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[Conto] O Flagelo de Medusa

Bruce Torres

Let's be alone together.
Novamente ouço passos. Lá vem vindo eles novamente. É um tormento que nunca acaba. Tem horas em que eu quase perco a cabeça ouvindo esses sons. As sandálias estapeando o chão de pedra, as espadas batendo contra os escudos... Eles declaram guerra assim que entram, e eu, mesmo não querendo tenho de me por à disposição deles para isso.


Não importa o quanto eu tente me esconder atrás dos pilares – eles vão atrás de mim. Se mergulho no lago, lá eles mergulham junto pra ver se me encontram. Por Jove, mas será que não notam as estátuas? As faces de tantos que resolveram fazer o mesmo antes deles? Mal eles me veem e tudo acaba... mas apenas pra eles. As estátuas ficam, pra me lembrar do horror em que vivo agora.


Será que eles acham que eu realmente quero isso? Que não gostaria que fosse de outra forma? Certa vez vi um guerreiro entrando junto com sua comitiva. Tinha acabado de ser transformada nessa criatura de pele grossa, de olhos que ferem, de pelos odiosos. Só conseguia chorar naquele momento. Sabe o que é ver um esquilo e depois... ele não ser mais um esquilo? Era assim que tudo estava se passando comigo.


O guerreiro falava com os seus, “olhos atentos. Ela deve estar por aqui. Mas cuidado, ela pode transformar gente em pedra”.


- Você acredita mesmo nessas lendas, Timeu?


Era uma voz mais grossa que a do guerreiro, esse tal Timeu. Timeu tinha uma voz mais suave, imaginava que ele soubesse cantar. Como eu queria alguém que pudesse cantar para mim... Não os vi. Quis permanecer escondida. Não queria arriscar matar gente inocente, que carregasse a minha maldição com eles.


- Não duvido de nada, escudeiro. Se há beleza no mundo, o horror também deve existir.


- Sábias palavras, filósofo. Mas não imagino que é com retórica que você vai conseguir domar tal criatura.


“Se há beleza...”


Quando ouvi isso, meu coração amoleceu mais um pouco. Me permiti um suspiro naquele momento.


- Silêncio!


Era a voz de Timeu. Por Jove, eu tinha denunciado minha posição!


- Eu vou na frente, senhores.


- Timeu...


Mas ele seguiu andando. Saí de meu canto atrás da pilastra pra ir na direção de outra, mais perto da porta que dava pra floresta – pra onde havia deixado de ir depois do que fiz ao esquilo. Tomei cuidado pra não ser ouvida. Ele estava com a espada pronta pra me decepar, mas estava de olhos fechados. Foi então que eu vi um halo se formar em seus cabelos crespos. Um buraco no teto deixava o sol... o sol...


Minha mente girava naquela hora e então voltara ao templo de Atena. Eu vivia em Lindos naquela época – e era linda como o nome da cidade. Meus pais queriam que eu me casasse, tivesse filhos. Mas eu só tinha olhos pro sol e pra tudo além. Olhava o céu e imaginava o lar dos deuses. Cresci admirando-os, sonhando com eles. Quando me deixaram ser sacerdotisa de Atena... foi um verdadeiro sol que cresceu dentro de mim. Realizava os ritos nos conformes, limpava o templo quando preciso, agradecia a deusa – e aos demais, claro – por tudo que havia de belo no mundo.


Um dia, desci à praia de Lindos pra recolher algumas conchas – eu era sacerdotisa, mas também era dada às coisas supérfluas de então. Trajava meu chíton bege e carregava uma sacola de linho. Pegava as conchas uma a uma e ouvia o som do mar dentro delas. E era um som lindo, relaxante. Ali, do lado do mar, que com suas ondas batiam nos rochedos violentamente, preferia ouvir o som suave das águas dentro das conchas. Era doce, calmo.


Quando me virei, deparei com um ancião de barbas grandes. Parecia forte apesar disso. Vinha na minha direção, mas notei que não deixava marcas de pés na areia.


- O que está fazendo aqui, minha jovem?


- Ah, mil perdões, senhor. Não havia notado-o antes. – Me curvei para saudá-lo. Eu era a sacerdotisa, mas eu devia respeito a alguém mais velho, claro. – Estava recolhendo algumas conchas.


- Ora, e você tem algum propósito com elas?


Ele estava sorrindo, mas o olhar mostrava que havia um tom sério por trás das palavras.


- Ah, é que eu... eu... gosto do mar, sabe? Gostaria de poder dormir ouvindo o som do mar.


O ancião balançou a cabeça e se virou na direção do mar.


- É mesmo uma beleza, não? Tão vasto, tão imenso, tão belo.


- Sim, senhor. É de fato algo fabuloso.


- Sim, mas tudo de belo guarda algo de destrutivo também, minha jovem. Lembre-se disso.


- V-v-v-vou me lembrar, senhor. Obrigada. Boa tarde.


Fiz que ia voltar pelo caminho das rochas, mas de repente o mar se lançou naquela direção com força.


- Me diga, minha jovem: você não notou nada de estranho em mim?


- S-s-sim, acho que eu notei, sim. Me desculpe se não lhe dei o devido respeito, ó grande Posêidon, mas não reconhecido-o antes.


Ele sorriu pra mim. Deixei fluir a tensão pra fora de mim.


- Águas passadas, minha cara. Venha, eu te guiarei até o templo.


Ele me deu o braço. Foi muito cortês comigo naquele momento. Me ajudou a não escorregar nos rochedos. O exterior em nada denunciava alguém forte. Senti-me segura com alguém de quem aprendera tanto e aprendera a amar mais que a vida. Para mim, os deuses eram minha razão de viver. Para mim, eles tinham tudo sob controle. Era tudo deles pra nós.


Quando chegamos ao templo, pedi-lhe que me deixasse adentrá-lo sozinha. Não queria causar problemas com minha amada Atena.


- Está muito bem, minha jovem. Você tem razão. É sábia além da idade. É uma pena que não tenha se casado. Mas, com tal cabeça, imagino que você serve melhor à minha irmã do que serviria a um homem, não?


Ele alisava meus cabelos e pegava minhas mãos apertando-as levemente.


- Nunca sentiu falta disso, querida? De algo que te preenchesse?


- E-e-eu preciso ir.


Corri as escadas da entrada do templo. Quando entrei no pátio do templo, ele já tinha subido tudo. Ele era mais rápido do que eu.


- O-o-o que você quer?


- Não é assim que se fala com um deus.


Me puxou violentamente e começou a me apertar de uma forma tal que eu me dobrava de dor. Ele colocava a língua pra fora e ficava me lambendo e salivando à vontade, como um cão raivoso. Quando me jogou no chão, me socou no olho direito e acabei vendo estrelas. Lembro que já escurecia também.


Enquanto ele rasgava minhas roupas, gritava “nnnnnnnnnãããããããooooooooooo”, “não faça isso”, “eu imploro, me deixe ir”, “me deeeeeeiiiiiiixxxxxxxxeeee”. Fui notando que isso só o instigava mais, que quanto mais eu resistia, mais força ele fazia e mais me machucava. Foi quando ele colocou o pênis em mim com força – e eu, virgem então – que eu via quão perdida estava agora. Chorava e soluçava, “não não faça isso por favor não faça isso por favor não me deixe não não não”. Ele ficou irritado e me deu mais um tapa.


- É assim que as coisas funcionam, querida – disse roucamente. – É isso que você merece.


- Mereço pelo quê? – perguntei, com os olhos vidrados no nada, só via a escuridão agora.


- Por ser o que é: mortal. Fraca.


Tentei fazer força pra ele sair de cima de mim, mas a reação foi pior. Ele me virou de costas, jogou meu ventre contra o chão e enfiou o pênis dele em outro lugar.


- Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


- Isso é pra você aprender a não resistir a mim. Eu sou mais forte aqui. Eu posso.


Puxou meu cabelo tão forte que senti os tufos saindo da minha cabeça. Só conseguia soluçar de chorar. Não bastasse aquilo, ele ainda me socava nas costas, jogava minha cabeça contra o chão. Meus olhos viam o traje rasgado e ficavam mais doloridos. Olhei para a estátua de Palas Atena na minha frente. Onde estava ela? Como ela podia permitir isso?


- PAAAAAALLLLLLAAAAASSSSSSSSSSSS! Interceda por mim!


- Calada! – Posêidon berrou, e jogou minha boca contra o chão. Senti meus dentes quebrarem, minha língua se cortar. No chão as lágrimas se misturavam ao muco e ao meu sangue e o que quer que estivesse saindo de mim.


Depois de um tempo, apaguei.


Quando acordei, uma criatura de branco segurando o cetro olhava pra mim com olhar grave. Eu estava toda arranhada, suja, com frio. Não conseguia encarar aquele olhar. Pedi que ela me matasse ali mesmo.


- Você o trouxe até aqui.


- Ele era um deus.


- Ele É um deus. Isso não justifica sua conduta.


- Ele era mais forte que eu.


- Isso está claro. Mas por que você o trouxe até aqui?


Fiquei desorientada com a pergunta. Tremi com aquele tom raivoso. Como não respondia, não sabia o que responder àquilo, ela me deu um golpe com o cetro na cabeça. Bati a cabeça forte no chão, mas tentei resistir com o mínimo de dignidade que achava que ainda tinha.


- Não imaginava que isso pudesse acontecer aqui, em meu santuário! Bem sei o quanto a beleza pode corromper os homens. Mas os deuses... Ah, o que digo? Vocês são nosso reflexo! Nós somos isso que você vê, que você viu.


- Então a senhora sabe que eu não queria...


- A única coisa que eu sei é que você, a mais bela de todas as sacerdotisas daqui, se deitou com um deus em solo sagrado! Isso é um ultraje a mim!


- Mas por favor, minha deusa...


- CALE-SE! – Atena bateu com o cetro no chão. Ouvi murmúrios. Notei que havia não só sacerdotisas ali. A cidade de Lindos estava em massa ali. – Sua indecência, sua imoralidade conspurcou esta terra. De agora em diante, está banida.


O pouco de vida que havia em mim desapareceu naquela hora. Tentei me levantar, mas os joelhos fraquejavam. Não era só a cãibra que me pesava agora, como também o olhar e o burburinho. Me ergui novamente, mas não adiantava. A deusa, então, me estendeu sua mão. Por um momento a faísca voltou até ela dizer bem alto:


- Todos aqueles que em mim acreditam, fechem os olhos agora.


E assim eles fizeram.


- Medusa, por seu crime contra esta divindade a quem você feriu com suas atitudes...


- Mas eu não...


Levei um golpe de cetro no meio da testa.


- Não posso te condenar à morte porque você fez algo contra a vontade. Mas também não posso te deixar viva no meio de todos. Você abriu um precedente, e eu preciso puni-la. – Ela disse isso calmamente, mas depois voltou ao tom grave de antes: - Medusa, você está condenada a viver distante de todo ser vivo para que algo assim jamais aconteça novamente. Aqueles que cruzarem seu caminho, em pedra se tornarão. A vida os deixará imediatamente ao olharem para você. Sua beleza, aquilo que chamava a atenção em você, agora dará lugar ao horror da visão final do ser humano. Aquele que olhar para você irá pro Estige com a imagem do medo e da dor estampada.


E foi ali mesmo que eu minha pele ficou como a de um réptil. Meus pelos começaram a cair do meu corpo. Quando fui pegá-los, o vento lançou-os distante. Comecei a sentir algo se mexendo em minha cabeça. Ao tocá-la, no lugar de meus cabelos, tufos grossos que saíam conforme eu puxava levemente, senti algo grosso, liso, que fazia som sibilante. Mal podia acreditar que aquele som seria meu companheiro a partir de então. Olhei para Atena. Nem encarar-me ela conseguia mais. Apontou com o dedo uma caverna acima dos rochedos onde havia encontrado Posêidon.


- Ele não vai te fazer mal – agora ele não fará mais.


Eu teria de ouvi-lo e olhar pra ele da minha caverna. Como ele não me faria mal. E se eu...


- E não pense em fazer isso. Você não pode. Essa é a sua sina a partir de agora. Você pode morrer, mas não pelas suas próprias mãos. Suas atitudes, quem as condenará será outro. Esse outro te matará, se assim for digno.


“Digno”. Bela palavra, deusa.


- Essa é uma chan...


Mas então eu já ia recolhendo do chão meu chíton e descendo as escadas do templo, rumo ao meu novo lar.


E não demorou para que viesse justamente esse guerreiro, Timeu, atrás de fama para destruir a criatura maligna que agora habitava o templo abandonado de Hermes. De tanto contemplar aquele halo, por pouco me esqueci de onde me encontrava. Me agachei e fiquei contra a pilastra, esperando que ele me decepasse.


Rezei baixinho, “por favor, me mate logo”. Chorei e funguei. Ele me ouviu. Estava a alguns passos de mim, ainda de costas. A ponta da espada encontrou a pilastra. Ele tentava se guiar.


- Mais pra baixo – eu disse.


- Quem é que fala?


- Sou eu, aquela a quem você vem matar.


- Não, a voz é doce. Não é voz de um monstro.


Sorri. Há muito não ouvia alguém dizer algo de belo sobre mim.


- Ouço um riso. Não pode ser o monstro. Deixe-me vê-la.


- Não! Não faça isso, pois podes morrer.


Ele trocou a espada de mão e começou a apalpar a pilastra. Eu tentei me fugir mas ele me pegou pelo braço.


- Moça, se és prisioneira deste monstro, não temas. Não abrirei os olhos. Matarei o monstro assim que possível. Feche os seus olhos também.


Coloquei minha mão sobre seu braço. Ele estava com os pelos arrepiados. Na certa o nervosismo fizera com que não notasse a textura da minha pele.


- Timeu, por favor, acabe com meu sofrimento agora.


- Assim que destruir o monstro, donzela.


- Timeu, eu sou o monstro!


Ele virou a cabeça pra mim, mas ainda com os olhos fechados. Ele falava mais baixo agora.


- Não posso acreditar. Como algo de voz tão bela pode encerrar uma criatura medonha?


Lágrimas desciam dos meus olhos. Sorria por ainda ser de algum modo bela, mas meu sorriso também era nervoso por saber minha condição. Meu choro, idem. Chorava de alegre por saber que algo de mim ainda retinha beleza, mas lágrimas também desciam pela dor de ouvir aquilo em que havia me transformado afinal.


- Timeu, se quer manter essa memória do belo consigo, por favor, me mate agora. Eu te suplico.


- Timeu, onde você está?


O escudeiro gritava. Ouvia mais passos entrando no templo.


- Estou bem, companheiros. Não precisam vir. Está tudo sob controle.


- Certeza?


- Sim, eu darei a ordem caso a veja... digo, caso a encontre. – Seu rosto se voltou para mim. – Como eu poderia fazer algo assim? O mundo perderia grande parte da beleza que nele existe.


Mesmo tocada com isso, tinha que insistir.


- Timeu, não é hora pra filosofar ou ser órfico. Você sabe o que deve fazer.


- E-e-e-eu... confesso que não sabia o que vinha enfrentar. Todos ouvem falar de você, de quão destrutiva você é, de quão ameaçadora mas... por Jove, eu não consigo sentir isso na sua voz. Eu não quero fazer isso. Eu não posso.


Chorei mais triste ainda agora. O homem que me compreendia, o primeiro amigo que tinha há tempos, minha única esperança...


Cantarei da bela Afrodite, de ouro adorno,

com domínios além-mar.

As cidades muradas de Chipre são seu lar.

De lá o suspiro úmido do vento vem soprar

sobre as ondas do mar bramindo

das espumas à vida ela vem tornar.

Vestida das belezas celestiais, ela vem se aproximar

pra uma coroa de ouro e mais enfeites

sua cabeça adornar.

Assim que tod’ela pronta estiver pra se mostrar,

aos deuses ela é trazida pra que eles a venham louvar.


Aquela canção, por mais incompleta que estivesse, me iluminou novamente. Meu riso nervoso, meu choro nervoso se dissiparam. Sim, a voz dele era suave. Se ele tivesse uma lira... Não havia notado, mas meu rosto agora estava colado ao dele. Ele sorria com os lábios entreabertos, meu cantor, meu artista. Dissipara-se tudo: meu ódio ao mundo, meu ódio aos deuses, meu ódio a mim mesmo. Que me matassem ali, junto dele. Era ali que eu queria estar, com aquelas notas reverberando frescas em mim. Eu, que me sentia morta, viva estava agora.


Então, ele tocou seus lábios nos meus, após tentar achar meu rosto com suas mãos. Grossas mãos, como as de um guerreiro, mas tentavam me desenhar o rosto enquanto me tocavam. Ali, me senti disposta a consumir o que me restava, matar o que sobrava do meu rancor pra ser só dele. Mas então veio o som sibilante, e uma mordida no dedo dele. Por reflexo, ele olhou pra mim e no mesmo instante...


- TIMMMMMMMEEEEEEEUUUUUUU!!!!!!!!!!!!! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!!!!!!!!


Seu rosto assombrado, encarando quem eu era de fato. Tentei pegar a espada dele, mas ela não ia, meu corpo não deixava.


- VENHAM, ME MATEM!


Gritei o mais forte que podia, pedia que viessem vingar seu líder. Acho que eles ouviram meu grito anterior. Sabiam que eu era um monstro. Que eu não era lenda. Que eu era o inverso daquilo que tanto o ser humano deveria prezar – eu era aquilo que todos deveriam destruir.


Outros grupos vieram, outros guerreiros solitários. Nunca quis fazer vítimas. Às vezes me ofereci para a morte, mas nenhum deles conseguia me destruir. Às vezes, quase desisto de esperar que alguém dê fim a esse tormento. Mas ouço passos e logo tudo volta, minha esperança de ser livre. Talvez devesse lutar pra valer, não sei. Ser um desafio de verdade. Quem sabe não faça isso agora?


Novamente ouço passos. Lá vem vindo eles novamente. É um tormento que nunca acaba.


- Tem certeza de que quer ir na frente, Perseu?


Me coloco atrás da pilastra. Talvez deva dar uma isca pra eles.


- Fiquem aqui, companheiros.


Vou começar a cantar baixinho. Quem sabe isso não funciona? Quem sabe...


Vestida das belezas celestiais, ela vem se aproximar

pra uma coroa de ouro e mais enfeites

sua cabeça adornar.

Assim que tod’ela pronta estiver pra se mostrar,

aos deuses ela é trazida pra que eles a venham louvar.
 

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