Lethaargic
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Ela escreve magnificamente, tem uma capacidade de produção invejável, é corajosa, leal, amiga, bom caráter... “Uma guerreira”, como definiu a atriz Tuna Dwek na recente biografia Maria Adelaide Amaral – A emoção libertária. Discreta, a premiada escritora e dramaturga declarou que se sente constrangida quando é alvo de elogios. Mas como não expressar admiração por sua rara sensibilidade ao retratar emoções e conflitos, situações e relações humanas?
De peças como A resistência, Bodas de papel, De braços abertos, Para tão longo amor, Intensa magia, Tarsila e Mademoiselle Chanel, entre outras que mereceram o aplauso do público e da crítica, às prestigiadas minisséries de tevê – A muralha (baseada na obra de Dinah Silveira de Queiroz), Os Maias (Eça de Queiroz), A casa das sete mulheres (Letícia Wierzchowski), Um só coração –, todos os seus trabalhos se tornaram marcantes, seja pela força dos diálogos e das seqüências, seja pela fantástica precisão e reconstituição de época. Sem esquecer os romances publicados, entre eles Luísa – Quase uma história de amor (Prêmio Jabuti), O bruxo, Aos meus amigos, Querida mamãe, Ó abre alas, Estrela nua.
Maria Adelaide se encantou pela literatura ainda menina. Portuguesa de nascimento, paulistana de coração, ela se acostumou, desde cedo, a buscar refúgio nos livros de história. “Minha realidade era tão complicada e sofrida que eu precisava inventar um mundo melhor para mim. Quer um mundo melhor do que o da ficção? Eu embarcava nas narrativas sobre fadas e princesas e passava a viver o que lia num exercício de pura evasão. Era algo compulsivo – eu adorava, sorvia, vivia emocionalmente de leitura. Meus pais estavam muito ocupados com a questão da sobrevivência, então, aprendi a viver com os livros. Foram eles que me ensinaram a pensar, a discernir, me deram princípios, formaram meu caráter. E foi graças a eles que me desenvolvi profissionalmente. Com certeza, esse conhecimento é o que faz a diferença nos meus trabalhos.”
Foram as dificuldades também que a impeliram a escrever: “Quem nunca enfrentou problemas não tem motivação para fazer ficção e poesia. Fazer ficção é um mecanismo de compensação extraordinário. Agradeço todos os dias a Deus e aos meus santos por esse dom. Escrever, para mim, é uma necessidade vital. Escrevo para dizer o que não consigo de outra maneira, para saber como sou e o que penso. Escrevo para ser amada, para não enlouquecer, para resgatar e transmutar através da ficção o que não foi possível transmutar na vida real.”
Seu percurso no universo da leitura começou de forma caótica, como diz. “No início, o que me atraía era apenas um bom enredo. No fim da adolescência, passei a exigir também qualidade de linguagem e de estilo. Muitos autores conseguem essa junção perfeita. Machado de Assis e José Saramago, por exemplo. Mas eu lia de tudo, com sofreguidão, desordenadamente. De J. Cronin a Jorge Amado, passando por Eça de Queiroz, Pitigrilli e Maria José Dupré (Sra. Leandro Dupré).”
“Houve uma fase em que meu amigo Décio Bar, um intelectual brilhante, resolveu me orientar e fez uma lista dos autores fundamentais, incluindo Sartre, Simone de Beauvoir, Fernando Pessoa, Erich Fromm e muitos mais”, conta. “Adorei Com a morte na alma e Sursis, de Sartre. Simone de Beauvoir sempre me fascinou. Sua biografia, Memórias de uma moça bem comportada, é um livro essencial, que me abriu os olhos e a cabeça. Eu sentia um prazer imenso também em escolher um tema, época ou autor e mergulhar fundo. Fazia até roteiros sentimentais literários nas minhas viagens, visitando as casas onde os escritores haviam morado e os lugares que freqüentavam. Assim foi com Proust, Flaubert, Balzac, Shakespeare...”
Quando alguém lhe pergunta o que é preciso para se tornar um autor, Maria Adelaide responde: “Leia muito”. E, seguindo a iniciativa de Décio Bar, faz uma lista dos escritores que contribuíram para a sua formação, entre os quais Dostoiévski, Machado de Assis, Thomas Mann, Tolstói, James Joyce, Joseph Conrad, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Virginia Woolf, Stendhal, Gustave Flaubert, Marcel Proust, Lawrence Durrell.
Fonte.
~
Eu ia abrir um tópico para falar só sobre o livro 'Tarsila', mas como
tenho certeza que muitos aqui conhecem e/ou gostam da Maria
Adelaide Amaral, resolvi abrir um tópico para discutirmos a sua obra.
Quero a opinião daqueles que já leram outros livros dela. Gostei
bastante de Tarsila, fiquei curiosa para ler um livro dela em prosa.
Sobre Tarsila:
É teatro, logo, uma leitura rápida - e agradável.
É uma forma diferente de conhecer um pouco mais sobre a pintora,
sua história, o relacionamento com Oswald de Andrade, a amizade
com Mário de Andrade e os problemas que enfrentou com a crise de 1929. Recomendo que leiam com o computador ligado, para pesquisar as
telas e entender melhor o contexto.
Alguém já leu?
De peças como A resistência, Bodas de papel, De braços abertos, Para tão longo amor, Intensa magia, Tarsila e Mademoiselle Chanel, entre outras que mereceram o aplauso do público e da crítica, às prestigiadas minisséries de tevê – A muralha (baseada na obra de Dinah Silveira de Queiroz), Os Maias (Eça de Queiroz), A casa das sete mulheres (Letícia Wierzchowski), Um só coração –, todos os seus trabalhos se tornaram marcantes, seja pela força dos diálogos e das seqüências, seja pela fantástica precisão e reconstituição de época. Sem esquecer os romances publicados, entre eles Luísa – Quase uma história de amor (Prêmio Jabuti), O bruxo, Aos meus amigos, Querida mamãe, Ó abre alas, Estrela nua.
Maria Adelaide se encantou pela literatura ainda menina. Portuguesa de nascimento, paulistana de coração, ela se acostumou, desde cedo, a buscar refúgio nos livros de história. “Minha realidade era tão complicada e sofrida que eu precisava inventar um mundo melhor para mim. Quer um mundo melhor do que o da ficção? Eu embarcava nas narrativas sobre fadas e princesas e passava a viver o que lia num exercício de pura evasão. Era algo compulsivo – eu adorava, sorvia, vivia emocionalmente de leitura. Meus pais estavam muito ocupados com a questão da sobrevivência, então, aprendi a viver com os livros. Foram eles que me ensinaram a pensar, a discernir, me deram princípios, formaram meu caráter. E foi graças a eles que me desenvolvi profissionalmente. Com certeza, esse conhecimento é o que faz a diferença nos meus trabalhos.”
Foram as dificuldades também que a impeliram a escrever: “Quem nunca enfrentou problemas não tem motivação para fazer ficção e poesia. Fazer ficção é um mecanismo de compensação extraordinário. Agradeço todos os dias a Deus e aos meus santos por esse dom. Escrever, para mim, é uma necessidade vital. Escrevo para dizer o que não consigo de outra maneira, para saber como sou e o que penso. Escrevo para ser amada, para não enlouquecer, para resgatar e transmutar através da ficção o que não foi possível transmutar na vida real.”
Seu percurso no universo da leitura começou de forma caótica, como diz. “No início, o que me atraía era apenas um bom enredo. No fim da adolescência, passei a exigir também qualidade de linguagem e de estilo. Muitos autores conseguem essa junção perfeita. Machado de Assis e José Saramago, por exemplo. Mas eu lia de tudo, com sofreguidão, desordenadamente. De J. Cronin a Jorge Amado, passando por Eça de Queiroz, Pitigrilli e Maria José Dupré (Sra. Leandro Dupré).”
“Houve uma fase em que meu amigo Décio Bar, um intelectual brilhante, resolveu me orientar e fez uma lista dos autores fundamentais, incluindo Sartre, Simone de Beauvoir, Fernando Pessoa, Erich Fromm e muitos mais”, conta. “Adorei Com a morte na alma e Sursis, de Sartre. Simone de Beauvoir sempre me fascinou. Sua biografia, Memórias de uma moça bem comportada, é um livro essencial, que me abriu os olhos e a cabeça. Eu sentia um prazer imenso também em escolher um tema, época ou autor e mergulhar fundo. Fazia até roteiros sentimentais literários nas minhas viagens, visitando as casas onde os escritores haviam morado e os lugares que freqüentavam. Assim foi com Proust, Flaubert, Balzac, Shakespeare...”
Quando alguém lhe pergunta o que é preciso para se tornar um autor, Maria Adelaide responde: “Leia muito”. E, seguindo a iniciativa de Décio Bar, faz uma lista dos escritores que contribuíram para a sua formação, entre os quais Dostoiévski, Machado de Assis, Thomas Mann, Tolstói, James Joyce, Joseph Conrad, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Virginia Woolf, Stendhal, Gustave Flaubert, Marcel Proust, Lawrence Durrell.
Fonte.
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Eu ia abrir um tópico para falar só sobre o livro 'Tarsila', mas como
tenho certeza que muitos aqui conhecem e/ou gostam da Maria
Adelaide Amaral, resolvi abrir um tópico para discutirmos a sua obra.
Quero a opinião daqueles que já leram outros livros dela. Gostei
bastante de Tarsila, fiquei curiosa para ler um livro dela em prosa.
Sobre Tarsila:
É teatro, logo, uma leitura rápida - e agradável.
É uma forma diferente de conhecer um pouco mais sobre a pintora,
sua história, o relacionamento com Oswald de Andrade, a amizade
com Mário de Andrade e os problemas que enfrentou com a crise de 1929. Recomendo que leiam com o computador ligado, para pesquisar as
telas e entender melhor o contexto.
Alguém já leu?
