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"O Orc"

Joao Pedro GPC

Discípulo de Aulë
Olá, sou novo aqui no fórum, não seise deveria ter postado isso na sessão referente à Tolkien, mas de qualquer forma: estou escrevendo um romance baseado nas obras de J.R.R Tolkien (O Hobbit e SdA) que conta a história de um orc, procurei não fazer muitas referências à história original ( e não tenho o direito de fazer isso ), então está ai um trecho, se puderem comentem sobre qualquer coisa como erros gramaticais, erros na hitória, críticas (as construtivas são bem vindas) e etc. Também não precisam ler tudo, pois pode ser cansativo, então se tiverem lido apenas um trecho citem-o abaixo e comentem, obrigado!


Capítulo I – O sonho órquico



O Grande Olho flamejante era de certa forma sua inspiração em meio a todas as camadas de treva densa que se deitavam sob aquele vale há muito desolado. O pequeno orc era dotado de presas um tanto afiadas para a sua idade, mãos largas e fortes, porém magricelo como uma árvore morta e retorcida, por isso não servia para lutar, seus olhos eram grandes como orbes nebulosas e repletas de ódio.
Halghmak virou-se em seu recanto pedregoso e sujo, não era uma boa noite para trabalhar na forja das chamas. Assim como não era uma boa hora para nada, nem nunca em nenhuma vez na infeliz vida tinha sido bom fazer qualquer coisa, a não ser devorar grandes nacos de carne fresca e açoitar alguns peles-brancas capturados, vindos do oeste, sua força não era tão grande quanto à dos infelizes soldados que se acabavam em combates sangrentos, para o jovem orc só valia a pena uma luta com a certeza de que ela seria ganha, por isso não se importava com as batalhas que o senhor do escuro tanto insistia em realizar, sua pequena mente não tinha o menor entendimento das causas políticas de Sauron e seus aliados, agia como um cão frente ao dono agressivo e despreocupado.
Mas naquela noite (era sempre noite) não houve escapatória do capataz corpulento em sua ronda através de cada encosta, o grande carrasco espantou a preguiça com chibatadas dolorosas. A forja estava a todo vapor, era sustentada por vigas de aço presas ao solo, e uma cobertura enferrujada que se estendia sob as caldeiras, barris de água e veneno para flechas negras, era obrigatório que cada um confeccionasse cerca de trezentas lâminas para os soldados em marcha continua. Suas mãos ardiam ao segurar o martelo rústico, e o clang-clang era estridente assim como a fumaça saída do choque térmico para os olhos de todos os que ali trabalhavam. A fim do trabalho, saiu à passos desesperados na direção de sua cavidade favorita ao leste do vale morto, deitou-se cansado e sentindo a dor lancinante remanescente das chicotadas e queimaduras impostas à pele acinzentada e ainda jovem, suspirou longamente com o olhar fixo no Grande Olho esférico e reluzente, de algum modo sentia que aquilo era algo quase agradável de ser visto, mas deixando isso de lado adormeceu rapidamente ao som de metais, gritos, canções desafinadas e cornetas distantes. Os sonhos dos orcs costumam ser nebulosos e cheios de ódio, mas existem ao contrário do que muitos pensam, e naquele sono Halgmak pode vislumbrar ao longe diversos estandartes de guerra sendo arrastados por um exército enorme, que ao longe se assemelhava à um formigueiro em caos direcionado, os estandartes continham desenhos em vermelho, mas não pode ver exatamente o que eram, todos marchavam com estranha empolgação comum a cada individuo, e lutavam bravamente contra forças maiores, era algo promissor capaz de encher o abandonado coração do jovem com a mais flamejante vida no mundo, porém o sonho se esvaiu dando lugar à realidade de escravo dentro do vale apodrecido iluminado pelo Senhor de Escuro.
-Verme! Acorde e mexa suas pernas moles para a forja, ninguém tem tempo para descansos inúteis! –A voz grossa e rude veio do mesmo capataz de antes, o que significava se atirar no torturante trabalho novamente.





Capítulo II – A Isca




Após mais uma leva ainda pior do que a última, o cansaço deveria ser dobrado, porém não foi o que aconteceu com Halgmak, enquanto os outros se recolhiam para as respectivas cavidades, o jovem orc correu na direção de um bando de vagabundos que após a esta conversa o chamaram:
-Hurglok, homens e olifantes imbecis entrarão em breve pelos grandes portões, e será a nossa chance de escapar. –Disse um
-A menos que os malditos capatazes estejam estralando seus açoites para desertores, por causa dos mentes-podres que tentaram fugir à alguns dias. –Respondeu outro.
-Isso já faz tempo e além do mais, somos em menor número, entre as patas daquelas pilhas sujas ambulantes não seremos vistos. –Então um terceiro, mais gordo que os outros, começou a falar lentamente.
-Talvez, se tivéssemos uma isca... Para os capatazes. –Concluiu ele.
-Ótima idéia –Falou o primeiro- Venha até aqui garoto! –Disse ele apontando para Halgmak, tentando parecer amigável.
O jovem um tanto empolgado se dirigiu aos mais velhos, perguntando:
- O que querem?
-Escute –Falou o mentor- Você que se ver livre de todos estes malditos capatazes que te açoitam e te obrigam a trabalhar?
-Claro! O que tenho de fazer? –Respondeu inocente.
-Apenas nos acompanhar até os portões escuros, estamos tramando uma fuga infalível!
Dito isso, o jovem aceitou a proposta de imediato e os quatro se puseram a caminhar com destino aos grandes portões de ferro que já começavam a ser abertos com um rangido reverberante.
-Mas, deixar a sombra do Olho que tudo vê? –Disse Halgmak no meio do trajeto.
-Bobagem! Não estamos aqui para servir de escravos! Eu já provei o gosto da liberdade e é a melhor coisa que senti! –Replicou o maior.
-Além do mais, existem perigos lá fora, me disseram que peles-brancas maiores portando armaduras nos caçam incontrolavelmente.
-Temos armas também! Fique quieto agora, estamos chegando.
Aproximaram-se dos portões, escondidos entre montes de pedregulho postos um pouco atrás das portas de Mordor.
-Garoto! Corra até aquela pilha de espadas quebradas e tente distrair o capataz! –Ordenou o rechonchudo.
-Mas ele vai me pegar e fazer em pedaços, as ordens são para que ninguém se aproxime dos portões a não ser que seja ordenado.
-Vá logo, se quer sair daqui livre! –Treplicou ele.
Sem nenhuma escolha, o rapaz correu com toda a agilidade que conseguia e, obviamente, o capataz o viu e foi em sua direção furioso:
-Moleque maldito! O que faz aqui? –Vociferou ele, estalando o chicote,
Nesse momento os falsos amigos correram por entre o exército monstruoso que adentrava a terra escura, vendo aquilo, Halgmak gritou em clamor dos companheiros que apenas olharam para ele com um sorriso sádico no rosto enquanto fugiam. O castigo foi impiedoso mesmo sendo apenas uma criança, açoitadas múltiplas foram desferidas contra seu corpo já lavado com sangue escuro, a lamina deixou a bainha daquele que vigiava os portões e foi precipitar-se sobre a pele cinza-escura do jovem.
-Malditos, tratantes imundos!!! –Pensou ele, batendo as mãos no chão.
Então se arrastou por certa extensão até que chegasse à cavidade mais próxima, onde se deitou e permaneceu inerte por alguns momentos, pensou que fugir dali seria realmente muito bom, pois poderia matar muitos peles-brancas e servir com dignidade ao senhor do escuro, mas não havia meios de passar pelos portões, não agora.


Acordou de outra leva de sono profundo, sendo açoitado por outro capataz que o mandara para a mesma fornalha infernal, mas dessa vez ele não estava nem um pouco interessado em trabalhar, então de súbito, fugiu de seu carrasco por entre as pedras pontiagudas de Mordor.
-Volte aqui verme! –Gritou o capataz.
O pequeno orc pulava e se retorcia enquanto dava continuidade à sua fuga desesperada sem direção, em longos haustos sua respiração abafada absorvia o ar sufocante.
-Não vou trabalhar nem mais um segundo para esses soldados imbecis! –Grasnou ele.
-Há muito não temos um rebelde que não foi reprimido ferozmente, criatura nojenta! –Respondeu o capataz enquanto estralava o chicote atrás do menor.
-Quem está cuidando dos portões? –Perguntou em voz alta, Halgmak
De repente, o outro freou seu passo e voltou-se para a entrada que já tinha sido fechada, porém não estava sendo vigiada. O brutamonte correu desesperado para seu posto, resmungando maldições consigo mesmo.
-Como são tolos estes capatazes. –Pensou Halgmak enquanto andava para sua cavidade favorita.
No caminho de ida, avistou soldados indo buscar suas armas na grande forja, pareciam um bando de pilhas de carvão em brasa, movendo-se sob chicotadas para perto dos portões, a voz dos capatazes era aterradora.
-Vão seus pesos mortos! Ou vou cortar-lhes os pés e forçá-los a andar sem eles!
Satisfeito o jovem orc escondeu-se em sua queria cavidade e se pôs a meditar, olhando para o Grande Olho com admiração.
-Como se tornou assim? –Perguntou a si mesmo. –observa, manda e desmanda nessa manada de ignorante.
Então um enorme voltou passou rápido como um raio diante de seus olhos, deu muitas voltas no ar guinchando e fazendo sua montaria bater as asas poderosas, partindo para alguma missão importante.
-Nazgul... –Pensou ele- Queria ter uma montaria dessas! –De dê esta criatura! –Gritou ele rindo pausada e estrondosamente, aquilo fazia com que certa alegria cinzenta se apossasse dele, mergulhou em pensamentos repletos de névoa do desconhecido e se pôs a tecer uma história, uma história repleta de montanhas negras e muito altas, um céu vermelhos assolava tudo como uma mancha de sangue, o senhor do escuro reinava no centro de um gigantesco vale, semelhante a Mordor porém se estendendo dor todo o mundo. Halgmak vestia uma armadura negra repleta de espinhos e montava num dragão da mesma cor, sua montaria valia por mais de mil warg, mil cavalos élficos, mil cavalos dos homens e todas as criaturas que pudessem se locomover com velocidade, era possante e dominador assim como o dono com sua lâmina larga e seu arco longo escuro como o breu, fazendo zunir flechas vermelhas lá em baixo, onde elfos e homens corriam desesperadamente frente a seu enorme poder... Em meio à divagações sem sentido caiu no sono e sonhou profundamente com uma terra distante.





Capítulo III


A Viagem para o Oeste


O lugar era árido e vasto, e parecia ainda mais coberto pela noite, salpicado por rochas e colinas nuas ao longe que se estendiam até onde os olhos alcançam. Halgmak trajava uma roupa vermelha e preta, completada por uma armadura de couro endurecido, um elmo muito resistente lhe cobria a cabeça magra e botas de ferro armavam os pés, para completar um arco longo juto de seu alijava cheio de flechas venenosas e um sabre largo pendurado ao cinto também de couro. Tinha em si um instinto de correr na direção do oeste que se deitava cinzento do horizonte, e foi o que fez. Após quase duas horas de corrida e caminhada, avistou uma figura alta e sombria, era semelhante à Nazgul, porém não utilizava o elmo que lhe ocultava a face, tinha o roso de um orc muito velho e feio.
-Seja mal-vindo Halgmak!-Grasnou ele
-Quem é você?
-Me chamam de comandante Grogorb, e estou conduzindo meu exército para o oeste, estão além daquela colina –Disse ele apontando para a maior delas- Portanto, junte-se aos rapazes e diga que o mandei para liderar a divisão dos Vermes-de-flecha.
-Está certo –Respondeu ele se relutância.
E dirigiu-se o mais rápido que pode para trás da colina, onde de fato, espreitavam dezenas de orcs, alguns montados em wargs, outros portando grandes lanças e por fim os arqueiros que eram apenas em seis sem contar seu novo comandantes, estavam sentados com seus arcos ao lado, aparentando descaso com a aventura.
-Quem são os vermes-de-flecha? –Perguntou Halgmak ao chegar perto.
Um dos soldados apontou os seis vagabundos com escárnio.
-Mongolóides! Vocês estão sob minhas ordens agora! Ordens do comandante.
-Hein? –Disse um – Agora temos um tenente para nossa divisão? –E uma gargalhada se fez ouvir.
-Nossa GRANDE divisão –completou o outro, também rindo.
-Se acham pequenos de mais? –Perguntou Halgmak raivoso – Então vou fazê-los se sentirem mais ainda, debaixo de chutes, vamos logo! Levantem-se!
-Não devo nenhuma obediência à um rato como voc... –Antes que completasse a frase uma flecha disparou e acertou em cheio sua testa.
-Mais alguma pergunta? Está bem
Todos aguardaram o comandante, que chegou em poucos minutos dando ordens vigorosas em direção à uma espécie de aventura órquica.
-Mexam-se vermes! Vamos rumar para o oeste, Rápido!
Todos se levantaram com um ruído produzido pelo som dos metais nas armaduras e começaram a se deslocar aparentemente sem ordem, porém o comandante se colocou à frente, fazendo sinais para que uma formação fosse mantida.
-Wargs devagar e os demais correndo, até que cheguemos nas montanhas cinzentas, lá existe uma matilha de mais animais do que precisamos, então poderemos seguir normalmente!
Caminharam a passos controlados por insultos e não por chicotadas como em Mordor. Era estranho lembrar-se de sua antiga terra, sendo que nem sabia como havia chegado ali, mas isso não ocorria muito à mente de Halgmak, que corria e fazia questão de manter seus “seguidores” sob controle. Subiram uma cadeia de colinas muito elevada, que apresentava grande quantidade de rochedos os quais ele freqüentemente subia e observava o horizonte, numa dessas observações, o comandante que estava à frente da tropa gritou, perguntando:
-Vê alguma coisa?
Halgmak se esforçou para ver algo ao longe e então vislumbrou uma mancha cinzenta que se estendia como uma trilha de pedras colossal para o norte imóvel no horizonte.
-Apenas uma mancha! –Respondeu.
-Excelente, mais um dia e chegamos até as montanhas Hûrlhûgkar -Anunciou o líder-
-Não acho que demore tudo isso comandante, já que posso ver ao longe. –Respondeu o orc, descendo da pedra.
-Está querendo discutir comigo verme-das-flechas? Já fui até a floresta algumas vezes, e você me parece que nunca chegou nem perto, então se cale e volte a caminhar! –Alguns risos de deboche se fizeram ouvir.
Com toda a humildade que pode, seguiu correndo e tentando sobrepujar o cansaço que era saciado de vez em quando por vinho-sangue delicioso. O dia já começava a ser pintado em vermelho aonde o sol nascia, o que era horrível para os orcs, então, pararam por ordens do chefe em baixo de uma encosta pedregosa para descansar até o crepúsculo. Halgmak olhava para o agonizante céu azul que agora já se erguia, seus olhos ardiam e sua pele grossa estava irritada, tentou dormir um pouco.
Acordou debaixo de gritos distantes, e o comandante falava em voz alta:
-Um ataque está chegando, lutaremos em baixo de sol rapazes!
Ainda raciocinando lentamente, Halgmak apenas seguiu o fluxo e apanhou seu arco, que repousava do lado. Então, apanhou uma flecha, mirando em qualquer direção esperando encontrar algum oponente, após alguns momentos, quando todos já haviam pegado suas armas, ele localizou um batedor que corria vindo do oeste, fugindo de quase vinte elfos armados com arcos e espadas reluzentes, suas armaduras escamadas cobriam-lhes o peitoral e o abdômen, cabelos longos e loiros eram típicos deles abaixo dos elmos polidos. A batalha teve início, invocando aqueles que possuíam uma montaria na linha de frente, wargs grunhiam ferozmente em um ataque vigoroso, depois os armados com machados, espadas e lanças também se precipitaram em direção à batalha. Elfos que se encontravam recuados portavam arcos lançadores de flechas prateadas, contidas apenas na carne órquica. O comandante de repente falou, dirigindo-se à Halgmak:
-Dê alguma utilidade para esses vermes-de-flecha!
Ele fez sinal para que os cinco subordinados o seguissem até os flancos da colina que se encontrava atrás deles, chagando lá, começou a atirar projéteis negros contra os inimigos e os outros fizeram o mesmo.
-Matem esses ratos brancos! –Gritava ele.
A batalha começava a tomar seu curso, e os orcs só saíram vitoriosos pelo grande número, que foi significativamente reduzido.
-Todos os miseráveis que sobraram, venham para cá! –Disse o comandante- Perdemos muitos orcs, rapazes, um deles era o subcomandante dos Warghianos! Além de termos pedido também alguns lobos!
-Que faremos agora, com tão poucos combatentes? –Perguntou um lanceiro.
-Não me interrompa verme! –Respondeu o líder, furioso –Provavelmente os ratos vieram do norte, e passaram para o leste em algum ponto.
-Não apareceram à leste? Por que teriam vindo do norte? –Perguntou Halgmak
Tentando conter a irritação, por que a pergunta havia sido pertinente, Grogorb respondeu: A primeira coisa que temos a Tundra dos Wargs, com toda a sua nojenta horda de ratos brancos, eles não seriam capazes de passar por ali, porém há uma base élfica ao norte, provavelmente vieram de lá tentando nos despistar.
Grogorb reorganizou as tropas rusticamente, formando uma fila indiana onde todos corriam noite à dentro em direção à terra dos Lobos Gigantes. Marcharam por longas horas, passando por cada vez mais regiões irregulares com mais e mais pedras pelo caminho, algum tempo depois uma vegetação escura começava a aparecer no solo,
Halgmak ouviu alguns comentários feitos durante o percurso, tais como:
-Verá que os animais de lá são duas vezes maiores do que esses cães mal-treinados que tínhamos.
-Falaremos com eles e não será difícil convencê-los, pois odeiam os cavalos dos homens e tudo o que vem dos elfos. –Dizia o comandante a seu braço direito, Dragkar.



Aí está, provavelmente existem muito erros, mas se puderem me ajudar, fico agradecido.
 

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