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As diferenças entre mangá, manhua e manhwa

Turgon

Mugiwara no Ichimi
O mangá já é um velho conhecido dos brasileiros, se popularizando de vez nos anos 2000 com publicações de títulos como Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, ambos pela editora Conrad; Samurai X e Sakura Card Captors, pela JBC. Agora, em 2020, vemos o início de outro ciclo se formar, com a chegada de outros estilos de produções asiáticas chegando ao país: o manhwa e o manhua.

Basicamente, manhwa (만화) é o nome dado aos quadrinhos produzidos na Coreia do Sul. E manhua (漫画) se refere aos “mangás” feitos na China.

Cada estilo tem características próprias (e vamos abordar isso logo mais), mas as três palavras: mangá, manhwa e manhua sejam derivadas de 漫画 — 漫 (man), que significa improviso, e 画 (hua), que pode ser traduzido como imagem, pintura. A partir desses “desenhos improvisados”, surgiu um meio de ilustrar e, posteriormente, disseminar a cultura de seus países de origem por todo o mundo.

Mangá
Página dupla colorida de My Hero Academia, comemorando 5 anos de publicação na Shonen Jump
Mangá é o nome dado para um tipo de histórias em quadrinhos feitas no Japão. Adota a leitura da direita para a esquerda. Os mais conhecidos contam com capítulos publicados semanalmente (ou mensalmente, ou uma vez a cada dois meses) em revistas como a Weekly Shonen Jump, responsável por títulos como One Piece, Naruto, My Hero Academia, entre outros. Com o sucesso garantido, esses capítulos podem ser compilados em volumes próprios. E esse é o modelo que geralmente é publicado aqui no Brasil.

Disponíveis no Brasil desde o final da década de 80, os primeiros mangás que chegaram ao país, como Lobo Solitário e Akira, eram espelhados para manter a leitura da esquerda para a direita. Nos anos 90, Ranma 1/2 também começou a ser vendido, mas foi só com a entrada de títulos muito famosos, divididos em pequenos volumes, com leitura da direita para esquerda, que o formato realmente se tornou popular. Além disso, os animes, que faziam sucesso na TV aberta em emissoras como Manchete, SBT e Band, deram uma forcinha aos mangás (e vice-versa).

Manhwa
Manhwa, de origem coreana, aposta na internet como um repositório de suas obras e adota a leitura da esquerda para a direita, padrão em HQs americanas e outras publicações ocidentais. Apesar disso, os títulos se apoiaram muito no modelo japonês durante sua concepção e, assim como no mangá, as histórias coreanas costumam abordar os mais variados gêneros, frequentemente indo para os lados da ação ou romance. Outra particularidade das obras coreanas é que são mais comumente adaptadas para o formato de doramas (saiba mais sobre esse tipo de conteúdo aqui) ou filmes live-action, enquanto no Japão é comum ver as histórias mais populares virando anime.

Na última década, porém, isso parece ter começado a mudar. Títulos coreanos foram adaptados por estúdios japoneses e ganharam versões em anime, por exemplo, o manhwa Noblesse, que foi adaptado em OVA pelo Production I.G. (nós já visitamos esse estúdio, saiba mais) em 2016, e deve ganhar nova versão, como série de TV animada, ainda em 2020. Mais recente, podemos citar Tower of God, produção original da Crunchyroll, que estreou na temporada de primavera de 2020 no Japão. O anime adapta a webtoon de mesmo nome, que faz sucesso internacional graças à sua distribuição pela internet.

Tower of God: webtoon escrito e desenhado por Lee Jong-hui, apelidado de SIU, virou anime pelo Crunchyroll
As produções culturais coreanas estão ganhando mais espaço no ocidente: um fenômeno conhecido como Onda Hallyu. Seja no cinema, com o filme Parasita vencendo quatro categorias do Oscar 2020, incluindo o de melhor filme (veja mais); na música, com o k-pop se consolidando como entretenimento mundial e aparecendo em produções como Ursos Sem Curso, desenho americano (confira); e com os doramas, que contam até com aplicativos próprios para exibição no Brasil, como o Kocowa (conheça a plataforma).

Manhua
O manhua costuma apresentar traços menos exagerados e caricatos do que estamos acostumados a ver nos mangás, chegando mais próximo do realismo, e geralmente são bastante detalhados. Uma curiosidade é que a orientação de leitura de um manhua pode variar dependendo do local onde a obra for criada: caso tenha sido feita em Hong Kong ou Taiwan, as comics são lidas como mangás, da direita para a esquerda; mas se tiverem sido criadas na China continental, provavelmente terão leitura da esquerda para a direita como os manhwas.

As obras chinesas são afetadas pela implacável e restritiva censura. Lucas Paixão, artista brasileiro que mora e trabalha em Taipei, em Taiwan, conta um pouco sobre como foi sua experiência ao tentar entrar no mercado editorial chinês:

Quando estava pra fechar contrato com uma empresa de quadrinhos chinesa, nos termos dizia que não poderia ter romance ou briga entre colegiais, sangue, cena de beijo, dentre outras coisas absurdas.
Apesar dessa rigidez, curiosamente, os manhuas mais populares são justamente os protagonizados por casais LGBT+ — os BL (boys love) e yuri: assuntos considerados tabu por lá.

Os chineses se acostumaram a trabalhar com a censura. Os quadrinhos sempre beiram o limite, e muitas vezes são cancelados pelo governo — o que às vezes deixa a série mais famosa ainda pelas reportagens e burburinho sobre conteúdo inapropriado.
Há todo tipo de história sendo contada nos manhuas, mas, talvez pelos mais populares serem os de romance e os de época, o volume de obras desse tipo acaba passando a impressão de que o mercado editorial da China e região só produz esse tipo de conteúdo. “Acho que o que acontece é que os ‘mangakas’ chineses são mais focados em ganhar popularidade, e sabendo que tais gêneros são mais populares, cada vez mais atuam nessa área. Em Taiwan acontece a mesma coisa”, relata Paixão.

O esquema de publicação em Taiwan está se tornando mais similar ao da Coreia e migrando cada vez mais para o lado digital. “Aqui em Taiwan, quando cheguei, tinha uma média de seis revistas impressas semanais, sendo duas as versões em mandarim da [Shonen] Jump e da Shonen Magazine, e as outras quatro de artistas locais. Hoje, em 2020, apenas a versão da Jump continua sendo impressa, todas as outras viraram revistas online”, observa o artista brasileiro.

Paixão, que é natural de Salvador, trabalha no mercado asiático há quatro anos e publicou sua comic, A garota da noz de Areca, digitalmente, no aplicativo japonês Comico, entre 2016 e 2018. Com o sucesso no aplicativo, a obra será impressa e vendida em dois volumes, ainda em 2020. Vale ressaltar que em Taiwan não há o mesmo tipo de censura que acontece na China.

Fonte: Jovem Nerd

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Para quem tem curiosidade com esses nomes novos que andam aparecendo.
 
Não se esqueça do Manfra, que inclusive tem um anime sendo produzido baseado em um (Radiant).

Manfra são mangas feitos na França, fora do circulo oriental.
 
Última edição:
Não se esqueça do Manfra, que inclusive tem um anime sendo produzido baseado em um (Radiant).

Manfra são mangas feitos na França, fora do circulo oriental.
Foi um texto no site do Jovem Nerd, que explica legal a diferença entre esses 3 grupos e eu achei bem explicado, além de resumir bem a diferença.

Existem sim outros, até mesmo aqui no Brasil a Turma da Mônica chegou a lançar alguns em formato mais oriental de seus desenhos.
 
A tendência com certeza é aparecer outros nomes, conforme a cultura dos Mangás vai se propagando e agregando elementos do país onde vai se tornando popular.
 
Não gosto muito dessa redução de gêneros que o Joven Nerd faz sobre mangá, manhwa e manhua. O mercado japonês é hiperfragmentado em muitos subgêneros e que recebem a classificação de shounen ou seinen de acordo com a revista em que é publicada. Sempre tem alguém que vai cair na pegadinha de Boku no Piko por confundir shotacon com shounen e que ecchi e hentai são mesma coisa. Overflow é bem diferente de Ishuzoku Reviewers.
E é aí que mora o perigo. O bocaberta que vai assistir um desses exemplos que citei só porque tá todo mundo comentando acaba passando vergonha, fica com raiva e corre pro bueiro do Twitter soltar merda e pedir por cancelamento ou censura. Parece que tá na moda isso lá, treta e cancelamento.
 
Não gosto muito dessa redução de gêneros que o Joven Nerd faz sobre mangá, manhwa e manhua. O mercado japonês é hiperfragmentado em muitos subgêneros e que recebem a classificação de shounen ou seinen de acordo com a revista em que é publicada. Sempre tem alguém que vai cair na pegadinha de Boku no Piko por confundir shotacon com shounen e que ecchi e hentai são mesma coisa. Overflow é bem diferente de Ishuzoku Reviewers.
E é aí que mora o perigo.
O texto não entra muito neste detalhe de gêneros de mangá e manhwa. Ele aborda mais um contexto geral como a forma de leitura e distribuição.

O bocaberta que vai assistir um desses exemplos que citei só porque tá todo mundo comentando acaba passando vergonha, fica com raiva e corre pro bueiro do Twitter soltar merda e pedir por cancelamento ou censura. Parece que tá na moda isso lá, treta e cancelamento.
Tem acontecido isto? Mas em relação aos manhwa? Por comparação de gênero?
 
O texto não entra muito neste detalhe de gêneros de mangá e manhwa. Ele aborda mais um contexto geral como a forma de leitura e distribuição.


Tem acontecido isto? Mas em relação aos manhwa? Por comparação de gênero?

Tem ocorrido algumas tretas, mas a maioria iniciada por influencers ocidentais que estão começando a problematizar em cima de mangás e na dublagem de animes. Nos quadrinhos sul-coreanos não acontece isso por saírem poucas obras de alcance mundial, nada comparado com a força das bandas de k-pop e doramas. Já os manhuas chineses tem de olhar com ceticismo pois qualquer coisa feita por lá sempre vai gerar muita visualização e consumo por causa do gigantismo do mercado interno e como foi apontado na matéria qualquer referência a liberdade ou críticas veladas ao governo, a censura desce com força. Basta ver os filmes chineses na Netflix; sempre fazem louvores a nação chinesas e seus líderes... mesmo que o herói tenha se levantado contra as injustiças locais.

Eu entrei nesse site Webtoon para ver como era o lugar de onde tinha saído Tower of God e ele é praticamente uma versão do Wattpad, só que para quadrinhos. E tem de ser muito aventureiro e ter olhos de garimpeiro para achar algo de bom lá.
 
Tem ocorrido algumas tretas, mas a maioria iniciada por influencers ocidentais que estão começando a problematizar em cima de mangás e na dublagem de animes.
Isto tem cara de treta só para criticar tudo e tentar arrecadar seguidores.

Eu particularmente tenho visto bem menos animes do que antigamente, mas muito por falta de tempo. Alguns atuais me pareceu um tanto bobo, mas Boku no Hero, por exemplo, é um bom anime e não tenho críticas para ele.
 

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