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Machado de Assis

Diego disse:
Assim, só por curiosidade. Vocês preferem o Machado contista ou romancista?

[align=justify]Bom, tenho que dizer primeiramente que guardo ressalvas com relação a contos, por motivos que não se devem ao Machadão, mas gosto muito mais da idéia de ler um romance de Machado do que um conto dele. Não que seus contos não sejam bons, mas nos romances ele parece ter mais "espaço ou tempo" para desenvolver melhor os personagens, as situações e tudo mais, isso sem contar, um recurso que acho genial da parte dele, que são as conversas com o leitor, coisa que ele tem muito mais liberdade de fazer em um romance.[/align]
 
Nunca li nenhum conto dele mas sempre que releio Dom Casmurro me fascio pelo capítulo "A Polêmica", pela sua independência. É um capitulo fechado, tendo um trato que difere do resto do romance (a politica explícita), com um narrador sem nome, e um final bem ao estilo contista: vago e reflexivo.

Os russos não hão de entrar em Constantinopla!

Não entraram, efetivamente, nem então, nem depois, nem até agora. Mas a predição será eterna? Não chegarão a entrar algum dia? Problema difícil. O próprio Manduca, para entrar na sepultura, gastou três anos de dissolução, tão certo é que a natureza, como a história, não se faz brincando. A vida dele resistiu como a Turquia; se afinal cedeu foi porque lhe faltou uma aliança como a anglo-francesa, não se podendo considerar tal o simples acordo da Medicina e da farmácia. Morreu afinal, como os Estados morrem; no nosso caso particular, a questão é saber, não se a Turquia morrerá, porque a morte não poupa a ninguém, mas se os russos entrarão algum dia em Constantinopla; essa era a questão para o meu vizinho leproso, debaixo da triste, rota e infecta colcha de retalhos...

Se por acaso Machado escreveu algum conto assim, com a genialidade que permeia todo o capítulo do romance, tenho certeza que estou perdendo em ainda não tê-los lido .
 
[align=justify]Uma coisa que considero genial em Machado é a capacidade extremamente imaginativa que ele tem de estabelecer comparações meio mirabolantes e, mesmo assim, construir uma série de analogias entre os dois objetos da comparação de modo que seu pensamento muda de "Putz, quero só ver de que maneira ele vai ligar isso àquilo" para "É verdade, faz o maior sentido mesmo, genial!".
A comparação que ele estabeleceu no trecho em que o -Arnie- apontou não é tão mirabolante assim a primeira vista, e faz o maior sentido após uma leitura. Fora que ele não permanece na superficialidade, ele explora a analogia mais a fundo, estendendo a comparação a mais aspectos. É muito bom mesmo, eu costumava dizer que o Machado devia revisar muitas vezes o texto dele para ficar tão bom do jeito que é...talvez seja verdade, isso ainda me intriga. [/align]
 
Ele deveria revisar dezenas de vezes mesmo, não tem outra explicação para a posição precisa de cada capítulo daquele livro. Dom Casmurro por exemplo, transpaça toda a inseguança de estilo de Bentinho, que, quando não se deixa levar em divagações, simplesmente não sabe o que escrever, ou escreve coisas sem saber o porquê; parece natural, mas isso é lapidação, há a mão do gênio por trás para que você perceba a intenção dos dois autores.

Dá para escrever bastante sobre isso.

E aconselho a qualquer um que leia o capitulo A Polêmica. Quem já leu Dom Casmuro, bem, nada se perde numa releitura. (:
 
[align=justify]Das duas uma: ou ele era um gênio, que escrevia tudo aquilo de primeira; ou ele era extremamente metódico com os escritos que produzia, revisando-os diversas vezes. De qualquer forma o resultado é o primor de literatura que temos.[/align]
 
Eu acho ele genial como contista, ainda melhor que como romancista, mas perguntei justamente porque ao pesquisar percebi que sou um tanto solitário nessa preferência.

Enfim, não sinto essa falta de espaço que mencionaram...
 
Diego disse:
Eu acho ele genial como contista, ainda melhor que como romancista, mas perguntei justamente porque ao pesquisar percebi que sou um tanto solitário nessa preferência.

Enfim, não sinto essa falta de espaço que mencionaram...

Concordo com você xará!

Também acho os contos do Machado geniais... Não saberia dizer se é melhor em contos ou em romances, pois a competência mostrada em ambos é singular. Pessoalmente prefiro os contos, não compactuo com a idéia de falta de espaço... Obvio que o desenvolvimento dos personagens não é tão acentuado como dos romances... Em compensação os enredos são primorosos.
 
[align=justify]É preciso reconhecer que não se pode julgar uma obra, seja ela Literatura, pintura, escultura, música, teatro, cinema etc., pelo que ela não se "propôs a fazer". Não se pode cobrar de Machado de Assis que seus contos fossem gigantescos somente para que ele trabalhasse mais longamente os personagens, por isso, digo de minha parte que, minha reservas com relação ao Machado contista não se devem, de maneira nenhuma, a alguma insuficiência literária da parte dele, mas sim por subjetividade minha.
As limitações que apontei em post anterior, se referem as próprias premissas da modalidade narrativa denominada conto, e não ao uso machadiano dele. Creio que o Machadão tem maturidade literária suficiente para se expressar nas duas modalidades de maneira invejável.[/align]
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]É preciso reconhecer que não se pode julgar uma obra, seja ela Literatura, pintura, escultura, música, teatro, cinema etc., pelo que ela não se "propôs a fazer". Não se pode cobrar de Machado de Assis que seus contos fossem gigantescos somente para que ele trabalhasse mais longamente os personagens, por isso, digo de minha parte que, minha reservas com relação ao Machado contista não se devem, de maneira nenhuma, a alguma insuficiência literária da parte dele, mas sim por subjetividade minha.
As limitações que apontei em post anterior, se referem as próprias premissas da modalidade narrativa denominada conto, e não ao uso machadiano dele. Creio que o Machadão tem maturidade literária suficiente para se expressar nas duas modalidades de maneira invejável.[/align]

Grande Lucas!

Sim concordo com você, e entendi perfeitamente que suas inferências foram deirecionadas a modalidade e não ao autor. Como disse, não sei precisar em qual modalidade Machado foi melhor (nem tenho competência técnica para isso). Contos costumam me agradar por serem dinãmicos, porém tudo depende da competência do autor, qualidade inquestionável no caso em questão!
 
Machado de Assis não não ganhou o Prêmio Nobel para o Brasil porque ainda não existia este prêmio na época dele. É o melhor escritor que o nosso país já teve. Gosto muito de Dom Casmurro e Quincas Borba me deu um DEZ quando estudava letras.
 
Adoro Machado de Assis. E sou encantada, como a maioria, com Braz Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.
Romance é minha modalidade narrativa preferida. Mas acho que Machado é o gênio dos contos. Ele diz muito em pouquíssimas páginas. Sempre que leio um conto dele continuo pensando a respeito por alguns dias.

OBS: Meu exemplar de Os trabalhadores do Mar - Victor Hugo - fo traduzido por Machado de Assis.
 
Contos como O Medalhão e A Cartomante são inesquecíveis. Creio que Machado conseguiu fazer um trabalho maravilhoso tanto em contos e crônicas quanto em poesia e romances. Aliás, poucos sabem que ele também escreveu poesia né.
 
Bom é o seguinte, eu estou estudando, e tentei resolver está questão, mas a minha resposta não condiz com o gabarito certo, que é a letra E. Eu acho que é a letra A.
se vocês me ajudarem, ficarei grato :D
 
Eu comecei a ler ontem um livro dele, meio que "exclusivo", porque acho que não foi feito pra ser vendido nas livrarias, foi encomendado pelo jornal Folha de São Paulo para ser distribuído de brinde aos assinantes que renovaram suas assinaturas, no ano de 1994. O livro em questão se chama "Crõnicas Escolhidas", é uma coletânea de muitas crônicas que eles escreveu pros jornais, dentre o perído que vai de 1860 até 1900. É muito legal, pra variar ele comenta os assuntos de uma maneira muito irônica, debochada, inclusive em uma das crônicas, em que ele comenta
um novo remédio lançado que prometia ajudar na digestão, que já que inventaram um medicamento que dispensa o uso do estômago logo vão fazer o mesmo pro cérebro, inventar um remédio que faça as pessoas não precisarem fazer uso dele.
 
Fina ironia inabalável. Depois que li Brás Cubas coroei Machado com louros em meu imaginário e lá ficou a reinar, imponente entre outros autores.

Na escola tinha lido "A mão e a Luva" e "O Alienista". Li por conta própria "A cartomante", mas triste é dizê-lo, nunca mais saquei o Machado! Nem mesmo "Dom Casmurro" Felizmente, encontrei versões em ebooks de suas obras e levo no meu smartphone para quando achar o tempo e o clima necessários. Acho que vou recomeçar pela poesia, já que estou momentaneamente atolado nela...
 
Eu já havia lido na época da escola Dom Casmurro e ao contrário do que dizem, gostei muito. Mas parei por ai. Agora tive que ler Memórias Póstumas na faculdade, meu professor do curso de prosa passou o conto dele A Chinela Turca que gostei muito e na aula de lit. brasileira dessa semana li A Causa Secreta. Agora entendo porque o Machado é muito admirado: ele é ótimo! Estou lendo agora um livro de contos dele e estou gostando muito!
 
O rei dos contos, sem dúvida. Um dia pretendo ler a obra completa, mas são muitos contos, não sei se vou chegar lá. Que nem muita gente já falou meus preferidos são A Cartomante e O Alienista. O bom e velho Dom Casmurro é o meu preferido na prosa, e não gosto da poesia.

Eu comecei a ler ontem um livro dele, meio que "exclusivo", porque acho que não foi feito pra ser vendido nas livrarias, foi encomendado pelo jornal Folha de São Paulo para ser distribuído de brinde aos assinantes que renovaram suas assinaturas, no ano de 1994. O livro em questão se chama "Crõnicas Escolhidas", é uma coletânea de muitas crônicas que eles escreveu pros jornais, dentre o perído que vai de 1860 até 1900. É muito legal, pra variar ele comenta os assuntos de uma maneira muito irônica, debochada, inclusive em uma das crônicas, em que ele comenta
um novo remédio lançado que prometia ajudar na digestão, que já que inventaram um medicamento que dispensa o uso do estômago logo vão fazer o mesmo pro cérebro, inventar um remédio que faça as pessoas não precisarem fazer uso dele.
Alguém sabe o nome dessa crônica? Nunca li e parece interessante.
 

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