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O Vento da Tijuca

Vinnie

Usuário
Tenho saído com uns poemas de amor exagerado e sem solução. Eu os chamo "lupicínicos".

Aqui vai um:



O Vento da Tijuca

Ao lugar do nosso encontro eu cheguei
Depois de longa caminhada
Em ânsia de surpreender-me não te amando
Tragando meu fracasso, te esperei

Antes, curvas da Tijuca fui vencendo
E tentando não ser é que fui sendo
Cativo de indizível bruxaria
Ficção com que explico minha sina

Duma esquina fria vem o vento
E me diz "descreve tua dor!"
Dum jeito de quem pede ordenando
Na voz, modulação de professor

"Branca e movediça", fui falando
Temendo estraçalhar-me se de uma vez
Gritasse que "ela prende, libertando.
Que é mortal como a rainha do xadrez"
 
Gritasse que "ela prende, libertando.
Que é mortal como a rainha do xadrez"


A verdade seja dita: todo mundo quer comer a rainha do xadrez pois ela come todo mundo com mais liberdade...
Gostei do penúltimo verso também. Lembra-me o famoso soneto camoniano:

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
 
Gostei de várias coisas nesse poema, mas simpatizei logo com o verso:

Em ânsia de surpreender-me não te amando
Tragando meu fracasso, te esperei


Acho que foi a proximidade do amando/tragando (aliás, adoro essa palavra, tragando) e a imediata ordem inversa tragando meu fracasso, te esperei. Gosto muito de ordens inversas. =)

Também gostei de Dum jeito de quem pede ordenando / Na voz, modulação de professor. Vc criou uma imagem bacana colocando o professor nesse verso, porque cria uma sensação engraçada dentro da gnt. Primeiro, pelo pedido que é só pedido mas que sentimos como ordem, e depois, pelo pedido/ordem ser algo de que não gostamos, mas que tem a finalidade única de nos educar. E tem a pureza de inferências que pai e mãe não têm.

E o último verso foi bacana também, gostei de teres metido o xadrez no meio. Aliás, não fosse as linhas 6, 7 e 8, eu até pra pensaria que é um poema em que se romanceia um peão (ou um cavalo, que é o único que faz "curva", rs) do jogo. Gostei da construção dessa estrofe. Tá bacana mesmo, Vinnie. ;)
 
Gozado o Mavericco falar "todo mundo sempre quis comer a rainha do xadrez" lol.... Freud ia adorar. lol Pelo que li por aí, análise freudiana do xadrez é que a figura do xadrez é a mãe. E aí Mavericco.... mas isso é pra outra hora!

Manu, quando pego as coisas que "escrivinho" aqui no quarto e vou ler, me assusto com a quantidade de "xadrez", "café" e "pimenta" que tem nelas... quase nada escapa disso. Bom.. eu jogo xadrez, adoro café e não passo sem pimenta... então....


Aliás, tenho em continho sobre xadrez e gatos aqui no meia... chamado Alzira dos gatos.. já viu? :)

http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php/21843-D-Alzira-dos-Gatos


brigado.
 
A maneira como você escreveu ficou clara a envolvência do vento nas palavras e no tom. Também curti os cenários e comparações, show mesmo!
 

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