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Por que os mangas sao muito mais emotivos e mais explosivos que os equivalentes audiovisuais?

Já reparei que em vários animes a versão mangá e muito mais violenta e mais emotiva e mais explosiva que os equivalentes animes. Por exemplo em Gantz e Rosario Vampire existem muitas cenas sangrentas e emocionalmente muito dramáticas e violentas e sem escrúpulos que não tem no anime em vídeo. Por que?

Os animes tendem a ser mais engraçados e mais "infantis" que os mangás. Até em Pokemon isso acontece.
 
Não há uma regra, tudo depende do mangá e do anime em questão. Por exemplo, no caso de Kimetsu no Yaiba é justamente o contrário.
Em relação especificamente a quadrinização, o que ocorre é que você trabalha com cenas estáticas, onde o detalhismo e necessidade do enfoque estático é maior, e mesmo a transmissão de movimento se faz de forma progressiva e através do preenchimento subentendido de quadros mentais nas lacunas entre um frame e outro, na animação, conta mais na imensa maioria das situações os filtros, efeitos e animação em si, do que o traçado e uma maior composição detalhista, de forma que existem até certos truques para esconder traços toscos em meio a animações de maior qualidade, tendo em vista que em um anime os desenhos ganham "vida" (dai a terminologia, inclusive) e o olho humano tem uma limitação de FPS, nem sempre se fazem necessários os mesmos artifícios dos mangás, cujas necessidades específicas, fazem com que a imaginação do leitor complemente os quadros animando mentalmente as imagens estáticas.
 
Os animes tendem a ser mais engraçados e mais "infantis" que os mangás. Até em Pokemon isso acontece.
Esse aspecto já tem outras implicações e razões de ser, e a principal motivação disso é a grade de programação da TV japonesa que se quer atingir, já que, um mangá já tem uma censura prévia, visto que, quem compra já sabe o que está comprando e não se trata de algo de veiculação pública e livre simultaneamente, a maioria dos animes por outro lado, na tentativa de abarcar o maior público possível, são veiculados em horários de censura livre ou pouco restrita (PG-13), que aliás, é o mesmo que acontece muitas vezes com filmes de heróis.
Quando se quer exibir um seinen mais apelativo, se recorre principalmente a madrugada, à ONAs/OVAs ou ao cinema. Mas, tudo isso reduz a faixa de público, e portanto, os lucros das empresas, e companhias visam em primeira instância o lucro, todavia, existem sim, animes mais "adultos", basta se ater principalmente a demografia, aliás, a maioria dos OVAs que não são complementos de animes serializados, são bem mais pesados que a média dos animes serializados.
 
É uma história um pouco longa, mas vale a pena:

Bem sobre animes na verdade penso ser importante mencionar que os animes mais dinâmicos e arte de impacto começam a surgir principalmente a partir dos anos 70s-80s. Os animes mais antigos estilo astroboy eram muito parecidos as produções de Hanna-Barbera, Walter Lantz, etc... Os próprios filmes do Brasil se inspiravam nas coisas lá de fora.

Então como se sabe, as indústrias de eletrônicos e eletrodomésticos migraram em massa para a Ásia após a segunda grande guerra. As fábricas de implementos de mídia também foram pra lá e buscavam usar as animações em comerciais de propagandas com produtos cheios de mascotes e táticas psicológicas novas (fim dos anos 70s a psicologia está em alta no cinema americano). Isso abriu todo um mercado de produção de manuais de instrução com cenas descritivas detalhadas com personagens ensinando como usar os novos produtos tecnológicos e dinâmicos que explodiram no mercado mundial. Num país como Japão em que a arte desde o século 12 se esforçava para pintar telas de descrição da natureza... Mas não apenas isso... Além de as animações funcionarem como cartão de visita começaram a implementar uns experimentalismos de tecnologias novas diretamente na população.

A economia do Japão depois dos anos 70s começou a destinar bastante dinheiro para animação e os empresários aplicavam em produções que buscavam imitar a ação dos filmes americanos e inclusive com roteiros mais adultos. O nível de experimentalismo aumenta nessa época com roteiros que poderiam ser usados em filmes, mas como seria caro demais e eles não tinham como competir com Hollywood.

Esse experimentalismo de tecnologias diretamente na população ficou tão sério que começou a cobrar um preço pesado nos anos 90s. Procure sobre a trilogia virtual que veio antes da época dos mangás de Pokemon e Digimon.

Por exemplo, antes de surgirem os animes para adolescentes sobre criaturas mutantes de Pokemon e Digimon nas telas a partir de 1995-1996 o Japão esteve profundamente impactado por obras de Hollywood abordando biologia e genética como foi o filme Jurassic Park de 1993.

A bem da verdade, o filme de Jurassic Park já era um derivado do livro do Michael Crichton de 1990, o qual tive oportunidade de ler na época do lançamento e não havia nada parecido em marketing e conteúdo no mercado da época.

A partir TV japonesa o nível de experimentalismo se tornou altíssimo e o episódio banido de POKEMON que produziu convulsões nas crianças foi uma amostra de uma abordagem não testada extremamente madura que o Japão focou no público infantil na população em massa. A NHK, de forma pioneira, por volta de 1994 lançava a sua "TRILOGIA VIRTUAL", Dinosaur Planet de 1993, Gene Diver 1994 e Nanosaver de 1997. Estamos falando do período que deu origem as raízes dos Tamagotchis. Talvez você encontre clips aqui e ali dessas séries, mas hoje a internet está apagando esse tipo de informação por considerar como algo indesejado segundo os padrões ideológicos de entretenimento atual.

Em especial Gene Diver, traduzindo seria algo como "Explorador Genético" tinha uma história muito complexa para a média dos outros shows para as crianças daquela idade. Um supercomputador recriava em nível molecular uma realidade virtual a partir do vácuo quântico e alterava o DNA da pessoa (a protagonista era uma criança ainda) para que ela pudesse fazer isso e entrar naquele mundo para coletar material genético de animais extintos. Entretanto havia o problema de que como aumentava enormemente a quantidade de dados o universo criado produzia erros no computador e então o sistema começava a cruzar a realidade do nosso mundo com a de outros universos paralelos do nosso multiverso (o espaço-tempo e a existência se estendem em todas as direções e possibilidades na série e é tudo um estado ao mesmo tempo de existência e não existência), fazendo contato com seres avançados que tinham chegado ao mesmo nível nosso capazes de cruzar as realidades uns dos outros.

Gene Diver


Um herdeiro de GeneDiver e Pokemon seria GeneShaft de 2001 produzido pelo diretor de Escaflowne aonde as pessoas são programadas pra morrer jovens antes de ficar idosos pra não dar "peso pra sociedade", tem uns designs orgânicos parecidos ao do filme Alien:



Depois dos anos 80s infelizmente séries com animais inteligentes falantes foram seqüestradas pelas ideologias dos malucos do Furry. Algo como Nárnia do CS Lewis, hoje em dia, seria distorcido por ter animais falantes na série, creio que até Fábulas de Esopo sofreriam com os dias atuais. Mas no Japão ainda não estava igual nos EUA, felizmente.

Enfim, resumo da Ópera, o Japão foi a cobaia para muitos experimentos visuais dinâmicos e de alta velocidade em animação pegando a expansão da revolução dos eletrônicos que seriam disseminados em todos os outros países. Porém, mais recentemente esse papel foi jogado para países mais baratos, China, Coréia do Sul, etc...

Depois de 2000 tem animes com bastante dinamismo como o Mardock Scramble que pega uma vibe meio Tarantino:

 
Última edição:
Olha, além do que já foi comentado, acho que a questão tem a ver também com a nossa imaginação.
Eu senti isso com livros principalmente, mas o manga também depende um bocado da nossa imaginação.

Falando do exemplo mais impactante pra mim, quando li os livros de harry potter, principalmente do sexto em diante, que li os livros antes de ver os filmes, as cenas pra mim tinham uma carga emocional que simplesmente não foi pra tela...

Eu fiquei um bocado decepcionado porque os atores e a construção da cena não conseguiu me fazer sentir o mesmo peso que quando li, não parecia que eles estavam tão tensos quanto eu fiquei ao ler as paginas...

Então acho que com os mangas acontece um pouco disso também, voce emula uma emoção ao ler e o anime não te provoca a mesma sensação. No cinema ou na TV a nossa participação é bem mais passiva, então ficamos esperando a cena provocar as mesmas sensações que nós criamos ao ler...
 
Em muitos casos, as adaptações live-action de mangás ficam caricatas. Ruroni Kenshin é um exemplo.
 

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