q a das pessoas q estão tendo infância agora(mesmo q vc tenha dito q não é isso).
Sobre as crianças de hoje, elas são sim mais precoces do que as de um tempo atrás. Essa é a tendência. Quando eu tinha 11 anos, eu ficava mesmo o dia inteiro no computador. Mas eu tb saia e ia brincar na rua. Existia uma alternância entre esses dias :mrgreen: .
Sobre as coisas q vc vivenciou na infância e adolescência não significa q tenha sido melhor do que as crianças de hoje vivenciam(mesmo q vc não tenha dito isso).
Sobre a televisão de hoje e a internet; os meios de comunicação em geral; com certeza está muito melhor do que a do seu tempo. Existem mais opções(isso pra quem tem condições). é claro q existem muito mais porcarias. Mas a escolha quem faz é vc. Vc escolhe se vc quer assistir "Celebridade" ou um documentário sobre biogenética. Vc faz essas opçôes de acordo com a pessoa q vc é, e isso depende de suas influências.
Existe algum sociológo aqui? Com certeza ele daria uma boa opinião pra gente sobre esse assunto.
 
Bom Eru, desculpa se eu nao focalizei meu post no que vc pretendia, foi soh algo q eu achava q se encaixava no momento.

Talvez pq nao tenha a mesma bagagem intelectual suficiente para discutir ao nivel que vc se propoe, mas eu sou teimoso e vou tentar outra vez :P

Reli o tópico e, bom, eu acho que nao tem pq ter inveja, nenhum dos lados (os antigos adolescentes e os atuais). As épocas são diferentes e a forma de criação tambem, mas diferença nao significa melhor/pior, eh apenas.. diferente?!

A gente pode citar aqui vários momentos que essas crianças de hoje estao perdendo na frente do computador, mas tambem estao ganhando, é como o guilherme, ele cresceu no computador, e isso foi bom pra ele. Essa carga de informação e manipulaçao de hj, como ja foi dito, acredito que dependa mais das bases familiares mesmo como a criança se porta frente a isso.

Um garoto que tem apoio dos pais e informaçao suficiente pode crescer na internet se for bem direcionado para isso, da mesma forma que um garoto q crece soltando pipa pode nao ser um "bom" adulto se nao tiver os dialogos, carinho e apoio dos pais.

Eu sei que nao acrescentei nada ao topico, apenas reafirmei.. desculpa de novo
 
luizfar disse:
Um garoto que tem apoio dos pais e informaçao suficiente pode crescer na internet se for bem direcionado para isso, da mesma forma que um garoto q crece soltando pipa pode nao ser um "bom" adulto se nao tiver os dialogos, carinho e apoio dos pais.

Eu sei que nao acrescentei nada ao topico, apenas reafirmei.. desculpa de novo

Falou e disse! Acho que este tópico vai enfrentar dificuldades pra se manter numa linha de pensamento, mas deve existir pq a discussão tá ficando boa!

Que existe um problema muito sério com as crianças hoje, existe. Mas existiram outros no passado, e haverão muitos outros no futuro. E quanto a vivência, é melhor 10 amigos jogando Warcraft III juntos do que 1 cortando a pipa de todo mundo com cerol.... hahaha

Acredito que o tipo de sociabilização que se configurava a 20 ou 15 anos atrás entre crianças era bem diferente do que é hoje. Mas no final todos acabam aprendendo o que precisam, sejam brincando de esconde-esconde, que-mês, polícia-ladrão, ou CT.
 
E o problema não é só com as crianças. Dentro dessa proposta de discussão do Eru, isto aqui chamou muito a minha atenção:

O próprio contato com pessoas mais velhas pode levar uma criança a ter um amadurecimento externo precoce e forçado, levando ou ela a suprimir e reprimir sua infância cedo demais, ou surtar, como acontece as vezes e já deve ter acontecido aqui no fórum.

Muitos adultos poderiam dizer, com justiça, que preferiam não ter que arcar com esta responsabilidade. Não que eles queiram tratar de assuntos ilícitos para menores. Mas certos ambientes, pelo tipo de atuação que se deseja, não são adequados para pessoas mais jovens. Quando estas se vêem em um ambiente assim, e são confrontadas com a necessidade de serem responsáveis, de mostrarem comportamento maduro, elas fracassam, com todos os problemas que isso acarreta, e os colegas ganham um problema a administrar. É uma situação ruim para todo mundo.
 
Esse tópico está rendendo bem. :)


Guilherme Cristofani disse:
Primeiro, o Eru comentou uma mensagem minha! AHHH :lol:

E daí? Agora eu não entendi... :|





Pois é... eu não sei dizer bem. Embora eu acredite mesmo que isso não seja saudável, eu não consigo entender a história como uma evolução, necessariamente. Os egípcios possuíam uma sociedade muito complexa, com mulheres livres, homens devotados a sua fé e ao seu trabalho, crianças que podiam ser educadas, um incrível volume de conhecimento, e "depois" prassamos pra idade média. Eu não acredito na visão renascentista da idade média, como uma noite de 1000 anos, mas com certeza muitos atrazos ocorreram. Mas esse não é o foco da questão, certo?

Not at all... :lol:


A questão era o tipo de adultos que se tornavam. Eu não me arrisco a dizer pq não conheci nenhum deles... Talvez para nossos valores ocidentais eles tenham virado pessoas odiosas e patológicas, mas a sociedade da época conseguia lidar com isso normalmente.

Na verdade a discussão é sobre o tipo de experiências a que tem sido expostas as crianças atualmente e que vêm forçado um amadurecimento precoce quando ainda não estão preparadas para tal. Uma hipertrofia da infância.


Sim, eu entendo que esse assunto tende a se expandir, então devemos sempre tentar firmar o foco pra não espalhar as coisas... mas de certa forma, é necessário às vezes discutir este tipo de coisas, pq fazem parte do assunto. Temos que admitir que uma "infância convencional"(sim, um pouco de sarcasmo), por muito tempo foi privilégio de crianças ricas.

Nada contra uma eventual fuga do assunto, adoro papear... eheheh Só que eu só não quero que entendam mal o propósito do tópico.


Quanto ao aspecto tradicional.... talvez elas achassem um saco terem que ouvir o pai ensinando como fazer couro, ou como fabricar espadas. mas novamente isso é apenas uma suposição sem validade. Mas sério mesmo, compreendo o que você diz da tradição familiar(embora eu pessoalmente ficaria muito p*** com meu pai se ele tentasse me ensinar os ofícios dele...ahahah).

Bom, era outra realidade, outro universo... Naquela época o sol girava em torno da Terra... ;)


É claro que havia gente legal no partido nazista, é claro que nem todo o americano despreza a cultura alheia, etc... Mas isso nos impede de julgar momentos, contextos e situações por conta das exceções? Elas devem ser lembradas, mas nem por isso servir de empencilho pra uma analise crítica do caso geral.

Honestamente, não sei até que ponto são casos específicos. Muitas( digo muitas mesmo) crianças passaram por isso.


Eru disse:
Opa, calma aí.... a "culpa" é dos pais de confiarem suas crias à TV. A mídia quer ganhar dinheiro em cima de tudo, e eles estão pouco se lixando com as consequências disso(claro que isso é obseno, mas é real. Nào os defendo ou os justifico de forma alguma). Ou dos pais que instalam ICQ pros filhos terem com quem conversar.(uh, Freud se acabaria de escrever vivendo em nosso mundo atual)

Eu não estou inocentando os pais... Mas acho que a TV tem sim a sua parcela de culpa... É como não culpar o fabricante de armas porque morrem vítimas pelas mãos dos soldados que as usam nas guerras.


Eru disse:
E eu não disse que vc a tiranizou. Mas novamente, acho que as possibilidades se manifestavam antes em outras formas, e a internet é só uma faceta mais desmascarada.

Mais fácil. Bem ou mal, havia uma série de fatores que limitavam e dificultavam o acesso das crianças a determinado tipo de informação e determinados tipos de contato. A internet facilitou isso de uma forma assombrosa.


Eru disse:
Compreendo. Mas cara, honestamente, sou traumatizado em esportes de equipe. Sofria pra caramba em cada aula de educação física, ou cada vez que ia jogar vôlei nas férias. É que eu tenho um "probleminha" de coordenação motora, então ninguém me escolhia, e passava o jogo inteiro ouvindo que eu era ruim, que nÃo servia pra nenhum esporte, as pessoas preferiam não me escolher a me colocar num time. Quando vc tem 17 anos, isso passa batido. Mas quando vc tem 9? Tudo bem, isso é muito individual, e não é o foco do tópico. Ah desculpe-me, mas tenho que falar.

Eu te entendo. Não acho que todos devam ser atletas, e eu sei bem do que digo porque odiava atletismo na escola. E eu já passei por esse tipo de coisa... Só que acho que a internet é um substitutivo tentador demais, e isso acaba prejudicando o desenvolvimento da criança quando usado de forma exagerada, e é o que vejo na maioria dos casos. As crianças não se encontram mais tanto pra brincar. Eu percebi o nível da coisa quando um amigo meu ano passado disse que ia "pra night no icq"... Falou de brincadeira, mas tinha um fundo de verdade alí. Me preocupa que uma geração inteira cresça as margens dessa perspectiva.


No geral, Mestre Eru, eu concordo que existe um problema, mas acho que possuímos pontos de vista diferentes. Mas foi muito bom mesmo discutir sobre isso, fez-me lembrar de que eu não quero ter um filho antes dos 30 e alguma coisa, pq eles são uma responsabilidade muito grande, e é nosso papel fazer a nossa parte de pai bem feita. Acho que a espinha dorsal do tópico é fazer refletir, e vc fez isso, e levou pessoas a fazer o mesmo.

É cara, ter filho é algo muito sério. Eu também não teço planos pra ter um tão cedo...
Tomara que tenha funcionado a refleção. Eu sinceramente não me incomodo com opiniões dissonantes, isso é um fórum de discussão, estamos aí pra isso mesmo, pra fazer elas renderem. :mrgreen:



I am Gandalf disse:
O q parece que vc está dizendo é q sua infância foi melhor do q a das pessoas q estão tendo infância agora(mesmo q vc tenha dito q não é isso).

Mais uma vez: O que eu estou querendo dizer é que a geração que está crescendo atualmente está sendo privada de uma série de experiências e está sofrendo um amadurecimento forçado. Não é nada de "melhor ou pior". Eu só detectei um problema pra se discutir sobre ele.


Sobre as coisas q vc vivenciou na infância e adolescência não significa q tenha sido melhor do que as crianças de hoje vivenciam(mesmo q vc não tenha dito isso).

Já respondi isso algumas vezes... :roll:


Sobre a televisão de hoje e a internet; os meios de comunicação em geral; com certeza está muito melhor do que a do seu tempo. Existem mais opções(isso pra quem tem condições). é claro q existem muito mais porcarias. Mas a escolha quem faz é vc. Vc escolhe se vc quer assistir "Celebridade" ou um documentário sobre biogenética. Vc faz essas opçôes de acordo com a pessoa q vc é, e isso depende de suas influências.

Caramba, que fuga do tópico!


luizfar disse:
Bom Eru, desculpa se eu nao focalizei meu post no que vc pretendia, foi soh algo q eu achava q se encaixava no momento.

Talvez pq nao tenha a mesma bagagem intelectual suficiente para discutir ao nivel que vc se propoe, mas eu sou teimoso e vou tentar outra vez :P

Bagagem intelectual é bobagem... Tem mais é que opinar mesmo.


Reli o tópico e, bom, eu acho que nao tem pq ter inveja, nenhum dos lados (os antigos adolescentes e os atuais). As épocas são diferentes e a forma de criação tambem, mas diferença nao significa melhor/pior, eh apenas.. diferente?!

O tópico não é sobre inveja...


Um garoto que tem apoio dos pais e informaçao suficiente pode crescer na internet se for bem direcionado para isso, da mesma forma que um garoto q crece soltando pipa pode nao ser um "bom" adulto se nao tiver os dialogos, carinho e apoio dos pais.

Esses são minoria... Eu estou tratando do caso geral.


Eu sei que nao acrescentei nada ao topico, apenas reafirmei.. desculpa de novo

Não é pra pedir desculpas, cara... Sinta-se a vontade pra falar o quanto quiser aqui. O espaço está aí pra isso.



Guilherme Cristofani disse:
Acho que este tópico vai enfrentar dificuldades pra se manter numa linha de pensamento, mas deve existir pq a discussão tá ficando boa!

Indeed! :D


Que existe um problema muito sério com as crianças hoje, existe. Mas existiram outros no passado, e haverão muitos outros no futuro. E quanto a vivência, é melhor 10 amigos jogando Warcraft III juntos do que 1 cortando a pipa de todo mundo com cerol.... hahaha

Gente, eu não vou explicar de novo... ¬¬
Vocês entenderam...



Entenderam né?
:roll:


Muitos adultos poderiam dizer, com justiça, que preferiam não ter que arcar com esta responsabilidade. Não que eles queiram tratar de assuntos ilícitos para menores. Mas certos ambientes, pelo tipo de atuação que se deseja, não são adequados para pessoas mais jovens. Quando estas se vêem em um ambiente assim, e são confrontadas com a necessidade de serem responsáveis, de mostrarem comportamento maduro, elas fracassam, com todos os problemas que isso acarreta, e os colegas ganham um problema a administrar. É uma situação ruim para todo mundo.

É por aí mesmo, Swan. Vc pegou bem o espírito do tópico.
 
opa, sobre a inveja Eru, eu tava me referindo a isso:

Um garoto, que devia ter por volta de 15 anos, me cria um tópico perguntando se os membros mais velhos do fórum, o povo na faixa dos 20 pra cima, tinha inveja dos mais novos, que vivenciam nessa era de internet e afins mais experiências no âmbito sexual etc...

:D :D :D
 
Eu como mlk de quase 18 nao tenho muito o que dizer de dias antigos e blá blá blá, mas se vcs tão falando de como as gerações mais novas além de hábitos e recursos diferentes muitas vezes invertem valores aí eu já posso dizer alguma coisa.

Não vou ficar me gabando de quando eu era criança eu jogava bola na rua, roubava manga no jardim do vizinho e talz, pq isso não acrescenta muita coisa.

Observo meu vizinhos, e irmãos mais novos de alguns conhecidos, até os mlks mais novos lá da escola, e fico triste, não é um geração saudável, eles valorizam mais a roupas de grife, tenis da marca x, o dinheiro dos colegas que os verdadeiros fatores que mantém uma amizade unida.

Pô, meus amigos, a maioria eu conheço a mais de 10 anos , todos eles continuam meus amigos baseados em laços de confiança, amizade, companheirismo, o que não é muito comum atualmente. Os garotos de hj nao dizem "por favor" nem obrigado, não conversam com os pais, e nem com os pais dos amigos.
Não existe hj algum tipo de preocupação com o outro, e em tratá-lo cordialmente, caramba eu já cansei de levar xingo de muleke de 9 anos na fila da cantina, ou coisa parecida, na minha época isso era raro.

Os pirralhos de hj tendem pra futilidade e superficialidade, é isso q eu to tentando falar, as relações de amizade e namoro se baseiam simplesmente na beleza, cor de pele, e dinheiro, se o cara é popular, se a mina é bonitinha, e talz, já nao se fazem mais crianças como antigamente, hj elas com 11 anos preferem ir pra uma festa dar uns garros, que jogar bola na rua ou pique esconde na pracinha... :roll:

Talvez a causa seja tentativa de se tornarem adultos muito cedo, eu mesmo nao me considero adulto, tô longe de ser, e não me incomodo com isso.
Meu primo de 11 anos se acha responsável para sair pra festas, beber escondido ganhar mesada de várias pilas, mas não é responsável o suficiente para passar de ano sem uma forcinha do professor, ou para escovar os dentes antes de dormir.....

O problema talvez seja dos país, ou da escola, ou até da mídia como muitos dizem, mas sem uma estrutura familiar firme, estável, ( nao to recriminado o divorcio, to dizendo que uma familia unida, com relaçoes saudaveis baseadas no afeto, carinho , compreensao e etc é fundamental para a formação do carater e moral das crianças, existem familias divorciadas que executam essa tarefa perfeitamente :wink: )

Espero não ter fugido muito do tema do tópico, mas tudo q eu pus aki nesse post realmente me incomoda, nao o fiz mais longo com medo de fugir do pedido, e de cansá-los.. dps posto mais.

Essa geração de hj me preocupa, nao como menininhos mimados que se acham adultos, mas como os lideres de amanha. :roll:
 
luizfar disse:
Um garoto, que devia ter por volta de 15 anos, me cria um tópico perguntando se os membros mais velhos do fórum, o povo na faixa dos 20 pra cima, tinha inveja dos mais novos, que vivenciam nessa era de internet e afins mais experiências no âmbito sexual etc...

A suposição de que a vida do pessoal mais velho, de vinte para cima, foi menos rica, já foi bem contestada aqui. Agora, outra coisa que ficou de fora por enquanto é a capacidade que o pessoal mais velho tem de se adaptar ao que a tecnologia e a sociedade, sempre evoluindo, trazem de novidade o tempo todo... quando ele acha que isso vale a pena. Eu até que transo bem a tecnologia do meu tempo, embora tenha aprendido a programar há mais de quinze anos em um computador que tinha 28K de RAM. Supor que por uma diferença de idade de dez anos uma pessoa viva fora de sua época não é válido.

Essa geração de hj me preocupa, nao como menininhos mimados que se acham adultos, mas como os lideres de amanha.

O comportamento que você descreveu não forma líderes. Por mais que a época mude, liderança ainda tem que se basear em respeito e confiança e na capacidade de prover as coisas de que seus subordinados precisam para desenvolverem bem o seu trabalho. Uma falsa aparência de maturidade com um espírito imaturo e fraco por baixo não levam ninguém a lugar nenhum... :roll:
 
O comportamento que você descreveu não forma líderes. Por mais que a época mude, liderança ainda tem que se basear em respeito e confiança e na capacidade de prover as coisas de que seus subordinados precisam para desenvolverem bem o seu trabalho. Uma falsa aparência de maturidade com um espírito imaturo e fraco por baixo não levam ninguém a lugar nenhum...

Não quis dizer que esses jovens se tornarão lideres pelo q eu descrevi, eu só quis lembra q essas crianças com inversão de valores se tornarao na maioria das vezes adultos com o mesmo problema.
 
Certo, creio que estamos de acordo. O tipo de comportamento que você descreveu não forma líderes e nem eu nem você afirmamos isso. :wink:
 
luizfar disse:
opa, sobre a inveja Eru, eu tava me referindo a isso:

Um garoto, que devia ter por volta de 15 anos, me cria um tópico perguntando se os membros mais velhos do fórum, o povo na faixa dos 20 pra cima, tinha inveja dos mais novos, que vivenciam nessa era de internet e afins mais experiências no âmbito sexual etc...

:D :D :D

Eu sei cara... eu sei... mas como eu disse, foi o mote pra despertar uma reflexão sobre algo mais profundo que isso.



Fera disse:
Eu como mlk de quase 18 nao tenho muito o que dizer de dias antigos e blá blá blá, mas se vcs tão falando de como as gerações mais novas além de hábitos e recursos diferentes muitas vezes invertem valores aí eu já posso dizer alguma coisa.

Claro que se tem muito a dizer. Você não precisa ter vivido algo pra falar deste algo, desde que tenha se inteirado a respeito. ;)


Não vou ficar me gabando de quando eu era criança eu jogava bola na rua, roubava manga no jardim do vizinho e talz, pq isso não acrescenta muita coisa.

Eu não me gabei. Apenas falei de coisas que são experiências válidas pra uma criança e que estão sendo gradativamente substituídas por uma iniciação da idade adulta precoce.


Observo meu vizinhos, e irmãos mais novos de alguns conhecidos, até os mlks mais novos lá da escola, e fico triste, não é um geração saudável, eles valorizam mais a roupas de grife, tenis da marca x, o dinheiro dos colegas que os verdadeiros fatores que mantém uma amizade unida.

Bom, isso sempre existiu, confesso. Superficialidade é um imperativo do mundo capitalista. O problema que vejo mais grave é, que se antes uma menininha procurava uma boneca bonitinha da Barbie, hoje busca a boneca arreganhada da Sheila Melo. :|


Pô, meus amigos, a maioria eu conheço a mais de 10 anos , todos eles continuam meus amigos baseados em laços de confiança, amizade, companheirismo, o que não é muito comum atualmente. Os garotos de hj nao dizem "por favor" nem obrigado, não conversam com os pais, e nem com os pais dos amigos.

Eu não sei tanto como a coisa anda. Mas isso faz pensar muito.


Não existe hj algum tipo de preocupação com o outro, e em tratá-lo cordialmente, caramba eu já cansei de levar xingo de muleke de 9 anos na fila da cantina, ou coisa parecida, na minha época isso era raro.

Na verdade isso é um processo que vem de longa data e que se torna cada vez mais e mais explícito. Cordialidade anda fora de moda. :|


Os pirralhos de hj tendem pra futilidade e superficialidade, é isso q eu to tentando falar, as relações de amizade e namoro se baseiam simplesmente na beleza, cor de pele, e dinheiro, se o cara é popular, se a mina é bonitinha, e talz, já nao se fazem mais crianças como antigamente, hj elas com 11 anos preferem ir pra uma festa dar uns garros, que jogar bola na rua ou pique esconde na pracinha... :roll:

É... sem moralismo nem nada, o problema é que as crianças estão fazendo isso muito cedo. Fiquei chocado outro dia quando soube de uma menina de 13 anos que, entre outras coisas, já tinha participado de um menáge a trois com um rapaz de 20 anos.


Talvez a causa seja tentativa de se tornarem adultos muito cedo, eu mesmo nao me considero adulto, tô longe de ser, e não me incomodo com isso.

Se orgulhe disso. O que mais vemos por aí são pirralhos de 13 e 14 anos se achando independentes sem na verdade sê-lo.


O problema talvez seja dos país, ou da escola, ou até da mídia como muitos dizem, mas sem uma estrutura familiar firme, estável, ( nao to recriminado o divorcio, to dizendo que uma familia unida, com relaçoes saudaveis baseadas no afeto, carinho , compreensao e etc é fundamental para a formação do carater e moral das crianças, existem familias divorciadas que executam essa tarefa perfeitamente :wink: )

Na verdade são vários fatores co-existindo pra explicar isso. O legal desses tópicos é que geram debate e acabam abordando vários aspectos do mesmo viés.


Espero não ter fugido muito do tema do tópico, mas tudo q eu pus aki nesse post realmente me incomoda, nao o fiz mais longo com medo de fugir do pedido, e de cansá-los.. dps posto mais.

Cansou não cara, li tudinho e achei válido, como achei válido tudo o que todo mundo tem postado aqui. Não me preocupam tanto como líderes as crianças de hoje, me preocupam sobretudo como os seres humanos de hoje e de amanhã. Até porque liderança é algo que se desenvolve, carisma só ajuda, mas não mantém.
 
Arre diachos.. não vou cotar ninguém senão tenho um tilt!!!

Eru, você virou celebridade. Por isso o faniquito, OK? (preciso explicar coisas para o onisciente? :roll:)

Não é melhor, não é pior. Mas temos como sempre problemas. Vamos nos ater à isso.

Li outro dia, uma das nossas meninas falando sobre como a vovó ensinou a ela o conceito de medo jogando um tomate de não sei que andar "isso é o que aconteceria com você se tivesse pulado daqui"

Me veio à mente, três acontecimentos distintos. Uma crônica que li dez anos atrás, uma tragédia recente, e uma sorte enorme também recente.

Na crônica, o autor estava às voltas com filhos de amigos que vinham visitá-lo. Um moleque nas estrepolias fica dependurado na parede. Ele mais que depressa tira ele de lá esperneando, dando uma bronca enorme. A mãe do fedelho reclama que assim ele perdeu a experiência e ficou traumatizado (8O essa foi a cara que eu fiquei com esse depoimento tão "maternal... Mas ele completa: prefiro esse "trauma" do que o TRAUMA real dele esborrachado depois de cair 10 andares... mais o processo :roll: )

(ah... ele aboliu de seu caderno amigos com filhos :twisted: )

Uma tragédia recente, refere-se a uma menininha que sempre dizia tchau para a mãe da janela, debruçando-se sobre a grade de segurança. A grade já era velha e cedeu. Ela faleceul.

Uma sorte incrível tem a ver com um moleque que pulou do 10o. andar de um edifício (na Asia) e sobreviveu porque deu a sorte de cair em cima de um toldo de loja. Tudo porque tava com medo da bronca do irmão mais velho que perdeu uma partida de videogame.

Essas quatro crônicas, com finais distintos me fizeram pensar em maturidade, crescimento e desenvolvimento. Por mais que durante a história da humanidade tenhamos educado as crianças de formas distintas, de acordo o que se achava adequado à época, SABEMOS hoje que todo ser humano possui estágios de desenvolvimento. E que pular estágios pode ser desastroso, como o menino que pulou do 10o. andar e estaria morto se não fosse a sorte.

Li uma vez um artigo interessante sobre desenvolvimento infantil. Como disse uma vez, há diversas facetas de desenvolvimento, ENTRE os quais está o cognitivo (conhecimento). Mas este não é o principal, e nem deve ser a única preocupação dos pais/professores/sociedade no aprendizado. Há ainda a maturação emocional.

Numa dessas, tive de discordar do Logan... pois uma criança que esteve sujeita a situações estressantes desde muito cedo vai desenvolver uma certa maturidade precoce, mas nem sempre uma maturidade saudável. Cada estágio de desenvolvimento deve ser obedecido, senão você tem um berseker, e não um ser humano.

Da mesma forma, a supressão total de estresses, gera um imaturo emocional. Que pode ter uma bagagem cultural enorme, mas numa situação de estresse sai atirando para todo lado.

Observando ontem crianças num parque da cidade, observei poucos meninos brincando. Mas isso é porque meninos são facilmente seduzidos por elétrons e videogames (desmontá-los por exemplo :mrgreen:). Mas o mais interessante, foi o comportamento de muitos pais.

Eles não sabiam deixar os filhos brincarem.

Exceção do único pai que estava fazendo as coisas corretamente. Ele ficava de braços cruzados por perto :mrgreen: (a filha experimentou o brinquedo de tudo quanto era jeito. Teve hora que ficou pensando em como subir no brinquedo pois tinha enjoado dos jeitos anteriores)

Vi uma sucessão de crianças que não tinham a menor auto-confiança em seus corpos. Não sabiam usar a gangorra, o balanço ou mesmo usar o poste de escorregar. Seus pais ficavam o tempo todo "ajudando" e com isso eles não se sentiam seguros em tentar por conta própria. Faziam brincadeiras monitoradas, como se tivesse de fazer tudo de um jeito só!

Também não sabiam brincar em grupo. Discordavam e queriam do seu jeito. Conclusão: não conseguiam o que queriam e brincavam sozinhas.

(de minha parte, eu fiquei numa gangorra com o Mayoros, e brincamos com algumas crianças que não conseguiam subir na gangorra... que era grande até para nós dois adultos 8O deu medo!!!!)

Volto ao menino do videogame da Asia. Ele pulou do 10o. andar. Tipo, mesmo pulando de 2 metros de altura, uma criança normal sabe que vai ralar o joelho. Que vai doer. Isso se ela já fez isso. (Nada de usar tomates :grinlove: as vezes isso ainda é muito abstrato para a criança)

Não que seja necessário que todo mundo seja um Magic Johnson. Eu odiava volei. Eu era um zero à esquerda. Mas ainda assim, um desenvolvimento corporal significa também um auto-conhecimento de seu próprio corpo. Saber que o suor é uma mistura de uréia e sais, e suar e saber que é salgado é muito diferente. Diria que são coisas complementares.

Temos sim um problema novo. Na década de 80 tivemos uma trupe de pais super-reprimidos que não tinham coragem de botar limites (o caso do moleque da crônica que ficaria traumatizado em não concluir sua experiência).

Esta decada de 90 começo de milênio temos a internet e informações/dados (verdadeiros ou não) acessíveis a mão de todos. Crianças que querem pular etapas de seu amadurecimento.

Sim há escolhas. O problema é que o SER HUMANO normalmente PENSA que quer certas coisas, quando na verdade, quer algo que não tem nada a ver com aquilo. E no caso da escolha de deixar de ser criança, não há volta, não dá para se arrepender e voltar a fingir que é criança e que não precisa encarar o mundo cruel lá fora. (e não estou falando somente de sexo. Uma vez economicamente independente por exemplo , não pode mais ficar pensando que a mesada do pai vai ajudar no fim do mês)

(Se bem que para mim é meio difícil de entender esse negócio de querer crescer, já que com 13 anos fiquei horrorizada em pensar que teria de virar adulta!!!)
 

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