Concordo com a Swanhild.
No que diz respeito à literatura fantástica, Tolkien (a meu ver) é o ápice do gênero.
Obviamente ele foi inspirado e utilizou elementos de textos épicos medievais consagrados, como os Eddas, Kalevala e (em boa parte) o poema Beowulf.
Esses três textos citados, embora não sejam todos de autoria anônima (toma-se como consenso que Snorri Sturluson é o autor do Prose Edda, por exemplo), são compilações de mitos transmitidos oralmente. O autor (quando sendo único) pouco acrescentava de material "original", de sua própria autoria.
É nesse ponto que Tolkien difere dos outros. O Professor não quis ser apenas mais um "compilador": sua meta era criar uma "mitologia" própria... e, convenhamos, ele conseguiu explendidamente.
A influência externa é praticamente inevitável; em face disto, Tolkien fez uso de seu talento como contador de histórias, poeta e escritor para erguer aquilo que é o motivo de estarmos discutindo aqui hoje: seu próprio Edda, seu Kalevala pessoal... o
Silmarillion. (Antes que rebatam isso, lembrem-se que o SdA apenas deriva do Silma, sendo que o primeiro simplesmente não existiria sem o segundo... bom, mas até aí nada mais óbvio...)
Tenham em mente que, ao contrário dos mitos nórdicos, gregos, celtas, etc, que eram criados pelas respectivas sociedades, a "mitologia tolkieniana" foi criada por
um só homem. Tentem refletir sobre o que isso significa, o trabalho e a genialidade necessária para algo desse tamanho. Sem dúvida não é qualquer um que é capaz de tal feito.
Tenho um bom conhecimento tanto da literatura fantástica antiga, medieval como da moderna, podendo fazer assim (embora pessoal, claro), a afirmação de que Tolkien é simplesmente "imbatível" nesse estilo. Praticamente todas as obras do gênero pós-SdA sofreram alguma influência do mesmo... e, ainda assim, até hoje nenhuma chegou sequer perto da qualidade, força e grandeza da mitologia tolkieniana.
E duvido que chegue algum dia.