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Publicar um livro

Mavericco

I am fire and air.
Usuário Premium
Mais cedo ou mais tarde nós, meiapalavrianos, ou ao menos pelo que podemos observar se olharmos um pouco pro lado, vamos querer publicar nossos escritos ou nossas excretas. Mas como? Onde?

Pergunto isso pois eu terminei minha parte e o que fora feito, como diz Lady Macbeth, não pode ser desfeito, e está escrito, e está querendo sair ao prelo. Não sei se existem muitas pessoas aqui que já publicaram seus livros, além do glorioso Tauil, mas existem muitas dúvidas, poucas respostas e muitas incertezas. Vou tentar ser um pouco sumário:

1) É recomendado registrar o livro na Biblioteca Nacional?

2) Existem editoras que tentam apostar nesses "novos talentos", como uma espécie de Raul Gil editorial? Claro que me refiro a editoras que não cobrem dos autores a publicação... Ainda que isso seja algo realmente relativo e difícil de ser concebido, visto que como diz sempre a Anica, editora não é filantropia... Outra coisa interessante seria indicar aquelas editoras que não cobram o livro impresso e físico, encadernado e tudo mais, que sempre custa mais dinheiros imprimir, encadernar e mandar por Correio... :no:

No meu caso eu escrevi uma peça teatral: e, é claro, eu deveria estar procurando uma forma de encenarem-na... Mas eu confesso que não tenho a menor ideia de como isso se dá, e, de algum modo, acho que publicar um livro é mais fácil que montar uma peça.

De toda forma, acho que esse tópico pode ser interessante pro interesse geral, que a parte física do processo artístico sempre dá dores de cabeça um tanto quanto maiores que o ofício de escrever, se tomarmos exemplos como o pobre do Joyce que dançou igual gilete em boca de velho pra publicar o tal dos "Dublinenses".

:tchauzim:
Um Mavericco limpa-vidros pra todos vocês!
 
registrar o livro na biblioteca nacional é o ideal a ser feito pelo autor, se vc tiver dinheiro p gastar. digo isso pq vc precisa fazer um cadastro como autor, q até pouco tempo custava r$160,00 e depois o registro d cada obra a r$10,00. qdo vc fecha com uma editora, ela só vai pagar os r$10,00, pois o cadastro ela já possui, além d ter pessoas q já trabalham com isso e, teoricamente, fazem o processo andar + rápido.

o site www.mesadoeditor.com intermedia os teus trabalhos pra mtas editoras. é 1 começo. isso pq mtas vezes o autor acaba enviando o seu manuscrito p editoras ond o foco é diferente (por exe. manda ficção científica p uma editora q publica só chick lit) e só gastando tempo. a publicação d livros sob demanda pode ser outra solução, mas os exemplares ainda saem 1 tto caros perto dos preços em média nas livrarias (talvez isso veja a se corrigir com o tempo). nada q vc diminuindo o seu lucro ñ aumente as vendas, mas aí é ver a relação custo-benefício. outra alternativa q vem dando resultados, embora ainda singelos no brasil, é a publicação em ebook (veja o caso do alex castro, cujos ebooks depois viraram livros). alguns sites q anotei q publicam sob demanda, em ebook, ou algo parecido:

clubedeautores.com.br
bookess.com
cidadelaeditorial.com.br
agbook.com.br
liro.com.br

createspace.com
lulu.com
iuniverse.com
blurb.com
 
Esse "Mesa do Editor" parece ser um site interessante... Quanto à Biblioteca Nacional, é preciso ser registrado como autor para registrar a obra ou se pode registrar a obra sem ser cadastrado como autor?
 
Pelo site da FBN (http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=28) você poderá fazer o registro de sua obra, se não estiver enganado não precisa de cadastro de autor, mas é bom conferir como está atualmente.A taxa de boleto GRU era de 20 reais. Já mandei alguns escritos para lá e foi tranquilo por sedex (Correios).
 
creio q o ricardo já respondeu. se ñ me engano o cadastro só é obrigatório se vc quiser isbn, além do preço por cada isbn. e atualizou o valor desde a última vez q vi, o registro individual por obra subiu d r$10,00 p r$20,00. isso quer dizer q o cadastro tb deve ter subido pra + d 200 mangos.

ah, +1 site pra lista:

perse.doneit.com.br
 
Carta ao autor inédito e desconhecido



Por Nelson de Oliveira



Texto pertencente ao livro A oficina do escritor: sobre ler, escrever e publicar (Recomendo MUITO)






Caro amigo, tudo o que eu tenho a dizer é:



1. Organize um grupo de estudos.

2. Organize saraus.

3. Crie um site literário.

4. Publique uma revista.

5. Edite você mesmo o seu livro.

6. Funde uma editora.

7. Contrate um agente literário.

8. Participe da vida social literária.

9. Participe de todos os bons concursos literários.

10. Conquiste a simpatia de um escritor veterano.



Que sugestões são essas? O que significa tudo isso? Muito bem, eu vou explicar.

Você vem trabalhando solitariamente há muito tempo, escrevendo, revisando, reescrevendo, lendo, relendo, refletindo, aperfeiçoando sua prosa, ou sua poesia, aperfeiçoando-se, colecionando páginas e páginas de texto limpo e acabado.

Páginas e páginas que devagar foram compondo, de maneira meticulosa e disciplinada, o primeiro livro.

Depois de dois, três, quatro anos solitários trabalhando em silêncio nesse primeiro romance, ou nessa primeira coletânea de contos ou de poemas, você sente que agora é a hora, que este é o momento do passo seguinte: a publicação de seu livro de estréia.

Então você imprime várias cópias dessa primeira obra e as envia às principais editoras do país.

Durante duas semanas, confiante, você espera. Em breve um telefonema entusiasmado, de alguém assombrado com o seu talento, com a sua pujança criativa, dará continuidade à sua carreira literária recém-iniciada.

Os meses passam e nada acontece.

Tempos depois, de metade das editoras chegam as cartas de recusa. Cartas padronizadas, frias, indiferentes. A outra metade nem se dá ao trabalho de recusar.

Então você faz novas cópias de sua primeira obra-prima e as envia para outras editoras, de menor porte (há tantas por aí).

Os meses passam e nada acontece. Mas dessa vez, espicaçado pela insegurança, você não se mantém tão tranqüilo como antes. Durante a espera, a ansiedade vai crescendo e envenenando suas artérias, seu coração, seu sistema nervoso.

Tempos depois, de metade das editoras de médio porte chegam as antipáticas cartas de recusa.

Irritado, angustiado, despeitado, você agora mira nas editoras pequenas (há tantas por aí) e a história torna a se repetir.

O veneno que corrói suas entranhas foi ficando mais e mais agressivo em todos esses meses de espera. Afinal, durante esse longo tempo — um ano? —, quantos livros medíocres não foram lançados pelas editoras grandes, médias e pequenas?

Muitos!

Dezenas de romances e coletâneas aguados, escritos por gente sem talento.

Nesse longo ano de espera, segundo a pesquisa anual da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), no Brasil foram publicados perto de cinqüenta mil títulos, entre lançamentos e reedições.

Cinqüenta mil!

E o seu não está entre eles.

Você xinga, esperneia, amaldiçoa a vida e o mercado editorial. Malditos editores, malditos distribuidores, malditos livreiros.

Que fazer? Continuar enviando cópias? Escrever outro livro? Suicidar-se?

As grandes editoras recebem em média sessenta originais por mês. Algumas chegam a receber cem nos meses de pico. Por maior que seja a boa-vontade, a equipe editorial e os leitores profissionais ligados a ela não têm a menor condição de avaliar tanta prosa e tanta poesia. Principalmente porque o retorno é incerto: os bons originais são muito raros. Então toda essa papelada inédita vai direto para o topo da imensa slush pile (pilha de lama, no jargão editorial) e jamais será lida.

Mas você acredita no seu talento. Você é teimoso. A banalidade, a burrice geral e a massificação gritam o tempo todo: “Pare de escrever!”, mas você não pára.

Você acredita no que escreve e está convicto de que a sua vocação literária é genuína. Afinal a integridade dessa vocação já foi testada inúmeras vezes pelas mais diferentes forças. E soube superar todas as provas.

Inclusive as de uma oficina de criação literária.

Eu costumo receber pelo menos um e-mail por semana de um autor inédito e desconhecido pedindo que eu leia seu original e opine sobre sua arte. A maioria desses autores nunca folheou um livro meu, mas já leu meus artigos na imprensa e desconfia, sabe-se lá por quê, que eu tenho certo poder de convencimento junto aos editores.

A dura rotina é essa. Eu costumo receber um e-mail por semana de um autor inédito e desconhecido pedindo que eu leia seu original e o encaminhe a um editor, com uma emocionada e vibrante carta de recomendação.

Mas como eu poderia ler o seu original, se levo uma vida atribulada, comparecendo pontualmente ao local de trabalho (sim, sou assalariado, como você), dando aulas, coordenando oficinas, participando de debates e mesas-redondas, escrevendo artigos e resenhas? Eu não tenho disponibilidade para ler um original por semana. O pouco tempo que me resta, eu procuro empregar na minha própria literatura. Ou na leitura dos livros que eu quero muito conhecer.

Diante do repetido pedido desses angustiados escritores inéditos, e por isso desconhecidos, a minha resposta é sempre a mesma: “Infelizmente não dá”.

Também uma vez por semana eu recebo um e-mail de um autor inédito e desconhecido reclamando da mediocridade do nosso mercado editorial. “Já enviei meu romance a dezenas de editoras, e até agora nada”, ele esbraveja. Em seguida enumera, indignado, as porcarias que acabaram de ser lançadas por essas mesmas editoras.

O fato é que vivemos numa sociedade de consumo, industrializada e coordenada por uma economia de mercado, e a literatura, metida nas entranhas da cultura de massas, não está livre das leis que regem essa sociedade, essa economia e essa cultura.

Se essa verdade não for encarada pra valer, se a atividade literária não for vista de maneira mais pragmática e menos idealizada, os seus originais, meu caro autor inédito e desconhecido, continuarão aumentando a slush pile.

Se você tem talento, se realmente tem talento, fique sabendo que você já tem quase tudo para triunfar na vida literária. Faltam agora a disciplina, a determinação e, é claro, um pouco de sorte. Porque, sejamos sensatos, o talento, a disciplina e a determinação não valem muito sem esse punhado de sorte.

O protagonista idealizado da atividade literária é, hoje, o autor que vive isolado, mas não encontra sentido nem conforto nesse isolamento.

É o sujeito que dedica todo o seu tempo livre aos livros e à escrita, é o lobo solitário do romance de Hermann Hesse, é a sensibilidade que não suporta a confusão emocional das ruas, dos bares e dos cafés. Mas não encontra sentido nem conforto nesse isolamento, do contrário não sentiria a necessidade torturante de enviar originais às editoras.

Caro amigo, se você sente mesmo que, para justificar seu esforço e sua vida, a sua obra precisa alcançar muito mais do que os seis ou sete leitores do seu círculo familiar, então eu sugiro que você abandone o romântico e confortável caminho da refinada solidão.

Não se deixe abater pelo estudo do Gabriel Zaid (Livros demais! Sobre ler, escrever e publicar, editora Summus). Há livros demais no mundo? Paciência. Também há pessoas demais e nem por isso o controle de natalidade tem sido adotado nas regiões mais populosas.

O grande teste do escritor é a teimosia.

Por isso eu recomendo que você:



1. Organize um grupo de estudos.

2. Organize saraus.

3. Crie um site literário.

4. Publique uma revista.

5. Edite você mesmo o seu livro.

6. Funde uma microeditora.

7. Contrate um agente literário.

8. Participe da vida social literária.

9. Participe de todos os bons concursos literários.

10. Conquiste a simpatia de um escritor veterano.



Toda essa movimentação exporá você e sua literatura a um número cada vez maior de leitores. Devagar, passo a passo, você irá conquistar o seu próprio público, pequeno mas fiel.

E os olheiros das editoras estão sempre atentos aos autores que já têm seu pequeno público.

Deixe a modéstia e o pudor cristão de lado.

Não há vergonha alguma, por exemplo, na auto-edição. Alguns dos grandes nomes da prosa e da poesia brasileiras pagaram a edição dos seus primeiros livros. Muitos deles, graças ao talento e à sorte, em pouco tempo passaram da auto-edição para uma grande editora. O fundamental é que o livro auto-editado tenha a mesma qualidade gráfica e editorial que os livros das editoras consagradas.

Com a informatização do setor gráfico e o conseqüente barateamento do processo de impressão e acabamento, uma quantidade considerável de pequenas editoras foi surgindo a partir da virada do século. Algumas delas fundadas por escritores em busca de um canal para a sua produção e a de seus colegas.

A contratação de um agente não costuma ser barata. Mas não resta dúvida de que o agenciamento literário, procedimento largamente adotado nos países de sólido mercado editorial, está se tornando comum também no Brasil. Entre outras benfeitorias, esse profissional tem ajudado a organizar o desordenado vaivém de originais e diletantes frustrados.

Sim, continue enviando e-mails aos autores que você admira. Convide-os ao diálogo, troque figurinhas com eles.

Mas, veja bem, eu disse aos autores que você admira.

É preciso que haja muita afinidade literária entre vocês. Afinidade temática, estilística, existencial.

Não faz o menor sentido ficar pedindo ajuda aos escritores que você mal conhece, cujos livros nunca despertaram em você o menor interesse.

Além de ser um procedimento pouco ético, isso não funciona, é perda de tempo.







[Veja também: http://www.cronopios.com.br/site/noticias.asp?id=2660]







Nelson de Oliveira nasceu em Guaíra, SP. Escritor e mestre em Letras pela USP, publicou Naquela época tínhamos um gato (contos, 1998), Subsolo infinito (romance, 2000), O filho do Crucificado (contos, 2001, também lançado no México), A maldição do macho (romance, 2002, publicado também em Portugal) e Verdades provisórias (ensaios, 2003), entre outros. Em 2001 organizou a antologia Geração 90: manuscritos de computador e em 2003, Geração 90: os transgressores, com os melhores prosadores brasileiros surgidos no final do século XX. Ainda em 2003 editou com Marcelino Freire o número único da revista PS:SP. Dos prêmios que recebeu destacam-se o Casa de las Américas (1995), o da Fundação Cultural da Bahia (1996) e duas vezes o da APCA (2001 e 2003). E-mail: oliveira.e.cia@uol.com.br
 
Muito bom esse texto, Zzeugma! E obrigado pelas dicas quanto à Biblioteca. Vou me organizar pra cadastrar a obra e depois selecionar algumas editoras pra mandar o material.
 
Mavericco,

Se eu fosse vc, antes de se preocupar em publicar, eu... iria reconhecer o terreno.

Não manjo nada do meio teatral

Mas tentaria poraí. Frequente oficinas, estude dramatização, conheça gente do meio. Separe as legais das chatas, seja amigo sincero delas (Nada de networking, pelamordedeus, puxa-sacos não!)

Vc precisa de alguém de fora, com conhecimento e "rebolation" no assunto, pra dizer se está bom.
Com frieza pra dizer o que não presta e o que presta.

É fundamental trocar experiências. Ouvir na voz de outra pessoa.

Eu sei que dá medo de "perder" a história: que algum mau-caráter roube a peça ou coisa parecida.
Lógico, dá pra vc registrar e etc.
Mas que adianta registrar se for uma droga?

Se acontecer, bem, bola pra frente. Escreva outra melhor. De preferência, com um personagem com o nome deste mau-caráter. Faça-o sofrer bastante.

Abs
 

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