Ragnaros.
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A chegada de Sauron à Ilha de Númenor foi um (aparente e ilusório) prodígio social e político de Ar-pharazôn e uma boa propaganda militar à um período marcado por um sistema de guerra colonialista e contínuo adotado pelos Númenorianos, quase nos moldes do que vemos (militarmente) na obra de George Orwell - 1984.

O conceito de guerra contínua se pauta na introdução de sociedades em estado de alerta e um sentimento ultra - bélico, ou seja, um sistema perfeito à tiranos das escolas militares e um povo acostumado à invasões, escravizações de povoados com o fito de exploração constante de recursos, para produzir mais armas, para se tomar mais territórios, para enriquecer mais o estado, para produção de armamentos, ou seja, é um ciclo sem fim. Esse tipo de sistema impede modificações de âmbito político, haja vista a existência de inimigos eternos que possam ameaçar o status quo. No caso da obra, tínhamos o Goldstein. No silma, Sauron seria esse monstro máximo e ameaça presente. https://en.wikipedia.org/wiki/Perpetual_war
Nas palavras de Thomas Hobbes:
A atuação de Sauron na ilha é de um benesse e brilhantismo político sem igual, pois não houve a utilização de uma arma ofensiva terrível (sem raios laser, bomba de anti-matéria, força bruta. Como vemos por aí nos quadrinhos, tv, filmes). O modus operandi de Sauron está mais para um Ozymandias do Watchmen - intelecto em contraponto (ironicamente) ao uso de poderes divinos como um Dr. Manhattan. Eu simbolizo mais ou menos essa cena aqui:

Sauron se pautou em conceitos. Ideias. Ora, parece séculos e séculos de isolacionismo e exclusão dos elfos na ilha fizeram com que as gerações posteriores esquecessem do passado de guerra, derrotas e escravizações que os pais dos Númenorianos sofreram em Beleriand. Neste sentido, um povo que se esquece de seu passado, de onde vieram e de quem vieram, são passíveis de cometerem os mesmos erros passados ou em maior grau. E Sauron parece ter se aproveitado disso:
Pois, quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado. Os regimes autoritários têm grande preocupação com a linguagem. Não basta apenas calar a divergência: também é preciso submeter a língua a uma torção que inverta o sentido das palavras. E para mim, Sauron se utilizou dessa arma. Coisa que até Melkor fazia em Valinor. Ora, se no paraíso dos deuses ele subvertia o significado das linguagem, imaginem numa terra em que a maioria da população estava degenerada em luxúria e guerra:
e
Melkor sutilmente fazia surgir aos elfos o desejo por novas terras, novas conquistas e independência.
Sauron fez a mesma coisa, porém, além de fazer surgir o desejo por novas terras, novas conquistas, aqui, ele trouxe um desejo megalomaníaco de dominação de planetas, sistemas, quem sabe o espaço de Eä.
Uma teocracia espacial, de homem submetidos à um deus. Bem, essa é a premissa de Warhammer - com Imperador deus da humanidade:
Mas a principal ideia era a concessão da imortalidade, pois os homens, tendo pouco tempo de vida (se comparado aos elfos) não iriam desfrutar destas promessas. Desta forma, criou-se e disseminou-se o culto ao deus libertador que iria livrar os homens do "Arcontes" do grande monstro Demiurgico que aprisionou os corpos dos homens numa prisão estreita chamada Arda:

É nesse período de blasfêmia que inicia-se os cultos de sacrifícios humanos, tendo Sauron como sumo sacerdote - o cara passe de prisioneiro político à chefe teológico/religioso. Como argumentar contra um senhor da lábia e detentor de verdades dogmáticas naturais de quase todas as religiões? E, ainda mais imortal. Ele provavelmente mostrava que sua condição de imortalidade era alcançável também aos homens? Como um (falso) "Messias" que, nas religiões e histórias do nosso mundo tratavam de ensinamentos a serem seguidos para que outros pudessem também atingir a "iluminação" e saírem dessa condição de carne, sangue e ossos.

Aí vem grande momento de Sauron. Pois os Valar se encolerizaram com a Ilha. E a bombardearam com granizo, tempestades, raios e trovões. Do qual Sauron ficou incólume no topo do templo.

Mas me pergunto. É dito que os Valar não tinham jurisdição sobre os homens. Como então manter essa falta de jurisdição se eles estavam detonando Númenor com todos esses fenômenos naturais? Isso é muito contraditório pelo que é dito na obra. O que eu penso: Manwë e os demais Valar se abstiveram nas bênçãos e favores divinos à Ilha e mandaram sinais de aviso, como as águias de Manwë, mas, na minha opinião, não foram eles que causaram esses desastres. O culpado e causador desses desastre fora o próprio Sauron, ele que causava as tempestades, os raios, as doenças e loucuras que atormentavam os homens. E quem levou a culpa numa jogada política para provocar uma guerra? Os Valar que não fizeram nada ofensivamente. Sendo o terremoto na montanha sagrada um aviso.
O nível de poder Saurônico aqui:
- Sugestão em massa à nível semi - continental.
- Causador de tempestades de granizo, chuvas fora época.
- Doenças/pragas.
- Eletrólise para matar os homens e encorajá-los numa invasão absurda à Valinor (e foi o que ele conseguiu).
- E deu uma ajudinha para que a frota Númenoriana escapasse do triângulo das bermudas nas nuvens que cercavam Valinor. Penso isso pelo fato do elemento Morgoth anular os poderes dos Valar e afins.

O conceito de guerra contínua se pauta na introdução de sociedades em estado de alerta e um sentimento ultra - bélico, ou seja, um sistema perfeito à tiranos das escolas militares e um povo acostumado à invasões, escravizações de povoados com o fito de exploração constante de recursos, para produzir mais armas, para se tomar mais territórios, para enriquecer mais o estado, para produção de armamentos, ou seja, é um ciclo sem fim. Esse tipo de sistema impede modificações de âmbito político, haja vista a existência de inimigos eternos que possam ameaçar o status quo. No caso da obra, tínhamos o Goldstein. No silma, Sauron seria esse monstro máximo e ameaça presente. https://en.wikipedia.org/wiki/Perpetual_war
Nas palavras de Thomas Hobbes:
So that in the nature of man we find three principal causes of quarrel. First, competition; secondly, diffidence; thirdly, glory.
The first maketh man invade for gain; the second, for safety; and the third, for reputation. The first use violence, to make themselves masters of other men’s persons, wives, children, and cattle; the second, to defend them; the third, for trifles, as a word, a smile, a different opinion, and any other sign of undervalue, either direct in their persons or by reflection in their kindred, their friends, their nation, their profession, or their name.
Hereby it is manifest that, during the time men live without a common power to keep them all in awe, they are in that condition which is called war, and such a war as is of every man against every man. For ‘war’ consisteth not in battle only or the act of fighting, but in a tract of time wherein the will to contend by battle is sufficiently known, and therefore the notion of ‘time’ is to be considered in the nature of war, as it is in the nature of weather. ...
Whatsoever therefore is consequent to a time or war where every man is enemy to every man, the same is consequent to the time wherein men live without other security than what their own strength and their own invention shall furnish them withal. In such condition there is no place for industry, because the fruit thereof is uncertain, and consequently no culture of the earth, no navigation nor use of the commodities that may be imported by sea, no commodious building, no instruments of moving and removing such things as require much force, no knowledge of the face of the earth; no account of time, no arts, no letters, no society, and, which is worst of all, continual fear and danger of violent death, and the life of man solitary, poor, nasty, brutish, and short.
A atuação de Sauron na ilha é de um benesse e brilhantismo político sem igual, pois não houve a utilização de uma arma ofensiva terrível (sem raios laser, bomba de anti-matéria, força bruta. Como vemos por aí nos quadrinhos, tv, filmes). O modus operandi de Sauron está mais para um Ozymandias do Watchmen - intelecto em contraponto (ironicamente) ao uso de poderes divinos como um Dr. Manhattan. Eu simbolizo mais ou menos essa cena aqui:

Sauron se pautou em conceitos. Ideias. Ora, parece séculos e séculos de isolacionismo e exclusão dos elfos na ilha fizeram com que as gerações posteriores esquecessem do passado de guerra, derrotas e escravizações que os pais dos Númenorianos sofreram em Beleriand. Neste sentido, um povo que se esquece de seu passado, de onde vieram e de quem vieram, são passíveis de cometerem os mesmos erros passados ou em maior grau. E Sauron parece ter se aproveitado disso:
Guerra é paz; liberdade é escravidão; ignorância é força.
Pois, quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado. Os regimes autoritários têm grande preocupação com a linguagem. Não basta apenas calar a divergência: também é preciso submeter a língua a uma torção que inverta o sentido das palavras. E para mim, Sauron se utilizou dessa arma. Coisa que até Melkor fazia em Valinor. Ora, se no paraíso dos deuses ele subvertia o significado das linguagem, imaginem numa terra em que a maioria da população estava degenerada em luxúria e guerra:
Contudo, quem semeia mentiras no final não deixará de ter sua colheita; e em breve
poderá descansar da labuta enquanto outros vão colher e semear em seu lugar. Melkor sempre
encontrava ouvidos que lhe dessem atenção, e algumas línguas que aumentassem o que haviam escutado; e suas mentiras passaram de amigo a amigo, como segredos cujo conhecimento demonstra a sabedoria de quem os revela
e
Melkor costumava caminhar entre eles; e, em meio a suas belas palavras, eram entremeadas outras, com tanta sutileza, que muitos daqueles que as ouviam, ao procurar se lembrar, acreditavam terem elas brotado de seu próprio pensamento
Melkor sutilmente fazia surgir aos elfos o desejo por novas terras, novas conquistas e independência.
Pois, agora, tendo acesso aos ouvidos dos homens, Sauron com muitos argumentos negava tudo o que os Valar haviam ensinado. E disse aos homens que pensassem que no mundo, no leste e mesmo no oeste, ainda havia muitos mares e muitas terras a serem conquistadas, que possuíam tesouros sem conta. E, no entanto, se eles acabassem chegando ao final dessas terras e desses mares, para além de tudo ficava o Escuro Ancestral.
Sauron fez a mesma coisa, porém, além de fazer surgir o desejo por novas terras, novas conquistas, aqui, ele trouxe um desejo megalomaníaco de dominação de planetas, sistemas, quem sabe o espaço de Eä.
Uma teocracia espacial, de homem submetidos à um deus. Bem, essa é a premissa de Warhammer - com Imperador deus da humanidade:
Mas a principal ideia era a concessão da imortalidade, pois os homens, tendo pouco tempo de vida (se comparado aos elfos) não iriam desfrutar destas promessas. Desta forma, criou-se e disseminou-se o culto ao deus libertador que iria livrar os homens do "Arcontes" do grande monstro Demiurgico que aprisionou os corpos dos homens numa prisão estreita chamada Arda:

É nesse período de blasfêmia que inicia-se os cultos de sacrifícios humanos, tendo Sauron como sumo sacerdote - o cara passe de prisioneiro político à chefe teológico/religioso. Como argumentar contra um senhor da lábia e detentor de verdades dogmáticas naturais de quase todas as religiões? E, ainda mais imortal. Ele provavelmente mostrava que sua condição de imortalidade era alcançável também aos homens? Como um (falso) "Messias" que, nas religiões e histórias do nosso mundo tratavam de ensinamentos a serem seguidos para que outros pudessem também atingir a "iluminação" e saírem dessa condição de carne, sangue e ossos.

Aí vem grande momento de Sauron. Pois os Valar se encolerizaram com a Ilha. E a bombardearam com granizo, tempestades, raios e trovões. Do qual Sauron ficou incólume no topo do templo.

Mas me pergunto. É dito que os Valar não tinham jurisdição sobre os homens. Como então manter essa falta de jurisdição se eles estavam detonando Númenor com todos esses fenômenos naturais? Isso é muito contraditório pelo que é dito na obra. O que eu penso: Manwë e os demais Valar se abstiveram nas bênçãos e favores divinos à Ilha e mandaram sinais de aviso, como as águias de Manwë, mas, na minha opinião, não foram eles que causaram esses desastres. O culpado e causador desses desastre fora o próprio Sauron, ele que causava as tempestades, os raios, as doenças e loucuras que atormentavam os homens. E quem levou a culpa numa jogada política para provocar uma guerra? Os Valar que não fizeram nada ofensivamente. Sendo o terremoto na montanha sagrada um aviso.
O nível de poder Saurônico aqui:
- Sugestão em massa à nível semi - continental.
- Causador de tempestades de granizo, chuvas fora época.
- Doenças/pragas.
- Eletrólise para matar os homens e encorajá-los numa invasão absurda à Valinor (e foi o que ele conseguiu).
- E deu uma ajudinha para que a frota Númenoriana escapasse do triângulo das bermudas nas nuvens que cercavam Valinor. Penso isso pelo fato do elemento Morgoth anular os poderes dos Valar e afins.
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