Haran
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É um absurdo achar que a Princesa Isabel era apenas uma carola, ou mesmo que era impopular - decerto era bem mais popular do que qualquer presidente republicano que a sucedeu. Era exageradamente religiosa, sim, a ponto de aderir ao ultramontanismo, mas isso só minava sua popularidade frente a uma restrita classe política, e não perante a população como um todo. Apesar de religiosa, seu progressismo fica bastante claro nas ações que tomou na causa abolicionista, antes e no decorrer Lei Áurea, ações que nada tinha a ver com pressões estrangeiras, como sugeriram aí, e sim das próprias convicções de Isabel, que contrariavam os avisos de figuras próximas, ou até mesmo qualquer pretensão a um terceiro reinado. Isso sem mencionar idéias bastantes avançadas e que provavelmente seriam colocadas em prática durante seu reinado, como o sufrágio feminino e até mesmo uma antevisão da reforma agrária (com terras devolutas, e não desapropriadas) direcionada aos ex-escravos.
Curiosa essa tendência de certos historiadores de minimizar e apequenizar os feitos nacionais - tudo ou tem que ser uma fachada, a exemplo da independência ou da constituinte, ou deve servir a interesses estrangeiros, sobretudo ingleses, como a abolição, a guerra do paraguai, etc – interesses nacionais ou humanitários não existem. Os heróis foram só aqueles que morreram contra o governo vigente, como mártires, como Tiradentes e Zumbi, este que nem abolicionista era - heróis que são membros do Estado, que criam instituições fortes, que defendam o país frente a um perigo estrangeiro, que através e sob a lei melhorem o país... ah, esses não existem, dentro do Estado só há heróis quando o Estado em questão proveio de uma revolução recém realizada.
Curiosa essa tendência de certos historiadores de minimizar e apequenizar os feitos nacionais - tudo ou tem que ser uma fachada, a exemplo da independência ou da constituinte, ou deve servir a interesses estrangeiros, sobretudo ingleses, como a abolição, a guerra do paraguai, etc – interesses nacionais ou humanitários não existem. Os heróis foram só aqueles que morreram contra o governo vigente, como mártires, como Tiradentes e Zumbi, este que nem abolicionista era - heróis que são membros do Estado, que criam instituições fortes, que defendam o país frente a um perigo estrangeiro, que através e sob a lei melhorem o país... ah, esses não existem, dentro do Estado só há heróis quando o Estado em questão proveio de uma revolução recém realizada.