De certa forma, é até mesmo parecido com a questão dos Ainur.
É dito que Melkor possuía, dentre os Ainur, seguidores desde o momento da dissonância durante a canção. Sendo assim, esses "servos" teriam adentrado em Arda junto dele, como Melkor não podia criar, ele pode deturpar seres bestiais, que, seriam habitados (não por vontade própria) por Ainur. A questão que Yuu nos coloca, como vista nos relatos datados por volta de 1917, trazem em pauta a questão dos corpos "mecânicos" em detrimento da idéia de um fána, ou de uma deturpação de seres bestiais. Ou mesmo podendo ser englobada em ambos, a criação desse "corpo mecânico", se parece com a idéia da criação de um corpo deturpato para abrigar um espírito da primeira criação.
Em muitos momentos são citados esses espíritos, em O Silmarillion, publicado, temos a colocação acerca de Carcharoth, por exemplo, do espírito malígno que habitava aquele lobo horrendo.
Sendo assim, Glaurung, como evocado em trechos por ter sido "o pai dos Dragões", de certa forma "criado" por Melkor, seria mais um exemplo desses espíritos.
Melkor tende a corromper seres pré-existentes, em relatos primordiais acerca dos orcs é citada a questão de espíritos (Ainur) os habitarem. Mesmo sendo relatos "descartados", essas passagens nos colocam uma questão que não pode ser desvalorizada. Os textos foram editados post mortem, podendo assim ter incongruências.
Por esses motivos, coloco a questão de Ainur (Espíritos da Primeira Criação) em corpos bestiais, uma forma de "zombaria" aos seres de Yavanna, mais uma vez, em seres primitivos que habitavam Arda naquele momento (uma fácil alusão seria aos dinossauros, por exemplo).