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Autor da Semana Mary Wollstonecraft Shelley

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Mary Wollstonecraft Shelley


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Retrato de Mary Shelley por Richard Rothwell exposto na Royal Academy em 1840, acompanhado pela leitura do poema de Percy Shelley, The Revolt of Islam onde a nomeava de "criança de amor e luz"​

Nascida em 30 de Agosto de 1797 na cidade de Londres, Mary Wollstonecraft Godwin era filha de Mary Wollstonecraft, considerada uma das primeiras feministas e que, infelizmente, morreu dez dias após o nascimento da filha. Ela ficou conhecida pela publicação das obras A Reivindicação dos Direitos da Mulher (1792) e Os Erros da Mulher. O pai de Mary Shelley, William Godwin, era jornalista, escritor e teórico anarquista, considerado o precursor da filosofia libertária. Publicou a obra Uma Investigação Concernente à Justiça Política (1793) que o tornou famoso e mais algumas obras dentre as quais As Coisas Como São e As Aventuras de Caleb Williams (1794) com idéias revolucionárias ele apoiava as causas feministas junto com sua esposa. Após a morte de sua mãe seu pai se casou novamente e teve uma outra filha Jane Clairmont.

A obra do Sr. Godwin, intitulada Memoirs of the Author of A Vindication of the Rights of Woman, publicada um ano após a morte de sua esposa como uma homenagem à falecida, foi recebida pelo público com um certo espanto, pois expunha as relações extra-matrimoniais da Sra. Wollstonecraft. No entanto, esta obra foi de grande importância para que, posteriormente, Mary Godwin conhecesse a biografia de sua própria mãe e alimentasse uma admiração que se estenderia por toda sua vida.

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Página do jornal de William Godwin onde está registrado o "Nascimento de Mary, 11:20 PM" (coluna esquerda, quarta linha)

Infância

Com o falecimento da mãe a criação da pequena Mary e da sua meio-irmã Fanny Imlay, filha da mãe com Gilbert Imlay se tornou responsabilidade do pai, William Godwin.

Em dezembro de 1801, o Sr. Godwin casou-se novamente, desta vez com Mary Jane Clairmont, que já trazia dois filhos jovens, Charles e Claire. Segundo pessoas próximas à recém formada família, Mary Jane era uma mulher temperamental que dedicava sua atenção maternal exclusivamente a seus filhos, em detrimento de Mary Godwin e Fanny Imlay. Este fato contribuiu para uma convivência pouco harmoniosa entre Mary Godwin e sua madrasta.

Nesta mesma época, o Sr. Godwin estabeleceu-se como comerciante de livros infantis e papelaria. Infelizmente, sua empreitada não obteve o sucesso esperado e Godwin viu-se obrigado a recorrer a empréstimos constantes. Este ciclo de dívidas atingiu seu ápice em 1809, quando o falido comerciante recebeu apoio financeiro de amigos.

Ainda assim, segundo registros, a infância de Mary Godwin foi plena e saudável com muita apreciação à leitura e aos estudos. Embora tivesse recebido uma educação formal bastante deficitária, Mary recebeu de seu pai um grande apoio intelectual. Sendo ele o responsável por grande parte da formação educacional da jovem Mary, oferecendo-lhe acesso ao seu acervo pessoal de livros, manuscritos de própria autoria e a inestimável convivência com pensadores como Samuel Taylor Coleridge.

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O Polígono (a esquerda) em Somers Town, Londres, entre Camden Town e St Pancras, onde Mary Godwin nasceu e passou sua infância.​

No ano seguinte, foi enviada por seu pai à cidade de Dundee, Escócia, sob a responsabilidade de William Baxterher. Porém, esse afastamento súbito e aparentemente sem motivo de Mary do convívio familiar gerou boatos sobre sua saúde e até mesmo comentários de que o Sr. Godwin tomara esta decisão visando integrar sua filha ao mundo da política.

De qualquer forma, Mary conviveu harmoniosamente na residência do William Baxterher e na companhia de suas quatro filhas. No ano seguinte, retornou à casa de seu pai por onde permaneceu por apenas dez meses, retornando em seguida para a Escócia. Foi nesta ocasião, que conheceu pessoalmente o já renomado escritor Percy Bysshe Shelley, cinco anos mais velho, casado com Harriet Westbrook, pai de dois filhos e amigo pessoal de Baxterher.

A infância de Mary foi rodeada de intelectuais que faziam parte do circulo de amigos de seu pai, provavelmente o que tenha ajudado e incentivado ela a escrever desde cedo, pois aos 10 anos ela publicou o seu primeiro poema e aos dezesseis, ousadamente, fugiu de casa para viver com Percy Bysshe Shelley, apenas cinco anos mais velho, mas já bastante famoso poeta romântico que se casara há apenas cinco anos antes com Harriet Westbrook com quem tivera dois filhos. Após o suicídio de Harriet, Mary e Percy se casaram, em 1816 e Mary adotou o sobrenome de seu marido passando a se chamar de Mary Wollstonecraft Shelley.

Primeiro encontro com Percy Shelley

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Retrato de Percy Bysshe Shelley pintado por Curran em 1819​

Em 1814 Mary conheceu em um jantar oferecido por seu pai o poeta romântico Percy Shelley, ele era casado, mas quando se conheceram foi amor à primeira vista, o pai de Mary não gostou muito da história e fez de tudo para os dois não se aproximarem, mas Shelley ofereceu uma boa quantia em dinheiro para Godwin, ele então permitiu que eles fossem para a Suíça e Mary levou sua irmã Jane, que estava grávida de Byron, passearam pela Europa e em 1816 puderam finalmente se casar, pois a primeira esposa de Shelley havia falecido.

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Projeto de Frankenstein("Foi numa noite triste de novembro que eu contemplei meu homem completo...")

A criação do mito: nasce Frankenstein, ou o Prometeu Moderno

Mary Shelley, quando criança, foi uma garota muito sonhadora. Nas praias do litoral do Norte do Tay, perto do Dundee, é que fluíam seus primeiros escritos, segundo a autora lá era uma região agradável onde ela podia se comunicar com as criaturas de suas fantasias. Apesar de seus escritos serem feitos sem muito estilo, foi debaixo das árvores dos campos pertencentes a sua casa, ou nas encostas nuas e desoladas das montanhas próximas, que nasceram e floresceram suas verdadeiras composições e os mais fantásticos vôos de sua imaginação.

No entanto ela foi crescendo e sua vida se tornando mais ocupada e a realidade substituiu a ficção. Depois de seu casamento com Percy Shelley, ele começou a instigá-la a escrever algo que pudesse torná-la famosa como seus pais foram. Porém ele não acreditava que ela seria capaz de produzir algo de importância literária. Mas Mary não se preocupava em realizar esse desejo de seu esposo, pois ela detinha o seu tempo aos cuidados da família e de seus estudos, no intuito de aperfeiçoar as idéias.

No verão de 1816, Mary e Shelley foram à Suíça, mais propriamente em Genebra (pois ele havia se separado de sua esposa há pouco tempo, e ela saiu espalhando para as pessoas da época que ele era homossexual, com seu amigo John Polidori, um médico) e se encontraram com Lord Byron. Byron resolveu alugar um castelo que ficava as margens de um pântano, e durante um bom tempo os cinco moraram ali, formou-se então um belo circulo de amizade entre eles, Shelley passava horas conversando com Byron sobre diversos assuntos e Mary passeava com Jane pelas redondezas do castelo.

Entretanto naquele verão estava chovendo muito na Suíça, sendo assim as chuvas obrigava-os a ficar em casa, então, eles aproveitavam para se reunirem e contarem histórias de fantasmas. E foi numa dessas noites que Byron propôs que cada um escrevesse uma história de fantasmas, e sua proposição foi aceita. Eles eram quatro. Byron, que iniciou um conto, um trecho que ele inseriu no final de seu poema Mazeppa. Shelley, mais apto a incorporar as idéias e sentimentos nos versos mais melodiosos do que inventar o enredo de uma história iniciou um conto baseado nas primeiras experiências de sua vida. Polidori fez algo sobre uma mulher que tinha por cabeça uma caveira. Porém os ilustres poetas, entediados pela chatice da prosa, rapidamente abandonaram a tarefa.

Mary foi a única que levou sua tarefa a diante, no início ela tentou escrever algo, mas nada vinha a sua mente, e quando lhe perguntavam como ia sua produção ela ficava entediada. Até que um dia Byron e Shelley, que passavam um longo tempo conversando, discutiram sobre várias doutrinas filosóficas sobre a natureza do princípio da vida e se havia alguma possibilidade de ela ser descoberta e criada, como as experiências do Dr. Darwin, e as terias galvânicas, a qual Shelley havia estudado na Universidade Eton, em que, Luigi Galvani utilizou choques elétricos para animar músculos de rãs.

Naquela mesma noite Mary não conseguiu dormir, sua imaginação que era muito fértil, rolou solta como num sonho. E ela viu um pálido estudioso ajoelhado junto às partes mortais que ele havia reunido. Ela via um corpo estendido, que, sob a ação de uma máquina se movia mostrando sinais de vida. O criador ficava apavorado ao ver sua criação e resolve ir dormir pensando que quando acordasse ela já teria expirado a vida, mal animada, porém ao acordar ele a vê de pé ao lado de sua cama o observando com seus olhos amarelos.

Horrorizada Mary abre os olhos e tenta esquecer aquelas imagens, mas elas insistem em permanecer em sua mente. È aí que Mary lembra de sua tarefa e resolve escrevê-la, do jeito que a viu, pois assim do mesmo jeito que a assustou poderia assustar quem a lesse. No dia seguinte ela anuncia ter encontrado a história, que a princípio seria apenas um pequeno conto, só que incentivada por seu esposo ela resolveu aumentá-lo. Surge, então, a obra de horror mais famosa da literatura Inglesa, que inspiraria um século depois autores como Edgar Allan Poe, Guy de Maupassant, Stevenson, H. G. Wells e Bram Stoker.

Nessa obra encontram-se as teorias de Rousseau, acerca do bom selvagem, a qual Mary teve um bom conhecimento por intermédio das obras de seu pai, que era um ávido estudioso do grande filósofo. Sua criação foi a obra que mais ilustrou o dilema do homem moderno no anseio de superar suas limitações.

A primeira edição da obra, em 1818, foi um imenso sucesso.

O Romance Gótico

Naquela época o romance gótico havia surgido, e toda noite só se contava histórias de fantasmas, vampiros, bruxas e maldições e a única que conseguiu foi Mary, só que ela foi além do proposto e criou um mito na literatura inglesa e modificou os romances góticos, criando o romance gótico-psicológico. O romance gótico aborda todos os tipos de horrores, mistérios terrificantes, torturas, entre outros, na maioria das vezes o cenário é lúgubre e desolado geralmente em castelos e os personagens são amaldiçoados. No romance psicológico prefere-se indagar e analisar os motivos íntimos das decisões e indecisões humanas. Como ela inovou criando um monstro criado pelo homem, e logo esse homem se arrepende de sua criação, temos um romance que trata de um tema monstruoso e temos todo o arrependimento do Dr. Frankenstein (ou o Prometeu Moderno, alusão ao mítico Prometeu da mitologia grega que teria criado o homem do barro) de ter criado o seu monstro, o cenário é desolado, pois ele cria o monstro em seu laboratório, mas não chega a ser em um castelo. Frankenstein é o principal romance que Mary escreveu.

Tragédias

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William "Willmouse" Shelley, pintado logo antes de sua morte por malária em 1819 (retrato de Amelia Curran, 1819)​

Em 1819, Mary tem uma crise nervosa após a morte de seu filho William, que morreu aos 3 anos, de malária. De seus cinco filhos apenas um sobreviveu, Percy Florence. No ano de 1822 Percy Shelley se afogou na Baía de Spezia, próximo a Livorno. Pouco antes quem veio a falecer foi Aleggra, a filha de Byron com Jane. Após dois anos da morte de Shelley foi à vez de Byron morrer. E em 1823, Mary voltou para a Inglaterra e decidiu que nunca mais se casaria. Ela dedicou-se a educação e prosseguiu com sua carreira de escritora. Seu sogro, Sir Timothy Shelley, após a morte de Shelley não ajudou Mary e seu neto em nada, mesmo ela nunca tendo se casado.

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A fim de cumprir os desejos de Mary Shelley, Percy Florence e sua esposa Jane exumaram os caixões dos pais de Mary Shelley e enterraram-nos com ela em Bournemouth

Adaptações de Frankenstein

O romance foi primeiramente adaptado para o teatro, e posteriormente para um grande número de mídias, incluindo rádio, televisão e cinema, além de quadrinhos.

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Thomas Edison realiza em 1910 a primeira adaptação cinematográfica da obra de Shelley​

A primeira adaptação para o cinema foi feita pelos Edison Studios em 1910. Foi produzida por Thomas Edison e trazia Charles Ogle no papel da criatura. Uma das mais famosas transposições do romance para as telas é a realizada em 1931 pela Universal Pictures, dirigida por James Whale, com Boris Karloff como o Monstro. Esta adaptação deu a aparência mais conhecida do monstro, com uma cabeça chata, eletrodos no pescoço e movimentos pesados e desajeitados (apesar do livro descrever a criatura como extremamente ágil). Este filme tornou-se um clássico do cinema.

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Boris Karloff como o monstro de Frankenstein​

Um grande número de continuações seguiram-se, mas desta vez divergindo bastante da história narrada no romance. Em 1943 o personagem foi vivido por Bela Lugosi em Frankenstein Encontra o Lobisomem. Já em 1969 foi a vez de Peter Cushing estrelar a versão do diretor Terence Fisher que levou o título de Frankenstein tem que ser Destruído. Na década de 1980 o personagem voltaria em dois filmes: Frankenstein do diretor James Ormerod e Gothic de Ken Russell.

Em 1994 foi lançada uma adaptação cinematográfica dirigida por Kenneth Branagh de nome Frankenstein de Mary Shelley, com o próprio Branagh no papel de Victor Frankenstein, Robert De Niro como a criatura e Helena Bonham Carter como Elizabeth. Apesar do título sugerir uma adaptação fiel, o filme toma uma série de liberdades com a história original. Em 2004 a criatura apareceu no filme Van Helsing, dirigido por Stephen Sommers.

As representações do Monstro e sua história têm variado bastante, de uma simples máquina de matar sem capacidade de reflexão a uma criatura trágica e plenamente articulada, o que seria mais próximo do retratado no livro.

O romance Frankenstein ainda serviu como inspiração para o filme Edward Mãos de Tesoura (1990), de Tim Burton o qual inclui a participação de Johnny Depp como Edward.

Outras obras

Nenhuma de suas outras obras (cerca de 30) obteve o mesmo sucesso que a primeira. Seus trabalhos mais tardios incluem Lodore (1835) e Faulkner (1937), Mathilde (de 1819, publicada em 1959), que traça as relações entre Godwin e Shelley. Valperga (1823) é um romance passado no século 14, e O último homem (1826) prevê o fim da civilização humana e a gradual destruição da raça humana através de uma praga. A história é narrada por Lionel Verney, que mora nas ruínas de Roma. As feministas interpretaram como sendo uma fantasia da corrosão total da ordem patriarcal.

Com o tempo, Mary Shelley deixou de escrever romances, quando o realismo começou a ganhar notoriedade. Ela escreveu vários contos para jornais, particularmente para o The Keepsaker, além de produzir vários volumes de "vidas" para a Enciclopédia Cabinet, da Lardner. A primeira edição dos poemas de Shelley (em 1839, 4 volumes) também teve a sua inscrição. Ela ainda tentou fazer uma biografia de Shelley, mas abandonou o trabalho sem o concluir. Faleceu em 1851, aos 54 anos.

Referências

§ http://cassiasn.blogspot.com.br/2009/04/biografia-mary-wollstonecraft-shelley.html

§ http://www.infoescola.com/escritores/mary-shelley/

§ http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/shelley.htm

Fotos

§ http://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Shelley

§ http://pt.wikipedia.org/wiki/Percy_Bysshe_Shelley

§ http://en.wikipedia.org/wiki/File:Frankenstein's_monster_(Boris_Karloff).jpg
 
Última edição:
Não seria o caso de você colocar as imagens GIGANTESCAS em spoiler, não, Morfs? Tá distorcendo o treco todo. Sim, eu sou chata, mas isso não é novidade.
 

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